Conforme prometemos em nosso mais recente encontro, pouco mais de uma semana após ter obtido aquele que seria o primeiro dos três Troféus Ramón de Carranza que, até agora, já conquistou, o Palmeiras estreou no Torneio Roberto Gomes Pedroza.
O internauta amigo sabe qual a diferença entre o popular “Robertão” e o atual Campeonato Brasileiro da Série A? Na prática, apenas o nome. Afinal, tanto quanto este, também aquele envolvia os melhores times do País, e uma das provas disso é que seu campeão e vice representavam o Brasil na Copa Libertadores da América. Por isso que sua equiparação ao principal torneio nacional, referendada há três anos pela CBF, nada mais foi do que o reconhecimento da importância que a competição possuía.
Daí a importância que a conquista do bicampeonato deste torneio tem para o Verdão. O título, por sinal, começou com uma ótima campanha na Primeira Fase, na qual se classificou em primeiro lugar numa chave que contava com rivais de expressão como São Paulo/SP, Fluminense/RJ, Grêmio/RS e Vasco/RJ.
Como campeã de seu grupo, nossa equipe garantiu a vaga no quadrangular final ao lado de Cruzeiro/MG, Botafogo/RJ e Corinthians/SP. O campeão brasileiro – sim, palmeirense, era desta forma que o vencedor já era chamado na época – seria o clube que mais pontos somasse após apenas três partidas, já que o regulamento previa jogos em turno único.
Na estreia, empatamos com nosso principal rival por 0 a 0, no Morumbi, enquanto no Maracanã cariocas e mineiros também foram iguais, só que em 2 a 2. Ou seja: ninguém levou vantagem. Na segunda rodada, arrancamos um novo empate em Belo Horizonte/MG (1 a 1), mas em São Paulo/SP o time “deles” bateu o Botafogo/RJ por 1 a 0 e saltou para a liderança – somava 3 pontos, contra 2 do Verdão e da Raposa e apenas 1 do Fogão.
Ou seja: o título estava nas mãos dos nossos maiores adversários. Bastava a “eles” vencerem o Cruzeiro/MG em BH, chegarem aos 5 pontos e, assim, seriam campeões, algo que, na época, não acontecia havia já 14 anos. Ao Palmeiras, restava vencer o praticamente eliminado Botafogo/RJ, no Morumbi, e torcer por um empate em Minas ou, então, para que uma derrota corintiana não fosse por uma larga diferença.
Ambas as partidas começaram no mesmo horário e, nem bem tocara na bola, o Palmeiras já começava a perder o título. É que o Cruzeiro/MG, que ainda tinha chances de ser campeão, abriu o placar logo aos 50 segundos de partida – àquela altura, o time mineiro subia a 4 pontos, deixando ambos os adversários paulistas com apenas 3 e o time do Rio de Janeiro com 2. Por sorte, o Verdão abriu 3 a 0 nos primeiros 45 minutos e, desta forma, éramos os virtuais campeões ao fim das etapas iniciais, pois somávamos os mesmos 4 pontos do time mineiro mas tínhamos um melhor saldo de gols – 3, contra apenas 1.
Nossas chances de faturar o caneco, entretanto, ficaram ameaçadas quando Ferreti, aos 10 minutos do segundo tempo, diminuiu para os comandados de Zagallo. Nossa apreensão, entretanto, durou pouco, pois apenas dois minutos mais tarde Rivellino empatava o jogo na capital mineira. Àquela altura, a classificação era a seguinte: Palmeiras, 4 pontos e 2 gols de saldo; Corinthians/SP, 4 pontos e 1 gol de saldo; Cruzeiro/MG, 3 pontos; Botafogo/RJ, 1 ponto.
O bi do Robertão se aproximava, mas aos 23 minutos o craque Dirceu Lopes de novo colocou os alvicelestes em vantagem sobre os alvinegros paulistas. Ou seja: a equipe somava os mesmos 4 pontos do Verdão, ficando atrás apenas no critério de desempate saldo de gols –1 a 2, respectivamente. Isso significava dizer que mais um gol do Cruzeiro/MG no Mineirão ou mais um gol do Botafogo/RJ no Morumbi fariam o título viajar do Palestra Itália para a Toca da Raposa.
Os momentos finais de ambas as partidas foram angustiantes e emocionantes, com os torcedores no Morumbi e no Mineirão com olhos nos gramados e ouvidos nos radinhos de pilha, única fonte de informação instantânea existente na época. Mas quando Arnaldo César Coelho e Armando Marques encerraram as partidas, nada mais havia se alterado nos placares e não só o título, mas também uma das vagas na Libertadores, eram mais uma vez alviverdes graças ao nosso melhor saldo de gols.
O jogo das faixas aconteceu três dias mais tarde, tendo a honra de “enfaixar” os novos campeões brasileiros a Seleção de Gana. A partida aconteceu no Palestra Itália e o Verdão não permitiu que os africanos carimbassem a prova do feito: vencemos por 3 a 1, gols de Ademir da Guia, César e Cardoso.
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10/06/2017 at 21:54
O jogador a direita do Luis Pereira é o Nelson Coruja, o da esquerda é o Dé e o agachado entre Edu Bala e Cesar Maluco é o Hector Silva.
12/06/2017 at 2:18
Olá, Carlos.
De fato, me enganei. Agradeço muito a correção que me enviou e peço desculpas pelo erro cometido.
Aproveito para lhe dar as boas-vindas ao nosso site. Escreva sempre, ok?
Abs!