PALMEIRAS NA PONTA. QUAL A NOVIDADE?

Empate sem gol em Campinas/SP garante Verdão na liderança isolada do Paulistinha

Meus amigos.

Houve um tempo, e nem faz tanto tempo assim, em que o que hoje é corriqueiro na vida do nosso time era algo raro, ou até mesmo quase impossível. Terminar as fases preliminares de competições com a melhor campanha dentre todos os os participantes era, dadas as condições dos times que tínhamos, um objetivo sequer almejado, quanto mais concretizado. Todos vocês, estou certo, se lembram daquela terrível fase.

Para a nossa alegria e desespero de todos os demais adversários, a situação se inverteu completamente nos últimos anos. Não ganhamos – e nem poderíamos ganhar, claro – todas as competições, mas as disputamos sempre na condições de favoritos e, o que é melhor, muitas vezes confirmamos tal situação. É o que, mais uma vez, aconteceu neste Paulistinha. A superioridade palmeirense em relação aos outros 15 clubes foi flagrante, e não o apontar como o provável campeão seria fechar os olhos a uma realidade indiscutível.

Hoje, por sinal, tivemos um bom exemplo disso. A partida diante do Guarani/SP no Estádio Brinco de Ouro da Princesa esteve longe de ser uma das nossas melhores. Disputada sob um calor senegalês e um sol de rachar taquara, não se poderia esperar algo muito melhor do que aquilo que conseguiram entregar os palmeirenses. Sobretudo no primeiro tempo, em que a temperatura oscilou entre os 30º C e os 33º C, foi visível a dificuldade que tivemos em apresentar o futebol que todos conhecem. Só mesmo na etapa final, com parte do gramado já sob sombra, é que o Palmeiras impôs um pouco mais o seu ritmo e, aliás, só não chegou à vitória devido a erros grotescos de Raphael Veiga e Rony, que perderam claríssimas chances de gol e poderiam, não fosse o tropeço do nosso próximo adversário, ter nos tirado a melhor campanha e a vantagem de decidir a próxima fase – e as demais às quais nos classificarmos posteriormente – na Arena Palestra Itália.

Por falar no São Bernardo/SP, é bom que todos fiquemos muito, mas muito espertos. Além de ser um bom time, é também muitíssimo bem dirigido pelo melhor técnico do campeonato, Márcio Zanardi (que, aliás, por muito tempo trabalhou em nossas categorias de base). Mas o mais complicado não é nem isso, e sim o fato de que no próximo fim de semana o “Bernô” entrará em campo livre, leve e solto, já que a obrigação de vitória é sempre do maior time.

E não há nada mais perigoso do que um oponente irresponsável e que não tem nada a perder.

WEVERTON – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Não fosse uma saída da meta ainda no primeiro tempo, na qual foi atingido involuntariamente na região das costelas, e nada teria feito no jogo todo.

 

MARCOS ROCHA – BOM
NOTA 6 

Devido ao forte calor, apareceu pouco no apoio. Mas foi muito útil nos lançamentos para Dudu, Giovani e Rony.

 

 
GUSTAVO GÓMEZ – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Não teve  muito trabalho, já que o ataque bugrino pouco criou. Tomou conta de quem apareceu à sua frente e ainda deixou RV na cara do gol.

 

MURILO – BOM
NOTA 6

Destacou-se sobretudo pelas antecipações e desarmes, inclusive iniciando algumas jogadas de ataque.

 

PIQUEREZ – BOM
NOTA 6

Defensivamente, como quase sempre, deixou a desejar. Mas no único lance em que foi essencial à marcação, evitou um gol certo.

GABRIEL MENINO – REGULAR
NOTA 5
Mais atento à marcação devido à boa qualidade bugrina no setor, pouco apareceu no ataque. Mas ainda assim quase fez um gol de cabeça.
ZÉ RAFAEL – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5
Teve uma atuação dentro da média. Mas se irritou com um adversário, recebeu o amarelo e teve de ser substituído para não ganhar o vermelho.
RAPHAEL VEIGA – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5
Oscilou entre bons e maus momentos, mas infelizmente perdeu um gol feito que poderia ter nos custado muito caro.
DUDU – BOM
NOTA 6
Enquanto teve perna, foi nosso principal atacante. Esteve bem perto de marcar dois gols, ambos no primeiro tempo.
GIOVANI – REGULAR
NOTA 5
Ganhou um lugar no time titular mas não o aproveitou como poderia. Conseguiu algumas jogadas, mas não o suficiente para se destacar.
RONY – RUIM
NOTA 4,5
Não gostei. Na etapa inicial não tocou na bola. No segundo tempo, recebeu de Endrick e conseguiu perder uma chance claríssima.
ABEL FERREIRA – BOM
NOTA 6
Nosso treinador viveu bons e maus momentos neste domingo. Começou acertando na escalação inicial, poupando apenas um titular – Endrick – por estar pendurado. Teve, sim, de correr o risco de perder outros dois (Menino e Dudu), mas não poderia agir diferente já que a liderança do grupo e do campeonato não estavam asseguradas. Seu erro, porém, se deu no intervalo, quando sacou Giovani (que não estava bem, é fato) e colocou Endrick, quando quem deveria ter saído era Rony, de longe o pior homem em campo nos primeiros 45 minutos. Compensou tal falha, porém, sacando Zé Rafael imediatamante após o volante ser advertido com o cartão amarelo, pois obviamente o risco de expulsão era muito grande. Pela mesma razão tirou Piquerez, embora pudesse ter dado uma chance a Vanderlan, que é da posição, em vez de improvisar Mayke. De qualquer forma, montou o time para vencer, e se isso não aconteceu não foi por sua culpa, e sim por erros individuais de Rony e Veiga.    
 

