O MELHOR NEM SAIU DO BANCO

Atuação de Mano Menezes é razão principal de mais uma vitória do Palmeiras

Certa vez perguntei a Wanderley Luxemburgo, em uma das muitas e informais conversas que mantivemos desde quando nos conhecemos, em 1993, se técnico de futebol ganhava jogo. A resposta do “pofexô” foi direta. “Claro que sim. Mas pode perder também”.

Hoje, logo após ver o Palmeiras ganhar mais um jogo neste Brasileirão, lembrei-me do amigo de longa data. Afinal, se conseguiu anular todas – repito: todas! – as jogadas ofensivas do Fortaleza/CE, suportar o intenso calor da capital cearense, não dar ouvidos à pressão feita pelos torcedores tricolores e, sobretudo, ter outra atuação sólida no aspecto defensivo sem, absolutamente, abrir mão de propor o jogo durante todo o tempo, o Verdão deve tudo isso à forma de pensar e de agir de seu treinador.

Mano Menezes começou acertando ao escolher Zé Rafael como substituto de Dudu, hoje suspenso. Não que o meia transformado em atacante pelos lados do campo tenha tido uma grande atuação – longe disso, por sinal. Mas ao escolher o ex-jogador do Bahia/BA e optar por manter Carlos Eduardo, substituto natural do craque do time, como opção, o técnico palmeirense guardou uma importante arma para quando, e se, estivéssemos vencendo. E como isso se tornou realidade logo aos 2 minutos da etapa final, pôde mandar a campo seu único atleta veloz o suficiente para manter preso sem eu campo o bom Carlinhos, até então mais um ponta do que um lateral-esquerdo.

Outro ponto que merece destaque foram as duas outras alterações que promoveu. Mesmo vencendo apenas por 1 a 0 e sofrendo, claro, uma pressão relativamente maior, Mano não alterou a equipe fortalecendo a marcação. Ao contrário: trocou um centroavante (Luiz Adriano) por outro (Deyverson), mas nem por isso fez uma substituição “seis por meia dúzia”, já que o limitado atacante conseguiu não só prender um pouco mais a bola em nosso campo de ataque como também atrapalhar a saída de bola dos zagueiros. Por fim, qualquer outro treinador teria, diante das condições daquele momento, optado por um volante de marcação (no caso, Thiago Santos) para o lugar de Zé Rafael. Mas ele, não: colocou em campo Lucas Lima, o que manteve a qualidade na posse de bola no meio-campo, e deslocou Gustavo Scarpa para o lado direito, com o que segurou o outro lateral do Fortaleza/CE, Tinga.

Ainda que o gol marcado por Willian Bigode tenha sido, também, fruto do acaso, já que a bola só foi às redes porque desviou na marcação, todo o relato acima parece deixar claro que, não fosse naquele momento, em qualquer outro o gol palmeirense aconteceria, porque todo um trabalho foi pensado e realizado para tanto.

Depois de todo este relato, parece-me ter ficado muito claro o título desta crônica.

ANÁLISES INDIVIDUAIS

WEVERTON – 5,5
SATISFATÓRIO

MARCOS ROCHA – 6,5
MUITO BOM

GUSTAVO GÓMEZ – 5,5
SATISFATÓRIO

VÍTOR HUGO – 6,5
  MUITO BOM

DIOGO BARBOSA – 5
  REGULAR

FELIPE MELO – 6,5
  MUITO BOM

BRUNO HENRIQUE – 6
  BOM

GUSTAVO SCARPA – 6
BOM

ZÉ RAFAEL – 5
  REGULAR

LUÍS ADRIANO – 5
REGULAR

WILLIAN BIGODE – 6
  BOM

MANO MENEZES – 7
ÓTIMO

DEYVERSON – 5,5
SATISFATÓRIO

LUCAS LIMA – 5
REGULAR

CARLOS EDUARDO – 5,5
SATISFATÓRIO

Créditos Fotos: César Greco/Ag. Palmeiras

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO

08 a 8,5 – EXCELENTE
07 a 7,5 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
00 a 3,5 – PÉSSIMO

14 Responses to O MELHOR NEM SAIU DO BANCO

  1. Caro Márcio e demais amigos torcedores,

    Desculpem as msgs repetidas abaixo…qdo enviava surgia uma msg de falha no envio, aí acabei errando na dose…eheh. Márcio, pf pode apagá-las! Abs

    • Márcio Trevisan

      Sem problemas, meu amigo.

