Diretoria precisa ter atenção para não repetir erros cometidos no torneio deste ano 

Assim que terminou a partida contra o Sport/PE, domingo passado, duas certezas tomaram conta de todos os palmeirenses: a primeira, óbvia, era que o título brasileiro ficara um pouco mais perto, e a segunda, e ainda mais óbvia, era que a vaga à próxima edição da Copa Libertadores da América estava garantida. E aí surgiu, também, uma terceira certeza: a fim de não repetirmos o vexame cometido neste ano, serão necessárias ações mais ousadas por parte da diretoria.

Já com Maurício Galliotte na presidência, à qual será eleito ainda no fim de 2016, o Palmeiras terá de aprender rapidamente a seguir sem Paulo Nobre, que nos últimos quatro anos muitas vezes bancou o clube com dinheiro do seu bolso. Mas com o caixa cheio devido ao sucesso da Arena Palestra Itália, à venda dos direitos econômicos de Gabriel Jesus e, principalmente, do Programa Avanti, recursos não faltarão para que reforços pontuais, mas com qualidade suficiente para serem titulares, sejam adquiridos.

Os ainda não confirmados, mas praticamente já contratados – Keno e Raphael Veiga – são ótimos nomes, porém apenas para comporem o elenco (ainda que o destaque do Santa Cruz/PE, se não sentir o peso da camisa, tenha condições de assumir um lugar no time titular). O mesmo se aplica ao ótimo Hyoran, da Chapecoense/SC, caso de fato seja contratado. Só que o objetivo maior do Verdão em 2017 não será apenas participar, e sim vencer a Libertadores. Portanto, serão necessárias as vindas de jogadores de outro patamar.

Ele irá embora. Quem virá para o lugar dele?

Mas quais seriam eles? Isso dependerá de algo vital: quais jogadores do atual elenco deixarão o clube no fim deste ano e começo do ano que vem? Se a única perda significativa for o já negociado Gabriel Jesus, menos mal – muito embora um homem-gol tenha de ser contratado, pois embora possuam qualidades os demais centroavantes do time atual (Lucas Barrios, Alecsandro e Leandro Pereira) não têm bola suficiente para assumir o comando do nosso ataque. O problema, meus amigos, é se alguns jogadores essenciais à nossa equipe também se deixem seduzir pelas milionárias propostas internacionais.

Refiro-me, principalmente, a três nomes: Vítor Hugo, Moisés e Dudu. Integrantes do que se chama de “espinha dorsal” da equipe, que conta também com Fernando Prass e Zé Roberto, os três já foram sondados por equipes europeias e chinesas, e por muito pouco o zagueiro e o atacante não foram embora no meio deste ano – coube ao diretor Alexandre Mattos convencê-los de que seria mais vantajoso permanecerem na Academia de Futebol pelo menos até o fim de 2016.

Ou seja: se mais perdas significativas acontecerem, nossa diretoria terá de compensá-las abrindo ou o caixa do clube ou, então, a mão de nomes que pouco renderam nesta temporada e que poderão ser valiosas moedas de troca – Egídio, Arouca, Cleiton Xavier e Lucas Barrios são alguns deleas. E nem adianta pensar no retorno de jogadores emprestados, pois dos mais de 30 que voltarão ao clube a partir de janeiro raríssimos são os que poderão ser, no máximo, opções a Cuca: o zagueiro Nathan, o volante Renato, o ponta-de-lança Juninho e o atacante Leandro – e olhe lá.

Em síntese: que esteja nossa diretoria preparada, pois trabalho é o que não lhe faltará nos últimos dias de 2016 e nos primeiros de 2017. E esperemos que tenha aprendido com os erros que cometeu neste ano, pois é certo: quem não estuda a História corre o sério risco de repeti-la.