AH, SE FOSSE SEMPRE ASSIM…

Sem pena do fraco Bolívar/BOL, Palmeiras goleia e se garante nas oitavas da Libertadores

Meus amigos.

Dizem por aí que não existem torcedores mais exigentes do que nós. E, sinceramente, creio que isso seja mesmo verdade. Afinal, para a gente não basta vencer – há de se convencer também. Se o Palmeiras ganha de cinco, como hoje, ótimo, mas a gente fica meio que remoendo as chances desperdiçadas e fazendo as contas: “Poxa, poderia ter sido pelo menos uns 7…”. Nós somos assim, faz parte da nossa natureza.

Aliás, o título desta crônica pós-jogo é mais um exemplo disso. Mas quando eu digo que seria ótimo se sempre jogássemos como jogamos nesta noite (ou, para ser mais “corneteiro”, como jogamos no segundo tempo desta noite), não me refiro apenas à goleada por 5 a 0, até porque, cá entre nós, o tal do Bolívar/BOL é fraco de dar dó. O que eu quis dizer é que, na etapa final, o Verdão fez aquilo que deveria fazer, se não sempre, pelo menos quase sempre e, claro, toda vez que jogar em casa: impor-se ao adversário, encurralá-lo em seu campo defensivo e não lhe dar a mínima chance sequer para respirar, imagine então para dar as cartas.

O problema é que isso chegou a acontecer. Mesmo abrindo o placar logo aos 4 minutos de partida, nossa equipe permitiu que os bolivianos passassem a tocar bem a bola, comandassem as ações no meio-campo, adotassem a chamada “marcação alta” e, o que foi muito pior, criassem chances reais de empatar o jogo. Tudo isso se deu por uma razão simples: nossos jogadores estão sem confiança. Basta um erro, um gol perdido ou mesmo uma boa oportunidade criada pelo adversário para que eles se apequenem, se diminuam, recuem e passem a jogar como se o verde de sua camisa não fosse o do Palmeiras, mas sim o de um XV de Jaú da vida.

Foi necessária uma baita bronca de Wanderley Luxemburgo no intervalo para que o time voltasse não apenas ligado, mas principalmente ciente de sua imensa superioridade técnica e física. E o que vimos logo em seguida? Um gol logo aos 2 minutos e mais três num espaço de apenas cinco: aos 15, aos 17 e aos 20. Até o Rony, acreditem, conseguiu jogar uma ótima partida e até balançou as redes, o que é uma prova inconteste de que milagres, às vezes, acontecem.

Mas eu gostaria de salientar um outro jogador: Wesley. Não, ele não é o novo Nei, o novo Rodrigues Tatu ou o novo sei lá quem. Mas é um jogador de apenas 21 anos que precisa receber mais oportunidades, ter uma sequência maior de jogos como titular para que todos, inclusive o próprio, saibamos até onde ele pode ir. Hoje, ele foi longe, e de longe também o melhor jogador da partida.

Agora, prezado palmeirense, já com a vaga nas oitavas garantida, nem precisamos pensar na última partida desta fase, contra o Tigre/ARG, de novo em casa, pois é praticamente impossível que percamos a liderança e a vantagem de decidir um lugar nas quartas de final da Libertadores na Arena Palestra Itália . O que temos é de torcer para que o elenco do Palmeiras passe a acreditar um pouco mais em si próprio pois, se isso acontecer, novas vitórias virão.

Talvez não por 5 a 0, pois nem todo time é um Bolívar/BOL, mas com certeza com um futebol digno da história do nosso clube.

ANÁLISES INDIVIDUAIS

WEVERTON – 6,5
MUITO BOM

MARCOS ROCHA – 5
REGULAR

FELIPE MELO – 5,5
SATISFATÓRIO

GUSTAVO GÓMEZ – 6
BOM

VIÑA – 7
ÓTIMO

PATRICK DE PAULA – 6
BOM

BRUNO HENRIQUE – 5,5
SATISFATÓRIO

RAPHAEL VEIGA – 7
ÓTIMO

RONY – 7
ÓTIMO

WILLIAN BIGODE – 5,5
SATISFATÓRIO

WESLEY – 8
EXCELENTE

WANDERLEY LUXEMBURGO – 6,5
MUITO BOM

GABRIEL MENINO – 5
REGULAR

LUAN – 5
REGULAR

VÍTOR HUGO – 5
REGULAR

RAMIRES – 5
REGULAR

DANILO – 6
BOM

CRÉDITO FOTOS: CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO

08 a 8,5 – EXCELENTE
07 a 7,5 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
00 a 3,5 – PÉSSIMO

16 Responses to AH, SE FOSSE SEMPRE ASSIM…

  1. António Manara

    Essa contagem de 5 X 0 no Bolívar não me surpreende, porque já vi nosso Palmeiras enfiar 5 no Santos de Pele na Vila Belmiro e no Palestra Itália bater o Grémio por 5X 1 em uma Libertadores.