      E serviu para mostrar o quanto vc quis colocar sua opinião neste espaço.

      Muito obrigado!

      Abs.

  2. Boa tarde, Márcio.

    Sinceramente, o jogo de ontem foi muito fraco tecnicamente e as alterações propostas pelo Mano não surtiram efeito nenhum. LL, Carlos Eduardo e Deyverson não fizeram absolutamente nada de diferente do que os outros fizeram. Aliás, convenhamos: insistir com LL e Deyverson é, no mínimo, piada de mau gosto. Se existir uma lista de despensa no fim do ano estes dois precisam encabeçar a lista.

    Me desculpem por ser cético demais, mas o primeiro desafio do Palmeiras na era Mano vai ser contra o Inter em Porto Alegre. Nesse jogo iremos separar o joio do trigo.

    Às vezes, me sinto tão ignorante quando o assunto é futebol que me dá vergonha. Eu realmente não consigo ver nenhuma diferença naquilo que o Mano está fazendo agora para aquilo que o Felipão vinha fazendo. São exatamente os mesmos jogadores escalados de forma muito similar.

    Me pergunto qual foi o coelho que o Palmeiras tirou da cartola para o time voltar a ganhar. O Palmeiras contraria um ditado popular que diz o seguinte: “Não espere resultados diferentes se você realiza suas tarefas sempre da mesma forma”.

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Valter: as mudanças em relação ao antigo treinador são visíveis.

      A começar pela posse da bola, muito maior agora, e pelas alterações promovidas, sempre buscando reforçar o ataque, e não a defesa.

      Mas vc tem razão com relação ao jogo do Inter/RS: vamos ver se o time mantém nesta partida a mesma filosofia que vem mostrando desde que Mano chegou.

      Por fim, Lucas Lima e Deyverson dificilmente permanecerão em 2020.

      Abs.

  3. Respeitosamente discordo em parte de sua análise Márcio, pra mim Mano ontem foi o Mano que conhecemos, disposto a apenas administrar o jogo, sim, ele controla muito bem o adversário mas não com o intuito de vencer e ontem a vitória foi um acaso, um gol achado pois desviou no adversário e pode ter certeza que a intenção ontem era apenas não perder e Mano Menezes voltaria felicíssimo para SP com um empate em 0 x 0.

    P.S: Insistir na Lacraia é imperdoável e se ele começar a escalar esse tranqueira vai perder o meu apoio.

    Abraços.

    • Márcio Trevisan

      Ed: como vc bem sabe, todos podem discordar das minhas análises.

      E vc tem razão no que diz sobre o lance do gol e também da possível satisfação do treinador caso tivéssemos apenas empatado.

      Mas não é verdade que Mano não quis vencer. Se isso tivesse acontecido, ele teria promovido alterações defensivas, e não ofensivas.

      Por fim, gosto do Deyverson tanto quanto vc, mas entendi – e expliquei no texto – os motivos pelos quais ele o colocou em campo.

      Abs.

  4. Paulo Bergo

    Pior partida do Palmeiras na era Mano.

    • Márcio Trevisan

      Pra vc ver, Bergo, como o futebol pode ser visto de maneiras completamente opostas.

      Para mim, jogamos melhor até mesmo do que na vitória sobre o Fluminense/RJ.

      Abração.

  5. Ótimnos 3 pontos
    Muita luta, muita determinação, muito chutão pras laterais,etc …
    FUTEBOL M E D I O C R E !

    • Márcio Trevisan

      Jair: respeito sua opinião.

      Mas não vi nada de medíocre nesta partida.

      Com exceção das raras finalizações, vi um time muito bem postado, sobretudo defensivamente.

      Talvez vc esteja exigente demais para o momento que vivemos.

      Abs.

  6. Antônio Manara

    Olá Márcio, concordo plenamente com sua análise, e notas.

  7. Olá Márcio,

    Tudo bem? Boa vitória, mas ainda acho que nosso sistema ofensivo continua deixando a desejar. Passes equivocados e um estilo de jogo que mais parece má vontade as vezes…abs

    • Márcio Trevisan

      Olá, Carlos.

      O problema é que estamos tendo dificuldades para que a bola chegue ao centroavante.

      Aliás, o próprio Marcos Rocha disse isso ao final do jogo.

      Abs.

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