Vitória em Salvador/BA cai do Céu e Palmeiras já depende só de si para ser tri e trideca
Meus amigos.
Atuo profissionalmente no futebol há mais de 36 anos, e se existe algo que até hoje não consegui entender – e que, pelo tempo citado, creio que jamais entenderei – é o seguinte: por que há jogos que um time merece muito vencer e não consegue e outros, em que não faz quase nada para obter a vitória, ela cai em seus braços, como se fosse um presente do Céu.
Quando o time em questão é o Palmeiras, todos nós sabemos que a primeira situação é infinitamente mais presente do que a segunda, mas esta, por vezes, resolve nos sorrir com todos os dentes. Foi isso o que aconteceu nesta noite em Salvador/BA, quando não fomos superiores ao Bahia/BA um só minuto e, mesmo assim, saímos da Fonte Nova com um placar de 2 a 1 a nosso favor.
Por sinal, a pouca ou quase nenhuma objetividade do Verdão chegou a ser até mesmo tocante. Ao contrário de quase todas as partidas, hoje o time criou muito pouco e, no primeiro tempo, com exceção do golaço de falta marcado por Raphael Veiga, não demos nem mesmo um outro chute a gol. Na etapa final o mesmo se repetiu: nossa única oportunidade real de balançar as redes foi após o cruzamento de Vanderlan e a cabeçada de Flaco López que, no entanto, só se transformou em gol após a correta intervenção do VAR.
Nosso adversário, é bem verdade, não foi, assim, uma brastemp. Em nenhum momento o Palmeiras foi sufocado, pressionado, dominado, mas ainda assim o time de Rogério Ceni nos deu muito mais trabalho do que nós a ele. Aliás, não fossem Weverton e Vítor Reis e a casa palmeirense teria caído, com certeza. Só que não caiu e, com o empate do líder momentâneo do torneio nesta rodada, agora o maior campeão do Brasil voltou a depender somente de suas próprias forças para ser, ao mesmo tempo, tricampeão e tridecacampeão brasileiro. Para tanto, bastará vencer os quatro últimos jogos que lhe restam. Será fácil? Claro que não. Mas também não será impossível.
É que agora só depende de nós.
WEVERTON – 7
ÓTIMO
Fez duas grandes defesas à queima-roupa e outra, ainda mais difícil, num chute cruzado (embora o lance já estivesse anulado). Que assim permaneça até o fim deste ano.
MARCOS ROCHA – 6
BOM
Apoiou bem pouco porque em seu setor o Bahia/BA centralizou a maior parte de suas jogadas ofensivas. No fim, exausto, precisou da ajuda de Rony para marcar.
VÍTOR REIS – 6,5
MUITO BOM
Depois de falhar grave e seguidamente em alguns jogos, hoje deu a volta por cima. Tomou conta da nossa área e ainda evitou um gol certo dos caras ao impedir que uma bola chegasse à meta de Weverton.
MURILO – 6
BOM
Atuação segura, com destaque para as interceptações aéreas. Sentiu uma contusão muscular que, tomara, o deixará de fora APENAS DO PRÓXIMO JOGO.
CAIO PAULISTA – 5
REGULAR
Ninguém dá o que não tem, mas em seu antigo clube o amigo aí de cima jogava muito mais. Hoje, teve muito trabalho na marcação e, no apoio, também não foi muito bem.
ANÍBAL MORENO – 6,5
MUITO BOM
Mais um jogo em que teve de se sacrificar muito, pois foi o único homem efetivamente apenas de marcação em nosso meio-campo. E de novo deu conta do recado, apesar do espaço que, vez ou outra, o Bahia/BA teve no setor.
MAURÍCIO – 5,5
SATISFATÓRIO
O técnico do Palmeiras gosta muito dele, e eu confesso que não consigo entender o por quê. Hoje, para não dizer que não fez nada, foi o autor do be.o passe que originou a falta em Rony e o consequente gol de Veiga.
