PARECEU ATÉ 2014…

Com 9 reservas, Palmeiras joga tão mal que lembra time que quase caiu há 6 anos

Meus amigos.                                                                                  

Sabem quando eu soube que o Palmeiras perderia para o São Paulo/SP nesta noite? No exato momento em que vi as escalações iniciais de ambas as equipes. E digo mais: a diferença técnica entre os dois times era tão evidente que cheguei a temer até mesmo por uma derrota por um placar bem mais elástico do que apenas este 1 a 0 que sofremos na Arena Palestra Itália.

Mas tenho que admitir que, por outro lado, também fui surpreendido. Confesso que não esperava ver um Verdão tão apático, tão sem inspiração e tão “andando” para uma partida como todos nós vimos nesta noite de sexta-feira. A impressão que tive é que os jogadores perceberam exatamente o mesmo que eu: quando souberam quais seriam os 11 são-paulinos que iniciariam o clássico, pensaram consigo mesmos: “Ah, não vai dar. Então, deixa quieto”.

Obviamente, o Palmeiras que entrou em campo hoje não é o verdadeiro Palmeiras. Neste Choque-Rei, apenas dois jogadores considerados titulares – Felipe Melo e Luiz Adriano – começaram jogando, e é evidente que isso faz uma colossal diferença. Além disso, optamos pelo esquema com três zagueiros, outro fator que também complicou a nossa vida.

Aliás, em relação ao famoso 3-5-2, quero deixar claro que nada tenho contra – desde que os laterais (que, neste caso, têm de ser alas) apoiem constantemente. E foi este o primeiro erro grave de Abel Ferreira: se Mayke até avança um pouco, mas hoje não poderia fazê-lo porque Reinaldo é quase um ponta-esquerda, Victor Luís é apenas marcador. Ou seja: a decisão de testar este esquema e, assim, espelhar ambas as equipes, só seria explicável se Marcos Rocha e Viña estivessem em campo.

Abel Ferreira, porém, não se limitou a errar apenas taticamente. Na hora das substituições, ele conseguiu arrepiar os poucos fios de cabelo que ainda me restam. Foram tantas pisadas na bola que creio ser mais fácil enumerá-las.

1 – Mesmo sem ter jogado nada no primeiro tempo, só mexeu na equipe 10 minutos depois – isso mesmo: 10 minutos depois!!! – de termos levado o gol.

2 – Se a equipe já perdia o clássico, por que manter três zagueiros, certo? Então, claro que ele sacaria um deles e colocaria o único jogador agudo que estava no banco, Wesley (já que Rony, poupado, Breno Lopes, contundido, e Gabriel Veron, bichado, sequer foram relacionados). Mas, que nada: ele não só manteve o 3-5-2 como também promoveu o primeiro “seis por meia dúzia” da noite, tirando um lateral e dois meio-campistas e não reforçando o ataque.

3 – Entendo que Felipe Melo já havia recebido o amarelo, mas tirá-lo e manter no jogo (e até o fim!!!) o irritante e inexpressivo Zé Rafael chega a dar espaço para dúvidas muito perigosas, as quais prefiro nem aventar.

4 – Quando, enfim, e já aos 30 do segundo tempo, resolveu “reforçar” o setor ofensivo, ele “genialmente” promove o segundo “seis por meia dúzia” do jogo: manda dois atacantes a campo e saca… os dois que lá estavam desde o começo do jogo! Na boa? Achei que ele estava tirando um sarro de todo mundo ou, então, procurando dar motivo para levar um pé na bunda.

5 – Mas o pior ainda estava por vir: na entrevista coletiva, ele teve a coragem de dizer que, muito embora lamentasse a derrota, ficou muito satisfeito com o desempenho da equipe. Satisfeito???!!! Aí, não, português: assim você força a amizade.

Nosso treinador, aliás, parece estar incomodado – talvez com o calendário absurdo, talvez com a diretoria molenga, talvez com distância da família, não sei bem. Sua postura à beira do gramado nem de longe lembra o seu início de trabalho. Hoje, assim como já aconteceu em outras partidas recentes, sua vibração se restringe a sonoras e exacerbadas reclamações com a arbitragem. E ainda que quase sempre tenha razão, tal postura já o tornou antipático perante os árbitros e, como todos sabemos, isso pode nos atrapalhar mais à frente. E se isso já não bastasse, parece que nem mesmo as perdas dos títulos da Supercopa do Brasil e da Recopa Sul-Americana (este indesculpável) o fizeram descer dos tamancos de salto alto que calçou após as conquistas da Libertadores e da Copa do Brasil.

Por fim, meus amigos, não estou aqui sugerindo a demissão de Abel Ferreira – jamais o faria após sofrer apenas a primeira derrota e ainda por cima válida por um torneio menor como este Paulistinha. O que quero dizer é que, desde 2015, lutamos muito para que voltássemos a ser protagonistas em todas as competições, algo de que nem perto chegávamos durante muito tempo, e não podemos, de jeito nenhum, voltar a nos acostumar com derrotas seguidas e um mau futebol constante, seja lá quem estiver vestindo a nossa camisa e dirigindo o nosso time.

