É MELHOR LAMBER OS BEIÇOS

Palmeiras volta a jogar “um pouquinho” e arranca empate onde quase sempre perde

Meus amigos.

O Palmeiras disputou nesta noite sua partida número 49 no Estádio José Pinheiro Borda, infinitamente mais conhecido por Beira Rio. E, até hoje, forma apenas oito as partidas que conseguimos vencer o Internacional/RS em seu estádio (também aconteceram 13 empates e em incríveis 28 jogos acabamos derrotados!). Além disso, passamos quase 19 anos sem conseguir ganhar dos caras no campo deles, de dezembro de 1997 a julho de 2016, período em que atuamos por lá 14 vezes, empatamos quatro e levamos 10 piabas. 

Pelo parágrafo acima, já se pode ter uma ideia bem clara do quanto é, historicamente, difícil para o Verdão ganhar do Colorado quando o jogo acontece diante da torcida vermelha e branca. E vale lembrar que as dificuldades não se limitam apenas a períodos em que nossas equipes não eram grande coisa ou mesmo ruins – até mesmo na época das duas Academias era muito complicado jogar lá. Por isso, pode estar certo, prezado palmeirense, que devido à fase que atravessamos e, sobretudo, os desfalques que tivemos, o empate sem gols deste domingo foi, sim, um bom resultado, ainda que o pontinho que ganhamos nos tenha deixando ainda mais distante do líder momentâneo do Campeonato Brasileiro.

O futebol um pouquinho melhor melhor em relação às últimas apresentações  – vale lembrar que poderíamos ter aberto o placar ainda aos 17 minutos do primeiro tempo não fosse a estúpida falha de conclusão de Raphael Veiga – se deveu, na opinião deste amigo de vocês, a dois fatores: o primeiro foi o esquema tático 4–4-2, que povoou mais o meio-campo e impediu que o Inter/RS criasse suas principais jogadas onde mais gosta; o segundo foi Abel Ferreira ter conseguido devolver, ainda que em parte, a autoconfiança que o time perdeu nas últimas partidas e maus resultados que obteve.

Poderia ter sido melhor? Claro que sim, até porque tivemos mais chances claras de gol, sobretudo na etapa final, mas dadas as circunstâncias citadas acima citadas, acho que devemos ficar, se não contentes, ao menos conformados. Afinal, empatar com o Internacional/RS no Beira Rio pode ter sido o “start” que dará início à nossa recuperação Brasileirão, algo essencial para que cheguemos aos confrontos da Copa Libertadores da América em um momento muito melhor do que o atual.

Que assim seja! 

WEVERTON – MUITO BOM
NOTA 6,5

O melhor do Palmeiras. Nas poucas vezes em que o Inter/RS esteve perto de abrir o placar, ele estava pronto para impedir. 

MARCOS ROCHA – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

 Sua presença deu maior poder de marcação e não o impediu de apoiar quando nos foi possível.

GUSTAVO GÓMEZ – BOM
NOTA 6

Esteve bem nos desarmes e, principalmente, nas jogadas aéreas.

MURILO – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Sua missão foi marcar o estreante Enner Valencia, e o centroavante do time gaúcho não nos deu lá muito trabalho. E por muito pouco não fez aquele que seria o gol da vitória do Verdão.

PIQUEREZ – REGULAR
NOTA 5

Furou uma bola no primeiro tempo que poderia ter nos causado sérios problemas, mas se recuperou na etapa final tanto na marcação quanto no apoio.

ZÉ RAFAEL – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Deu à nossa zaga a segurança de que precisava durante todo o jogo. E ainda iniciou algumas jogadas ofensivas.

GABRIEL MENINO – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Sua participação se deu mais no campo de ataque, aparecendo sempre à frente da defesa colorada. E ainda quase fez um gol, já no fim do jogo.

RAPHAEL VEIGA – MUITO RUIM
NOTA 4

Se não abrimos o placar ainda na etapa inicial foi devido exclusivamente à imperdoável chance que desperdiçou, já dentro da pequena área. Para piorar, desapareceu do gramado após isso. Demorou demais para ser substituído.

