BOLA NA TRAVE NÃO ALTERA PLACAR. PERNA-DE-PAU, SIM.

Falta de sorte e excesso de ruindade impedem vitória do Palmeiras no Brasileirão

Meus amigos.

Desde que comecei a acompanhar diariamente o futebol, e isso lá se vão mais de 40 anos, aprendi que a maior verdade que existe no mundo da bola é a seguinte: quem não faz, toma. Hoje, na Arena Palestra Itália, mais uma vez isso pôde ser comprovado.

Depois de um primeiro tempo em que poderia, facilmente, ter chegado a um placar de três ou até mesmo quatro a zero, o Palmeiras – como já se esperava – caiu demais de rendimento na etapa final, permitiu o gol de empate do Grêmio/RS aos 42 minutos (quase como no jogo do primeiro turno, em Porto Alegre/RS, quando vencíamos até os 46…) e, não fosse mais uma vez o nosso goleiro, teríamos inclusive perdido o jogo.

Como salientei acima, de fato os postes não estiveram ao nosso lado desta vez. Rony, Breno Lopes e Willian Bigode acertaram as balizas defendidas pelo sempre brilhante Vanderlei, mas há uma diferença entre as que chutou o hoje centroavante das que chutaram seus dois companheiros de ataque: aquela foi fruto de preciosismo, de preferência pelo gol bonito, o que prova irresponsabilidade e falta de espírito de equipe; já estas foram fruto da vontade dos deuses do futebol, e estes caras são sempre inexplicáveis.

Vale lembrar, porém, que não foram nem o travessão e nem as traves que impediram a abertura do placar bem antes de Raphael Veiga o fazer (não sem antes a bola se chocar no poste, claro) aos 32 minutos da etapa inicial. Foi nos pés de Breno Lopes, antes mesmo de o ponteiro marcar o primeiro minuto de partida, que esteve a incrível e mais clara chance criada pelo Palmeiras em toda a partida. Mais uma vez, porém, o rapaz – que tem muito potencial mas que parece ainda assustado com a repentina e inesperada mudança que houve em sua vida – perdeu cara a cara com o goleiro e, assim como já acontecera na terça-feira, no horrendo jogo da Libertadores, prejudicou demais o nosso time.

Pernas-de-pau à parte, há um outro fator que, para mim, ficou evidente neste encontro: a condição física de nossos jogadores está próxima ao colapso. Se no primeiro tempo jogamos muito bem e fizemos o time de Renato Gaúcho correr atrás da gente, quanto mais o tempo avançava na etapa final mais as pernas dos nossos atletas pareciam pesar. Nem mesmo as alterações promovidas por Abel Ferreira conseguiram fazer o Verdão tocar a bola, pelo menos, no meio-campo – ao contrário: assim como já aconteceu “n” vezes, fomos recuando, recuando e, enfim, conseguimos sofrer o gol. Parece até que era este o objetivo.

Só que nenhum time do mundo consegue seguidos bons resultados jogando a cada 72 horas (ou ainda menos). É desumano, é cruel, é até mesmo patológico. Por isso, este empate tem lá seu lado positivo: a cada tropeço, ficamos mais distantes da briga pelo Brasileirão e, como temos um objetivo muito maior dentro de duas semanas, espero que a cada rodada nosso time seja cada vez mais mesclado com titulares, reservas e até mesmo juniores, a fim de que no próximo dia 30, no Maracanã, tenhamos à disposição não apenas 11, mas sim 22 jogadores 100% preparados física, técnica e, principalmente, emocionalmente

P.S.: O desejo acima passa a valer apenas a partir de 21/01. É que nesta segunda-feira, 18/01, nossa luta pela vitória tem de ser intensa. E acho que nem preciso dizer por quê.

ANÁLISES INDIVIDUAIS

WEVERTON – 7
ÓTIMO

MARCOS ROCHA – 6
BOM

LUAN – 5
REGULAR

EMPEREUR – 5
REGULAR

VIÑA – 4
MUITO RUIM

ÉMERSON SANTOS – 5
REGULAR

ZÉ RAFAEL – 5
REGULAR

RAPHAEL VEIGA – 6
BOM

BRENO LOPES – 4
MUITO RUIM

RONY – 5
REGULAR

WILLIAN BIGODE – 6,5
MUITO BOM

ABEL FERREIRA – 5,5
SATISFATÓRIO

KUSCEVIC – 5
REGULAR

LUIZ ADRIANO – 5,5
  SATISFATÓRIO

LUCAS LIMA – 5
REGULAR

GUSTAVO SCARPA – 5
REGULAR

MAYKE – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

CRÉDITO FOTOS: CÉSAR GRECO/AG. PALMEIRAS

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO

08 a 8,5 – EXCELENTE
07 a 7,5 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
00 a 3,5 – PÉSSIMO

16 Responses to BOLA NA TRAVE NÃO ALTERA PLACAR. PERNA-DE-PAU, SIM.

  1. Roberto Alfano

    Boa tarde caro Trevisan, a se não fosse o Weverton, mais uma vez, como bem dito nesta crônica, quem não faz toma!!!