MAYKE – REGULAR
NOTA 5
Entrou improvisado na leteral esquerda e fez o que se chama de “feijão com arroz”, ou seja, não inventou.
JAÍLSON – REGULAR
NOTA 5
Só foi a campo logo no começo do segundo tempo porque ZR recebeu o amarelo. Jogador para compor o elenco e nada mais.
ENDRICK – REGULAR
NOTA 5
Sofreu porque a bola quase nunca lhe chegou, mas poderia ter buscado o jogo em vez de ficar esperando. Mesmo assim, deu um passe perfeito para Rony perder um gol feito.
BRUNO TABATA – REGULAR
NOTA 5
Ciscou pra lá, ciscou pra cá, mas de efetivo pouco ou quase nada criou. Outro que veio para ser reserva. E com “R” maiúsculo.
FABINHO – REGULAR
NOTA 5
Só jogou porque Menino estava pendurado. Nos os 15 minutos em que esteve em campo, não comprometeu.
FOTOS: CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS

4 Responses to PALMEIRAS NA PONTA. QUAL A NOVIDADE?

  1. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, mesmo não jogando bem, pudera na tarde quente de Campinas chegamos, agora é no mata-mata contra o mais organizado time.

    Como diz o Abel é jogar com a cabeça e o coração, avanti palestra.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      Campinas/SP, quando faz calor, faz calor pra valer. Lembro-me de um Guarani x Corinthians que fui cobrir, nos anos 90, e quase desmaiei no Brinco de Ouro da Princesa.

      Agora, permita-me uma correção: o jogo contra o São Bernardo é apenas “mata”, pois será único.

      Abs.

  2. Boa tarde, Márcio.

    Que joguinho mais sem graça o de ontem. Nossos jogadores, nitidamente, estavam torcendo é para o tempo passar rápido para que eles fossem o mais cedo possível para o chuveiro. De longe, o pior jogo do Paulista 2023.

    No último post fiz algumas perguntas e comentários que, infelizmente, não consegui ler as respostas. Por isso, me permita fazê-las novamente aqui, sendo a primeira uma que não havia feito:

    1. Por que você acha que o Endrick começou no banco na partida de ontem? Será que Abel está querendo encaixar o menino em outra posição ou percebeu que ele pode ser “queimado” se continuar a jogar e não marcar gols?

    2. Vendas milionárias aconteceram (Scarpa, Danilo e Endrick) e nenhum reforço apareceu. Nossa presidente, ao contrário, comprou um avião. Como você analisa esta situação? A Leila está mais interessada em seus negócios do que administrar um clube de futebol?

    3. Você concorda com esta filosofia de preencher as lacunas usando apenas as categorias de base? Não valeria a pena trazer alguns reforços mais “calejados” para compor o elenco?

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Valter, salve!

      Conforme lhe expliquei por outra via, mais uma vez tive problemas com a empresa que hospede o nosso site. Para lhe ser sincero, já estou com o saco cheio das desculpas que eles inventam cada vez que me criam problemas.

      Mas vamos – de novo – às suas respostas:

      1 – Endrick começou no banco por duas razões: a primeiras para que Abel e todos pudessem analisar Giovani desde o começo de uma partida (e ele não foi lá essas coisas), e a segunda é porque estava pendurado, assim como Dudu e Menino, mas por ser muito jovem poderia criar mais chances de levar o terceiro amarelo e desfalcar o time nas quartas de final.

      2 – Uma coisa nada tem a ver com a outra. Leila é, sim, mão fechada, mas a compra do avião foi feita com dinheiro dela, e não do clube. O Palmeiras só não pagará pelo aluguel da aeronave, mas sempre que a utilizar arcará com os gastos de combustível, taxas aeroportuárias e impostos. Mesmo assim, fará uma economia gigantesca, pois não precisará pernoitar após os jogos nas cidades onde atuar. E, por experiência própria, garanto: toda vez que viaja, a delegação de um grande clubes leva em média 60 pessoas.

      3 – Os garotos merecem todas as chances do mundo, pois já ganharam tudo e mais um pouco do que poderiam ganhar. Mas é claro que precisaremos de pelo menos uns dois ou três reforços mais experientes, pois campeonatos como Libertadores e Brasileirão assim o exigem.

      Abs.

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