Veja as análises tática e técnica de todos os profissionais do Palmeiras que, mesmo ganhando outra e ampliando a vantagem sobre o vice-líder, ainda não pode se considerar campeão. Por mais paradoxal que isso seja.

EM SÍNTESE - Verdade nº 1: faltam seis jogos para o fim do Brasileirão, e se o Palmeiras vencer quatro destes (não importam quais) será campeão brasileiro pela 9ª vez em sua história, ampliando ainda mais sua condição de maior campeão do Brasil. Neste caso, até poderemos ser alcançados pelo Flamengo/RJ tanto em pontos (77) como em vitórias (24), mas certamente o superaremos no saldo de gols que, hoje, nos dá 13 de vantagem. Verdade nº2: ainda é cedo para começarmos a comemorar. Explico: nossas próximas três partidas serão dificílimas – Santos/SP, lutando pelo G3 (fora); Inter/RS (desesperado pelo alto risco de rebaixamento (em casa); e Atlético/MG (na briga pelo título), fora – e não será surpresa se, destes próximos 9 pontos, não conseguirmos somar mais do que 4 ou 5. Enquanto isso, o time carioca terá Atlético/MG (fora), sem dúvida seu mais difícil adversário até o fim deste torneio; Botafogo/RJ, cumprindo surpreendente ótima campanha (em campo neutro); e a babinha do América/MG (fora), já rebaixado, pelo menos moralmente. Assim, o time que a TV sempre ajuda com interferência externa poderá, sim, somar de 6 a 7 dos próximos 9 pontos. Em síntese: se a lógica se der, após o fim da 35ª rodada poderemos estar apenas três ou, até mesmo, somente dois pontos à frente. Claro que são projeções, e que estas podem não se concretizar, mas o que quero salientar é que, embora a cada rodada fiquemos mais próximos do enea, precisamos ter os pés no chão e muita calma nesta hora.   

JAÍLSON – 7,5
ÓTIMO

Mais uma grande atuação deste rapaz, que além de não ter tido culpa alguma no gol que sofreu fez pelo menos três excelentes defesas – uma delas quando o jogo ainda estava 0 a 0. Pena ter bobeado no fim do jogo e recebido o terceiro cartão, que o deixará fora do clássico com o Santos/SP

FABIANO – 5,5
SATISFATÓRIO

No apoio foi muito bem, aparecendo várias vezes e com muita qualidade. Mas defensivamente deixou a desejar, obrigando Mina a cobrir seus avanços e ainda falhando no lance do gol do Sport/PE ao permitir o toque de cabeça do adversário.

MINA – 5
REGULAR

Não teve uma boa atuação este zagueiro que parece ser bom de bola. Além de se atrapalhar toda vez que teve de cobrir o apoio de Fabiano, numa das vezes inclusive proporcionando um perigosíssimo contra-ataque, foi apenas discreto nas antecipações e também no jogo aéreo. Para piorar, teve ótima chance de concluir e “matar” o jogo após passe de Alecsandro, mas chutou fraquinho, fraquinho…

VÍTOR HUGO – 6,5
MUITO BOM

Voltou a apresentar um bom futebol, e hoje esteve sobrecarregado em todo o primeiro tempo, pois coube principalmente a ele a função de ajudar Tchê Tchê na marcação a Diego Souza. Mesmo assim, jogou sério e não hesitou quando teve de dar carrinhos, sempre na bola. 

ZÉ ROBERTO – 6,5
MUITO BOM

É verdade que contou com um erro tático do ainda incipiente treinador do Sport/PE, o ex-volante Daniel Paulista que, em vez de colocar o rápido e ágil Rogério em seu setor, manteve apenas o bom lateral-direito Samuel Xavier nessa faixa do gramado. Mas é inegável que a condição física e a qualidade técnica que mais uma vez demonstrou foram de novo importantíssimas à conquista de mais uma vitória.  

JEAN – 6
BOM

Por ter dado certo contra o Figueirense/SC, foi de novo escalado no meio-campo. Só que hoje o adversário era bem superior à equipe catarinense, e o resultado foi uma atuação quase nula no primeiro tempo. E pior: vacilou feio no lance do gol pernambucano, pois permitiu que Rogério se deslocasse à sua frente e cabeceasse livre. Na etapa final, de novo atuando em seu setor, voltou a jogar bem, sobretudo na marcação.

TCHÊ TCHÊ – 6,5
MUITO BOM

Hoje foi bem demais e muito útil à equipe, pois começou como primeiro volante mas, mesmo assim, se deslocou por todas as faixas do gramado sempre que o Palmeiras teve a posse de bola. Além disso, foi mais uma vez agraciado com um gol da entrada da área, gol este que deu a tranquilidade de que nossa equipe precisava.

