Empate com a Macaca mostra que Verdão está no caminho certo, mas que ainda são necessários alguns ajustes
Talvez alguns de vocês – ou até mesmo todos vocês – me considerarão maluco, mas tenho para mim que, pelo menos neste início de temporada, o Palmeiras sentirá mais falta de Cuca do que de Gabriel Jesus. Não que o novo treinador seja ruim, nada disso, mas é que a natural mudança de filosofia de trabalho leva algum tempo para ser absorvida pelos jogadores, e enquanto isso o perfeito desempenho do time ou mesmo o bom resultado ao final de um partida tendem a demorar.
No amistoso desta tarde, com a Ponte Preta/SP, pudemos ver duas situações muito claras, tanto positivas quanto negativas. Um dos pontos favoráveis foi a velocidade que a equipe impôs, lembrando inclusive a do Brasileirão passado. Outro detalhe interessante é que, mesmo com o estreante Willian Bigode visivelmente desentrosado, o Verdão mostrou um conjunto bem mais integrado do que o visto no sábado passado, em Chapecó/SC.
E teve mais: Felipe Melo (tomara que ele queime a minha língua…) mostrou que vai, sim, ser o xerife deste time. Tomou conta da entrada da nossa área (e sem abusar da violência!), marcou e desarmou com perfeição e, ainda por cima, apareceu no campo de ataque com passes corretos e até mesmo chutes a gol. Uma atuação que enche de esperança todos os corações palmeirenses. E justamente por tê-lo às suas costas, Tchê Tchê pôde jogar como gosta, ou seja, com muito mais liberdade para fazer a transição de meio-campo ao ataque. Daí ter sido o polivalente atleta um dos destaques do Verdão.
Também gostei muito de Dudu, embora ela tenha “apenas” o que vinha fazendo em 2016: realizou jogadas individuais de talento, deu passes e lançamentos precisos, cobrou escanteios com perfeição e ainda deu uma força a Zé Roberto na marcação, quando ela se fez necessária. Por falar no interminável lateral, vacilou um pouco no aspecto defensivo, mas sobrou no ataque – de onde, por sinal, cruzou com perfeição para o gol de…
… Lucas Barrios. Ah, este paraguaio precisa rapidamente dizer a que veio. Mesmo sendo início de temporada e também sua estreia no ano, é inadmissível a um jogador com o seu talento perder o gol que perdeu. Ok, não baixou sua cabeça e continuou lutando, sendo agraciado com o gol que abriu o placar, mas se não tivesse errado no lance anterior a verdade é que o Palmeiras teria vencido o amistoso, e não empatado. Mas um detalhe me chamou a atenção: nosso camisa 8 goza de muito respeito por parte de seus colegas, pois não houve um deles sequer (nem mesmo Michel Bastos, que estreou bem em nosso meio-campo) que não o tenha privilegiado com um passe, um lançamento, um cruzamento. Certa vez, um jogador me disse que boleiro conhece quem joga e quem não joga – será esta a razão para todos os demais jogadores torcerem tanto para que Lucas Barrios seja o escolhido para ser o centroavante titular?
No que diz respeito aos aspectos negativos, eles não foram muitos, mas nem por isso podem ser negligenciados. Como sabemos, de nada adianta dominar uma partida se tal domínio não se converte em gols – portanto, chances criadas precisam, em sua maioria, ser aproveitadas, sobretudo se estamos em vantagem numéica desde os 7 minutos da etapa final. Ainda nos falta, também, um cara para pensar o jogo, seja ele Moisés ou, então, Guerra, quando puder estrear. Ou mesmo ambos, com o time passando a jogar com apenas dois atacantes. Defensivamente, hoje – assim como no sábado passado – não vi maiores problemas, até porque todos conhecemos a capacidade de Dracena, Vítor Hugo e, assim que possível, Mina.
Agora, meus amigos, acabou a brincadeira. Domingo que vem, diante do Botafogo/SP, é à vera. Portanto, a euforia de uma vitória ou a frustração de uma derrota serão muito mais sentidas. Por isso, Eduardo Baptista terá uma semana para resolver tudo o que ainda precisa ser resolvido a fim de que nada dê errado.
