NEM SEMPRE O BANCO BANCA

Desta vez, erros individuais impedem reservas do Verdão de conseguirem mais uma vitória

Uma das frases mais engraçadas, e também mais verdadeiras, do futebol diz que “tem dia que de noite é assim mesmo”. Neste domingo, na Arena Palestra Itália, mais uma vez ela se confirmou: mesmo diante de quase 30 mil palmeirenses, o Verdão não conseguiu se impor frente à equipe mista do Atlético/PR e acabou derrotado por 1 a 0.

É fato que, embora atuando com o time todo suplente na maior parte do jogo, esperava-se muito mais dos reservas alviverdes – se é que assim pode se considerar nomes como Fernando Prass, Edu Dracena, Zé Roberto, Jean e Tchê Tchê, todos campeões brasileiros de 2016. Afinal, não faz muito tempo e um time que contou com apenas dois titulares venceu uma partida infinitamente mais difícil – sobre o Sport/PE, por 2 a 0, e fora de casa. Então, por que tal situação não se repetiu hoje, sob uma atmosfera muito mais favorável?

Moisés: com ele, o Palmeiras tem mais qualidade

Por uma única razão, prezado internauta: erros individuais. E eles começaram bem cedo, logo no primeiro minuto, quando Borja não percebeu a aproximação de Michel Bastos e, em vez de permitir a conclusão do lateral/meia, tentou marcar mesmo de costas para o gol. Depois, os erros passaram a ser defensivos, sobretudo os cometidos por Juninho, que culmino no gol de cabeça de Thiago Heleno, o mesmo zagueiro campeão da Copa do Brasil de 2012 pelo Verdão. O zagueiro foi tão mal neste domingo que, confesso, dei graças a Deus quando ele torceu o tornozelo e precisou ser substituído.

A partir do momento em que se viu à frente do placar, o Furacão se travestiu de Corinthians/SP. Ou seja: passou a jogar todo no campo de defesa e nem mesmo pelos contra-ataques buscou. Uma ou outra vez, é fato, até chegou com perigo e poderia ter ampliado, mas Fernando Prass evitou, com duas grandes defesas, que isso acontecesse. Por falar em goleiro, Weverton também se fez presente, impedindo já no segundo tempo não com uma intervenção, mas com um verdadeiro milagre, o gol de empate que seria feito por Antônio Carlos.

Mas eu gostaria de falar sobre dois personagens deste jogo. O primeiro é Cuca: nosso treinador teve uma ótima atuação, pois acertou em tudo o que fez: ao alterar o esquema inicial para o 4-4-2 – e na etapa final retornar ao 4-3-3; ao poupar os principais jogadores para a decisiva partida de quarta-feira, pela Libertadores; ao definir aqueles que os substituiriam; ao promover alterações táticas já no intervalo (inverteu Zé Roberto e Michel Bastos, tirando o volante do meio e o deslocando para a lateral esquerda e tirando de lá o lateral e o escalando aberto, pela direita, e também trocando Erik – Deus do Céu, como este rapaz me enganou! – de lado, da direita para a esquerda); e ao escolher Deyverson para jogar ao lado de Borja a partir dos 25 minutos da etapa final. Tais mudanças, tanto táticas quanto técnicas, deram ao Palmeiras um poder ofensivo bem maior, ainda que insuficiente para buscar ao menos o empate.

O outro personagem é Moisés. Mais um acerto de Cuca, ele deu outra dinâmica ao nosso meio-campo pois, como sempre acontece, protegeu a intermediária defensiva e ainda iniciou várias boas jogadas ofensivas. É o jogador de toque um pouco mais refinado, que acerta muito mais do que erra, que coloca companheiros em excelente condições de finalizar, enfim: é o jogador que certamente será essencial ao Palmeiras daqui em diante, tanto no Brasileirão quanto na Libertadores.

Por falar nela, meus amigos, estando 15 pontos atrás do atual líder ao fim do primeiro turno do Campeonato Brasileiro, pode até ser cedo para se jogar a toalha, mas também já é tarde para se acreditar piamente na possibilidade do decacampeonato. Sendo assim, o jeito é focar ainda mais no torneio sul-americano pois, garantindo nossa classificação diante dos equatorianos (e garantiremos, estou certo), não teremos mais nenhuma moleza na competição.