MOISÉS – 8
EXCELENTE

Hoje voltou a jogar um futebol de encher os olhos. Ajudou na marcação, é verdade, mas se destacou mesmo na armação, sendo o responsável por vários e ótimos passes. No lançamento que deu a Dudu para este abrir o placar, lembrou Gerson, o “Canhotinha de Ouro”, tamanha a sua precisão. E, claro, vale lembrar que o segundo gol começou com um arremesso manual efetuado por ele. No último lance da partida, arrancou de forma brilhante até a área adversária e quase fez um golaço!

ALLIONE – 6
BOM 

Todos sabem que só começou como titular porque, de forma inteligente, Cuca optou por prestigiá-lo quando o mais esperado seria cortá-lo até mesmo do banco após o a imbecilidade que cometeu na Copa do Brasil. Mas até que ele soube aproveitar bem o presente que ganhou, ajudando bastante a equipe tanto nas jogadas pela direita quanto defensivamente. 

LUCAS BARRIOS – 5,5
SATISFATÓRIO 

A qualidade que tem ao tocar na bola o faz se destacar dos demais centroavantes do Palmeiras. O problema é que finaliza muito pouco para um comandante de ataque e, com isso, acaba se tornando, em alguns momentos, quase um cone. Foi corretamente substituído.     

DUDU – 6,5
MUITO BOM

Tem totais méritos pela ótima finalização, que resultou no primeiro gol palmeirense, e também pela ajuda defensiva que deu, tanto desarmando quanto cavando faltas e impedindo os ataques do Sport/PE. Faltou um pouco mais de participação na etapa final.  

CUCA – 5,5
SATISFATÓRIO

Vou ser direto: apesar da vitória, não gostei muito da atuação do nosso treinador. Ele até começou bem, optando por Allione no time titular apesar da lambança feita pelo argentino diante do Grêmio/RS e que custou nossa eliminação da Copa do Brasil. Afinal, pelo menos até o fim deste ano ele fará parte do elenco e, como se sabe, qualquer baixa a esta altura do campeonato não é positiva. Mas em termos de acerto na escalação inicial, paramos por aí. Muito embora o jogo fosse em nossa casa e diante de uma equipe inferior, jamais se pode dar espaço a um jogador como Diego Souza. Daí que a definição de Tchê Tchê como seu principal marcador foi um erro grotesco de Cuca. E pior: ele percebeu a bobagem que cometera, mas nem após levar o merecido empate e quase tomar a virada teve a humildade de admiti-la. Assim, só promoveu a entrada de Thiago Santos no intervalo quando, para nossa sorte, o Palmeiras já vencia outra vez. Este tipo de pisada na bola pode ser fatal se o adversário tiver um pouco mais de qualidade ou, então, um pouco menos de azar. Nas outras duas alterações que promoveu, o técnico foi bem em uma e mal demais na outra: acertou quando deu chance a Alecsandro no lugar de Barrios, mas não entendi o que ele esperava ao optar pelo lento e apático Cleiton Xavier para a vaga de Allione. Muito melhor teria sido a opção por Róger Guedes (que, afinal, só perdera o lugar no time por motivos estratégicos) ou, então, por Erik, pois assim o Verdão teria a jogada em velocidade e o contra-ataque. Mas o que mais me preocupou em relação a Cuca nesta tarde/noite foi sua evidente falta de ação ao ver a equipe ser dominada diante de sua torcida em boa parte do jogo e não conseguir resolver o problema. Sim, é verdade que o péssimo estado do gramado (é com vocês, WTorre!!!) prejudicou muito mais o nosso time, que tem ótimo toque de bola, mas isso não serve de explicação para mais uma partida sem apresentar um futebol de melhor qualidade.  

ALECSANDRO  - 5,5
SATISFATÓRIO

Entrou para prender mais a bola no ataque, e conseguiu. É fato que recuou uma bola a Jaílson com enorme perigo e quase pôs tudo a perder, mas se recuperou ao dar um passe para Mina marcar – e o colombiano desperdiçar.

THIAGO SANTOS – 6
BOM

Deveria ter sido titular e cuidado de Diego Souza desde o começo do jogo, o que impediria o desfile do meia-atacante. Na etapa final, grudou no ex-palmeirense, que só apareceu uma única vez – num chute fortíssimo brilhantemente defendido por Jaílson.

CLEITON XAVIER – 4,5 
RUIM

Sua entrada foi um erro ridículo de Cuca, pois o time precisava de velocidade, e não de cadência de jogo. Resultado: não fez nada em campo.

Crédito das fotos: César Greco/Ag. Palmeiras

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO
 8,5 – EXCELENTE
 08 – EXCELENTE
 7,5 – ÓTIMO
 07 – ÓTIMO
 6,5 – MUITO BOM
 06 – BOM
 5,5 – SATISFATÓRIO
 05 – REGULAR
 4,5 – RUIM
 04 – MUITO RUIM
 03 e 3,5 – PÉSSIMO
 00 a 2,5 – VERGONHOSO