EU VOLTEI!

Com dois gols de Veiga, Palmeiras vence 6ª seguida e “cola” ainda mais na liderança do Brasileirão

Meus amigos.

Várias são as razões que podem explicar o sucesso que o Palmeiras vem obtendo desde 2015 e, sobretudo, desde 2020, com a conquista de vários, sucessivos e importantes títulos em níveis estadual, nacional e internacional. Mas, na opinião deste jornalista, um deles é o mais importante: quando o time se vê impossibilitado de escalar um ou alguns jogadores importantes ou mesmo quando um ou alguns destes entram em um período pouco ou nada produtivo, sempre há outros prontos a substituí-los à altura ou, muitas vezes, até mesmo a superá-los.

Neste ano, um dos nomes mais importantes não só desta equipe, mas de toda a história do clube, viu-se inserido na segunda situação. Raphael Veiga caiu demais de rendimento, passou a produzir pouco ou quase nada e mesmo ele, alguém cuja égide conduziu o time inúmeras vezes, acabou por perder a titularidade. E, como se sabe, às vezes um banquinho faz um bem danado, sendo o chacoalhão que recoloca o dito cujo em seu devido lugar.

Sei que talvez seja um pouco cedo para que afirmemos com toda a convicção que Veiga está de volta, como afirmo no título desta crônica pós-jogo. Mas suas últimas apresentações, tanto quanto saiu da reserva quanto como começo jogando, são um grande indício de que isso, se já não é uma realidade, está perto demais dela se tornar. Não se tratam apenas dos dois gols de pênalti que marcou hoje, mas sim da forma como vem, gradativa porém constantemente, apresentando um melhor futebol.

Ainda não estamos na liderança do Campeonato Brasileiro, mas dela nunca estivemos tão perto – neste momento, apenas um ponto nos separa do líder momentâneo do torneio. Também é quase certo que um ou outro tropeço possa acontecer nas 10 partidas que ainda teremos pela frente. Mas de um fato eu tenho certeza: se Raphael Veiga (assim como Dudu, Gómez, Rony, etc.) voltarem de fato ao melhor de suas fases, nossas chances de tri e de trideca aumentarão a cada rodada.

WEVERTON – 5,5
SATISFATÓRIO

Não vou dizer que teve culpa no gol, pois Hulk cobrou a falta com perfeição. Mas não gosto nada quando o goleiro fica apenas olhando a bola entrar em sua meta. Amenizou sua falha com uma boa defesa, já no fim da partida.

GIAY – 5
REGULAR

Graças a Deus que Paulinho não jogou hoje, pois se sem ter muito a quem marcar o amigo aí de cima já não foi muito bem, imagine se tivesse um ponta-esquerda a encará-lo o tempo todo.

GUSTAVO GÓMEZ – 6
BOM

Foi muito bem nas bolas aéreas e também nos passes. Dois deles criaram boas condições de gol para o nosso time.

MURILO – 6
BOM

Marcou um, hoje, pouco inspirado Hulk, mas deu conta do recado pois o atacante atleticano só apareceu na hora do gol. E ainda fez um ótimo lançamento para Flaco López no primeiro tempo.

CAIO PAULISTA – 5
REGULAR

Não poderia apoiar muito porque tinha Gustavo Scarpa em seu setor. Só se soltou, e ainda assim apenas um pouquinho, após o ex-palmeirense ser substituído.

ANÍBAL MORENO – 5,5
SATISFATÓRIO

De fato não vive uma boa fase, pois de novo errou passes na entrada da nossa área. Mas hoje compensou um pouco com muita determinação dos desarmes.

FABINHO – 5
REGULAR

Trata-se de um primeiro volante, antigamente chamado de “cabeça-de-área”. Ou seja: é um jogador de marcação no meio-campo, função que realizou hoje sem grandes problemas, mas também sem muito brilho.

MAURÍCIO – 6
BOM

Hoje se movimentou um pouco mais do que na partida anterior, tanto que sofreu o primeiro pênalti. Na etapa final, deixou Felipe Ânderson na cara do gol, mas o infeliz conseguiu perder.

RAPHAEL VEIGA – 7
ÓTIMO

Além dos dois gols de pênalti que marcou – e que o tornaram o 20º maior artilheiro da história do Palmeiras, com 96 (ao lado de Jorginho Putinatti) -, teve uma boa movimentação durante toda a partida, ora pela ponta direita, ora pelo meio. Tomara que seu verdadeiro futebol esteja, de fato, voltando. 

FLACO LÓPEZ - 6
 BOM

Está com confiança, e isso é fundamental para qualquer profissional. Hoje não balançou as redes, mas incomodou bastante o trio de zagueiros atleticanos.

FELIPE ÂNDERSON – 4,5
 RUIM

Infelizmente sou obrigado a avaliar negativamente este jogador. Reconheço que tem ótima técnica e é inteligente na hora dos passes, mas o gol que perdeu logo após termos levado o empate é imperdoável, pois poderia ter nos custado a vitória. Além disso, é impressionante o que cai fisicamente em todos os segundos tempos.

ABEL FERREIRA – 5,5
SATISFATÓRIO

Nosso treinador teve mais sorte do que juízo desta vez.

Não me refiro à escalação inicial, claro, pois nesta ele seguiu a coerência: manteve 9 dos 11 titulares que atuaram na partida anterior, promovendo apenas a volta der Caio Paulista à lateral esquerda e, sem poder contar com Richard Ríos e Zé Rafael, optando por Fabinho para compor nosso meio-campo.

