RONY É O MAIOR NA LIBERTA? SIM. E NÃO.

Na média gols/jogos, atacante está entre os primeiros. Mas não em primeiro.

Meus amigos.

Após a vitória da semana passada, diante do Emelec/EQU, alardeou-se pelos quatro cantos que Rony atingira a artilharia isolada do Palmeiras em jogos pela Copa Libertadores da América. Afinal, com o gol que marcou, chegou aos 13 e, desta forma, deixou para trás o meia Alex, com quem dividia até então a importante marca.

Tudo o que está escrito acima é verdade, mas não a mais pura verdade. De fato, os números do atacante com a camisa do Verdão na competição continental são elogiáveis, e poderiam ser ainda melhores se ele não desperdiçasse tantas chances claras – só para lembrar, no mesmo jogo em que se isolou entre os artilheiros, ele perdeu outras incríveis quatro oportunidades.

Porém, na condição de historiador do nosso clube, creio ser meu dever informá-los de que existe uma outra forma de se analisar se um determinado atleta detém ou não o status de maior goleador de um time ou de um campeonato específico: dividir o número de gols que marcou pelo número de partidas que jogou.

Explico: se um jogador precisou de 100 jogos para marcar 100 gols, merece muitos elogios, claro; mas se um outro atleta fez os mesmos 100 gols, porém em 50 partidas, é óbvio que seu desempenho foi superior – aliás, no caso deste exemplo, exatamente o dobro. É uma pura questão matemática.

Na média, ninguém fez mais gols pelo Verdão na Libertadores do que o inesquecível César Maluco

Diante desta situação, fui à pesquisa e descobri, como disse acima, que Rony está entre os primeiros, mas não necessariamente em primeiro. Por uma questão de critérios (e, neste caso, cada historiador tem os seus), considerei os números dos jogadores que marcaram pelo menos 6 gols pelo Verdão na história da Liberta e que disputaram um mínimo de 10 jogos. Diante disso, Rafael Navarro – que já balançou as redes seis vezes pelo Palmeiras no torneio mas que participou apenas de três jogos, o que lhe confere a excepcional média de 2.0 gols por partida e o colocaria na liderança – ficou de fora.

Assim como o centroavante palmeirense, outros nomes do atual elenco terão suas médias aumentadas (se marcarem) ou diminuídas (se passarem em branco) cada vez que entrarem em campo numa partida válida pela Libertadores – na relação abaixo, são os casos de Raphael Veiga, Gustavo Scarpa e Dudu.

Por fim, quero deixar claro que este trabalho não visa, em absoluto, diminuir o feito atingido por Rony com a camisa verde e branca, até porque artilheiro é aquele que mais gols marca em uma competição, independentemente do número de jogos de que participa. Meu intuito foi apenas, mais uma vez, fazer justiça a marcas obtidas por outros craques que também merecem ser lembradas e que, não fosse o trabalho de abnegados – ou seriam malucos – historiadores como este amigo de vocês, certamente seriam esquecidas.

Confira a relação:

COLOCAÇÃO ATLETA JOGOS GOLS MÉDIA
CÉSAR MALUCO 10 8 0.80
TUPÃZINHO 14 11 0.78
LOPES 11 8 0.72
RONY 23 13 0.56
KEIRRISON 12 6 0.50
BORJA 24 11 0.45
EDMUNDO 18 8 0.44
LUIZ ADRIANO 16 7 0.43
RAPHAEL VEIGA 31 11 0.35
10º GUSTAVO SCARPA 24 8 0.33
11º WILLIAN BIGODE 35 11 0.31
12º ALEX 39 12 0.30
13º ADEMIR DA GUIA 29 8 0.27
14º DUDU 42 9 0.21

4 Responses to RONY É O MAIOR NA LIBERTA? SIM. E NÃO.

  1. Bom dia.
    Muito bom esse levantamento. Fiquei contente em lê-lo pois havia pensado nisso na semana passada, mas logicamente, não tinha como chegar a esses números facilmente.

    Acrescentaria que podemos, também, avaliar os números pelo critério qualitativo.
    Infelizmente, na minha opinião, a Conmebol estragou a Libertadores ao inchar o torneio e consequentemente, nos proporcionar jogos de níveis baixíssimos.
    Os 8×1 da semana retrasada devem se repetir ou ficar próximo nos dois jogos no Allianz, tal a fraqueza dos adversários.

    O que entendo, também concordando que há méritos na marca do Rony, é que o Alex e o próprio César, jogaram uma “outra” Libertadores e os adversários eram mais fortes desde a primeira etapa, portanto, marcar muitos gols um tanto mais difícil.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Marcelo.

      Vc está absolutamente correto em suas análises.

      Contudo, em termos estatísticos, a qualidade do adversário ou a dificuldade da partida não podem ser levados em conta, pois os critérios sempre correm o risco de serem subjetivos.

      Agradeço o elogio que me fez.

      Abs.

  2. Ótimo trabalho de um ótimo historiador, jornalista e a maior virtude um palmeirense absolutamente honesto.
    Abçs

    • Márcio Trevisan

      Muito obrigado, Jair.

      Como eu salientei: não tiro mérito algum de Rony. Apenas faço justiça a outros jogadores, os quais o tempo costuma apagar da memória de muitos.

      Abs.

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