EASY LIKE SUNDAY MORNING

Empate com São Paulo/SP foi mau resultado, mas não ameaça conquista do endeca.

Meus amigos.

Se eu lhes dissesse que estou satisfeito com o empate por 0 a 0 com o São Paulo/SP neste domingo, é óbvio que estaria mentindo. Além de termos time e elenco indiscutivelmente superiores, ainda atuamos por 45 minutos com um homem a mais e nos 12 finais tivemos dois jogadores de sobra. Ou seja: em condições normais, e também pelo número de oportunidades, claras ou não, que criamos, o resultado até certo ponto óbvio seria uma vitória e, para lhes ser ainda mais sincero, até mesmo com uma certa facilidade.

E por que não conseguimos vencer? Por alguns motivos, devidamente elucidados abaixo.

1 – Felipe Alves não é ruim, mas também não é bom. Mas hoje, sabe-se lá por que, foi ótimo, impedindo pelo menos três gols palmeirenses. Com méritos, foi o melhor do Choque-Rei.

2 – Gustavo Scarpa, que raramente desperdiça um pênalti, hoje bateu tão mal que se sob as traves estivesse não o goleiro são-paulino, mas sim este jornalista, provavelmente também eu o defenderia.

3 – Rogério Ceni armou bem demais seu time no primeiro tempo. Mandou a campo três zagueiros (e, com isso, deu mais liberdade aos alas Ígor Vinícius e a Reinaldo para explorarem o ponto mais fraco de Marcos Rocha e Piquerez – a marcação), diminuiu ao máximo os espaços no meio-campo (e, desta forma, impediu a maior parte das nossas jogadas pelo setor) e fez com que Luciano se tornasse ora um ponta-de-lança, atuando junto a Patrick, ora um segundo centroavante, jogando ao lado de Calleri (e, assim, deu um trabalho dos infernos à nossa marcação). Tanto que antes mesmo dos 15 minutos de jogo o time do Morumbi poderia estar vencendo por 2 a 0, com chances claras desperdiçadas por Reinaldo e Luciano.

4 – Já com um homem a menos desde o primeiro minuto do segundo tempo, mais uma vez o reserva de Marcos na Copa do Mundo de 2002 se destacou: montou duas linhas de quatro jogadores à frente de sua zaga (e, como era de se esperar, preencheu todos os espaços possíveis). A sorte o ajudou? Sim. Mas ela também faz parte do jogo. 

5 – Foi visível a ansiedade do Verdão desde o apito inicial. Nossos atletas se incomodavam e se irritavam com as dificuldades que encontravam para jogar da forma como estão acostumados e, cientes de que o título está bem próximo mas “secos” para que chegue o quanto antes, tentavam resolver cada jogada como se fosse a última do clássico. E a cada erro que cometiam ou a cada grande defesa que praticava o goleiro adversário, mais se tornavam ansiosos e, consequentemente, mais erravam.

6 – Por fim, e como bem disse nosso treinador na entrevista coletiva, neste domingo os deuses do futebol não estavam conosco. E como em inúmeras vezes nos últimos anos todos eles caminharam lado a lado com a gente, deles nem temos o direito de reclamar, certo?

De qualquer forma, prezado palmeirense, muita calma nesta hora. O Internacional/RS venceu e diminuiu nossa vantagem para 8 pontos, exatamente a mesma que tínhamos quando faltavam 11 jogos para o fim do Campeonato Brasileiro – só que, agora, restam apenas seis.

Entenderam por que eu estou exatamente como o título desta crônica pós-jogo, “calmo como uma manhã de domingo”?

 

O MELHOR: ABEL FERREIRA
Ótimo – Nota 7

Diante dos elogios que fiz à atuação de Rogério Ceni, pode parecer incoerente apontar Abel Ferreira como o melhor do Palmeiras neste Choque-Rei, mas a verdade é que o “portuga” escolheu acertadamente o substituto de Rony, pois nas últimas vezes em que esteve em campo Merentiel jogou muito bem. Depois, não esperou muito para alterar a equipe na etapa final, e quando o fez – aos 17 minutos – acertou nas três substituições que promoveu, sobretudo mandando a campo Endrick que, com sua velocidade, só não fez aquele que seria o gol da nossa vitória porque foi derrubado por Beraldo. Por fim, acertou até mesmo quando abriu de vez o time ao tirar Danilo e colocar López (que foi mal, é verdade, mas aí já não é culpa do treinador), pois àquela altura – 32 minutos – nosso adversário já não mais oferecia risco algum.