ANÁLISES INDIVIDUAIS
FERNANDO PRASS – 6
BOM
JEAN – 6,5
MUITO BOM
EDU DRACENA – 6
BOM
VÍTOR HUGO – 6
BOM
ZÉ ROBERTO – 6
BOM
FELIPE MELO – 7
ÓTIMO
TCHÊ TCHÊ – 7
ÓTIMO
RAPHAEL VEIGA – 5,5
SATISFATÓRIO
RÓGER GUEDES – 5
REGULAR
WILLIAN BIGODE – 5
REGULAR
DUDU – 7,5
ÓTIMO
EDUARDO BAPTISTA – 6
BOM
JAÍLSON – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO
FABIANO – 4,5
RUIM
THIAGO MARTINS – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO
EGÍDIO – 5
REGULAR
THIAGO SANTOS – 5
REGULAR
MICHEL BASTOS – 6
BOM
VITINHO – 5
REGULAR
ERIK – 5
REGULAR
LUCAS BARRIOS – 6
BOM
RAFAEL MARQUES – 5
REGULAR
30/01/2017 at 20:30
Márcio não gostei nada daquela jogada de escanteio com dois jogadores posicionados para a cobrança, coisa de professor pardal. abraços.
31/01/2017 at 11:17
Oi, Maciel.
A ideia é confundir a marcação, pois não se sabe ao certo qual jogador vai cobrar – se o destro ou o canhoto.
Além disso, serve também para despovoar a grande área.
Mas creio que não irá longe, pois rapidamente ficará manjada pelos adversários.
Abs.
30/01/2017 at 18:56
Na boa, Barrios é ruim demais. Abraços.
31/01/2017 at 11:16
Ed: não é, não.
Ao contrário: tecnicamente, ele é o melhor dos três centroavantes que temos.
O problema é que ele me lembra um pouco o Dodô, com quem aliás trabalhei em meus tempos de assessor de Imprensa do Palmeiras: tanto faz se ele marca cinco gols de bicicleta ou se ele perde cinco pênaltis – no fim do jogo, ele sai com a mesma expressão.
Abs.
30/01/2017 at 17:56
Trevisan,
Pra mim ficou muito clara qual deve ser a escalação titular:
Prass, Jean, Victor Hugo, Mina e Zé; Felipe Melo, Tche-tche e Moisés, Roger Guedes (Guerra), Dudu e Barrios (Willian/Alecsandro).
Gostaria de ver também o Keno tendo oportunidades.
Abraço, Hudson
31/01/2017 at 11:14
Oi, Hudson.
O time deve ser este mesmo que vc citou, com o Guerra no lugar do Guedes (ainda que desempenhando uma função tática semelhante, mas não idêntica).
Em relação ao Keno, é muito simples: ele será reserva do Dudu.
Abs.
30/01/2017 at 16:34
Márcio, pode ser neura ou perfumaria, mas verifique a foto do Felipe Melo na avaliação. No canto superior esquerdo, o corte da imagem Ficou “ANTIPALMEIRAS”.
31/01/2017 at 11:13
É verdade, Gustavo.
Isso às vezes acontece – Rs.
Abs.
30/01/2017 at 16:17
Marcio, concordo com sua análise, acho também que o maior desfalque é o Cuca. O Eduardo Batista me parece que passa insegurança, temo pela Libertadores antes de começar. E é nossa principal competição este ano.
Taticamente também achei o time muito desentrosado, até certo ponto meio perdido. O que compensou foi a individualidade dos jogadores em que o Palmeiras é superior.
Os jogadores individualmente também concordo com suas notas.
O Wilian Bigode achei meio isolado neste esquema do Eduardo Batista, talvez seja mais útil pelos lados que é a sua, para esse esquema tem que ser um centro avante mesmo, pois melhorou com o Barrios, embora ele individualmente não se ajude quando tem as chances que aparecem. Vai ter mesmo que se pensar em um 9. Outra posição que tem que acender a luz amarela é a lateral esquerda, pois o Zé não vai jogar todos os jogos, e o Egídio a cada jogo mostra cada vez mais preocupação a nós torcedores.
31/01/2017 at 11:12
Oi, Marcos.
Vamos às suas respostas:
1 – O Paulistão será o teste para o Eduardo. Se não fizer o time jogar bem, nem chegará à Libertadores. E vale lembrar que o Luxa segue desempregado…
2 – O desentrosamento do time é até certo ponto natural, mas não deveria ter sido tão evidente – afinal, são poucos os atletas que chegaram neste ano.
3 – O nosso “9″ era o Pratto ou o Borja, só que a grana que os Atlético’s pediram por eles foi absurda.
4 – Na lateral esquerda, vale lembrar que Michel Bastos por lá começou. Portanto, numa emergência poderá quebrar o galho.
Abs.
30/01/2017 at 15:38
Boa tarde, já pensou se fosse jogo da Libertadores, tomar Gol aos 45min!!!!!
Ainda bem que temos o Campeonato Paulista para melhorar o entrosamento.
Muito bom seu comentário caro Trevisan, até iniciar as mudanças o Palmeiras estava bem, perdendo oportunidades claras de Gol, principalmente no primeiro tempo.
Abraço.
31/01/2017 at 11:08
Pois é, Alfano, vc lembrou bem: e se o jogo fosse à vera?
