POR QUE O PALMEIRAS NÃO DEU CERTO EM 2017?

Saiba as razões que fizeram com que o Verdão não fosse campeão neste ano

Quando o Palmeiras amargou seu mais longo período sem a conquista de um título expressivo, entre 1976 e 1993 (ou exatamente 16 anos, nove meses e 29 dias), umas das principais razões apontadas por todos – jornalistas, torcedores, aletas, treinadores – era a constante presença dos presidentes e dos dirigentes do clube nos treinamentos. E como os trabalhos aconteciam no Parque Antártica, já que a Academia de Futebol só viria a ser inaugurada em 1991, tornava-se praticamente impossível realizar um treino sem que muita gente, inclusive conselheiros, estivesse presente.

Tal fato, segundo os experts da época, aumentava ainda mais a quase insuportável pressão vivida por todos os profissionais da equipe principal, pois os pitacos de quem estava de fora eram constantes, invasivos e, quase sempre, desprovidos de qualquer lógica. Sim, pois a maior mentira que já se contou sobre o futebol brasileiro é que todos os brasileiros entendem de futebol.

Pois bem: vivendo hoje dias infinitamente mais profícuos do que aqueles (afinal, é o atual campeão brasileiro e o mais rico clube do País), eis que o Verdão passa por uma fase complicada (muito embora ainda esteja na zona de classificação direta à próxima edição da Copa Libertadores da América, mais importante torneio continental) e, claro, já começam os experts do momento a encontrar os motivos para os recentes insucessos da equipe.

E uma das mais fortes razões da má fase, segundo os que tais, é que o presidente atual não tem pulso, está sempre ausente, é apático, tem fraca personalidade, tira férias em meio à temporada e aceita viajar com a Seleção Brasileira mesmo com o time vivendo turbulentos dias. Todas estas afirmações a respeito de Maurício Galliote podem – ou não – ser verdadeiras (não posso afirmá-las e nem as desmentir porque não o conheço pessoalmente), mas além de serem totalmente contraditórias às que eram constantes entre 1977 e 1990 estão longe, muito longe de ser a real causa dos principais problemas do time.

No ano passado, antes do início do Brasileirão, ninguém (nem mesmo alguns de nós) apostava no Palmeiras como campeão, pois havíamos sido eliminados do Campeonato Paulista nas semifinais e, na Libertadores, nem da Primeira Fase conseguimos passar. Já neste ano a situação era a inversa: tinham todos, e nós também, certeza absoluta de que o Verdão ganharia tudo o que disputasse, pois o investimento feito pela diretoria assim nos fazia crer.  

Jogadores comemoram título do Brasileirão/2016. Quem apostava?

De qualquer forma, o fato é que o Palmeiras não ganhou, e provavelmente não ganhará, nenhum título nesta temporada. Por quê?

1 – Porque Cuca decidiu dar uma de estrela no fim do ano passado e, por frescura, não renovou seu contrato. Tanto que voltou ao clube apenas 5 meses e três dias depois;

2 – Porque Alexandre Mattos errou na escolha de um treinador, Eduardo Baptista, sem currículo e experiência suficientes para comandar uma equipe gigantesca como a nossa;

3 – Porque o melhor jogador do Campeonato Brasileiro do ano passado se contundiu com muita gravidade ainda em fevereiro;

4 – Porque nosso diretor de futebol se equivocou em relação a algumas contratações (Mayke, Juninho, Michel Bastos…) e se precipitou na dispensa de alguns atletas (sobretudo Lucas Barrios);

5 – Porque a presidência deveria ter convencido Vítor Hugo a não se deixar iludir pelos euros oferecidos por uma equipe apenas mediana do futebol italiano;

6 – Porque alguns jogadores enfrentam, simultaneamente, fases ruins ou mesmo apenas medianas;

7 – Porque alguns reforços, por mais bem indicados que fossem, não deram tão certo (como Felipe Melo), ainda não deram tão certo (como Guerra e Luan) ou parecem que não darão certo (como Borja);

E eu poderia, prezado palmeirense, continuar a listar uma série de razões que fizeram com que nosso time enfrente a situação que hoje enfrenta. Mas a verdade é que o futebol não tem verdades absolutas, não é uma ciência exata. Ele trilha por caminhos que bem entende e que nós nem sempre entendemos, e é regido por deuses que, não raro, aprontam surpresas.

Tanto as positivas, como as que vimos em 2016, quanto as negativas, como as que estamos vendo em 2017.

12 Responses to POR QUE O PALMEIRAS NÃO DEU CERTO EM 2017?

  1. Outro motivo: jogadores acomodados e sem ambição. Como o time foi campeão em 2016 acharam que não tinham obrigação de ganhar mais nada. Não pensam nem na própria carreira.

  2. S.E.PRESIDENTE PRUDENTE

    Não deu certo por varios motivos. Um deles foi a saida do Cuca, se tivesse ficado com certeza o time teria outra “cara”. Não fortalecemos nossas laterais. O Cuca não esta conseguindo colocar o time pra jogar. Alias, ninguem sabe quem é o time dele. Algumas contratações erradas (não critico a do Borjas), mas esse Deyverson não me diz nada (só um exemplo). Agora é hora de lutar pra ficar na libertadores de 2018 e com um novo planejamento, não fazer feio. O PIÓR DE TUDO É VIRAR ZOEIRA “DELES”.

    • Márcio Trevisan

      Ildebrando: quero muito queimar a minha língua, mas este tal de Deyverson é um caneleiro daqueles.

      Abs.

  3. Jota Ferreira

    Simplesmente porque não contratou dois laterais que prestassem para marcação. Afundou o time inteiro.