RAPHAEL VEIGA – 6,5
MUITO BOM
Esteve longe, muito longe, daquele jogador participativo que costuma ser em quase todas as partidas. Mas pelo menos foi decisivo em um lance capital, marcando de falta o golaço que nos levou ao empate.
DUDU – 5,5
SATISFATÓRIO
Confesso que esperava um pouco mais do Baixola, pois ele vinha apresentando um crescimento de produção nos últimos jogos. Mas a verdade é que hoje, apesar de lutar muito, pouco produziu de concreto.
RONY - 6
BOM
Um centroavante tem por obrigação concluir a gol, algo que ele não fez uma única vez nesta partida. Mas compensou tal deficiência lutando por todas as bolas e principalmente ajudando Rocha na marcação após virarmos o placar.
FELIPE ÂNDERSON – 4,5
RUIM
Começo a acreditar piamente que este cara é que se chama de “jogador ladrão”, ou seja, aquele que finge que joga e que só aparece na hora de receber os salários. Hoje, atuou pelo lado direito, posição na qual dizem os “experts” ele brilhava na Itália, e mais uma vez foi uma figura patética e inútil. e pior: só saiu porque sentiu uma contusão muscular que, tomara, o deixará de fora ATÉ O FIM DO BRASILEIRTÃO.
ABEL FERREIRA – 6
BOM
Nosso treinador teve altos e baixos nesta partida. Acertou quando, de forma corajosa, mais uma vez montou o time no 4-3-3 e com apenas Aníbal Moreno na marcação em nosso meio-campo. Correu risco com tal decisão? Claro que sim, mas ele precisava arriscar pois, como sabemos, se não vencêssemos nossas chances de título ficariam bem menores. Outro acerto foi optar por Dudu como substituto de Estêvão (aliás, que falta ele nos fez!), pois o Baixola vinha crescendo de produção. Deu certo? Claro que não, mas aí a culpa já não é do portuga.
Nas substituições, também foi bem ao demorar muito para sacar Caio Paulista e o próprio camisa 7, muito embora para o lugar deste eu teria escolhido Lázaro e não Rômulo, pois então ainda empatávamos e o empate de nada nos servia. Neste quesito, seu ponto alto foi ter escolhido Veiga para dar lugar a Flaco, e não porque o argentino fez o gol da vitória, mas sim porque isso mostrou ao Bahia/BA que, mesmo sem jogar nada, pensávamos na vitória.tempo
O único senão de Abel Ferreira, mais uma vez, se refere a Felipe Ânderson. Pra começar, nem deveria ter sido escalado como titular, dadas as más partidas que vem fazendo desde que chegou. Pior foi tê-lo substituído somente aos 31 do segundo tempo e, ainda assim, somente porque o jogador alegou dores musculares.
Mas nada superou sua declaração a respeito do assunto durante a coletiva pós-jogo, na qual disse estar satisfeito com o desempenho do atleta. quando ouvi isso, pensei que talvez fosse melhor ter nascido surdo.
GUSTAVO GÓMEZ – 10
DIVINO
Claro que a nota e a avaliação acima não se devem ao futebol que ele jogou hoje. Elas se explicam por ele ter jogado futebol hoje. Só um profissional exemplar e que gosta muito do clube onde atua se dispõe a atuar mais de 30 minutos numa partida dificílima menos de 24 horas após ter jogado por mais de 90 minutos em uma altitude superior aos 4 mil metros. Se este cara já tinha meu respeito por tudo o que já fez pelo Palmeiras, hoje ele o fez crescer ainda mais.
FLACO LÓPEZ – 6,5
MUITO BOM
Entrou aos 35 da etapa final e, oito minutos depois, fez de cabeça o gol da nossa virada. Foi apenas isso, e nem precisaria de mais nada.
VANDERLAN – 6
BOM
Foi a campo para ser, ao mesmo tempo, lateral e ponta, o que não é nada fácil. Mas cumpriu muito bem sua função, colocando a bola na cabeça de Flaco López.