É preciso ficar esperto até o fim do jogo.
Agradeço o elogio.
Abs.
30/01/2017 at 14:30
MARCIO … NOVAMENTE ESSE ANO ESTAREI ENTRE OS MAIS PRESENTES AQUI. MAS, VAMOS FALAR SOBRE O JOGO TREINO: TAMBEM ACHEI QUE O F.MELO JOGOU BEM E VOU TE FALAR UMA COISA, ACREDITO MUITO NESSE CARA. O DUDU, FALAR DELE É “CHOVER NO MOLHADO”, CAPITÃO, RECEM CONVOCADO PARA A SELEÇÃO E ETC. BARRIOS, EU TORÇO POR ELE E TAMBEM COMO UM BOLEIRO AMADOR, POSSO TE DIZER, BOLEIRO SABE QUEM JOGA E PORTANTO, VAMOS DAR MAIS UM TEMPO PRA ESSE RAPAZ. PRASS, TITULAR. O INTERMINÁVEL, VAI PRECISAR DE UM BOM RESERVA, POIS NÃO AGUENTARA O RITMO DESSE ANO. M. BASTOS, OUTRO CARA QUE APOIEI E MUITO SUA CONTRATAÇÃO. R. GUEDES, GAROTO ESFORÇADO, MAS SE DER BOBEIRA, VAI PRO BANCO. V.HUGO, JOGADOR SERIO. ENFIM, ACHO QUE COM AS PRESENÇAS DE GUERRA, MOISES E MINA, NOS TORNAREMOS FORTES DEMAIS PERANTE OS RIVAIS E TIMES MENORES, MAS LEMBRANDO SEMPRE QUE “SALTO ALTO” TAMBEM DERRUBA.
31/01/2017 at 11:07
Fala, fera.
De tudo oque vc falou, algo me parece muito provável: Guedes perder a posição.
Neste caso, Guerra entrará no time e jogaremos, então, praticamente no 4-4-2.
Abs.
02/02/2017 at 8:37
Pensei exatamente isso.
30/01/2017 at 8:50
Bom dia, Márcio e Colegas.
Gostei do jogo e da agradável surpresa chamada Felipe Melo. Errou alguns lances como todo jogador que se propõe a ser protagonista, mas mostrou vontade e raça como há tempos eu não via em um jogador. Que continue assim.
Um aspecto técnico me preocupa, que é esse tal do 4-1-4-1. Para funcionar, esse último “1″ precisa ser um atacante rápido e “matador”, pois ficará, na maior parte do tempo, isolado dos demais jogadores e, quando solicitado, precisará ser preciso nas finalizações. Lucas Barrios não é esse cara! Aliás, não vejo nenhum atacante do Palmeiras com perfil para executar essa função. O meu desejo, que era ter o Borja, infelizmente não se realizará.
Estou satisfeito com o time que estamos construindo, mas não com o técnico que o lidera. Como já disse antes, não acredito que o Eduardo Baptista seja o técnico ideal para nossos objetivos desse ano e que tenha a experiência necessária para tirar o melhor proveito dos jogadores que compõem o elenco.
Espero que eu queime a língua e os dedos por estar escrevendo isso!
Um forte abraço.
Valter
31/01/2017 at 11:05
Oi, Valter.
Não se preocupe muito com o o tal do 4-1-4-1, pois na prática ele é o antigo 4-3-3, coma diferença de que os “pontas” voltam para ajudar na marcação.
Mas vc pode ter razão em relação ao nosso “9″, pois nenhum dos três do atual elenco é rápido. De qualquer forma, de repente o escolhido se encaixa no esquema e tudo acaba dando certo.
Por fim, em relação ao Eduardo Baptista, vamos dar um tempo pro cara. Às vezes, para dar certo na vida, o que a gente mais precisa é de que alguém confie em nosso potencial.
Abs.
30/01/2017 at 7:29
Concordo em quase tudo menos com algumas avaliações e nota.
Não concordo em dar REGULAR , NOTA 5- PARA Egidio, R. Marques, Erik e Vitinho e a mesma avaliação a Roger Guedes que enquanto em campo, lutou, fez jogadas, voltou para marcar.Não pode levar a mesma nota do Egidio e Cia.
O Palmeiras precisa ver com urgência o que fazer com Egidio, R. Marques e Arouca.
Salários altos para serem a 3ª opção.
O Vazzzzco está precisando de jogadores.
Quem sabe uma negociação
31/01/2017 at 11:02
Oi, PS.
Respeito sua posição, mas explico: as notas e avaliações são aplicadas pelo conjunto da obra. Ou seja: de nada adianta o jogador lutar, voltar para marcar, correr, etc., se nada disso resulta em algo efetivamente útil.
Abs.