APENAS UMA AVANT-PREMIÈRE

Verdão faz de vitória sobre Bugre treinamento de luxo para semana de clássicos

Meus amigos.

Existem duas maneiras bastante simples de analisarmos a vitória do Palmeiras sobre o Guarani, neste domingo. A primeira, negativa, foi que o time encontrou dificuldades demais para quem jogou em casa e enfrentou um adversário indiscutivelmente mais fraco; a segunda, positiva, é que até os 15 minutos do segundo tempo a equipe contou com apenas dois titulares e, mesmo assim, finalizou 23 vezes e só não chegou à goleada devido a várias e importantes defesas de Koslinski.

Prefiro, em face disso, optar pela ótica mais positiva. Até porque a verdade é que, a menos que algo muito improvável aconteça, ficaremos com uma das duas vagas do grupo à próxima fase do Paulistinha. Aliás, para tanto bastará a conquista de dois dos próximos 12 pontos que teremos pela frente – e se somarmos três deles (ou seja: apenas uma vitória), estaremos garantidos nas quartas de final na condição de líderes da chave, o que nos dará a vantagem de enfrentarmos Mirassol, Ituano ou Botafogo de Ribeirão Preto na Arena Palestra Itália.

Por falar nas próximas quatro partidas, devido à disputa do Mundial Interclubes e, claro, também a uma boa dose de sacanagem por parte da FPF, elas serão exatamente contra nossos três principais rivais e o Bragantino, outro clube da elite do futebol brasileiro. Assim, a decisão de poupar a maior parte dos titulares nesta tarde deixou bem clara qual a importância que diretoria e Comissão Técnica davam ao jogo: ele nada mais serviu do que um treinamento de luxo para jogos bem mais importantes e, claro, também bem mais difíceis.

Tenho certeza de que todos vocês entenderam o título desta crônica pós-jogo.

O MELHOR: GIOVANI

Não sei se o Palmeiras conseguirá manter este rapaz por muito tempo, mas se o fizer terá certamente em seu elenco um jogador com reais chances de se tornar um dos mais importantes de toda a história do clube. O potencial de Giovani é imenso, e a cada partida que disputa ele deixa suas qualidades ainda mais evidentes. Hoje, foi ótimo nas jogadas individuais, nas viradas de jogo e nos passes em profundidade (nota 7).

MERECE DESTAQUE: GUSTAVO SCARPA

Atuando ora pelo meio, na armação, ora bem aberto pela ponta-esquerda, ele mais uma vez não se omitiu da responsabilidade de cumprir aquela que, diante de tantas ausências, era sua missão: ser o principal jogador do Verdão na partida. Mesmo não desfrutando da condição de titular absoluto, Scarpa é o que se pode chamar de “12º jogador” e, hoje, além de cobrar com perfeição o pênalti que abriu o placar, ditou o ritmo do time com uma atuação bastante elogiável (nota 6,5).

PALMAS PRA ELE: WEVERTON

Feliz da vida porque vai ser papai de um menino, notícia que confirmou hoje diante de toda a torcida, nosso goleiro se empolgou e viveu mais uma tarde em que se destacou em campo. Quando ganhávamos por apenas 1 a 0 – ou seja, praticamente durante todo o segundo tempo -, ele fez duas grandes defesas e impediu que o Guarani/SP chegasse ao empate (nota 6,5).

Os demais jogadores ficam com as seguintes avaliações:

Wesley – nota 6,5
Kuscevic, Gustavo Gómez, Jaílson, Danilo, Gabriel Veron, Rafael Navarro e Dudu – nota 6
Mayke, Jorge e Atuesta – nota 5,5
Piquerez e Rafael Veiga – nota 5

