Frase de Abel Ferreira em coletiva escancara situação do Palmeiras na finalíssima do Paulistinha.

Meus amigos.

Na mais do que centenária e gloriosa história do Palmeiras, talvez a frase dita durante entrevista coletiva pelo seu treinador seja, se não a mais, com certeza uma das mais mais verdadeiras. Sinceramente não me recordo de um técnico ser tão feliz tanto quanto foi o nosso português ao resumir a situação em que nossa equipe ficou após a humilhante derrota para o Água Santa/SP por 2 a 1, no primeiro jogo final do Paulistinha, hoje à tarde, em Barueri/SP.

Sei que muitos poderão dizer que menosprezo o time de Diadema/SP ao concordar com Abel Ferreira, mas não é isso. O que eu e ele pensamos é que a diferença técnica entre ambas as equipes é tão abismal que qualquer outro resultado domingo que vem que não seja a conquista do bicampeonato do Paulistinha será, sem dúvida alguma, uma das páginas mais vexatórias destes quase 109 anos de existência palestrina/palmeirense. E olha que nem entrei no campo da trajetória, já que se o fizesse seria prova de brutal covardia dadas as idades de ambos os clubes.

Mas, afinal, como o Palmeiras conseguiu perder – aliás merecidamente – para um adversário tão fraquinho? A resposta é simples: porque tinha certeza de que abriria o placar quando quisesse, depois que empataria quando bem entendesse e, por fim, que chegaria à virada quando lhe desse na telha. Ou seja: faltou ao nosso time neste domingo a tal da competitividade tanto alardeada por Abel Ferreira, a qual sempre se vê em campo, mas que hoje não deu as caras na Arena Barueri. Além disso, os erros individuais, tanto ofensivos quanto defensivos, nos foram fatais.

Contudo, não teve o Água Santa/SP nenhum mérito? Sim, e muitos, sendo o principal deles ter percebido a apática atuação de vários de nossos jogadores e, por isso, ter tido também a coragem para nos atacar. Daí que sua vitória foi pra lá de justa, e poderia ter sido por um placar ainda maior se a trave não tivesse nos salvado de levar mais um gol.

Só que vou lhe ser sincero, aliás como sempre sou: não acredito que na semana que vem, numa Arena Palestra Itália de novo lotada, o Verdão jogue mais uma vez tão mal quanto jogou hoje. Por isso, se apresentar um futebol apenas um pouco melhor, este já será mais do que suficiente para garantir mais uma festa verde e branca. E digo mais: por este aspecto, foi até melhor termos perdido hoje, pois se tivéssemos empatado talvez assistiríamos na grande decisão ao replay do jogo desta tarde.

Não sou a Mãe Dinah, prezado palmeirense, mas tenho certeza: no Domingo de Páscoa a vergonha irá, sim, passar – só que bem longe do Palmeiras. 

WEVERTON – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Quase fez uma lambança numa saída do gol, mas se recuperou ao evitar um gol certo com grande defesa.

MARCOS ROCHA – REGULAR
NOTA 5

Eu sei: ele foi o grande responsável pelo gol que nos levou à derrota. Por outro lado, evitou um gol certo ainda no primeiro tempo. 

GUSTAVO GÓMEZ – REGULAR
NOTA 5

Foi bem nas coberturas, mas errou feio no primeiro gol do Água Santa/SP.

MURILO – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Destacou-se nas antecipações e em alguns bons lançamentos ao ataque. Defensivamente, não comprometeu.

PIQUEREZ – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Vinha bem no aspecto ofensivo, apoiando bastante e buscando sempre jogadas com Breno Lopes. Mas se machucou no fim do primeiro tempo e teve de ser substituído.

ZÉ RAFAEL – REGULAR
NOTA 5

Tomamos o primeiro gol por irresponsabilidade sua, que perdeu uma bola no ataque e não conseguiu nem fazer a falta. Rocha o salvou, é verdade, mas no escanteio acabamos levando. Por outro lado, fez bons desarmes e iniciou algumas boas jogadas em nossa intermediária defensiva.

GABRIEL MENINO – RUIM
NOTA 4,5

Não fosse tão individualista, teríamos aberto o placar em Barueri/SP. Mas ao não tocar para Rony, livre, e dentro da grande área, prejudicou muito o Palmeiras. É por causa de lances assim que certamente perderá a posição para Richard Ríos.

RAPHAEL VEIGA – REGULAR
NOTA 5

Mais um jogo bem abaixo do que se esperava. No primeiro tempo, aceitou passivamente a marcação; na etapa final, até tentou algumas jogadas, mas nada que surtisse efeito. Se tivesse um reserva no banco teria sido substituído.

BRENO LOPES – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Ficou bem perto de abrir o placar logo no começo da partida, o que só não conseguiu graças à grande defesa de Ígor Vinhas. Mas não foi o jogadpr agudo pela ponta de que o Verdão tanto precisava.

RONY – BOM
NOTA 6

Mesmo sem ter uma grande atuação, foi o nosso melhor atacante (ao lado de Endrick). Pelo menos provocou várias faltas e não se furtou a lutar por todas as bolas. 

DUDU – RUIM
NOTA 4,5

Pelo amor de Deus! Esta é, com certeza, a pior fase desde que chegou ao nosso time. Além de não conseguir uma única jogada individual, ainda por cima perdeu a chance de fazer o 1 a 0 tendo à sua frente apenas o goleiro.  

ABEL FERREIRA – BOM
NOTA 6

Nosso treinador, apesar da derrota, teve um bom trabalho nesta tarde. Seu primeiro acerto foi mandar a campo o time principal, tendo neste a presença de apenas um suplente – Breno Lopes. Também foi bem ao mandar a equipe pressionar desde o começo do jogo, algo que só não surtiu efeito devido a duas ótimas defesas do goleiro adversário e, claro, também à má pontaria de nossos atacantes. Com o placar adverso, não bobeou e, já no intervalo, mandou a campo Endrick, alterando a posição de Rony e tornando o Palmeiras mais ofensivo. Também não teve muita paciência – e nem poderia ter – com Dudu, sacando-o aos 25 da etapa final e colocando em seu lugar Giovani (se o garoto mais uma vez decepcionou não podemos colcar tal responsabilidade sobre os ombros do português, certo?). O mesmo vale em relação a troca de Menino por Fabinho, que melhorou pelo menos um pouco nossa marcação no setor. Mas, como disse no título desta crônica pós-jogo, Abel se destacou mais pela perfeita frase que disse durante a coletiva de Imprensa. Se fosse só por ela, mereceria nota 10.

FABINHO – REGULAR
NOTA 5

Entrou para diminuir os espaços em nossa intermediária defensiva e ainda apareceu algumas vezes na área. Mas ainda não está preparado para ser titular.

VANDERLAN – REGULAR
NOTA 5

Pelo menos desta vez não foi tão mal quanto em suas últimas apresentações. Mas não conseguiu dar ao time o poder ofensivo que vinha sendo feito por Piquerez.

ENDRICK – BOM
NOTA 6 

Perdeu ótima chance assim que começou o segundo tempo, praticamente recuando a bola para Vinhas. Mas se recuperou ao, finalmente, marcar pela primeira vez neste ano e também por ótima jogada individual quase no fim da partida.

JAÍLSON – SEM AVALIAÇÃO
SEM NOTA

Jogou apenas 8 minutos, sem tempo para ser analisado.

GIOVANI – RUIM
NOTA 4,5

De novo teve um bom tempo – 28 minutos – para mostrar seu futebol, e de novo não conseguiu. Na verdade, não acertou uma única jogada. E tentou várias.

FOTOS: CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS