Dudu marca 29º gol, supera Jesus e está a 2 do argentino. Já, já será o maior artilheiro nesta década.
Se tivesse aproveitado a metade das chances que teve nesta noite, Dudu me obrigaria a mudar o título desta crônica pós-jogo. Ao todo, o atacante perdeu pelo menos três gols praticamente feitos que, se convertidos, já o teriam colocado na condição de principal artilheiro do Palmeiras de 2011 para cá.
De fato, a atuação do nosso principal jogador e, pelo menos por enquanto, único representante na Seleção Brasileira, esteve longe das melhores. No primeiro tempo, visivelmente disperso errou tanto lances individuais como passes fáceis, daqueles que ele costuma acertar de olhos fechados. Na etapa final o fraco desempenho continuou, e não fosse a necessidade de dar descanso a Felipe Melo, Willian Bigode e Borja, certamente Eduardo Baptista o teria sacado do jogo.
Mas, quando a fase é positiva, tudo dá certo. Dudu ficou e, depois de tanto insistir, conseguiu enfim marcar o seu gol após excelente passe de Alecsandro. Com isso, ele ultrapassou Gabriel Jesus (que parou nos 28) e certamente ultrapassará também Hernán Barcos, que pelo nosso time balançou as redes em 31 oportunidades. De quebra, mas não menos importante, o atacante se tornou também nesta sexta-feira um dos 100 maiores artilheiros de toda a história alviverde, dividindo tal honra com Loschiavo (médio central, 1921/1933), Ronaldo (atacante, 1972/1975), Enéas (ponta-de-lança, 1981/1983) e Magrão (volante, 2000/2005).
Que Dudu siga sua bela história com a camisa verde e branca, preferencialmente sem oscilar tanto de uma partida para outra.
O jogo – Sabe quando você sabe que vai ganhar aquela mina? E aí você até coloca uma roupa legal, usa um perfume, mas nem de longe se prepara da mesma forma que faz quando a conquista é um grande desafio e, na verdade, você nem tem certeza de que irá conseguir a gata? Então: foi exatamente assim que o Palmeiras entrou em campo para a balada desta sexta-feira à noite – dedicou-se, sim, a obter mais uma vitória, mas como a classificação viria mesmo com uma derrota (desde que por apenas um gol de diferença) levou o jogo em banho-maria.
Tal postura cansou um pouco os mais de 29 mil palmeirenses que foram ao Pacaembu que, não fosse o gol de Willian Bigode (mais um?) certamente teriam entoado com mais força as vaias que ensaiavam instantes antes do atacante abrir o placar.
Vale destacar, porém, o ótimo trabalho de Eduardo Baptista. Seu primeiro acerto foi optar pela marcação alta desde o começo do jogo, fato que obviamente segurou o Novorizontino/SP em seu campo de defesa e, consequentemente, diminuiu demais os espaços à equipe interiorana. Outro “golaço” do nosso treinador foi em relação a Roberto, ponta-direita que infernizou a vida de Egídio no Interior e que, aliás, também fez o primeiro gol daquela partida.
É certo que, hoje, o experiente atacante de 31 anos tinha um marcador muito melhor – Zé Roberto. Contudo, a constante presença de Tchê Tchê no apoio à sua marcação anulou por completo qualquer possibilidade de repeteco daquela atuação. Não à toa, já no intervalo Roberto foi sacado por Silas, pois a única jogada que poderia fazer lhe era impossível.
Confesso que, diante de tal quadro, pensei que o segundo tempo do Verdão seria ainda mais modorrento do que já fora a etapa inicial – afinal, a vantagem estava ainda maior. Mas, para minha agradável surpresa, a equipe passou a jogar um pouco – mas só um pouco – melhor. Isso se deu, também, porque o Novorizontino/SP não tinha outra opção a não ser buscar o empate e, com isso, talvez também o milagre de uma vitória que pelo menos levasse a decisão para os penais. Desta forma, mais campo sobrou para a nossa equipe que, com jogadores muito mais qualificados, passou a ser mais efetiva em seu domínio de jogo.
De qualquer forma, Eduardo Baptista também teve participação nesta evolução. Se a troca de Felipe Melo por Thiago Santos se deu apenas por precaução (o Pitbull tem dois amarelos e poderia desfalcar a equipe na primeira semifinal), as outras duas substituições foram acertadíssimas em dois aspectos: tanto Willian Bigode quanto Borja estavam visivelmente cansados e, assim, foram poupados de parte do jogo, e Michel Bastos e Alecsandro tornaram o Palmeiras mais ofensivo – prova disso é que ambos participaram diretamente do segundo e do terceiro gols que marcamos.
Em síntese, meus amigos, que venham as semifinais, cujo nosso adversário só será conhecido após o término destas quartas-de-final, na noite da próxima segunda-feira. Mas, pela seriedade com que nossa equipe parece encarar este Paulistão, sinceramente não creio que isso fará alguma diferença.
ANÁLISES INDIVIDUAIS
FERNANDO PRASS – 6
BOM
FABIANO – 4,5
RUIM
EDU DRACENA – 6,5
MUITO BOM
MINA – 7
ÓTIMO
ZÉ ROBERTO – 6
BOM
FELIPE MELO – 6
BOM
TCHÊ TCHÊ – 6
BOM
GUERRA – 7,5
ÓTIMO
WILLIAN BIGODE – 6,5
MUITO BOM
BORJA – 6,5
MUITO BOM
DUDU – 6
BOM
EDUARDO BAPTISTA – 7
ÓTIMO
THIAGO SANTOS – 5
REGULAR
MICHEL BASTOS – 6,5
MUITO BOM
ALECSANDRO – 6,5
MUITO BOM
FOTOS NA CAPA: DJALMA VASSÃO/GAZETA PRESS
FOTOS ACIMA: CESAR GRECO/ AG. PALMEIRAS
10/04/2017 at 11:14
Trevisan,
Achei o Dudu bem egoísta em alguns lances. Se eu sou o Borja, iria conversar com ele no treino.
Abraço!! Hudson
11/04/2017 at 11:10
Hudson: creio que tenha sido uma retaliação.
Em alguns lances, Borja também foi individualista, talvez porque queira logo se transformar no artilheiro do time.
Mas isso é ruim e não pode acontecer, de jeito nenhum. Em 1986, tínhamos um time fortíssimo, mas também um elenco dividido em três grupos: o chefiado por Jorginho Putinatti, o comandado por Mirandinha e o capitaneado por Éder.
Deu no que deu.
Abs.
P.S.: Fazia muito tempo que vc não aparecia por aqui. Agora que voltou, daqui não saia mais – Rs…
09/04/2017 at 1:05
Não me surpreende em nada os gols do William Bigode pois sempre o achei um jogador muito bom, foi fundamental em todos os times que passou nos últimos 5 anos. Pra mim é o melhor atacante que temos sem medo de errar no que estou dizendo. Tem boa colocação, bom chute com as duas pernas, é rápido, tem bom passe. Não deve nada pro badalado Borja. Que venha o Santos !!!
Abraços.
09/04/2017 at 18:47
Ed: ou talvez a Ponte Preta.
Qual será o melhor para o Palmeiras? Tenho minhas dúvidas…
Abs.
08/04/2017 at 21:33
Perfeita análise, porém a nota do Fabiano achei baixa demais, e diminuiria a do Dudu, o primeiro tempo nem tocou na bola.
O Mina sera vendido, com toda certeza a muito nao via um jogador com tanta tranqüilidade, firmeza e habilidade.
Na conta dos gols perdidos coloca dois pro Tiago Santos.
Márcio um abraço amigo.
09/04/2017 at 18:47
Verdão: Mina já está negociado como Barcelona/ESP.
Ele se apresentará ao clube espanhol após a Copa do Mundo de 2018.
Abs.
08/04/2017 at 18:58
Boa noite, caro Trevisan muito bom seu comentário quanto ao Dudu, pois perdeu vários Gols e não desistiu.
Parabéns Palmeiras pela classificação e vontade apresentada em campo, sempre buscando os Gols, agora vamos buscar na Libertadores na próxima Quarta-Feira com a mesma garra.