    • Márcio Trevisan

      De fato, Jota.

      E vamos torcer para que isso se resolva no ano que vem, pois não adianta insistir com João Pedro e Victor Luís, que voltarão de empréstimos.

      Abs.

  4. Só esqueceu de dizer sobre o goleiro vesgo! abraços.

  5. PAULO SERGIO

    Caro Marcio, tem um pouco disso mas os fatores são bem mais complexos.
    Senão vejamos:
    Temos hoje um forte patrocinador que envolve cifras enormes para a aquisição de jogadores.
    A Parmalat também fazia isso.
    Parcerias muito parecidas.
    EMPRESAS- tanto uma como a outra tinham e tem como objetivo alavancar os negócios com essas parcerias.
    A Parmalat queria conquistar o mercado brasileiro.E conseguiu.
    A Crefisa/FAM tem como objetivo aumentar o numero de clientes e alunos respectivamente.E conseguiram.Obtiveram um aumento significativo de mais de 50% comparado aos numeros anteriores.
    FUTEBOL
    Na era da Parmalat, haviam os grandes jogadores, nota 8, nota 9.
    E a Parmalat investia forte nesses jogadores.Como a diferença técnica para os outros jogadores , nota 5, nota 6, e essa diferença era muito clara , isso fez ganhar varios campeonatos.Alem do olho clinico do Luxemburgo.
    Já de 1997 a 2.000 os grandes jogadores diminuíram, passou a ter bons jogadores, nota 7, nota 8 e os outros passaram a ter jogadores nota 6, nota 7.Isso fez que aquela diferença enorme diminuísse.Embora tivéssemos ganho a Libertadores já as conquista foram poucas.
    Na atual fase a diferença entre jogadores se baseia no custo do jogador e o status que adquiriu.Hoje temos um futebol totalmente nivelado.
    Por isso ter somente dinheiro não faz a diferença.
    Borja custou uma fábula para os padrões brasileiros.O artilheiro do campeonato é o Ceifador que não custou nada ao Flu.
    A melhor defesa não tem nenhum fora de série.
    Exemplo que serve ao Flamengo e ao Atletico Mineiro.
    Flamengo com um elenco milionário….Diego, Guerreiro, Berrio,Ewerton Ribeiro, Diego Alves, Rever, e não empolga.O Galo com Robinho, Fred, Cazares, Valdivia, Elias, Fabio Santos e não emplaca de jeito nenhum..
    Toda essa explanação é para dizer que o Palmeiras ,apesar da saúde financeira, é um time tal qual os outros postulantes ao título.Esse super dimensionamento que deram ao time foi baseada no que se investiu ..
    Isso foi prejudicial ao clube pois a pressão foi maior que o que deveria ter…
    Mas ainda confio numa boa caminhada até o final do campeonato.
    Assim espero

    • Márcio Trevisan

      Olá, PS.

      Como sempre, vc tocou em um ponto interessante e “fora da curva”: o nível técnico dos jogadores.

      Os dos anos 90, época da Parmalat, eram muito, mas muito melhores do que os de hoje, época da Crefisa.

      E o pior é que os dos anos 90 eram muito, mas muito piores do que os dos anos 80 (não os do Palmeiras, claro, mas em geral), e os dos anos 80 eram muito, mas muito inferiores aos dos anos 70 (e aí incluo, claro, os do Palmeiras).

      Ou seja: a cada década, o nível cai.

      Estamos fu…

      Abs.

  6. Critério, faltou critério em 2017.

    Esse ano, essa diretoria amadora, parecia um morador de rua que ganhou na loteria e saiu comprando tudo o que viu na frente.

    33 milhões em um jogador de 24 anos por uma temporada? Ninguem reparou seu fracasso na Europa?

    Felipe Melo, com exceção da Turquia, nunca passou mais de um ano em nenhum outro clube na carreira, ninguém se perguntou o pq?

    Será que ninguém parou para se perguntar, o pq de um jogador da qualidade do Guerra ter uma media de jogos por temporada tão baixa?!?

    Keno….. o cara sempre foi um jogador mediano, e novamente por uma temporada, contratam como reforço, quando no máximo, serve para compor elenco e entrar em determinados jogos, os quais necessitem de um jogador de seu estilo de jogo.

    Willian era reserva no Cruzeiro.

    Oferecer 40milhões em um jogador mediano do Fluminense….. Toda aquela novela, por um jogador como o Diego Souza, que não faz uma temporada boa por um time grande desde 2011.

    Não quiseram pagar pelo Everton Ribeiro, mas pagaram praticamente o mesmo pelo limitadíssimo Deyverson, e olha que entendo, que o “estressadinho” foi mais para tapar buraco.

    Minha humilde opinião diante desse ano desastroso se resume a duas palavras: VOLTA NOBRE!!!

    • Márcio Trevisan

      Oi, Heber.

      Isso poderá até acontecer, mas somente a partir de 01/01/2019.

      Até lá, espero que as coisas se ajeitem. Aliás, vale lembrar que o primeiro mandato de Paulo Nobre foi horrendo. Ele só acertou tudo no segundo biênio à frente do Palmeiras.

      Abs.

      • Nobre errou, mas estava reconstruindo o clube.

        Essa diretoria não tem desculpa, assumiu um elenco campeão e um clube com a maior receita da América do Sul.

        O Nobre, cometeu erros, muitos em função da péssima assessoria do Brunoro, mas parece que ninguém nesse clube estava prestando atenção na administração do Nobre, pq dá impressão que não aprenderam nada.

        • Márcio Trevisan

          Por esta ótica, Heber, vc tem razão.

          O trabalho de Galliote seria bem mais simples do que o de PN.

          Abs.

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