Apático, Palmeiras perde na Vila. E precisará, de novo, ser o time da virada.

Meus amigos.

Da mesma forma que não se deve jogar um clássico como se fosse apenas um  jogo qualquer, não se deve jogar uma decisão como se fosse apenas um clássico qualquer. E, sabe-se lá por que, foi desta forma que o Palmeiras encarou a primeira partida decisiva deste Paulistinha.

Daí que a derrota por 1 a 0 para o Santos/SP na Vila Belmiro, que colocou fim a uma invencibilidade que já durava 20 jogos, foi por este aspecto merecida. Até porque nosso adversário atuou de forma completamente oposta: ciente de sua inferioridade técnica e de que apenas uma vitória em sua casa lhe manteria com chances de ser campeão, disputou cada jogada como se fosse a última – ou a única.

Mesmo assim, nem de longe sofremos uma grande pressão ou escapamos de uma goleada. E o motivo é simples: os caras jogaram hoje tudo o que podem jogar, e esse “tudo” é capaz de conseguir apenas o que eles conseguiram – uma vitória pelo placar mínimo, e ainda assim obtida graças a erros individuais tanto em nosso ataque quanto em nossa defesa.

Por outro lado, me parece pouco provável que no domingo que vem, diante de nossa torcida e em uma Arena Palestra Itália certamente lotada, o Verdão jogue tão mal e tão desinteressado quanto jogou hoje. Em outras palavras: se o Peixe repetir a atuação desta noite e o Palmeiras não reeditar o que fez neste domingo, as chances do tri ainda estarão bem vivas.

Mais uma vez, teremos de provar que somos o time da virada. Ou então passaremos a vergonha de perder um título para uma equipe de Segunda Divisão. 

WEVERTON – 6,5
MUITO BOM

Não fossem três boas defesas, duas delas no primeiro tempo, nossa derrota poderia ter sido por um placar maior. No gol que levou, não teve culpa alguma. 

MARCOS ROCHA – 4,5
RUIM

De vez em quando ele nos “presenteia” com uma atuação como a de hoje. Foi mal tanto como zagueiro quanto como lateral, levando um baile de Guilherme (aliás, o melhor em campo). Deveria ter sido sacado já no intervalo.

LUAN – 5
REGULAR

Como o Santos/SP é nulo no comando do ataque, seja lá quem nele atue, teve uma atuação sem brilho, mas também sem sustos. O que no caso dele já é uma grande coisa.

MURILO – 6
BOM

Foi bem nas jogadas aéreas, mas hoje não teve uma única saída de jogo com qualidade. 

MAYKE – 5,5
SATISFATÓRIO

Bem mais tímido no apoio, o que contradisse sua condição de ala. Mas também não poderia abandonar a marcação já que MR levava um drible após o outro de Guilherme.

ANÍBAL MORENO – 5,5
SATISFATÓRIO

Sua missão era anular Giuliano, o que conseguiu (o meia santista mal tocou na bola). Mas errou alguns passes que normalmente não erra.

ZÉ RAFAEL – 4,5
RUIM

Mais um jogo bem abaixo do que pode e sabe. Lento, desatento, atrapalhou toda vez que tentou iniciar alguma jogada. Outro que ficou tempo demais em campo.

RAPHAEL VEIGA  – 4,5
RUIM

Sabem qual é a diferença entre um ótimo jogador e um craque? Simples: um craque se livra de quase todas as marcações individuais que recebe; já o ótimo jogador nem sempre consegue tal feito. O amigo aí de cima – que hoje nem nas bols paradas se destacou – já mostrou que, quando tem alguém fungando no seu cangote, ele simplesmente some em campo. Hoje foi apenas mais uma vez. 

PIQUEREZ – 4
MUITO RUIM

O pior do nosso time e o principal responsável pela derrota, já que permitiu que Otero saísse de suas costas e cabeceasse para o gol. Para piorar, ainda por cima abriu os braços, como se quisesse voar. Aliás, ele bem que poderia voar, mesmo, só que para bem longe da Academia.

ENDRICK – 6
BOM

Visivelmente incomodado com as dores na coxa que ainda sente, não foi o atacante agudo e talentoso que, sabemos, pode e sabe ser. Mas deixou o cidadão aí de baixo na cara do gol logo aos 4 minutos de jogo e não tem culpa se o dito cujo perdeu um gol que não se pode perder nunca, muito menos em uma decisão.

FLACO LÓPEZ – 4
MUITO RUIM

Sabe o que é pior do que perder um gol feito logo nos primeiros minutos de uma decisão? Permitir que tal erro interfira no restante de sua atuação. E foi exatamente o que ele fez hoje: sentiu a m…. que fez e, depois dela, sumiu em campo. 

ABEL FERREIRA – 6
BOM

Não responsabilizo nosso treinador pela derrota de hoje.

Em minha opinião ele acertou, sim, ao repetir a escalação do jogo semifinal, muito embora também naquela partida a equipe tenha apresentado visíveis dificuldades para jogar um futebol que condissesse com sua história recente. E o motivo é simples: com esta mesma formação tática (3-5-2) e com estes mesmos jogadores, o Palmeiras já mostrou um futebol bastante elogiável.

Além disso, as mudanças que fez na equipe visaram não somente torná-la mais ofensiva mas também resultaram em um time muito mais presente no campo de ataque e muito mais perigoso nas conclusões. Tanto que o empate só não aconteceu graças a duas grandes defesas de João Paulo.

Claro que Abel Ferreira poderia ter sido mais ágil ao promover as mudanças – este foi o seu erro. Levamos o gol de Otero aos 2 minutos, e ele só colocou Lázaro, Ríos e Rony aos 20. Não se pode garantir mas, de repente, se os três tivessem entrado já durante o intervalo ou, então, uns 10 minutos antes talvez ainda tivéssemos a chance de sermos tricampeões invictos. 

Outro ponto a favor do nosso portuga foi ter percebido que a entrada de Pedrinho tornaria ainda pior a já sofrível atuação de Piquerez. Ao substituí-lo por Vanderlan, ele não só melhorou a marcação no setor como também aumentou nossa presença ofensiva pela esquerda.

Espera-se, agora, que ele tenha a sabedoria para escalar a melhor formação possível na estreia da Libertadores, quarta-feira, na Argentina, e que principalmente consiga fazer o Palmeiras voltar a ser domingo que vem o que o Palmeiras não foi neste domingo: o Palmeiras. 

RICHARD RÍOS – 5,5
SATISFATÓRIO

Após entrar o Palmeiras se tornou bem mais criativo no meio-campo e bem mais perigoso no ataque. Errou passes e exagerou na posse de bola, como sempre, mas de novo deu uma melhor dinâmica ao setor.

RONY – 6
BOM

Hoje gostei. Lutou muito, incomodou os zagueiros santistas e quase fez dois gols.

VANDERLAN – 5,5
SATISFATÓRIO

Jogou muito menos tempo do que Piquerez e, mesmo assim, foi bem superior ao uruguaio. Marcou bem Pedrinho e fez boa dupla com Lázaro pela esquerda. 

LÁZARO – 6
BOM

Outro que entrou bem. Ousado, ganhou todas as jogadas pela esquerda e obrigou o técnico dos caras e trocar o lateral-direito.

ESTÊVÃO – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

Jogou apenas 10 minutos, sem tempo para ser avaliado.

FOTOS: FÁBIO MENOTTI/AG. PALMEIRAS