Vitória sobre o Goiás/GO pode ser fundamental para o Palmeiras no Brasileirão

Meus amigos.

Em campeonatos cujo sistema de disputa é o de pontos corridos (antigamente chamados, com picardia, de “papai e mamãe”) toda partida tem o mesmo valor, já que em cada uma delas o que está em jogo são os mesmos três pontos. Isso, claro, é tão óbvio que chega a ser, como costumo brincar, “obóvio”. Ocorre, porém, que o futebol e suas disputas têm lá os seus caprichos, e por isso os 3 a 0 que impusemos ao Goiás/GP nesta tarde de domingo poderão ser fundamentais a uma possível conquista do título deste Brasileirão.

Explico: os próximos três jogos que teremos válidos por esta competição serão pra lá de complicados – no próximo sábado, teremos de encará-los na casa “deles”, o que sempre é muito difícil; em seguida, receberemos o Flamengo/RJ que, vindo completo ou mesmo com um time mesclado, é uma das melhores, ou talvez até mesmo a melhor equipe do País; por fim, no domingo seguinte, iremos a um Maracanã provavelmente quase lotado encarar o Fluminense/RJ e sua excelente e quase inexplicável grande fase.

Vou lhes ser bem sincero: se nestes três próximos compromissos somarmos apenas três pontos,  mais do que por conformado me darei por satisfeito, pois em um torneio tão equilibrado quanto o Campeonato Brasileiro é impossível – repito: impossível! – ganhar todos os jogos. Neste momento, sei que muitos de vocês estão pensando algo como “Poxa, o Trevisan não confia no Palmeiras!”. Confio, sim, mas também sei que time nenhum do mundo consegue um desempenho superior a 71% dos pontos disputados por um tempo tão longo quanto o Verdão tem conseguido neste Brasileirão.

O jogo - Dadas as diferenças técnicas entre as equipes, era esperado que o Palmeiras – mesmo contando com apenas cinco titulares – impusesse seu ritmo de jogo desde o primeiro minuto e buscasse aquilo que sempre faz quando atua na Arena Palestra Itália: abrir o placar o quanto antes e fazer com que a partida fique a seu gosto. E bem poderia ter conseguido isso logo aos 4 minutos, quando Wesley perdeu a primeira das duas inacreditáveis e indesculpáveis chances que teve.

Sem permitir que o Goiás/GO sequer respirasse, invertendo as jogadas e, com isso, envolvendo por completo o adversário, nossa equipe abriu o placar com um golaço de Mayke que, por mais bonito que tenha sido, foi apenas a cereja do bolo de uma linda jogada coletiva. Por falar em nosso lateral-direito nesta tarde, foi ele o principal caminho ofensivo do time no primeiro tempo, também por que contou com o apoio de Wesley na marcação, já que o ponta que hoje atuou deslocado pela direita cumpriu à risca, defensivamente falando, sua função tática – já a técnica… Bem, deixa pra lá.

Com o segundo gol marcado já nos acréscimos da etapa inicial por Raphael Veiga (em um pênalti cujas determinações da FIFA mandam marcar, mas que em minha opinião trata-se de um absurdo inexplicável), o Verdão voltou para o tempo final bastante tranquilo, já que precisaria errar muito – e o Goiás/GO acertar tudo – para que a vitória lhe escapasse. Daí a inteligente decisão de Abel Ferreira em sacar de cara três titulares (Zé, Veiga e Dudu) e, assim, poupá-los para o dificílimo compromisso da próxima quarta, contra o Atlético/MG, pela Libertadores.

A diminuição do ritmo do time a partir de então não se deveu, em absoluto, às entradas de Danilo, Gustavo Scarpa e Rony, embora este tenha deixado bem clara a quase total falta de ritmo após ficar quase um mês sem atuar – sua última partida fora no dia 10/07, diante do Fortaleza/CE. O relaxamento que se viu em campo por parte do Palmeiras se deveu à naturalidade com a qual passou a levar a partida, poupando-se ao máximo possível. Daí que o terceiro gol – por sinal, muito bonito – marcado por Atuesta (isso mesmo, palmeirense: eu disse Atuesta!!!) apenas selou o que já estava definido mesmo antes de o jogo começar.

O Verdão iria ganhar.

O MELHOR: MAYKE
Ótimo – Nota 7,5

Sim, ele fez um golaço, e por isso já merecia ser elogiado e aparecer por aqui. Mas Mayke foi mais do que apenas este lindo lance: apoiou com frequência e qualidade, iniciou jogadas ofensivas com competência e segurança e marcou com afinco e precisão. Foi o melhor não apenas do Palmeiras, mas de toda a partida.

MERECE DESTAQUE: GABRIEL MENINO
Ótimo – Nota 7

Aos poucos, parece que este rapaz está voltando ao seus melhores dias. Hoje, começou como primeiro volante, ou seja, o principal marcador em nosso meio-campo, e foi muito bem. Depois, com a saída de Zé Rafael, passou a atuar um pouco mais à frente, e foi ainda melhor.

PALMAS PRA ELE: ATUESTA
Muito Bom – Nota 6,5

Ainda que pareça não ter entendido muito bem o que é o futebol brasileiro como um todo e o Palmeiras em especial, hoje Atuesta aparece por aqui, claro, pelo belo gol que marcou, por sinal o primeiro com a nossa camisa, mas também como incentivo para que ele possa, o mais rapidamente possível, se tornar aquilo que dele se espera e ainda não é: uma boa opção em nosso banco de reservas.

Confira abaixo avaliações de todos os demais profissionais que participaram do jogo de hoje:

Gustavo Gómez e Raphael Veiga – Muito Bom: nota 6,5
Weverton, Dudu, Gustavo Scarpa e Abel Ferreira – Bom: nota 6
Luan, Vanderlan, Zé Rafael, Rafael Navarro, Danilo e López - Satisfatório: nota 5,5
Rony - Regular: nota 5
Wesley – Ruim: nota 4,5

FOTOS: CÉSAR GRECO/AG.PALMEIRAS