Corajoso, Linense/SP interrompe série de vitórias do Palmeiras. E de repente pode ter sido bom.
Carlos Drummond de Andrade é, para muitos, o maior poeta do Brasil em todos os tempos. Uma de suas obras mais conhecidas tem como título “No Meio do Caminho Tinha uma Pedra”, forma pela qual o autor classificava os obstáculos ou problemas que não só ele, mas todos nós encontramos pela vida. Segundo o poeta, estas “pedras” podem impedir a pessoa de atingir os seus objetivos.
Literatura Brasileira à parte (viram? Senhor Palmeiras também é cultura – Rs…), o fato é que a pedra no caminho do Palmeiras foi um elefante. A equipe da cidade de Lins/SP, cujo referido animal é seu símbolo maior, encarou o Verdão de frente, em nenhum momento se deixou dominar completamente e, com méritos, conseguiu não só arrancar um empate na Arena Palestra Itália mas, também, impediu que o nosso time obtivesse a sétima vitória consecutiva, algo que não acontecia desde 2014.
Sei bem que a pergunta que todos fazem neste momento é muito simples: se o “Elefante” é um dos piores times deste Paulistão, por que não conseguimos vencê-lo? Por mais que reconheça o ótimo jogo apresentado pelos comandados do ex-jogador santista Márcio Fernandes, aliás já salientados no parágrafo acima, a verdade é que a principal razão que nos impediu de vencer, além de erros individuais de nossa dupla de zaga, foi justamente a certeza mais do que absoluta de que venceríamos sem grandes dificuldades.
Neste quesito, aliás, vale ressaltar que ter aberto o placar logo no primeiro ataque que fez acabou reforçando ainda mais esta certeza ao Palmeiras. Se já vencia o jogo com apenas três minutos, estava claro que a vitória viria de forma bastante tranquila. Só que isso apenas poderia acontecer se o Verdão mantivesse o ritmo, continuasse a atacar de forma consistente e chegasse ao segundo, ao terceiro e a quantos gols pudesse chegar de forma natural. Mas, não: nossa equipe passou a tocar a bola lateralmente, permitiu que o adversário se recuperasse do susto rapidamente e, no fim da etapa inicial, levou o merecido castigo.
Os primeiros minutos da etapa final foram como um replay dos primeiros minutos da etapa inicial: de novo começamos intensamente, mais uma vez encurralamos o Linense/SP e igualmente marcamos o gol bem no começo. O problema, meus amigos, é que lição não aprendida é certeza de repetição de erro. Assim, novamente passamos a tocar a bola lateralmente, permitimos que o adversário se recuperasse do susto rapidamente e, no fim da etapa inicial, levamos o merecido castigo.
Mas não há de ser nada. Aliás, creio até que este tropeço poderá nos ser benéfico, já que nossas duas próximas partidas serão fora de casa, sem o apoio de nenhum palmeirense e diante de dois times indiscutivelmente superiores ao que nos enfrentou nesta quarta – a Ponte Preta/SP, no Moisés Lucarelli, e “eles”, na Impressora ainda não paga. Tenho a mais absoluta certeza de que o Palmeiras não cometerá nestes próximos dois jogos o mesmo erro que cometeu, e por duas vezes, no jogo de hoje.
Quero salientar, também, dois pontos de luz nesta noite um tanto quanto escura: Róger Machado, que deu vez a Guerra e, com isso, trabalhou uma outra formação tática, em que deu maior ênfase à criação, e Miguel Borja, que graças justamente a esta alteração e, claro, também aos seus próprios méritos, marcou dois gols e – acreditem! – neste momento é um dos artilheiros do Campeonato Paulista.
Por fim, talvez tenha sido bom, mesmo, não conseguirmos a sétima vitória seguida. Afinal, dizem que 7 é conta de mentiroso, e eu tenho certeza de que o Palmeiras, neste ano, será a mais pura expressão da verdade.
