QUASE SEMPRE NÃO É TODO DIA

Palmeiras pode até ser o time da virada, mas não virará todas as partidas.

Meus amigos.

Nunca gostei muito dessa história de “time da virada”, algo que nosso torcida parece gostar de cantar e nosso treinador parece adorar repetir. E o motivo é óbvio: se precisou virar um placar é porque começou perdendo, e se começou perdendo é porque, muito provavelmente, jogava mal. Então, sempre preferi sair na frente do placar e garantir, o quanto antes, uma vantagem no placar que tornasse mais simples a obtenção das vitórias.

O maior problema dessa história de “time da virada” é que nem sempre se consegue virar. Há jogos em que o adversário se posta melhor, joga melhor, e consegue segurar a vantagem que construiu até o fim do jogo. Isso acontece desde que foram dados os primeiros chutes numa bola de futebol, e acontecerá até que que seja disputada a última partida neste mundo de meu Deus.

Hoje, talvez tenhamos perdido porque não jogamos em casa, mas sim na distante Barueri/SP, onde o público costuma ser tão o mais ridículo quanto o de hoje (pouco mais de 13 mil pessoas). Talvez tenhamos sofrido o revés porque alguns jogadores estavam cansados em razão das condições do gramado do Barradão, onde jogamos no domingo. Talvez tenha sido porque nosso treinador demorou para mexer no time, ou então porque nossos jogadores mais uma vez erraram em lances decisivos.

Mas, na verdade, não importam muito os motivos que nos levaram a perder, mas sim que perdemos uma partida que dificilmente reverteremos (já que ganhar no Beira Rio é algo raríssimo para o Palmeiras) e que, desta vez, o tal “time da virada” não virou. E é assim mesmo: mesmo que quase sempre se consiga algo, não significa que se conseguirá este algo sempre.

Por fim, domingo teremos de ganhar – preferencialmente não de virada. Só que o adversário é o Flamengo/RJ. Que Deus nos ajude.

WEVERTON – 5
REGULAR

Sem culpa nenhuma no gol que sofreu. Mas também sem trabalho algum no jogo todo. 

MAYKE – 5,5
SATISFATÓRIO

Melhor no primeiro tempo, quando anulou Wanderson e ainda apoiou algumas vezes com qualidade, Na etapa final, sumiu.

GUSTAVO GÓMEZ – 5
REGULAR

Bobeou no lance em que cometeu o pênalti em Wesley que, para sua sorte, Borré perdeu. Na etapa final, sobretudo no fim do jogo, virou centroavante, numa invenção de Abel Ferreira.

MURILO – 5
REGULAR

Perdeu quase todas as disputas que teve com Borré, mas pelo menos soube se impor nas antecipações. 

PIQUEREZ – 4
MUITO RUIM

Para não dizer que não fez nada que prestasse em campo, deixou Endrick em ótimas condições para finalizar na etapa final – pena que o atacante desperdiçou a chance. Mas errou demais em lances individuais e, principalmente, na jogada que culminou com o gol do Inter/RS. Mais uma vez, foi o principal responsável pela nossa derrota.

ANÍBAL MORENO – 5,5
SATISFATÓRIO

Cumpriu sua missão de marcar em nossa intermediária e ainda apareceu algumas vezes no ataque, finalizando duas bolas.

RICHARD RÍOS – 5
REGULAR

Correu e se esforçou bastante, mas de produtivo, mesmo, conseguiu pouca coisa.

RAPHAEL VEIGA  – 3,5
PÉSSIMO

Chego a ficar em dúvida se ele de fato foi a campo. Uma das piores partidas que fez com a nossa camisa. Ausente o jogo todo, escondeu-se em campo e demorou demais para ser substituído. Vive nos últimos jogos uma péssima fase. 

ENDRICK – 5,5
SATISFATÓRIO

Melhor no primeiro tempo, quando mesmo distante da área realizou jogadas individuais com muita qualidade. Na etapa final, caiu bastante de produção e ainda perdeu uma boa chance após a única jogada decente de Piquerez em toda a partida.

LÁZARO – 6
BOM

Outro que foi melhor nos 45 minutos iniciais, sendo uma válvula de escape pela ponta esquerda e ainda dando uma força na marcação. Na etapa final, sumiu e foi corretamente substituído.

FLACO LÓPEZ – 5
REGULAR

Mais uma partida mais ou menos deste cara que, no fundo, todos sabemos que é apenas mais ou menos. Teve uma chance relativamente boa na etapa inicial, mas na maioria do tempo foi anulado por Vitão. 

