Em nova vitória do Palmeiras, limitado centroavante só não brilha mais do que Dudu 

O futebol tem razões que a própria razão desconhece.

O centroavante Deyverson, reconhecidamente muito fraco tecnicamente, tem se tornado uma das principais armas ofensivas do Palmeiras nos últimos jogos. Além dos gols que tem marcado (só hoje, em Salvador/BA, foram dois), vem se destacando pela entrega em campo, pelo perfeito papel de pivô que desempenha e, mesmo sendo um camisa 9 como antigamente, nem de longe tem no individualismo uma de suas características – ao contrário: joga para o time e não pensa duas vezes em priorizar um passe, um lançamento a um gol.

Não posso deixar de reconhecer que nosso velho/novo treinador tem uma grande e vital participação nisso. Como todos sabem, ele consegue rapidamente cativar todos os jogadores que comanda, e com seu estilo tipo “paizão” faz com que seus comandados rendam muito mais até do que na verdade poderiam render. Claro que o empenho e a humildade que demonstra e o carinho de que desfruta perante o grupo (o cara é simplesmente adorado por todos os companheiros de clube) ajudam nesta nova fase que Deyverson parece estar vivendo, mas que o incentivo e a confiança que Scolari lhe deu foram essenciais é algo indiscutível.

Apesar dos dois gols que fez, Deyverson não foi o maior destaque do Verdão nos 3 a 0 que aplicamos no Vitória/BA. No Barradão de tão triste lembrança para todos nós (e principalmente para este jornalista), quem mais brilhou foi Dudu. E não me refiro apenas ao golaço que marcou, em lance que provou toda a habilidade que possui, mas também a toda a sua participação durante o tempo em que esteve em campo. Quando não escondeu a frustração por não ter sido negociado na janela deste meio de ano, muitos acreditaram que o atacante passaria a fazer o famoso corpo mole, como forma de retaliação. Mas eu sabia que isso não iria acontecer: primeiro porque sua maneira de atuar é justamente a oposta, e segundo porque o mais prejudicado seria ele próprio.

Além de Deyverson e Dudu, merecem elogios também o técnico palmeirense, com escalação inicial e substituições corretíssimas (principalmente quando testou Diogo Barbosa como atacante pela esquerda), Marcos Rocha, que participou diretamente de um dos gols e impediu aquele que seria o de empate do time baiano, e Lucas Lima, com mais uma atuação que lembrou as que teve em seus melhores momentos de Santos/SP.

Terminamos este Primeiro Turno do Brasileirão com 33 pontos, apenas dois a menos do que conseguimos na edição de 2016, quando faturamos o enecampeonato brasileiro. Mesmo assim, dada a distância em relação ao líder momentâneo da competição, ainda estamos longe de um possível título. Mas se Deyverson, Dudu, Lucas Lima, Scolari e que tais continuarem como estão, por que não sonhar com o deca?

Afinal, como disse aí em cima, o futebol tem razões que a própria razão desconhece.

WEVERTON – 6
BOM

MARCOS ROCHA – 7,5
ÓTIMO

LUAN – 5,5
SATISFATÓRIO

GUSTAVO GÓMEZ – 6
BOM

VICTOR LUÍS – 6
BOM

THIAGO SANTOS – 6
BOM

BRUNO HENRIQUE – 5,5
SATISFATÓRIO

LUCAS LIMA – 7,5
ÓTIMO

HYORAN – 5,5
SATISFATÓRIO

DEYVERSON – 8
  EXCELENTE

DUDU – 9,5
  PERFEITO

LUIZ FELIPE SCOLARI – 7
ÓTIMO

MOISÉS – 6
BOM

MAYKE – 5,5
SATISFATÓRIO 

DIOGO BARBOSA – 5
REGULAR

Créditos Fotos: César Greco/Ag. Palmeiras

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO
8,5 – EXCELENTE
08 – EXCELENTE
7,5 – ÓTIMO
07 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
3,5 – PÉSSIMO
03 – PÉSSIMO
2,5 – VERGONHOSO
02 – VERGONHOSO
1,5 – MEDONHO
1,0 – MEDONHO
0,5 – ENOJANTE
00 – ENOJANTE