O BI É LOGO ALI

Palmeiras vence Al Ahly/EGI e disputa título mundial no próximo sábado

Meus amigos.

Sei que quando são obtidas importantes vitórias, como a que o Palmeiras conseguiu nesta terça-feira, o sentimento de euforia é quase que geral. Até porque, e isso deve ser ressaltado, ao ganhar do time egípcio no Mundial Interclubes o Verdão conquistou o direito de disputar sua terceira final da competição. E é claro que não é qualquer equipe por aí que, utilizando uma nomenclatura mais atual, consegue chegar a este patamar.

Mas, sinceramente, em minha opinião não fizemos mais do que a nossa obrigação. Mesmo considerando o natural nervosismo de uma estreia e, principalmente, ciente do peso que grande parte destes atletas carregava nas costas após o fiasco que foi nossa participação da edição de 2021, não se pode comparar o atual bicampeão da América do Sul com o campeão da África, ainda que o Al Ahly/EGI tenha lá sua tradição no torneio. É aquele negócio que sempre falo a vocês: por mais que as diferenças técnicas e táticas tenham diminuído nos últimos tempos, no futebol grande ainda é grande, e pequeno ainda é pequeno.

As dificuldades que enfrentamos antes de abrir o placar e após ampliarmos nossa vantagem não me surpreenderam. É assim que o Palmeiras de Abel Ferreira joga: sem pressa nenhuma até conseguir o primeiro gol e sem vergonha alguma de jogar fechadinho depois de marcar um ou mesmo dois gols. É bonito de se ver? No meu modo de enxergar o futebol, não. Foi atuando desta forma que ganhamos a esmagadora maioria dos títulos em nossa história? Obviamente, não. Mas foi assim que levantamos as três últimas taças – Copa do Brasil/2021 e Libertadores/2021-2022.

E se os deuses do futebol, que hoje de novo estavam conosco (porque a falha terrível de Weverton não ter se transformado em gol num momento crucial do jogo não foi apenas sorte, podem ter certeza) continuarem ao nosso lado por apenas mais um joguinho só, talvez no próximo sábado não tenhamos nem mesmo garganta suficiente para gritar ao mundo todo o quanto nos orgulhamos de ser palmeirenses.

O MELHOR: LUAN

Ele foi tão bem, mas tão bem que muitas vezes cheguei a pensar que não era ele. Hoje, Luan não perdeu uma única disputa aérea, sobressaiu-se em todas as divididas e foi o rei do desarme em nossa defesa. Sei que ele, algumas vezes, já complicou muito a nossa vida, mas sei também que, ultimamente, vem se destacando cada vez mais (nota 8).

MERECE DESTAQUE: DUDU

Um grande jogador não precisa brilhar durante todo o jogo e nem mesmo em todos os jogos. Hoje, por exemplo, o Baixola não teve uma atuação daquelas de encher os olhos, mas foi essencial nos dois lances cruciais da partida: deu um lindo passe para o primeiro gol e marcou o segundo, aliás um golaço (nota 7,5).

PALMAS PRA ELE: RAPHAEL VEIGA


Sei que ele pode jogar mais do que jogou nesta tarde, mas sua análise segue mais ou menos a que escrevi acima sobre Dudu: ele foi fundamental nos dois lances capitais da partida. No primeiro gol, soube concluir, mesmo um tanto quanto desequilibrado, sem que o goleiro africano tivesse a mínima chance de impedi-lo; no segundo, deu um toque de classe, daqueles que somente craques sabem fazer, para que nosso camisa 7 aumentasse a nossa vantagem (nota 7,5).

Os demais jogadores ficam com as seguintes avaliações:

Gustavo Gómez e Danilo – nota 7
Gustavo Scarpa e Rony – nota 6,5
Weverton, Piquerez, Jaílson e Wesley – nota 6
Marcos Rocha – nota 5,5
Zé Rafael – nota 4,5
Atuesta, Breno Lopes e Deyverson – sem nota

O TREINADOR: ABEL FERREIRA

Nosso treinador pode ser criticado por uma ou outra decisão, principalmente por uma ou outra declaração, mas não se pode dizer que se trata de alguém que não seja convicto de suas posições e de que não as defenda de forma veemente. Nesta semifinal de Mundial Interclubes, por exemplo, ele mais uma vez não alterou em nada a forma como o Palmeiras joga: buscou com paciência e inteligência o primeiro gol e, após conseguir o segundo, postou nossa equipe no campo de defesa e passou a jogar somente nos contra-ataques. Ou seja: nada diferente do que já tínhamos visto em muitas outras ocasiões.

