Mais uma vez, Palmeiras não consegue vencer um time que lhe é muito inferior

Sabem o que é pior do que não vencer de uma equipe muito, mas muito mais fraca? É ter de admitir que não mereceríamos tê-la vencido.

Sabem o que é pior do que ser dominado durante boa parte do jogo por um adversário que, se tudo lhes der certo, terminará este Brasileirão duas ou três posições acima da zona do rebaixamento? É ter de admitir que durante este período só não tomamos mais de um gol graças ao nosso goleiro.

Sabem o que é pior do que ter em Jaílson o principal jogador da equipe? É ter de admitir que ele se destacou diante de um oponente que só tinha um atacante – isso mesmo: um único atacante!!! – em campo.

Então, prezado palmeirense, não há muito o que dizer sobre este empate por 1 a 1 contra “eles” – apenas a lamentar. O Verdão irá melhorar no Brasileirão? Se melhorar muito e rapidamente, possivelmente, sim. Mas irá ser campeão brasileiro pela 11ª vez? Se continuar apresentando o futebol que estamos vendo desde que ganhamos a Copa do Brasil, provavelmente, não.

E pensar que ainda teremos a Libertadores pela frente…

SETOR POR SETOR

A DEFESA

Como disse acima, não fosse Jaílson (nota 7) e o resultado nos teria sido ainda pior. Sem culpa alguma no gol que levou, fez pelo menos duas ótimas defesas e uma excelente intervenção. Por esta atuação, não nos fez sentir saudades de Weverton. Mayke (nota 6) foi bem, sobretudo no apoio e na recomposição quando perdíamos a bola. Victor Luís (nota 5) perdeu todas as disputas que teve com Mosquito, mas como isso já era esperado e o único atacante “deles” não jogou tudo o que podia, deixa pra lá. O miolo de zaga teve uma atuação tranquila: também, sem terem a quem marcar, Luan e Renan (ambos nota 5,5) não poderiam, mesmo, ter maiores problemas.

O MEIO-CAMPO

Não, claro que ele não jogou tudo o que pode e que já vimos jogar. Mas, pelo menos, fez um golaço graças à qualidade com que sabe bater na bola e, ao contrário de partidas anteriores, hoje se escondeu menos em campo (nota 6). Felipe Melo (nota 5,5) esteve bem à frente da zaga, embora pudesse se conter um pouco mais e não cometer tantas faltas. Gustavo Scarpa, ainda que tenha acertado uma bola na trave, esteve abaixo do que poderia (nota 5).

O ATAQUE

Para não dizer que Rony não fez nada, temos de salientar que toda a jogada do nosso gol se deveu sobretudo a ele. Mas, depois disso, foi aquele jogador dos primeiros meses de clube, mesmo tendo – impedido – dado o passe para aquele que seria o nosso segundo gol (nota 5). Luiz Adriano parece ser prejudicado pelo esquema, já que se vê obrigado a sair da área para receber bolas. Hoje, pelo menos fez um bom pivô no lance em que Scarpa acertou a trave (nota 5). Por fim, Wesley começou bem demais, deu a assistência final para o gol de Veiga mas, como sempre acontece, caiu demais fisicamente na etapa final (nota 5,5).

OS SUPLENTES

Entrou e melhorou razoavelmente o nosso ataque, inclusive marcando o gol que foi corretamente anulado (nota 5,5). Breno Lopes teve uma boa oportunidade, mas ainda requer mais minutos em campo para voltar a jogar o futebol que jogava até se contundir e ficar um longo tempo em que ficou afastado por contusão (nota 5). Já Marcos Rocha e Deyverson (sério que essa cara voltou???) jogaram apenas 10 minutos (sem nota).

O TREINADOR

Aos poucos, Abel Ferreira vem se “abrasileirando” no que diz respeito à postura de seus colegas tupiniquins. Além de reclamar da arbitragem (o que, surpreendentemente, nesta noite não fez), do calendário e dos constantes desfalques (como se tais situações fossem exclusivas ao nosso time), ele também faz de conta que o jogo que todo mundo viu não aconteceu. Hoje, por exemplo, na entrevista coletiva pós-jogo, teve a cara-de-pau de dizer que o Palmeiras mereceria ter vencido, só porque acertou a trave uma vez e teve um gol anulado. Quando ouvi isso, fiquei numa dúvida: quando Jaílson fez as defesas que fez, ou ele estava dormindo ou, então, ouvindo um fado de Amália Rodrigues. Outro ponto que me chama a atenção é sua mudança de postura à beira do gramado: desde que o futebol do time começou a cair, ele se mostra muito menos participativo e muito mais apático. Parece, até, que está a fim de puxar o carro. Nesta noite, mais uma vez, esperou tomar o gol para mexer na equipe e, de novo, foi incapaz de mudar taticamente o Verdão, limitando-se ao famoso “seis por meia dúzia”. Para fazer o que vem fazendo, não precisa ser português: qualquer técnico brasileiro faz (nota 4,5).