JHON JHON – BOM
NOTA 6

Boa partida deste rapaz, que atuou na faixa central esquerda. Além de dar uma força marcando a saída de bola do Inter/RS, ainda trabalhou como articulador e até finalizador de jogadas.

ARTUR – RUIM
NOTA 4,5

Creio que seja o tipo de jogador que, quando o time está bem, cresce muito e joga demais, mas quando a equipe passa por uma má fase ofusca-se e acaba tendo atuações como as dos últimos jogos. Sem os dois principais atacantes do time, caberia a ele ser o protagonista ofensivo do nosso time, porém mais uma vez ele nos decepcionou. Sua avaliação e nota não são ainda piores porque, quando foi deslocado para o lugar de Veiga, conseguiu criar um ou outro lance de melhor qualidade.

 LÓPEZ – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Tentou, dentro de suas visíveis limitações técnicas, ajudar o time. Não deu muito certo, mas valeu pelo esforço.

ABEL FERREIRA – BOM
NOTA 6

Nosso treinador teve uma boa atuação nesta noite. Sem poder contar com seus dois principais e mais perigosos atacantes (cujas ausências explicadas por leves contusões não me convenceram nem um pouco), mandou a campo um time no 4-4-2 e, com isso, impediu que o Inter/RS dominasse o setor. Em nenhum momento da partida, por sinal, a equipe colorada nos pressionou – aliás, ao contrário: sobretudo na etapa final, foi o Palmeiras quem mais perto da vitória esteve, e se não a conseguiu foi devido, principalmente, à indesculpável falha cometida por Raphael Veiga e, também, à boa atuação do goleiro Jhon. O retorno de Murilo à equipe titular e a presença de “Flaco” López entre os 11 que começaram o clássico interestadual também foram acertos do português, pois apesar das boas partidas feitas por Luan (com exceção, claro, da mais recente) não existe comparação entre estes dois zagueiros, e insistir com o inócuo Endrick no comando do ataque seria perder mais tempo. Nas substituições, é verdade, poderia ter ido um pouco melhor, pois demorou demais para sacar Veiga e resolveu dar mais uma oportunidade a Endrick mesmo sabendo que o garoto anda mal demais. Por outro lado, acertou quando colocou Ríos no lugar de Menino, pois isso deu mais qualidade ao nosso meio-campo e também quando testou Artur no meio. Mas o melhor de tudo foi ter conseguido fazer o Verdão voltar a querer vencer, algo que faltou nas últimas partidas. Que assim permaneça daqui em diante.

RICHARD RÍOS – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Entrou e deu uma melhor qualidade técnica em nossa saída de jogo. Porém, como quase sempre acontece, irritou ao prender demais a bola.

BRENO LOPES – BOM
NOTA 6

Jogou pela direita e deu um certo trabalho à marcação gaúcha. No fim, quase fez mais um gol em Jhon (o que seria hilário).

ENDRICK – REGULAR
NOTA 5

Mais uma vez teve tempo suficiente para criar alguma coisa que prestasse, mas não conseguiu. Leva nota e avaliação acima porque ainda é muito jovem, mas ainda não jogou o que todos esperávamos que jogaria. Aliás, será que até julho do ano que vem ele conseguirá jogar?

 

FOTOS: CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS

12 Responses to É MELHOR LAMBER OS BEIÇOS

  1. roberto alfano

    Boa noite caro Trevisan, muito boa sua crônica pois nos mostra o quanto é difícil jogar lá no Beira Rio casa do Inter, bem lembrado vale como teste para Libertadores, agora é descansar para próxima pauleira.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      Peço desculpas pela demora na resposta e agradeço o elogio.

      Pauleira é o que não nos faltará nos próximos jogos. Confira:

      22.07.2023 Campeonato Brasileiro Palmeiras x Fortaleza/CE
      30.07.2023 Campeonato Brasileiro América/MG x Palmeiras
      02.08.2023 Copa Libertadores Atlético/MG x Palmeiras
      05.08.2023 Campeonato Brasileiro Fluminense/RJ x Palmeiras
      09.08.2023 Copa Libertadores Palmeiras x Atlético/MG
      12.08.2023 Campeonato Brasileiro Palmeiras x Cruzeiro/MG

      Abs.