ANÁLISES INDIVIDUAIS

FERNANDO PRAS – 7
ÓTIMO

FABANO – 5,5
SATISFATÓRIO

EDU DRACENA – 5,5
SATISFATÓRIO

JUNINHO – 4
MUITO RUIM

ZÉ ROBERTO – 5
REGULAR

JEAN – 5,5
SATISFATÓRIO

TCHÊ TCHÊ – 6
BOM

RAPHAEL VEIGA – 5
REGULAR

ZÉ ROBERTO – 5,5
SATISFATÓRIO

BORJA – 5,5
SATISFATÓRIO

ERIK – 4
MUITO RUIM

CUCA – 7
ÓTIMO

MOISÉS – 6,5
MUITO BOM

DEYVERSON – 6
BOM

ANTÔNIO CARLOS – 5,5
SATISFATÓRIO

FOTOS: CÉSAR GRECO / AG. PALMEIRAS

18 Responses to NEM SEMPRE O BANCO BANCA

  1. Boa, Márcio!

    Sem dúvidas o nosso 10 dá outro ritmo ao jogo! Graças à Deus ele está de volta!!

    Agora, uma coisa é certa… Esse tal de Juninho é ruim de dar dó…

    • Márcio Trevisan

      Oi, Bruno.

      Pois é: acho que o Alexandre Mattos pensou que estava descobrindo um novo Vítor Hugo, mas o tal do Juninho é apenas mais um Maurício Ramos.

      Abs.

  2. Bom dia, Marcio.

    Você realmente acha que o Cuca foi tão bem assim?

    Achei que a substituição que ele fez, quando trocou o Erik pelo Deyverson, foi simplesmente trocar 6 por meia dúzia e não ajudou em nada.

    Para mim ele poderia ter tirado o Fabiano, deslocado o Jean para a direita e entrado com Keno ou até mesmo o Deyverson, mudando para um 4-3-3. Não queríamos ganhar o jogo?

    Além do mais, insistir com Tchê-Tchê – meu Deus, que má vontade – não dá! Esse rapaz é figura ilustrativa em campo e não faz nada além de tocar para o companheiro ao lado, desde que este esteja a menos de dois metros de distância.

    Por último, uma dúvida: dá pra devolver o Borja?

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Oi, Valter.

      A troca do esquema 4-4-2 pelo 4-3-3 Cuca já havia feito no intervalo, com a entrada do Moisés.

      Sua sugestão de mudança seria válida e a mais indicada, só que se tirasse Jean do meio-campo o Palmeiras daria um enorme espaço ao Atlético/PR, que poderia desta forma se aproveitar e ampliar a vantagem. Daí nosso treinador, em minha opinião, ter sido ótimo em tudo o que fez ontem.

      Em relação a Borja, não é possível sua devolução. E se ele não melhorar pelo menos um pouquinho, vai ser difícil até mesmo sua transferência.

      Abs.

  3. Marcui de , de bom desta pessima apresntação é que a direção ja sabe quem vai mandar embora, michel bastos que coisa horrivel,veiga, borja, eric juninho,jean.Pelo menos o time teria que atacar , não trocar bola para traz, não importasse as conasequencias pois perdemos assim mesmo um abraçoa canuso

    • Márcio Trevisan

      Canuso: é cedo para se mandar embora um jovem como Raphael Veiga.

      Antes, ele precisa ter chances seguidas, o que até agora não aconteceu e acontecerá menos ainda daqui pra frente, já que Moisés está de volta.

      O mais provável é que, em 2018, ele seja emprestado a algum clube, a fim de ganhar mais experiência.

      Abs.

  4. PAULO SERGIO

    No Palmeiras existem 2 times com comportamentos antagônicos.
    Um que se dedica, que busca a vitória que tem um ideal..
    O outro desmotivado, passivo, dormente, indolente.
    No 1º time podemos colocar aqueles que ontem foram poupados.
    No 2º time podemos escalar:
    Fabiano, M. Bastos, Tche Tche, Borja, Jean, Erik, …….
    Minha dúvida esta se o Prass está np 1º ou 2º time pois já dá mostras de insatisfação com a reserva e a não renovação antecipada.
    Dizem que não vão renovar
    Se eu pudesse dar minha opinião……VAI ATRAS DO JEAN GOLEIRO DO BAHIA.
    Jovem e muito bom goleiro..

    • Márcio Trevisan

      PS: a menos que Prass recupere a condição de titular absoluto e se destaque na Libertadores, sua renovação está praticamente descartada.

