Jogador se despede do futebol em noite de vitória do Palmeiras e emoção na Arena Palestra Itália
Exatamente um ano após ser um dos protagonistas da conquista do eneacampeonato brasileiro pelo Verdão, o lateral-esquerdo Zé Roberto disputou sua última partida pela equipe e, também, de sua vitoriosa carreira profissional. Em uma Arena Palestra Itália que, apenas por ele, poderia estar muito mais cheia, ele teve uma atuação simples, é verdade, mas que ainda assim coroou 23 anos de um profissional exemplar tanto dentro quanto fora de campo.
Não vou, aqui, cometer a arrogância de dizer que o Palmeiras foi, para Zé Roberto, o principal clube de sua vida. Para ele, este talvez tenha sido a Portuguesa Desp./SP, que o revelou ao mundo da bola e o levou à Seleção Brasileira pela primeira vez. Ou, então, o Real Madrid/ESP, que lhe abriu as portas na Europa. Ou – quem sabe? – os alemães Bayer Leverkusen e Bayern de Munique, responsáveis por sua permanência por 11 anos ininterruptos naquele país e sua convocação para a Copa do Mundo de 2006. Talvez, por mais que isso não nos agrade, o principal clube na carreira de Zé Roberto tenha sido, para ele, o Santos/SP, que promoveu seu retorno ao Brasil. Ou, na verdade, o Grêmio/RS, no qual voltou a ter o reconhecimento nacional.
Mas vou, aqui, garantir a todos vocês que o Palmeiras, pelo menos, terá para sempre um lugar muito especial no coração deste lateral-esquerdo que também foi meia. E nem me refiro aos dois títulos nacionais que ajudou a ganhar, ou às 134 partidas que fez com a nossa camisa e nem mesmo aos 10 gols que marcou e aos tantos outros que evitou (como aquele contra o Cruzeiro/MG, após chute de Robinho, que salvou em cima da linha com as costelas). Tenho certeza de que o nosso time será especial a Zé Roberto porque teve a coragem de assinar um contrato de dois anos – posteriormente prorrogado por mais um – com um jogador que, na data de sua estreia, já tinha mais de 41 anos (o que o torna o mais velho jogador a defender nossas cores).
Se o Palmeiras certamente foi importante a Zé Roberto, Zé Roberto foi essencial ao Palmeiras. Foi preciso que alguém de fora, sem nenhuma ligação afetiva com o clube do qual até então fora apenas adversário, desse em todos (dirigentes, torcedores e até mesmo jornalistas) um enorme tapa na cara, ao grita a quem quisesse ouvir que o Palmeiras era grande. No momento em que fez aquele pronunciamento, instantes antes de um amistoso contra o Shandong Luneng/CHINA em 15.01.2015, ele talvez nem imaginasse o efeito que aquelas palavras fariam. Mas, para mim, se nestes últimos três anos o Verdão voltou a ser o que sempre foi, deve muito, mas muito, mesmo, a esse cara.
Mas se engana quem pensa que, a partir de hoje, Zé Roberto será apenas mais um ex-jogador de futebol. Por tudo o que fez, ele sempre será um estrela, um exemplo, uma saudade e um caminho aos torcedores dos clubes por que passou. E para nós, aqueles que por último mas efusivamente tanto por ele torceram, ainda mais do que tudo isso: ele será uma estrela que eternamente brilhará em nossa história.
O jogo – Espero que vocês me perdoem, mas diante do fato principal desta noite, a vitória por 2 a 0 sobre o Botafogo/RJ, a outra excelente atuação de Keno, o 41º gol de Dudu pelo nosso time ou a vice-liderança que, agora, só depende de nossas forças para ser concretizada, pouco importam. Hoje, meus amigos, apenas Zé Roberto importou.
ANÁLISES INDIVIDUAIS
ZÉ ROBERTO – 10
DIVINO
JAÍLSON – 5,5
SATISFATÓRIO
MAIKE – 5,5
SATISFATÓRIO
MINA – 5,5
SATISFATÓRIO
EDU DRACENA – 5,5
SATISFATÓRIO
FELIPE MELO – 5,5
SATISFATÓRIO
TCHÊ TCHÊ – 6,5
MUITO BOM
MOISÉS – 5
REGULAR
DUDU – 7
ÓTIMO
BORJA – 4,5
RUIM
KENO – 8
EXCELENTE
ALBERTO VALENTIM – 6,5
MUITO BOM
WILLIAN BIGODE – 5,5
SATISFATÓRIO
THIAGO SANTOS – 5,5
SATISFATÓRIO
HYORAN – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO
FOTOS CAPA: CÉSAR GRECO/AG. PALMEIRAS
30/11/2017 at 16:35
Marcio, a preleção do Zé foi uma lição de vida. Tomara que os mais novos a ouçam varias vezes no decorrer de suas carreiras.