  2. Fazendo uma análise sem clubismo, eu sinto que esse ano não vai render mais nada. Espero que esteja enganado mas não vejo tesão como o Márcio falou na coluna passada.

    • Márcio Trevisan

      Ed: isso é função do treinador resolver.

      Assim como também é obrigação dele exigir reforços para os lugares daqueles que não querem mais nada com nada, se estes de fato existirem.

      Abs.

  3. O que se passa com Raphael Veiga ?

    Arthur, é o jogador iôiô. Nunca vai sair disso.

    Endrick, pra mim é o novo Keirrison. Vai fazer bate volta na Europa.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Ed.

      Peço desculpas pela demora na resposta.

      Em relação a Veiga, temo ser uma estratégia – eu jogo menos do que posso e o Palmeiras me vende mais facilmente.

      Em relação a Artur, adorei sua definição – perfeita.

      Em relação a Endrick, vc lembrou bem: Keirrison foi cedo demais para a Europa e teve de voltar rapidinho. Mas aconteceram também outros problemas bem grandes com o rapaz.

      Abs.

  4. Bom dia, Márcio.

    É verdade, considerando o histórico devemos lamber os beiços com este empate no Beira Rio.

    Não quero ser instigador, nem o promotor de situações desconfortáveis neste momento turbulento, mas gostaria de ouvir a sua opinião sobre duas situações:

    1. Até onde eu sei, Dudu tem o maior salário do Verdão. Antes da segunda partida contra o SPFC pela Copa do Brasil, teve um papo reto com Abel é um desempenho ruim naquele jogo. Não viajou com a equipe ontem e a razão dada foi poupá-lo das inúmeras partidas que tem jogado como titular. Outros jogadores tem jogado tanto ou mais que ele e participaram da partida de ontem. Você acredita que há uma insatisfação do Abel com o atual momento do Dudu e que isto possa estar prejudicando o ambiente?

    2. Eu tenho notado que os jogadores que são substituídos durante os jogos saem com aquele famoso aceno negativo com a cabeça. GM fez isso ontem de forma bem evidente. Penso que isto é um desrespeito com Abel e a comissão e coloca a credibilidade do trabalho em xeque. Você notou esta situação? Será que o Abel começou a mexer em um vespeiro?

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Valter, salve!

      Peço desculpas pela demora na resposta.

      Vamos às suas respostas:

      1 – Dudu está mal tecnicamente e pior ainda fisicamente – tanto que sempre cai muito de produção no segundo tempo. Nesta semana ele, assim como Rony, farão um trabalho físico específico e diferenciado dos demais.

      2 – Quando um jogador sai e dá sinais de que não concorda, nem sempre é contra a decisão do treinador, mas sim pelo fato de não ter jogado bem. No caso do GM, ele já estava “amarelado” e por isso deve ter ficado irritado.

      Abs.

  5. M I S E R I C Ó R D I A. !!!
    Apenas 1 jogo por semana.
    São as tais semanas LIVRES pra treinamento.
    Agora sim vem a tragédia total. !
    Abçs.

  6. Marcos Alvim

    Prezado Márcio e amigos palestrinos

    Se o Dudu está com outras ideias e não tem motivação ou tesao para jogar que vá para o banco ou que seja negociado o mesmo vale para o Veiga e que a Tia Leila agora tardiamente nos traga um 10 de verdade !!! Que entre com garra e vontade de ser campeão!!! Por exemplo um Soteldo, um Phelipe Coutinho , ou quem sabe ….
    Quanto ao Endrik o cara sabendo que pertence aí Real Madrid o que vai se arriscar jogando pelo Palmeoras ???

    Abraços

    • Márcio Trevisan

      Olá, Marcos.

      Peço desculpas pela demora na resposta.

      Não creio que falte motivação ao Dudu. Ele está é em má fase desde o começo do ano e também fisicamente abaixo do normal – por isso ficou de fora do último jogo, assim como Rony.

      Já em relação a Veiga, pode ser uma estratégia: ele joga mal e, com isso, o clube não faz esforços em mantê-lo agora ou no fim da temporada.

      Por fim, quanto a Endrick acho que o que lhe falta é maturidade, mesmo.

      Abs.

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