  2. Roberto Alfano

    Boa tarde caro Trevisan, é assim mesmo que nossa imensa Torcida gosta de ver o Palmeiras jogar, agora o difícil e manter.
    Temos que melhorar no Brasileirão, só depende de nós.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Como eu disse, Alfano, é preciso que nossos jogadores acreditem em si próprios.

      Se isso não acontecer, tudo ficará muito mais difícil.

      Abs.

  3. Como eu queria que o velho professor voltasse e ainda que não jogasse tão bonito, ao menos, apresentasse um futebol menos covarde como apresenta as vezes (contra o Flamengo me irritou profundamente). É isso, nunca torci tanto pra que um técnico vencesse novamente pelo Palmeiras mas ele tem que fazer a parte dele também, ser um pouco menos teimoso e arrogante. Sou fã do Luxa, sempre disse isso aqui.

    • Márcio Trevisan

      Ed: se tem algo que Luxa jamais irá mudar é sua arrogância.

      Pode apostar que eu sei o que estou falando.

      Abs.

  4. Bom dia Marcio e Amigos,

    Quando enfrentamos times fraquinhos como Bolivar, é isto mesmo que tem que fazer, ou seja, ir pra cima, golear e extrair o máximo de confiança possível.
    A vitória foi boa pois já enfrentamos diversos “Bolivars” nesta temporada e sempre com o freio de mão puxado.
    Que nosso jogadores “cabeças de vento” possam ter adquirido confiança necessária para os próximos jogos..
    Abs

    • Márcio Trevisan

      Esta é a minha esperança, Rodrigo.

      Os caras, como eu disse, estão sem confiança. Aí, fica difícil.

      Abs.

  5. Bom dia, Márcio.

    Resumo da temporada:

    1. Campeão Paulista depois de 12 anos;
    2. Campeonato Brasileiro: invicto e em 4º lugar, com 5 pontos atrás do Galo – que não está disputando mais nada esse ano – e 2 pontos atrás do Inter com um jogo a menos;
    3. Libertadores: invicto e em primeiro do grupo, com chances reais de terminar a fase de grupos com a melhor campanha do torneio.

    Mandamos o Luxa embora?

    O problema é que oscilamos de opinião a cada partida. Jogamos mal, rua para o Luxa. Jogamos bem, exagero nas críticas ao Luxa. Deixemos o pofexô trabalhar! O cara está tirando leite de pedra com o que tem nas mãos.

    Não vou entrar em detalhes, mas vejamos o desempenho de outros times que tem uma história tão grande quanto a do Palmeiras. Esses, sim, tem grandes problemas.

    Sou da opinião que não devemos acordar um monstro que está dormindo.

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Entendo seu ponto de vista, Válter.

      Eu não gostaria que Luxa fosse demitido. Porém, acredito que isso acabará acontecendo porque, ao que parece, nossos jogadores não conseguem entendê-lo.

      Abs.

  6. 1º tempo = Palmeiras de 2.020
    2º tempo = Palmeiras
    Abçs

  7. Ah, esqueci de dizer, ó eu aqui de novo o primeiro a comentar ó.

  8. É, o tal do Bolivar é fraquinho mesmo, mas tudo bem, é melhor bater do que apanhar de bêbado. Agora é pensar em ganhar do Ceará. Por fim amigo Trevisan, quem é esse Rodrigues Tatu ?

    • Márcio Trevisan

      Olá, Fernando.

      Estamos aqui também para este tipo de dúvida.

      Rodrigues Tatu foi o melhor ponta-esquerda da história do Palmeiras.

      Francisco Rodrigues (o apelido ele ganhou por se parecer com o referido bicho), nasceu em São Paulo/SP no dia 25.06.1925. Começou no Ypiranga/SP, mas se destacou pelo Fluminense/RJ, pelo qual disputou a Copa de 1950 como reserva.

      Estreou no Verdão em 23.07.1950, numa vitória em um amistoso com o Paulista de Araraquara (4 a 3). Foi titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1954, na Suíça. Despediu-se do Palmeiras em 19/10/1955, após um empate com o XV de Jaú/SP por 1 a 1. Pelo nosso time faturou a Taça Cidade de São Paulo/1950, o Mundial Interclubes/1951, a Taça Cidade de São Paulo/1951 e o Torneio Cidade do Recife/1955. Ao todo, vestiu a nossa camisa em 240 partidas e marcou 131 gols, formando uma inesquecível ala esquerda de ataque com Jair Rosa Pinto.

      Rodrigues Tatu faleceu em São Paulo/SP no dia 30/10/1988, com apenas 63 anos.

      Pronto: agora você já sabe quem foi Rodrigues Tatu. E eu fico muito feliz de ter sido por mim que você o tenha conhecido.

      Abs.

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