Desta vez, entretanto, é preciso ressaltar uma pequena, porém importantíssima, mudança no posicionamento inicial do Verdão: hoje, nos primeiros 15, 20 minutos do jogo nossa marcação sob pressão, buscando sufocar o adversário e tentando se valer da visível limitação técnica que grande parte de seus jogadores apresenta. Como não é comum montar sua equipe desta forma, Abel Ferreira surpreendeu o falastrão Pitso Mosiname, técnico sul-africano que comanda o time do Egito, e desgastou fisicamente nosso adversário logo de cara.

O português foi muito bem hoje, mas poderia ter ido ainda melhor se não tivesse demorado tanto a promover as alterações que promoveu. Zé Rafael, por exemplo, fez uma partida ruim, pois perdeu várias bolas na saída de jogo, errou passes fáceis e ainda cometeu faltas em demasia. E como sabia que, na etapa final, o Al Ahly/EGI teria de atacar (e que melhoraria muito após o craque do time, Sherif, entrar), deveria ter colocado Jaílson em campo muito antes do que apenas aos 33 da etapa final. Para piorar, só foi sacar Zé Rafael sete minutos depois, decisão que poderia ter nos causado sérios problemas se o frango de Weverton não tivesse sido anulado ou se aquela bola cabeceada no travessão, já nos acréscimos, tivesse entrado.

De qualquer forma, não se pode negar que amigo aí de cima tem estrela. Então, que ela siga brilhando, seja da forma que for, pelo menos até o fim da partida do próximo sábado, seja ela contra quem for (nota 6,5).

FOTOS: FABIO MENOTTI/AG. PALMEIRAS

10 Responses to O BI É LOGO ALI

  1. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, muito boa está vitória do Palmeiras no Mundial 2022 e com um golaço do Dudu.

    Agora com mais seriedade e muita tática vamos disputar a Final no dia 12.

    Força Verdão.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      Seriedade e aplicação tática sei que não nos faltarão, assim como não faltará também a vontade.

      Mas teremos de jogar muito, mas muito bem se quisermos ter alguma chance, pois os caras, infelizmente, são superiores tecnicamente.

      Abs.

  2. Bom dia, Márcio.

    Me permita colocar uma pimenta no seu post de hoje.

    Não acho que era uma obrigação do Palmeiras se sair melhor contra o Al Ahly porque – na teoria – tem mais técnica e mais time. As circunstâncias desse torneio são muito específicas e todos entram com a faca nos dentes para vencer cada partida. Com exceção das equipes europeias, que na minha opinião não dão a menor bola para esse torneio, todas as demais entendem que a conquista desse título eleva suas reputações e suas marcas são divulgadas nos quatro cantos do mundo. Logo, o Palmeiras pode, sim, se sentir orgulhoso por ter vencido o Al Ahly e chegar à final.

    Especificamente sobre o jogo, fiquei muito feliz ao ver a entrega, a disciplina e o foco de todos os atletas, fosse antes, durante ou após a partida. Podemos até não ganhar o título, mas já sinto orgulho de ver o que estão fazendo nos Emirados Árabes.

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Valter, salve.

      Vc pode colocar quanta “pimenta” quiser. O espaço aqui é sempre democrático.

      Mas mantenho minha opinião: o bicampeão da América do Sul tem, sim, a obrigação de vencer o campeão da África. Se eu achar que o inverso é natural, terei de achar natural o Palmeiras ter perdido o título do Paulistinha de 1986 para a Inter de Limeira ou o da Recopa Sul-Americana de 2021 para o Defensa y Justicia/ARG.

      Abs.