ABEL FERREIRA – 4,5
RUIM

Não foi uma nem duas as vezes que, neste site, critiquei nosso treinador mesmo após vitórias. Também não foi uma nem duas as vezes que o elogiei mesmo depois de derrotas. Hoje, porém, me vejo obrigado a criticá-lo após termos perdiltedo uma partida, ainda que não tenha sido ele, nem de longe, o principal responsável pelo insucesso.

Ocorre, porém, que um treinador deve saber a hora de agir. Por um lado, não pode pensar apenas com o coração e promover uma série de substituições apenas porque o resultado não lhe é favorável. Mas, por outro, também não pode simplesmente se limitar a assistir ao jogo sem passar aos jogadores a certeza absoluta de que está pensando no que deve fazer para fazer o time melhorar.

Nesta noite, Abel Ferreira viu o Inter/RS dominar o Palmeiras nos primeiros 20 minutos e não conseguiu melhorar nossa equipe em absolutamente nada. Até melhoramos após Borré errar o pênalti e mandar a bola quase que para fora do estádio, mas ainda assim terminamos a primeira etapa em desvantagem no placar (devido, mais uma vez, à incompetência de Piquerez). O que se esperava do treinador? Que voltasse para o segundo tempo com, pelo menos, uma alteração. Mas, não: como acontece quase sempre, ele só foi mexer na equipe aos 18 minutos!

Erro ainda pior cometeu o portuga ao não perceber que Raphael Veiga nem se arrastava mais em campo – na verdade, se escondia, como bem fazia Diego Souza em seus tempos de Verdão. O meia só foi substituído aos 34, e ainda assim porque, segundo confirmou o técnico palmeirense na coletiva pós-jogo, ele próprio pediu – talvez envergonhado do que não produzira até então.

Como disse acima, Abel não foi o principal responsável por nossa derrota. Mas que deu uma forcinha para que isso acontecesse, isso ele deu.

GABRIEL MENINO – 5
REGULAR

Só entrou porque Ríos sentiu uma contusão no ombro. Não atrapalhou mas, com ele, o Palmeiras perdeu força na saída de jogo.

RONY – 5
REGULAR

Hoje, pelo menos, não perdeu nenhum gol. Porém,  chega a ser irritante sua obsessão por marcar gols de bicicleta. O cara se acha o novo Leônidas da Silva, mas está mais perto de ser o Leônidas da Selva.

MARCOS ROCHA – 5
REGULAR

Entrou para ser o zagueiro no lugar de Gómez, que foi jogar de centroavante (???!!!). Nem cheirou, nem fedeu.

RÔMULO – 5
REGULAR

Entrou numa fria, já aos 34 minutos do segundo tempo e com o time perdendo. Não chegou a ir mal, até tentou um chute de fora da área que levou um certo perigo, mas foi visível seu nervosismo. Tem muito a crescer. E crescerá, é certo.

ESTÊVÃO – 5,5
SATISFATÓRIO

Mostrou personalidade, e isso é muito positivo para um jogador que nem 17 anos completou. Os erros que cometeu são inerentes a alguém tão jovem como ele.

FOTOS: CESAR GRECCO/AG. PALMEIRAS

4 Responses to QUASE SEMPRE NÃO É TODO DIA

  1. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, acho que foi o pior jogo deste ano, derrota amarga, agora quero ver no próximo Domingo contra os BamBans

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      De fato: nem quando perdemos do Santos/SP na primeira final do Paulistinha fomos tão mal.

      Quanto ao jogo de domingo, foi como escrevi: que Deus nos ajude.

      Abs,

  2. Marcos Alvim

    Prezado Trevisan e amigos
    Algumas decisões da diretoria fazem os resultados. Jogar em Barueri é isto aí. Desprezo a um campeão e a sua torcida
    Dna Leila é a responsável por isto
    O Veiga parece estar sempre cansado , passou da hora de saca lo do time. Está claro que tem problemas. Já o Piquerez virou rotina este cara jogar mal

    • Márcio Trevisan

      Olá, Marcos.

      Permita-me esclarecer: Leia Pereira não tem responsabilidade alguma pelo Palmeiras jogar em Barueri/SP. O que existe é o direito da WTorre de realizar shows na nossa arena, direito este que terminará somente em julho de 2044.

      Mas, sem a possibilidade de atuar no Palestra e sem o Pacaembu, ainda em reformas, ou jogamos lá ou, então, teremos de atuar no Interior paulista, já que não há clima para atuarmos no Morumbi, como aconteceu no ano passado.

      Abs.

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