    Agora quero ver na próxima Segunda-Feira, não da para brincar!!!!

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Alfano: contra “eles”, não quero saber.

      Tem de ganhar de qualquer jeito. Depois, se quiser, pode perder outras.

      Abs.

  2. José Aparecido-Mogi das cruzes

    Bom dia a todos!
    Excelente crônica.
    Mas como tá difícil torcer pro Palmeiras.
    Eu não posso passar tanto nervoso assim.
    Perdemos um caminhão de gols (o do Roni inacreditável).
    No 2 tempo entram LL e GS, dois canhotos habilidosos pra sacramentar a vitória e segurar a bola no campo de defesa dos caras.
    Que decepção…aliás foram pouquíssimas vezes que esses caras não decepcionaram.
    E toma mais um gol de cabeça (com 3 zagueiros em campo).
    São WEWERTON continua iluminado.
    Se não fosse ele era mais uma derrota de não deixar vc dormir.
    Mas oque interessa, não teremos decepção.
    Será?

    • Márcio Trevisan

      Zé: agradeço o elogio.

      Cara, tá faltando perna pros jogadores. Isso ficou muito claro no segundo tempo.

      Abs.

  3. Bom dia, Márcio.

    Eu não consigo entender uma situação: por que Abel insiste em escalar titulares para os jogos do Brasileirão?

    Além da impossibilidade de se ganhar esse campeonato, já estamos nas finais de outros dois onde, se formos campeões em um, já nos classificamos para a próxima edição da Libertadores. Será que nosso grau de confiança está tão baixo assim? Poupe os caras, pelo amor de Deus! Dê chances para jogadores que quase não jogam.

    Com esse calendário louco e a insistência de Abel em continuar a escalar os principais atletas, nenhum jogador do Verdão chega inteiro para as finais.

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Válter, salve!

      Creio que é pode ser uma questão de vaidade pessoal: o cara deve sonhar em ser campeão brasileiro mais do que em ser campeão da Libertadores.

      Lembra-se do conterrâneo dele no Flamengo/RJ, que vivia dizendo ser o Brasileirão mais importante do que a Liberta?

      Abs.

  4. Perfeito amigo Trevisan. Só um detalhe na nota do Vinha, observe. O Palmeiras com um time mesclado empatou com o Grêmio então com os titulares seremos campeões, oxalá.

    • Márcio Trevisan

      Tadeu: agradeço o toque em relação ao Vinha e peço desculpas pelo erro, aliás já corrigido.

      É que o cara é tão ruim que acaba me confundindo.

      Quanto ao seu raciocínio, ele é lógico. Tomara que seja também correto.

      Abs.

  5. Com a sequencia de jogos decisivos ficou escancarado o potencial desse elenco do Palmeiras em conquistar títulos !
    Se estivesse num cassino para apostar minhas 10 fichas nesse elenco, apostaria somente 1 miserável ficha.
    Abçs.

    • Márcio Trevisan

      Jair: aí é que vc pode se enganar.

      No jogo da Libertadores, por exemplo, se começarmos como começamos esta partida tenho certeza de que seremos campeões.

      O problema é emocional, sim, mas é muito mais físico. Por isso acredito que deveríamos jogar o Brasileirão com uma equipe alternativa, até porque o vencemos em 2016 e em 2018 (ou seja: há muito pouco tempo).

      Abs.

  6. O ponto positivo foi a postura da equipe no primeiro tempo, criando inúmeras chances de gol, não deixando o adversário respirar. Só que tem que converter os gols, pois desperdiçamos mais dois pontos, assim como contra o próprio Grêmio no primeiro turno, Bahia, Fluminense, Goiás, Botafogo, Sport…

    • JORGE FARANI

      Pode incluir também os pontos perdidos contra o Coritiba.

      • Márcio Trevisan

        Farani: estes vão para a conta dos jogadores, que perderam de propósito para derrubarem o Luxa.

        Abs.

    • Márcio Trevisan

      Tiago: esqueça o Brasileirão.

      Se o terminarmos entre os seis – e terminaremos, estou certo – já estará de bom tamanho (desde que ganhemos a Liberta, claro).

      Abs.

  7. JORGE FARANI

    Após o jogo contra o River o técnico disse que foi “A derrota mais gostosa da historia”, agora, quando estiver com a voz basta dizer que foi “O empate mais amargo”.

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