JAÍLSON – 6
BOM
MARCOS ROCHA – 7
ÓTIMO
ANTÔNIO CARLOS – 5
REGULAR
THIAGO MARTINS – 4,5
RUIM
MICHEL BASTOS – 5
REGULAR
FELIPE MELO – 5,5
SATISFATÓRIO
TCHÊ TCHÊ – 5,5
SATISFATÓRIO
LUCAS LIMA – 6
BOM
GUERRA – 6
BOM
BORJA – 7,5
ÓTIMO
DUDU – 5,5
SATISFATÓRIO
RÓGER MACHADO – 7,5
ÓTIMO
KENO – 4,5
RUIM
GUSTAVO SCARPA – 5
REGULAR
WILLIAN BIGODE – 4,5
RUIM
Créditos Fotos: César Greco/Agência Palmeiras
16/02/2018 at 21:42
Não entendi por que nossa próxima partida será “sem o apoio de nenhum palmeirense”. Não poderá ter torcida nossa no Moisés Lucarelli?
17/02/2018 at 13:44
Não, Fábio.
À Ponte Preta se aplicam as mesmas regras dos jogos clássicos.
Motivo: a beligerância da torcida da Macaca, de longe a mais perigosa do Estado.
Abs.
17/02/2018 at 15:37
nossa, não sabia. obrigado pela informação, Márcio
16/02/2018 at 12:17
MARCIO … ESSE PEQUENO TROPEÇO NOS FAVORECE, POIS AGORA SABEMOS QUE NEM TUDO SÃO FLORES. O IMPORTANTE É GANHAR DA PONTE (NOSSA ASA NEGRA) E CHEGAR FORTE CONTRA “ELES” E AI SIM, SABEREMOS A REAL FORÇA DESSE TIME.
17/02/2018 at 13:43
Concordo, Ildebrando: estas duas próximas partidas serão fundamentais para que saibamos de fato como nosso time está e, também, para o preparar para a Libertadores, na qual estreamos na semana seguinte ao derby.
Abs.
16/02/2018 at 11:45
Bom dia!
Excelente crônica Márcio, como sempre, aliás!
Estou com o mesmo sentimento: de que foi bom este empate nas circunstâncias em que ocorreu.
Concorda comigo: salvo Guerra e Borja, ninguém foi tão intenso no jogo. Seria a intenção de se pouparem para o dérbi do próximo final de semana? Chegarem inteiros, evitando lesões ou cartões? Esses caras são malandros. Mas, neste momento, não os julgo errados. Lá no nosso salão de festas que suem sangue para massacrar!!
Abraços!
16/02/2018 at 11:24
Márcio, concordo com seus comentários sobre o time Palmeirense e te digo mais-que-tudo todos times de futebol tem o seu Getafe. Ainda bem que o nosso foi o Linense.
17/02/2018 at 13:42
Manara: gostei da comparação em relação ao Getafe.
Boa!
Abs.
16/02/2018 at 10:33
Bom dia cultural Senhor Palmeiras !
Achei que faltou um pouco de empenho. Nosso goleiro joga com tesão, vontade, orgulho de vestir nosso manto sagrado, mas achei que faltou um pouco de vontade para alguns jogadores de linha. Resultado: 2x 2 contra o Linense. Sinceramente não gostei do que eles jogaram, que na minha opinião foi pior do que o resultado. Mas também este empate não faz mal nenhum. Vamos para a próxima.
Abraços.
17/02/2018 at 13:41
Olá, Paulo.
Vc tem razão, meu amigo: esta falta de vontade foi resultado das seis vitórias seguidas e também da acomodação que isso gerou.
Tomara tenha a equipe aprendido a lição.
Abs.
16/02/2018 at 9:52
Bom dia, caro Trevisan, muito bom seu comentário, o Linense em nenhum momento teve medo.
Que sirva de lição, pois no mata – mata não tem choro, temos time para tal, só corrigir os erros de ontém.
Abraço.
17/02/2018 at 13:40
Obrigado, Alfano.
Muito bem lembrado: no ano passado, o time teve meia hora de instabilidade e levou três gols da Macaca, o que os alijou das finais.
Este tipo de erro não pode se repetir no mata-mata.
Abs.