MERECE DESTAQUE: DUDU
 Muito Bom – Nota 6,5

Como quase sempre acontece, Dudu foi nosso principal atacante. Admito que tomou uma ou duas decisões equivocadas, mas isso não diminui a sua entrega em campo e o pesadelo que foi para a defesa são-paulina. Pena que, mais uma vez, se cansou e não conseguiu terminar o jogo.  

PALMAS PRA ELE: GUSTAVO GÓMEZ
Muito Bom – Nota 6,5

Pra mim, zagueiro bom é aquele que se destaca mesmo quando tem a obrigação de marcar um centroavante de qualidade, caso específico de Calleri. Hoje, realmente, Gómez vez ou outra contou com a colaboração de Murilo neste intento, mas ainda assim foi melhor em todas as bolas que disputou com o atacante são-paulino. 

Confira abaixo avaliações e notas de todos os demais profissionais que participaram do jogo de hoje:

Endrick - Bom: nota 6
Zé Rafael, Weverton e Piquerez - Satisfatório: nota 5,5
Marcos Rocha, Murilo, Danilo, Gabriel Menino, Atuesta e Breno Lopes - Regular: nota 5
Mayke, Merentiel, López e Gustavo Scarpa - Ruim: nota 4,5

FOTOS: CESAR GRECO/AG.PALMEIRAS

14 Responses to EASY LIKE SUNDAY MORNING

  1. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, agora temos que buscar mais 03 vitórias para não depender da última rodada contra o Internacional fora.

    Força Verdão, falta pouco.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      Se não garantirmos o título pelo menos até a 37ª rodada, será porque mereceremos perdê-lo. E isso não irá acontecer.

      O jogo no Beira Rio tem de ser um amistoso de luxo. E será.

      Abs.

  2. Bom dia Marcio e demais amigos,

    Que pena! Perdemos uma ótima oportunidade de ganhar mais vez desse time.
    Sei que é preciso dar tempos para os recém contratados, talvez eles encontrem seu melhor futebol depois de uma pré temporada completa, mas a verdade, é que o nível do nosso banco é muito fraco.
    Agora, que o Astuesta e o Gabriel Menino não tem jeito, isso não tem. e o GM é pior ainda, pois me passa a impressao de mascarado. Posso queimar a língua, mas estes dois aí nem adianta esperar nada.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Rodrigo.

      Gabriel Menino ainda é jovem e pode melhorar. Mas nunca foi e nunca será um craque – no máximo, um bom jogador.

      Em relação a Atuesta é mais complicado: ele já passou por uma pré-temporada e cresceu muito pouco até agora. Temo que a bola que ele está jogando hoje é o máximo que ele pode entregar.

      Abs.

  3. Bom dia, Márcio.

    Foi um resultado frustrante, mas faz parte. Em um campeonato com 38 rodadas é absolutamente esperado que “patinadas” como esta aconteçam e esse é o motivo pelo qual a “gordura” se faz importante e fundamental. O que precisamos, e isso é papel do Abel, é fazer com que os jogadores mantenham a calma. O discurso “mente fria” nunca foi tão importante e a ansiedade precisa ser controlada.

    Nossos jogadores, sem sombra de dúvidas, estão contando os minutos para levantar o troféu do Brasileirão, mas precisam ter a sua empolgação contida. Um passo de cada vez e chegaremos lá.

    Perguntas para você, Márcio: você concorda com toda a empolgação criada em cima do Endrick? Você não acha que estamos transferindo muita responsabilidade para um menino que nem tirou as fraldas direito? Concorda com a decisão do Abel de colocar esse menino em um clássico contra o SPFC, tirando a oportunidade de outros atletas mais experientes contribuírem com a partida?