28/11/2017 at 15:50
Boa tarde, agora só nos falta uma vitória para o vice.
Que belo Gol o do Keno, para não dizer Golaço!!!!
Parabéns Zé Roberto, sua passagem no Palmeiras já está deixando saudades, o exemplo
que você deixa, sirva de lição aos mais jovens e a todos nós.
Tenho certeza que em 2018 vamos dar trabalho em todos os Campeonatos a serem disputados.
Abraço.
28/11/2017 at 18:08
Também acredito nisso, Alfano: vamos estar sempre nos primeiros lugares no ano que vem.
Quanto ao golaço do Keno, foi apenas mais um golaço dele: parece que ele está se especializando nisso – rs…
Abs.
28/11/2017 at 11:30
Bom dia!
Márcio, como sempre, sem nada a acrescentar aos seus textos, ainda mais quando trata de homenagear alguém. Parabéns a você também! Só uma observação deste grande admirador de futebol bem jogado: considerando o atual momento do futebol praticado no Brasil, Zé Roberto pode, ainda, ser titular nuns 16 clubes da Série A do Brasileiro, e como LE. Como volante/meia, seria ainda uma boa opção no banco do próprio Palmeiras. Enfim, que ele seja feliz por tudo o que fez pelo futebol e o legado que deixa do que é ser profissional, não só da bola, mas de todas as esferas da vida.
E, Márcio, ainda não passou meu sentimento de que fomos roubados e, ao mesmo tempo, de que deixamos para o rival o título mais fácil dos últimos tempos. Hoje, a diferença pra gambazada é de 09 pontos. Tivéssemos não sido roubados contra Cruzeiro e “eles”, considerando aí mais 03 pontos e dois menos a “eles” estaríamos a 04 da liderança. Isso hoje! Mas, não perdendo aqueles 02 pontos ganhos para o Bahia, a diferença seria de 02 pontos.
E, como bem disse o jornalista ………, caso não tivesse tratado tão mau o campeonato no início – claro, isso todos nós já percebemos – o Palmeiras teria levado o Bi antes mesmo da rodada que os gambás levaram. Deve ficar a lição, e aí é tarefa pra Direção e comissão técnica, que não se deve abandonar um campeonato como o Brasileiro, em detrimento de outro, mesmo sendo a Libertadores.
O Palmeiras tem elenco, estrutura e tudo o mais para manter equipe brigando em todas as frentes. Acho que os jogadores perceberam isso e, pelo menos nos discursos, há um ar de remorso em não se dedicarem ao Brasileirão. Dificilmente, terá outro tão fácil de ser ganho como este ano.
Abraços!
28/11/2017 at 15:35
Olá, Colletti.
Muito obrigado pelas palavras de carinho que me enviou.
Vc tem razão: o time “deles” não tinha nada de mais importante a fazer e encarou o Brasileirão com seriedade. Mesmo assim, se não tivéssemos perdido duas partidas para a Chapecoense/SC, por exemplo, nem as falha de arbitragem nos teriam tirado a chance de, pelo menos, brigar até a última rodada pelo título.
Mas, como já disse aqui, há o tempo de plantar e o tempo de colher. E acredito que em 2018 iremos à colheita.
Abs.
28/11/2017 at 11:06
Excelente homenagem Márcio, o Zé merece.
Sobre aquele lance de gol de falta, saiu na … que fazem mil dias do último gol de falta (cobrado direto) do Palmeiras. Contra o Capivariano em 2015. Ontem, mais duas faltas perigosas desperdiçadas. Complicado.
Abraço
28/11/2017 at 15:32
Olá, Leo.
Realmente precisamos de um novo cobrador de faltas. Lucas Lima sabe cobrar, embora não seja um especialista.
Tudo é uma questão de treinamento, também.
Agradeço o elogio que me fez.
Abs.
28/11/2017 at 11:05
Valeu Zé.
Quanto ao jogo, o cartão do Edu Dracena foi o retrato do fim de temporada, antecipou as férias em 1 semana. Sinceramente pouco importa 2º, 3º ou 4º a não ser o dinheiro para a diretoria. Os jogos mais importante em 2017 o Palmeira não venceu. Que 2018 seja muito diferente.
28/11/2017 at 15:30
De fato, Marcos, Dracena poderia ao menos ter disfarçado o provocar do cartão.
Pior foram os jogadores do Botafogo/RJ, que ainda têm o que lutar neste Brasileirão e também deram um jeito de sair de férias uma semana antes.
Por fim, vc foi bem feliz em seu post: nos jogos mais importantes e decisivos deste ano o Palmeiras fracassou.
Abs.
28/11/2017 at 10:01
Nota 10 pro Zé Roberto e pra você Marcio pelo maravilhoso comentário.
Fora de campo o GRITO do Zé Roberto serviu pra chacoalhar um BANDO de energumenos que dominam a politica do Palmeiras a décadas.