Abraço.
09/04/2017 at 18:46
Alfano, agradeço o elogio.
O jogo contra o Peñarol/URU será importante para a Libertadores e também para o Paulistão pois, se ganharmos, iremos com força total para as semifinais.
Abs.
08/04/2017 at 10:52
O time encaixou, agora segura!!!Parabéns ao EB que com toda desconfiança(inclusive a minha) esta dando uma cara pra esse time…Guerra começou a mostrar pq veio…Avanti!!!
09/04/2017 at 18:43
Também gostei do Guerra neste jogo, Enrico.
Tomara que ele siga jogando assim.
Abs.
08/04/2017 at 9:46
Opa, notas baixas hoje hem Trevisan?! Você estava bravo? Hehehehehehehe
08/04/2017 at 18:30
As notas aqui sempre são baixas
09/04/2017 at 18:45
Nem sempre, Fábio. Quando acho que o atleta merece, aplico-lhe nota e avaliação altas.
Mas quando as notas e avaliações são baixas, isso se dá por duas razões:
1ª Sou, sim, mais rígido do que os demais colegas jornalistas.
2ª Jamais entro no oba-oba da galera.
Mas, façamos assim: a partir de agora, vc está convidado (assim como todos os demais) a publicar as suas próprias notas. Aí, todo mundo poderá concordar ou discordar de vc.
Abração.
11/04/2017 at 23:15
certa vez, se não me engano, vc explicou seu método de análise. começava atribuindo uma média padrão a todos, digamos 5. aí, de acordo com o desempenho do atleta, ia somando ou tirando pontos. se o cara acerta ou erra passes, acerta ou não o gol, faz gols ou defende bolas difíceis etc. é um critério que foge à emoção do momento
12/04/2017 at 1:58
Isso mesmo, Fábio.
Como jornalista, sou obrigado e fugir da emoção do momento. Se me deixo levar, passo a analisar com o coração, e não com a razão.
Mas faça o que lhe falei: a cada jogo, publique suas notas. Vc verá que muitos concordarão, mas outros discordarão.
Abs.
09/04/2017 at 18:42
Não, Tadeu, não estava, não.
É que minha análise é mais rígida do que a dos meus colegas. Aliás, sempre foi.
Abs.
08/04/2017 at 9:10
Ótimo 2º tempo. Da pra levantar o caneco com este futebol.
Parece…parece mesmo que o Eduardo Batista parou de inventar…
Com o Eduardo Batista fazendo o minimo, que é colocar os 11 melhores em campo, e efetuando as substituições corretas nos momentos necessários, a coisa vai.
09/04/2017 at 18:41
Jair: se o Palmeiras levar a sério, conquistará o Paulistão.
Mas precisará levar a sério.
Abs.
08/04/2017 at 8:12
Marcio, bastou o EB escalar corretamente sem inventar que o jogo flui naturalmente. O Willian sempre dizíamos aqui é atacante de lado, jogou o ano passado no Cruzeiro de centro avante por que não tinha outro. o Dudu funciona do lado esquerdo fechando pelo meio como jogou ontem, pelo meio não rende a mesma coisa. o M.Bastos joga idêntico ao Dudu tanto pela direita como pela esquerda, pelo meio não rende o seu potencial. Ontem jogou na sua e fez a melhor partida pelo Palmeiras até aqui. O Guerra joga solto partindo do meio e se aproximando dos atacantes como fez ontem e começou aparecer seu futebol, apesar disso também sabe na mesma função fechar como segundo volante.
Ontem o EB fez sua melhor e mais correta escalação dentro do que tinha disponível desde que chegou ao Palmeiras. E o time rendeu. Para tirar um 10 só precisa usar 4-3-3 definitivamente (tem jogador pra isso), e esquecer o 4-1-4-1. É só privilegiar o jogador e não o esquema que o jogo vem fácil pela qualidade do elenco.
09/04/2017 at 18:41
Marcos: o 4-1-4-1 nada mais é do que um 4-3-3 disfarçado.
Frescura de técnico, meu amigo.
Abs.