Falo, principalmente, da demora que mais uma vez mostrou ao alterar a equipe. Parece ser proibido a Abel Ferreira mexer no time se o Palmeiras está vencendo ou até mesmo não está perdendo. Isso tem gerado um problema bastante complicado, pois muitas vezes a queda técnica e/ou física de algum jogador é tão evidente que o adversário percebe que este será o caminho para chegar ao gol. O portuga errou desta forma diante do Vasco da Gama/RJ, quando demorou uma enormidade para tirar Aníbal Moreno, e também hoje, quando precisou ser alertado pelo próprio Felipe Ânderson de que o melhor seria sacá-lo.

Mas eu disse que ele, hoje, foi mais sortudo do que ajuizado. Somente após o Atlético/MG empatar a partida e passar a acreditar que, mesmo com um time misto (jogou com somente seis titulares), poderia até virar o jogo, é que ele decidiu mandar a campo Lázaro e Rony. Com isso, deixou o Verdão mais agressivo, algo obviamente positivo, só que não surtiu o efeito esperado. Então, já meio que no desespero, resolveu arriscar tudo e sacou um volante de marcação (Fabinho) para dar lugar a um ponta (Dudu), decisão que obviamente poderia ter resultado na abertura quase total de nossa retaguarda. Mas, e é aí que entra o acaso, foi justamente o Baixola quem sofreu o segundo pênalti – este, por sinal, indiscutível, bem ao contrário do primeiro.

Dizem que a sorte está sempre do lado de quem trabalha, e eu acredito nisso. Mas também dizem que sorte tem quem acredita nela, e parece evidente que Abel Ferreira é um bom exemplo disso. 

LÁZARO – 5
REGULAR

Deveria ter ido a campo bem antes do que apenas aos 29 minutos, já que Felipe Ânderson inexistia na etapa final. Mas também não realizou nada de mais importante enquanto jogou.

RONY – 5,5
SATISFATÓRIO

Nesta noite não perdeu nenhum gol (acreditem, se puderem…), e ainda ajudou prendendo a bola no ataque após passarmos à frente do placar pela segunda vez.

DUDU – 6
BOM

Entrou apenas aos 36 minutos – ou seja: sem muito tempo para realizar muita coisa. Porém, em apenas 16 minutos sofreu o segundo pênalti e ainda quase fez um belo gol. Queira Deus que esteja voltando a ser aquele jogador que todos nós sabemos que ele pode ser.

GABRIEL MENINO – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

Jogou apenas 6 minutos, sem tempo para ser analisado.

VÍTOR REIS – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

Jogou apenas 6 minutos, sem tempo para ser analisado.

FOTOS: CESAR GRECO/AG.PALMEIRAS

7 Responses to EU VOLTEI!

  1. Jose Eduardo Berti

    Bom dia

    O Dudu não pode ser reserva Felipe Anderson na direita e Dudu na esquerda ai decide entre Veiga e Mauricio

  2. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, muito bem colocado em sua ótima crônica, quanto ao rendimento de nossos principais jogadores, mais a grandeza do Palmeiras é forte e agora estamos a um ponto do Líder e temos mais 10 Finais para conquista.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      Agradeço o elogio.

      Vc tem razão: temos mais 10 finais.

      Só que duas delas – contra Fortaleza/CE e Botafogo/RJ – são ainda mais “finais”.

      Abs.

  3. Bom dia, Marcio.

    Que arrancada fenomenal do Palmeiras. Sexta vitória consecutiva no campeonato e jogando cada rodada como se fosse uma final de campeonato, seja como mandante ou visitante. Percebe-se uma vontade latente nos jogadores de buscar esse título, haja vista a comemoração vibrante após a partida de ontem.

    Me chamou a atenção o aspecto de cordialidade entre os dois times. Não sei se pelo fato do Galo entender que este campeonato já era ou pelo fato de existir um respeito mútuo entre os atletas, mas pareceu para o Atlético/MG que estava tudo bem perder para o Palmeiras.

    Claro que Deyvinho foi um show a parte. Que figura aquele rapaz! Sai distribuindo beijos e abraços em todos e depois ainda vai saudar a torcida do Verdão e é saudado de volta. Um verdadeiro ícone!

    Também não posso afirmar que o Verdão será campeão, mas de uma coisa eu tenho certeza: motivação para conquistar este título não vai faltar até o fim.

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Valter, salve!

      Quando o Palmeiras coloca na cabeça que pode ser campeão, as chances de que isso aconteça aumentam substancialmente.

      E vc tem razão: o Galo jogou quase como jogaria um amistoso, tanto porque sabe que o Brasileirão já era como também porque terá a primeira partida da Semifinal da Copa do Brasil no meio desta semana.

      Por fim, é fato: se Deyverson tivesse para jogar futebol o mesmo talento que tem para fazer amizades, o Brasil teria descoberto o novo Pelé.

      Abs.

  4. Opa. Ó nós chegando em primeiro ó. Na próxima rodada já assumimos a liderança e aí até o fim do campeonato. Dá-lhe Verdão. Dá-lhe Sangue VERDE

    • Márcio Trevisan

      Olá, Tadeu.

      Nossas chances de assumirmos a ponta no fim de semana são boas, sim, pois teremos pela frente um adversário bem mais fraco do que o Botafogo/RJ – enquanto encararemos o Bragantino/SP fora de casa eles, em Curitiba/PR, jogarão contra o já bem preocupado Atlético/PR.

      Mas o mais importante é que estejamos em primeiro lugar ao final da 38ª rodada, e isso – embora possível – exigirá muito emprenho de todo o grupo.

      Abs.

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