Dentro de campo o lance mais ESPETACULAR da conquista do ultimo campeonato Brasileiro, sem dúvida nenhuma foi o Zé Roberto se “estrebuchando” todo, dando aquele carrinho pra salvar com a barriga em cima da linha o gol contra o Cruzeiro !
Se há alguém aqui que “senta o pau” em quase todos os jogadores que estão em atividade, SOU EU, mas sem dúvida nenhuma Zé Roberto é uma exceção nesta CORJA de bilionários, fazendeiros, colecionadores de dezenas de carros importados, etc…
Pra finalizar, EI VI AS 2 ACADEMIAS JOGAR EM CAMPO E PELA TV, e afirmo categoricamente:-
ZÉ ROBERTO É O ÚNICO JOGADOR DO ELENCO ATUAL DO PALMEIRAS QUE JOGARIA NAS 2 ACADEMIAS !
28/11/2017 at 15:29
Jair: muito obrigado pelo elogio.
Creio que aquele lance do ZR11 salvando a bola em cima da linha decretou a conquista do nosso título.
Em relação a ele jogar nas duas Academias, pensando bem também concordo: não vi nenhuma das duas em ação (na Primeira não tinha nascido e na segunda era muito pequeno), mas pelo que estudei da nossa história creio que ele foi um lateral-esquerdo bem melhor tecnicamente do que Ferrari e Zeca.
Aliás, Zé Roberto entra para o rol dos melhores jogadores do Verdão na posição, ao lado de Del Nero, Dema, Ferrari, Zeca, Pedrinho, Roberto Carlos, Júnior e… EGÍDIO – Rs…
Abração.
28/11/2017 at 8:23
Bom dia, Márcio e Colegas.
Realmente, devemos um “muito obrigado” ao Zé Roberto. Profissional exemplar que com sua liderança dentro e fora de campo ajudou o Palmeiras a se reconstruir, começando com seu discurso marcante no vestiário da arena no primeiro jogo do campeonato paulista de 2015.
Márcio, gostaria de ouvir a sua opinião sobre alguns assuntos:
1. Além dos jogadores que estão chegando, quem você gostaria de ver no Verdão em 2018?
2. O que você acha da contratação do Lucas Lima? Se encaixa no perfil do Palmeiras?
3. Você acredita que jogadores importantes, como Dudu, podem deixar o Verdão em 2018?
4. Como você vê o Palmeiras que está sendo construído para a próxima temporada?
Um abraço.
Valter
28/11/2017 at 15:24
Olá, Walter.
Vamos às suas respostas:
1. Além dos jogadores que estão chegando, quem você gostaria de ver no Verdão em 2018?
R – Como perderemos o Mina a partir do meio de junho, creio que um zagueiro de peso deveria ser contratado (embora não acredite que isso aconteça, pois este zagueiro já está entre nós – Luan. O problema é que ele ainda não deu certo.). Também espero ter no time um novo lateral-direito (gosto muito do Marcos Rocha, do Atlético/MG, e também do Zeca, ex-Santos/SP, que também atua nesta posição).
2. O que você acha da contratação do Lucas Lima? Se encaixa no perfil do Palmeiras?
R – Se estiver disposto a jogar o que sabe e pode, será o craque do time e provavelmente o novo dono da camisa 10.
3. Você acredita que jogadores importantes, como Dudu, podem deixar o Verdão em 2018?
R – Sempre existe este risco, mas como estamos novamente na Libertadores acredito que Dudu e os demais jogadores importantes permanecerão.
4. Como você vê o Palmeiras que está sendo construído para a próxima temporada?
R – Não será muito diferente do que o desta temporada. As contratações serão poucas, porém creio que para serem titulares, casos dos já confirmados Digo Barbosa e Lucas Lima. Só resta saber quanto tempo o novo treinador levará para conhecer e se adaptar ao Palmeiras.
Forte abraço.
28/11/2017 at 8:20
Belíssima homenagem, Márcio.
28/11/2017 at 15:18
Muito obrigado, Bergo.
O Zé a fez por merecer.
Abs.
28/11/2017 at 6:26
Opa. Ó eu aqui em primeiro ó. E num dia tão especial: a despedida de Zé Roberto. Márcio vc mandou muito bem ao chamá-lo de divino, parece que encaixou perfeitamente ao Zé. Agora vamos para cima do Patlético Paranaense e devolver a derrota do primeiro turno. Do mais, que venha 2018 e os títulos que esperamos. Dá-lhe Verdão!!!
28/11/2017 at 15:14
Olá, Tadeu.
Agradeço o elogio que me fez.
Acredito que temos chances de vencer em Curitiba/PR, mas o resultado mais provável será o empate, já que a partida vale muito pouco para ambos os clubes.
Em relação a 2018, estou mais otimista do que estive em relação a 2017.
Abs.