  3. Cassiano Weinzirl Tafuri

    Márcio, boa noite. Saudações alviverde!!
    Se o Palmeiras vencer o Mundial da Fifa, a Supercopa e a Recopa, talvez sejamos o único clube detentor de TODOS os “significantes” títulos, excluindo obviamente os regionais de outros estados.
    PAULISTA, TAÇA BRASIL, ROBERTÃO, BRASILEIRO, LIBERTADORES, MERCOSUL, COPA DOS CAMPEÕES, RIO-SÃO PAULO, COPA DO BRASIL, TAÇA RIO.
    Nossa sala de troféus é a única a conter TODAS essas taças.
    O Santos chegaria perto, mas nunca conquistou a Mercosul, e nem obviamente a Taça Rio.
    Portanto, estamos próximos não só de sermos Campeões do Mundo, mas sim, o maior campeão de todos os títulos disputados. E ainda poderíamos incluir a pequena e insignificante Euro-América (91-96), pois tanto Corinthians como Flamengo a disputaram, e foram incapazes de vencer!
    Abs

    • Márcio Trevisan

      Olá, Cassiano.

      Sua lembrança é excelente.

      Tomo a liberdade de melhorá-la num ponto: se alguém disse que nunca ganhamos a Copa Sul-Americana, basta lembrar que esta competição mudou de nome para… Copa Mercosul.

      E tomo outra liberdade, desta vez para corrigi-lo: a Taça Rio de 1951 e o possível Mundial de 2022 são a mesma competição, muito embora a FIFA ora admita, ora discorde disso.

      Agradeço seu post e fiquei feliz de vê-lo de novo por aqui.

      Abs.

  4. Vitória maravilhoso pra nós que amamos o Palmeiras !
    Vamos aguardar nosso adversário do próximo sábado.
    Mas não poderia deixar de mencionar a MONUMENTAL injustiça com os garotos formados na base do Palmeiras.
    1º) Nosso técnico afirmou que a maior revelação dos últimos tempos tinha que ir pra Disney (ainda bem que não falou pro Endrick formar dupla com o PATETA ! ).
    2º) Após a conquista da invencível copa São Paulo de Futebol, nosso técnico disse que a Diretoria do Palmeiras tinha que vender os jogadores da base pra usar o dinheiro pra fazer melhorias no centro de treinamento.
    3º) Na hora do corte pra inscrever os 23, DECEPOU todos os jogadores possíveis formados na base, inclusive Patrick de Paula, que é 10 vezes mais jogador que Zé Rafael e 100 vezes mais jogador que o tal de Atuesta.
    Não nasci ontem, tem SIM interesses MONUMENTAIS na desvalorização dos garotos, pra que Empresários Internacionais levem a preço de BANANAS nossos melhores jogadores formados na base.
    EU NÃO TENHO ILUSÃO COM NINGUÉM NESSE MUNDO DO FUTEBOL !
    ACIMA DE TUDO AMO A SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS !
    Abçs.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Jair.

      Vamos às minhas considerações sobre seus pontos de vista:

      1 – Abel não deveria ter dito o que disse sobre Endrick. Bastaria dizer que não o considerava pronto para atuar no time principal.
      2 – Ele não disse que a diretoria teria de vender “os” jogadores da base, mas sim que deveria vender “um” jogador da base. Mesmo assim, pisou na bola porque a forma como o Palmeiras utiliza o dinheiro que tem não é da conta dele. Como empregado, ele cumpre o que manda o patrão e, se discordar deste, deve pedir o seu boné. Esta mania dele (e de todos os europeus) de se julgar superior a nós apenas porque nasceu na Europa me irrita profundamente.
      3 – Achei o corte dos meninos uma injustiça, pois eles nos ajudaram a conquistar a Libertadores (mas a informação que tenho é que para dois deles, Menino e Patrick, a noite tem sido uma criança). No entanto, acho cedo para dizer que PP é 100 vezes melhor do que Atuesta, pois o cara praticamente ainda não jogou.
      4 – Sua tese de que o corte se deu por interesses escusos pode ser teoria da conspiração, mas também pode ter um baita fundo de verdade.
      5 – Vc tem razão: não se iluda com ninguém no mundo do futebol.

      Abs.

  5. Salve, Márcio! Salve, palestrinos!

    O Abel tem o time na mão e a conquista no sábado dependerá fundamentalmente pela tática que ele montar. Confio muito nele! Que tudo dê certo!

    Avante, Palestra!

    • Márcio Trevisan

      Salve, Tiago!

      Dependerá da tática, sim, mas precisaremos jogar bola também. Não é jogar aberto, pressionar, nada disso, mas teremos de, pelo menos, incomodar.

      Se ficarmos só nos defendendo, tipo os times de Fábio Carille, uma hora a nossa casa cairá.

      Abs.

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