Verdão sofre, mas talento de Estêvão garante vitória aos 52 minutos da etapa final
Meus amigos.
Sempre que a vitória do Palmeiras é de virada ou, então, obtida no último lance, se torna tão saborosa que, muitas vezes, nos faz esquecer os problemas que a equipe apresentou em campo. Por isso, mesmo muito feliz e saboreando intensamente os 2 a 1 que impusemos no Botafogo/SP em nossa estreia na Copa do Brasil, a verdade é que a atuação do time, sobretudo no primeiro tempo, me deixou preocupado.
Mesmo levando em consideração que iniciamos a partida com apenas cinco titulares – Mayke, Murilo, Aníbal Moreno, Raphael Veiga e Endrick – e que nosso adversário, como se esperava, jogou todo atrás, não é justificável nem a dificuldade de construção das jogadas e muito menos os perigosos contra-ataques que sofremos, e que só não se transformaram em gols devido à pouca qualidade na finalização dos atacantes da Pantera ou, então, por Marcelo Lomba, mais uma vez, fez com talento o seu trabalho em algumas oportunidades.
Como vem acontecendo com certa frequência neste ano, o Verdão só melhorou após o intervalo. A mudança promovida por Abel Ferreira foi fundamental (leia abaixo, na análise do treinador), mas ainda assim continuamos desperdiçando boas chances – ora porque o goleiro adversário sempre se destaca contra a nossa equipe, ora porque nossos jogadores parecem ter uma aptidão especial por perder chances claras.
Por isso o gol de Estêvão, já aos 52 minutos, mais do que alegria me proporcionou alívio. Afinal, graças a ele poderemos empatar no próximo dia 23, em Ribeirão Preto/SP e, como o time da casa terá obrigatoriamente de atacar, certamente teremos mais espaços no Santa Cruz do que tivemos na Arena Palestra Itália.
E desta forma – quem sabe? – o Palmeiras consiga botar fogo no jogo todo, e não só no fim.
MARCELO LOMBA – 5
REGULAR
Vinha, como sempre, muito bem, tendo feito duas grandes defesas, uma em cada tempo. Mas, infelizmente, falhou no gol porque tentou defender com os pés uma bola que deveria ser defendida com as mãos.
MAYKE – 5
REGULAR
Outro que vinha tendo uma boa atuação, pois deu os passes finais para os dois gols de Rony – o que valeu e o que não valeu. Mas foi o principal culpado pelo gol, pois fechou pelo meio sem perceber que Patrick Bray aparecia livre em suas costas.
LUAN – 6
BOM
Boa atuação. Foi seguro na marcação, não cometeu nenhum erro importante e ainda fez bons lançamentos.
MURILO – 5,5
SATISFATÓRIO
Teve trabalho demais com o atacantes dos caras, muito rápido nas jogadas de contra-ataque.
CAIO PAULISTA – 5
REGULAR
Se eu disse que foi mal, estarei sendo injusto. Mas também esteve longe de ir bem. Ainda não justificou sua contratação.
GABRIEL MENINO – 5
REGULAR
Tendo Aníbal Moreno às suas costas, poderia ter se aventurado mais no campo e ataque. Mas o pior foram os espaços que deixou quando fomos atacados.
ANÍBAL MORENO – 6
BOM
Esteve bem nos desarmes e na marcação no meio-campo e, percebendo a necessidade, também foi ao ataque. Só saiu porque se cansou.
RAPHAEL VEIGA – 4,5
RUIM
Este rapaz deve estar passando por um sério problema pessoal, pois só isso pode explicar mais uma atuação sofrível. Aliás, sua escalação foi o um erro de Abel Ferreira, aliás admitido pelo próprio treinador na entrevista pós-jogo.
ESTÊVÃO – 7,5
ÓTIMO
Errou lances simples? Sim. Estava mal colocado e por isso impediu aquele que seria mais um gol de Rony? Sim. Mas foi ótimo nas jogadas individuais, muito bem nas finalizações, não se intimidou em momento algum e ainda por cima teve calma e talento para fazer o gol da vitória. O melhor do Palmeiras e o segundo do jogo, sendo superado apenas pelo goleiro do Botafogo/SP.
LÁZARO – 6,5
MUITO BOM
Outra partida muito boa deste rapaz, que chute muito bem de fora da área e também possui um bom drible. Pena ter se cansado já no fim da etapa final.