      Jean, do Bahia, é um nome sondado, mas há outros também. O que existe no clube e um temor de se errar novamente, como no caso do Vágner.

      Abs.

  5. Eu estava no Allianz bem no alinhamento que veio o tiro de mete batido de forma horrenda pelo Prass.
    Nem o Ney “mala” do Paris S. Germain dominaria aquela aberração de tiro de meta.
    @#$%}/+ = Este é Marcio o palavrão que eu soltei quando vi a nota que você deu pro Prass
    Raphael Veiga = Torso muito, mas muito, pra que eu esteja errado, mas temo que seja mais um jogador “cocozinho” no Palmeiras.
    Tche Tche no 1º tempo foi um jogador TÉTRICO, com a entrada do Moyses, deu um vago reflexo do que jogou no ano passado !
    Vários ex jogadores em campo, Prass, Edu Dracena, Zé Roberto, Jean.
    Vários jogadores horripilantes, Fabiano, Juninho, Antonio Carlos, Eric
    1 jogador de condomínio = Rafael Veiga
    1 jogador que esta revoltado por ter um dos menores salários do elenco = Borja
    2 jogadores esforçados = Deiverson e Tche Tche
    1 jogador água com açucar = Michel Bastos
    Somente 1 jogador com condições de vestir a camisa de 1 gigante a nível mundial chamado Palmeiras = Moyses
    Marcio mil desculpas, mas hoje estou mais concordando com as notas do nosso colega Maciel !
    10 pro Moyses e Zero pro RESTO !

    • Márcio Trevisan

      Não precisa se desculpar, Jair.E pode concordar com quem vc quiser – o espaço aqui é sempre democrático, vc bem sabe.

      Em relação ao Prass, ele fez duas grandes defesas, uma em cada tempo, e evitou um mal ainda maior. Daí a nota e a avaliação que lhe imputei.

      Abs.

  6. Caros amigos. Vcs se lembram de toda a jogada que culminou no gol do PAtlético? O Prass sai jogando errado, o Michel Bastos tenta consertar (a bola ia para a lateral) e entrega para o adversário, daí sai o escanteio. Ali eu pensei: é muita caca para uma jogada, só faltava sair o gol!!! Foi no que deu. Ou seja, o Prass não vinha só falhando nos gols que estava tomando estava mal também nas saídas de bola. E olha que eu sou fã do Prass hem. Outra coisa, esse menino R.Veiga, que timidez hem?! E o M.Bastos também, não disseram que ele sabia bater bem na bola?! Por fim, vamos classificar sim na libertadores, estou contigo Márcio. Abraços.

    • Márcio Trevisan

      Tadeu: se formos analisar um lance pela forma como ele acontece, um gol feito ou sofrido aos 45 do segundo tempo terá de ser analisado desde o apito inicial do árbitro no primeiro tempo. Cada jogada, cada lance têm de ser analisados separadamente.

      Assim, no caso do gol dos caras, a falha – ridícula – foi de Juninho, que não subiu com o Thiago Heleno e permitiu que ele cabeceasse, sem chance alguma de defesa para o Prass.

      Abs.

  7. Márcio me desculpe mas aquela bola era defensável, só não perdemos para o Sport aquele dia porque o goleiro era outro, minha nota para o Práss é zeroooooooooooooooooo. abraços.

  8. Ola Marcio,

    Perder sempre é chato, ainda mais para um time fraco como estava o Atlético. Borja coitado até se esforça, mas parece estar macumbado mesmo, ehh. Estou me esforçando a me juntar ao seu otimismo para quarta…afinal devemos jogar contra um time retrancado e espero que não cometamos os erros de sempre qdo jogamos na pressão. Abs.

    • Márcio Trevisan

      Oi, Carlos.

      Os caras virão mais fechados do que o time “deles”, mas tecnicamente são fracos.

      Se tivermos calma, venceremos com tranquilidade.

      Abs.

  9. Antonio. Manara

    Hoje gostei do jogo , pricipalmente do segundo tempo. Achei o Borja mais desenvolto que das outras vezes, voltou ajudando na marcação, apesar de errar alguns passes.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Manara.

      Borja foi mais participativo, sem dúvida, mas ainda está muito longe do que todos esperavam.

      E o pior é que nem sei se conseguirá chegar até lá.

      Abs.

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