O TREINADOR: ABEL FERREIRA

Nosso treinador segue com sua maneira de trabalhar e falar: no primeiro caso, roda a equipe com consciência e acerto, dando oportunidades a quase todos os jogadores e os deixando desta forma, motivados e, principalmente, preparados para quando deles se precisar; no segundo caso, “enrola” descaradamente nas respostas durante as coletivas, que ainda não têm contado com a presença de jornalistas, responde apenas o que quer e da forma como quer, repete frases feitas sempre que pode e, principalmente, utiliza o espaço para tratar de assuntos que não lhe dizem respeito e não são de sua conta. Trata-se, é inegável, de um bom treinador, mas que muitas vezes escancara que se julga superior a todos nós simplesmente pelo fato de ser europeu. À beira do campo, que é o que me interessa, apesar de ter sido advertido com o cartão amarelo de forma infantil, hoje ele mais uma vez fez um trabalho muito bom. Além de corretamente ter dado descanso a quase todos os titulares, ainda testou funções novas para Scarpa e Veron, fazendo com que ambos trocassem de lugar em campo e, desta forma, treinando-os para eventuais necessidades que possam surgir no futuro (nota 6,5).

FOTOS: CESAR GRECCO/AG. PALMEIRAS

8 Responses to APENAS UMA AVANT-PREMIÈRE

  1. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, um mero treino de luxo pois poupou quase todos os Titulares.

    Agora tem que encarar os clássicos.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      Penso assim: se empatarmos o do Morumbi e vencermos os dois em nossa casa, chegaremos com muita força às quartas de final.

      Abs.

  2. Gustavo Cantieri

    Bom dia, Marcio.

    Ao que parece, o Rafael Navarro é uma versão piorada do Deyverson, inclusive na apresentação visual. O Atuesta parece que tem boas ideias, tenta tabelar, iniciar jogadas, mas falta futebol.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Gustavo.

      Ambos precisam de um pouco mais de tempo, sobretudo o colombiano, que está se adaptando a um novo país, novo idioma, novos costumes, etc.

      Aguardemos pelo menos mais uns 30 a 60 dias para termos uma posição mais definitiva.

      Abs.

  3. A Diretoria do Palmeiras já deve estar cansada de ser alertada sobre a necessidade de manter contato com outros técnicos de ponta pra hora (parece estar próxima) que o Sr. Abel Ferreira decidir retornar pro velho continente.
    Abçs.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Jair.

      O fato de ser europeu faz com que ele se sinta superior a todos nós, como eu disse no texto.

      Isso me irrita profundamente.

      Quanto à nossa diretoria, perdoe-me, mas esperar agilidade por parte dela é ingenuidade. Quer a prova? Faz quase seis meses que tenta contratar um centroavante e não consegue.

      Abs.

  4. Bom dia, Márcio.

    O que você escreveu em relação ao jogo é a mais absoluta verdade, ou seja, treino de luxo e nada mais. Dadas essas circunstâncias, gostaria e escrever um pouco sobre o pop star Abel Ferreira. Chamo nosso treinador de pop star porque ele vem transformando suas aparições em eventos midiáticos, seja na beira do gramado, seja nas entrevistas coletivas.

    Ser amarelado ou expulso se tornou rotina. É impressionante o nível de reclamações, gestos e expressões que – na minha opinião – contribuem negativamente para a sua imagem. Entendo que o técnico precisa ser participativo à beira do gramado, mas o que o Abel faz extrapola todos os limites. Se eu fosse um árbitro, mandaria ele para o chuveiro com cinco minutos de jogo.

    Outra situação que me enche o saco é a sua postura nas entrevistas. É unanimidade entre as pessoas de bem que a violência entre as torcidas é uma condição vexatória e merece ser severamente punida. Agora, o cara vir a público dizer que “se não se sentir seguro, vai embora” é, no mínimo, infantil. Para mim soa algo como “se não quiserem que o Deus Europeu deixe o país, façam o trabalho de vocês”.

    Abel é bom? É excelente, pois conseguiu vender uma filosofia de trabalho que eu nunca vi no Palmeiras, conquistando desde jogadores a torcedores. Porém, precisa calçar as sandálias da humildade e continuar a trabalhar, pois no mundo do futebol as opiniões mudam rapidamente do dia para a noite.

    Um abraço.

    Valter

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