ENDRICK – 6,5
MUITO BOM
Até que enfim voltou a jogar algo parecido com o que pode e sabe. Foi participativo o jogo todo e bastante útil nessa vitória. Só não fez um golaço porque Michael praticou uma das várias grandes defesas no jogo e fez a bola se chocar à sua trave direita.
ABEL FERREIRA – 6,5
MUITO BOM
Nosso treinador foi, como ele mesmo gosta de dizer, “top” nesta noite. E ao dizer isso, talvez você se pergunte por que, então, sua nota e sua avaliação não foram ainda melhores do que as acima informadas. Explico: ele cometeu apenas um único erro no jogo, porém foi um erro tão previsível que o próprio técnico o admitiu na entrevista que concedeu logo após a partida.
Refiro-me à insistência na manutenção de Raphael Veiga no time titular. Faz muito tempo que o jogador, indiscutivelmente muito talentoso, vem jogando mal, apresentando um futebol pífio partida após partida. O meia parece estar pedindo pelo amor de Deus para ficar fora por alguns jogos, mas o portuga parece não querer ouvi-lo. Hoje, porém, deve lhe ter dado ouvidos, pois fez algo que raramente faz: promoveu uma alteração jpa no intervalo do jogo mesmo com o time não estando atrás do placar.
Pois foi justamente este ato que fez com que o Palmeiras melhorasse muito na etapa final. Normalmente, Luís Guilherme ou, então, Jhon Jhon seria o escolhido para o lugar de RV, mas Abel foi mais ousado e colocou Rony em campo. A partir de então, nosso time passou a jogar no 4-2-4, esquema tático utilizado no Brasil até a metade dos anos 70 e, como se sabe, muito ofensivo. Isso fez com que sufocássemos o Botafogo/SP, não permitíssemos mais seus contra-ataques (tanto que o gol de empate só saiu após três erros seguidos – de Ríos, Mayke e Lomba, pela ordem - e só não garantíssemos a vitória bem mais cedo pelos conhecidos erros dos nossos atacantes ou, então, por decisões da arbitragem, tanto de campo quanto de VAR, ao menos discutíveis.
Sempre que um treinador alterar a equipe visando ao ataque ele merecerá meu respeito.
RONY – 7
ÓTIMO
Outro que, enfim, voltou a jogar bola. Fez um gol que valeu, faria outro que só não aconteceu porque Estêvão, mal colocado, impediu que bola entrasse e marcou mais um anulado pelo VAR, em lance que pode ser considerado muito discutível. Será ótimo se continuar assim.
PIQUEREZ – 6
BOM
Entrou e melhorou demais o nosso lado esquerdo, sobretudo no aspecto ofensivo. Iniciou a jogada que culminou com o gol da vitória.
RICHARD RÍOS – 4,5
RUIM
Hoje foi mal. Perdeu bolas fáceis, quase deu um gol pros caras e foi o primeiro a falhar no gol, já que não cortou o cruzamento.
FABINHO – 5
REGULAR
Foi a campo para melhorar a marcação no meio-campo. E cumpriu seu papel sem comprometer, mas também sem brilhar.
RÔMULO – 6
BOM
Entrou no fim, quase sem tempo para ser analisado. Mas, mesmo jogando fora de sua posição (aberto pela esquerda), foi o responsável por ganhar duas divididas e cruzar com perfeição para Estêvão marcar. Precisa ganhar mais chances.
FOTOS: CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS
03/05/2024 at 15:36
Uai meu caro tutor Trevisan, o tal do VAR não foi criado para acabar com os erros no futebol ?
04/05/2024 at 1:31
Olá, Tadeu.
Exatamente. Mas para que isso aconteça é preciso que os “gênios” que o utilizam sejam capazes de fazê-lo.
E isso, no Brasil, é muito difícil.
Abs.
PS.: Só que a FIFA precisa alterar a regra do impedimento. O que acontece hoje é um desserviço ao futebol.
03/05/2024 at 15:04
Boa tarde caro Trevisan, que vitória suada, mais valeu a garra do menino Estêvão. e os gols anulados!!!
Abraço.
04/05/2024 at 1:32
Olá, Alfano.
Gol anulado tivemos apenas um – o problema é que foi mal anulado.
Quanto ao Estêvão, parece – repito: parece – que pintou mais um craque.
Abs.