Maior craque da história do Palmeiras completa hoje sete décadas e meia de puro talento
Ele tinha tudo para ser apenas o filho de Domingos, zagueiro que só poderia mesmo ter o nome do dia consagrado ao futebol. Mas ele nasceu para superar o pai. E para defini-lo, talvez seja necessário somente um adjetivo: divino.
Mas Ademir da Guia não foi apenas o melhor jogador da história do Palmeiras: tanta parte faz da história deste clube, que ele é o próprio Palmeiras. Vê-lo jogar, para os que tal sorte tiveram, foi um prazer comparável apenas ao seu próprio talento.
Poucos sabem, porém, que Ademir nem sempre foi uma unanimidade. Em 1961 e com apenas 19 anos, recém-chegado do pequeno Bangu/RJ, aquele menino então já tão tímido e calado deixou que a pujança da Cidade e a paixão da torcida o intimidassem e o calassem ainda mais. Daí o apelido que ganhou em seus primeiros meses de Parque Antártica: Bonde.
Sim, cometeram o hediondo crime de comparar Ademir da Guia ao meio de transporte que, no começo dos anos 60, já se tornava obsoleto na Capital paulista. Mas bastaram algumas partidas para que o menino provasse que tinha, como dissera o inesquecível jornalista Armando Nogueira, nome e sobrenome de craque.
Tempo, aliás, foi o que não faltou a Ademir: foram exatos 16 anos, um mês e um dia de serviços prestados ao clube, desde 17 de agosto de 1961, quando treinou pela primeira vez no Palestra Itália, até 18 de setembro de 1977, dia em que vestiu pela última vez, em jogos oficiais, a camisa do Verdão.
Praticamente não vi Ademir jogar, e isso dói. Mas, para escrever sobre ele, talvez nem seja preciso ter acompanhado suas passadas vagarosas e simultaneamente mortais, sua falsa frieza em campo, seus quase 90% de acerto nos passes, segundo calculou um dia o técnico Oswaldo Brandão.
Como disse certa vez o poeta João Cabral de Mello Neto, Ademir “impunha com seu jogo o ritmo do chumbo e o peso da lesma, da câmera lenta, do andar na areia, do homem dentro do pesadelo, entorpecendo e então atando o mais irrequieto adversário”.
Parabéns, Divino!
08/04/2017 at 14:09
MARCIO …DESCULPA O “DESAPARECIMENTO”, MAS MEU SOGRO ANDOU MUITO DOENTE E FIQUEI CERCA DE 40 DIAS INDO E VINDO DO HOSPITAL (ACABOU FALECENDO). MAS, VAMOS FALAR DO ADEMIR, EU GRAÇAS A DEUS O VI JOGAR NO INICIO DA DECADA DE 70. EU ERA MOLEQUE, MAS MEU PAI SEMPRE NOS LEVAVA AO ESTADIO. CRAQUE DEMAIS, ELE E MEU PAI, POR TER ME DADO ESSA OPORTUNIDADE.
05/04/2017 at 2:29
Grande Ademir da Guia. Tive a honra de conversar com ele num evento de futebol amador que ele participou aqui perto da minha casa. Que pessoa humilde e gente boa demais. Desejo os parabéns e que ele pudesse viver mais 75 anos.
04/04/2017 at 21:01
Tive a felicidade de vè-lo em jogos amistosos e seu comentário e as opiniões abalizadas desses monstros sagrados das letras brasileiras mostraram o que foi o Divino como jogador. Parabéns mais uma vez Márcio.
06/04/2017 at 20:13
Muito obrigado, Mazzio.
Confesso que sinto uma ponta de inveja do amigo, pois como disse praticamente não vi Ademir da Guia em campo.
Abs.
03/04/2017 at 11:43
Parabéns pro eterno Ademir.
Tive a felicidade de ve-lo em campo.
Ademir não jogava, DESFILAVA.
Ademir não era um jogador de futebol, era como um CISNE desfilando num lago dourado !
03/04/2017 at 8:29
Eu ví jogar.. jogar não.. desfilar… inesquecível… lembrando que o Dudu.. fazia o trabalho pesado..carregava o piano.. naquela época era só 2 no meio de campo… Torcida adversária .. aplaudia!!
Ele jogou com vários atacantes… com o passar dos anos…desde o Servilho, Tupanzinho até o jorge mendonça, passando pelo baixotinho Toninho…. todo mundo tem a agradecer a ele..
A simplicidade, o caráter.. um verdadeiro exemplo… dentro e fora de campo…
Armando Nogueira disse mais.. meu caro Marcio.. nome …sobrenome e FUTEBOL DE CRAQUE!!
grande abraço
Valentine
04/04/2017 at 11:19
Bem lembrado, Valentine, bem lembrado.
Abs.