RÔMULO – 4,5
RUIM
Eu quero que ele tenha mais oportunidades reais, você quer, todos os palmeirenses querem. E quando ele as recebe, como hoje, não sabe aproveitá-las. Além de ter participado muito pouco, ainda errou dois passes fáceis, gerando contra-ataques.
GABRIEL MENINO – 5
REGULAR
Foi útil apenas após o segundo gol, pois preencheu a nossa intermediária defensiva.
FOTOS: CESAR GRECO/AG.PALMEIRAS
21/11/2024 at 12:54
Boa tarde caro Trevisan, muito boa essa vitória fora de casa, pois nos deixa somente de nós lutarmos nas próximas 04 partidas e manter a chance do Título.
Agora é unir a Equipe, comissão e jogar com garra e determinação afim de atingir a meta.
Abraço.
22/11/2024 at 0:20
Olá, Alfano.
Vc está correto: somente seremos tri e tridecacampeões se o grupo se unir em busca deste objetivo.
Como disse ao Valter Cetolo, nunca estivemos tão perto, e ao mesmo tempo ainda estamos longe.
Abs.
21/11/2024 at 10:42
Bom dia, Márcio.
Quem diria que, a esta altura do campeonato, estaríamos falando de chances absolutamente reais de conquista deste título? O futebol é realmente encantador.
Eu sou um otimista por natureza e acredito que iremos, sim, comemorar mais esta conquista. Primeiro, porque estamos habituados a momentos de decisão como este, muito mais que a equipe do Botafogo/RJ. Segundo, porque estamos focados apenas nesta decisão, enquanto os caras tem a final da Libertadores pela frente.
Arrisco a dizer que, se na próxima rodada vencermos e o Botafogo/RJ derrapar de novo, colocamos uma mão na taça.
Ressalto, porém, que a sorte não ajuda todos os dias. Precisamos obter o resultado de maneira mais condizente, transformando chances reais em gols. Não será em todas as partidas que esforço e dedicação trarão um bom resultado. É preciso alinhar competência técnica com eficiência e confesso que a grande maioria de nossos atuais jogadores é carente de competência técnica. Como diria aquela antiga propaganda, “potência não é nada sem controle”.
Mesmo que conquistemos mais um título, diretoria e comissão técnica precisam ter em mente que o Palmeiras demanda jogadores alinhados com a sua grandeza. Não precisamos fazer loucuras e devemos continuar a usar a base, mas uma equipe forte precisa de atletas de alto nível também. Infelizmente, nossas mais recentes contratações não resultaram nesta condição.
Um abraço.
Valter
22/11/2024 at 0:19
Valter, salve!
De suas palavras faço as minhas.
Realmente, chegar a quatro rodadas do fim do Brasileirão dependendo apenas de suas próprias forças para ser campeão outra vez é algo que imaginei ser quase impossível neste ano.
Em relação à rodada deste fim de semana, é impensável não vencermos o Atlético/GO, que já está 99.9% rebaixado. O problema é que acredito que os caras também vão ganhar (do Vitória/BA), o que manterá a situação atual – ou seja: teremos de vencê-los de qualquer jeito na terça-feira que vem para continuarmos a depender apenas de nossas forças. Mas, como vc disse, se ganharmos (e ganharemos, claro) e eles tropeçarem (um empate, por exemplo), poderemos até mesmo empatar o jogo e ainda assim seguiremos na frente pelo número de vitórias. Em outras palavras: nunca estivemos tão perto, mas ainda estamos longe, por mais paradoxal que isso seja.
No que diz respeito ao elenco, declarações da presidente (que será reeleita no domingo) garantem a contratação de três a quatro jogadores para a I Copa do Mundo de Clubes (nome oficial do Super Mundial). Não serão craques consagrados, mas ela garante que atenderão àquilo que pede Abel Ferreira. Torçamos, pois, para que não sejam apenas promessas de campanha.
Abs.