2014 ficou para trás. E de lá jamais deverá voltar.

ANÁLISES INDIVIDUAIS

VINÍCIUS – 5,5
SATISFATÓRIO

DANILO BARBOSA – 5
REGULAR

KUSCEVIC – 4,5
RUIM

EMPEREUR – 6
BOM

MAYKE – 5
REGULAR

FELIPE MELO – 5,5
SATISFATÓRIO

ZÉ RAFAEL – 4
MUITO RUIM

GUSTAVO SCARPA – 3
PÉSSIMO

VICTOR LUÍS – 4,5
RUIM

WILLIAN BIGODE – 5
REGULAR

LUIZ ADRIANO – 5,5
SATISFATÓRIO

ABEL FERREIRA – 4
MUITO RUIM

GARCIA – 4,5
RUIM

PATRICK DE PAULA – 5,5
SATISFATÓRIO

FABINHO – 4,5
RUIM

PAPAGAIO – 4,5
RUIM

WESLEY – 5,5
SATISFATÓRIO

CRÉDITO FOTOS: AGÊNCIA REUTERS

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO

08 a 8,5 – EXCELENTE
07 a 7,5 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
00 a 3,5 – PÉSSIMO

8 Responses to PARECEU ATÉ 2014…

  1. Boa noite, Márcio.

    Além de tudo o que você escreveu acima, sabe o que mais me chamou a atenção? A passividade e a malevolência de quem jogou. Parece que os caras estão de saco cheio de jogar de futebol. O maior exemplo disso na noite de ontem foi Felipe Melo. A expressão dele mostrava que ele preferia estar em casa deitado do que jogando contra o São Paulo.

    Abel está se sentindo um pop star. O cara nunca tinha ganhado nada, vem para o Palmeiras e ganha não apenas títulos, mas notoriedade internacional a ponto de ser recebido pelo presidente de Portugal. Como você acha que está a cabeça do Portuga?

    Eu entendo que estamos passando por uma situação inaceitável em termos de calendário. Afinal, jogar a cada 48 horas é desumano. Porém, Abel e a diretoria precisam se curar da ressaca, tirar os confetes dos ombros e começar a trabalhar.

    A primeira coisa a fazer é negociar jogadores que não tem a menor condição de continuar a vestir a nossa camisa, situação de Scarpa, Zé Rafael, Mayke, Lucas Lima, Luan, Marcos Rocha, entre outros. Depois, contratar atletas que venham para jogar no meio campo e ataque.

    Chega de festa e comemoração e vamos trabalhar para virar a chave. E é bom Abel entender que a paciência do Palmeirense é curta.

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Valter, salve!

      Vc falou em contratar atletas – assim mesmo: no plural – que venham para jogar.

      Amigo: esta diretoria não consegue contratar nem o Ademir, do América/MG.

      Abs.

  2. roberto alfano

    Bom dia, mais uma noite sem dormir, tomamos o gol por falha nossa, agora tem que
    mostrar mais força e reação temos elenco para tal.

    Agora o que está faltando é o ataque falta raça!!!.

    Abraço.

  3. RODRIGO MIRANDA

    Bom dia Marcio e demais amigos,

    Perder a taça contra o DYJ foi muito ruim, e pra mim, este é o único ponto fora da curva.
    No caso do paulistinha, o erro consiste simplesmente em não assumir para torcida, que este campeonato não será jogado com respeito e que, não adianta esperar bons jogos e vitória em clássicos, e pronto.
    Não dá pra jogar 3 vezes por semana, ainda mais tendo em vista que este esforço seria para conquistar o paulistinha!!!
    Para esquecer 2014, temos também que lembrar que o paulistinha seria importante somente em 2014, ou seja, não nos serve.
    Vamos focar no que é importante.

    Abs

    • Márcio Trevisan

      Concordo plenamente, Rodrigo.

      Só que há jogos e jogos. E perder em casa, mesmo que com 9 reservas, para o time “delas”, nunca é legal.

      Por isso a irritação da torcida.

      Abs.

  4. António Manara

    Desculpe, mas eu entraria com o Sub-11 nesse jogo. Em 26 dias iremos jogar 12 partidas, ou seja uma a cada

    48 horas. Um calendário absurdo e desumano, disputando 3 torneios, temos uma diretoria covarde, um conselho inoperante e vcs criticam os jogadores e o técnico.

    • Márcio Trevisan

      Manara: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

      Este calendário é ilógico e prejudicial, mas não é somente o Palmeiras que está jogando a cada dois dias. Os outros três grandes também estão.

      Além disso, contra o São Paulo jogaram apenas dois titulares, e o desempenho do time foi muito ruim. Exatamente como fora diante dos argentinos, em que pese o roubo do qual fomos vítimas.

      Tudo precisa melhorar, meu amigo – a diretoria, o calendário, a torcida. E os jogadores também.

      Abração.

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