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Valter, salve!

      Chega a ser risível ouvir de Abel para que os jogadores tenham calam. O Abel pedir calma? Então, tá.

      Em relação às suas perguntas, seguem as respostas:

      1 – Concorda com toda a empolgação criada em cima do Endrick?
      R – Sim. Ele é um jogador diferenciado. Se não fosse, sequer teria sido promovido à equipe principal, dada a sua pouca idade.

      2 – Você não acha que estamos transferindo muita responsabilidade para um menino que nem tirou as fraldas direito?
      R – Não, não penso assim. Ele é muito jovem, muito jovem, mesmo, mas se não o utilizarmos a partir de 2023 correremos o risco de sequer tê-lo em nosso time, pois assim que completar 18 anos é certo que será negociado.

      3 – Concorda com a decisão do Abel de colocar esse menino em um clássico contra o SPFC, tirando a oportunidade de outros atletas mais experientes contribuírem com a partida?
      R – Sim. Pelo simples fato de ele ser bem melhor do que López, Merentiel e Navarro juntos. E digo mais: se eu fosse o treinador, ele teria começado como titular e jogado em cima do Miranda, que não tem mais nenhuma velocidade. E provavelmente teríamos vencido o clássico.

      Abs.

  4. Gustavo Cantieri

    Bom dia, Márcio. Uma dúvida: e aquela “bandeira da Suécia” no meio da torcida? Confesso que não tinha visto antes. Fui pesquisar e encontrei que desde a época da Parmalat a torcida organizada tem, pois houve um amistoso com o Parma e trocaram bandeiras. Mas a bandeira do Parma é ao inverso da bandeira sueca.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Gustavo.

      A história que eu conheço é esta também – troca de bandeiras com a torcida do Parma no começo dos ano 90.

      Mas se a bandeira do clube italiano é amarela com a cruz azul, e não azul com a cruz amarela, acho que os torcedores palmeirense daquela época foram enganados – rs…

      Abs.

  5. Discordo VEEMENTEMENTE, TOTALMENTE, ABSOLUTAMENTE, de você Marcio e de todos os jornalistas, críticos e analistas de futebol da mídia Palmeirense quanto de TODOS os jornalistas da Imprensa Esportiva Nacional !
    O Palmeiras JAMAIS neste jogo contra o São Paulo jogou com 2 jogadores a mais !!!!
    Quem tem em campo o FENÔMENO, o encantador de serpentes o ginasta de 1.000 traquejos, chamado ATUESTA, jamais tem Superioridade numérica sobre o adversário seja o São Paulo, o Barcelona, o Real Madri ou o Asa de Arapiraca.
    Portanto é claro, nítido e cristalino que somente quando o São Paulo teve o 2º jogador expulso é que o Palmeiras passou a ter superioridade numérica em campo !!
    Portanto é claro, nítido e cristalino que vou dar uma nota ZERO, ZERO redondo pro senhor Abel Ferreira ter colocado essa excrecência em campo !!!
    ZERO absoluto pro Sr.. Abel Ferreira !!!
    Abçs.

    • Márcio Trevisan

      Jair: calma.

      O portuga, em minha opinião, foi bem, pois como disse não demorou para mexer no time e, quando o fez, sempre o deixou mais ofensivo.

      Já Atuesta de fato até agora não disse a que veio – e talvez nem dirá.

      Abs.

  6. Caro amigo Trevisan, o Palmeiras massacrou os bambes. Elas se encolheram e jogaram como time pequeno. Uai não foi o Daimar, ex presidente dos bambitos que disse que o Palmeiras se apequenava cada vez mais ? Hehehe.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Tadeu.

      O Palmeiras massacrou porque ficou com um jogador e, depois, com dois jogadores a mais.

      Enquanto estavam 11 contra 11, o jogo foi equilibrado e eles poderiam ter aberto 2 a 0 com apenas 15 minutos de jogo.

      Quanto a se apequenar, vc tem razão: os títulos nos últimos 10 anos provam quem está maior e quem está menor.

      Abs.

      PS: hoje vc foi o “primeirão”.

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