Veja as análises tática e técnica de todos os profissionais do Palmeiras que, após 19 anos, venceu o Inter/RS no Beira Rio, resultado que aumenta a esperança  do eneacampeonato. 

EM SÍNTESE - Marcos; Neném, Roque Júnior, Júnior Tuchê e Jorginho Paulista; Aguinaldo, Eriberto, Daniel, Wagner e Marquinhos; Cris. Eu tenho certeza absoluta que raríssimos serão os torcedores que se lembrarão de todos estes 11 jogadores. Por sinal, destes apenas o zagueiro central era titular da equipe, e o goleiro somente dois anos depois de fato iniciaria sua brilhante trajetória com a nossa camisa. Pois bem: esses caras eram, até hoje, os últimos a vencerem o Inter/RS no Beira jogando pelo Palmeiras. E, vale lembrar, a partida não valia mais nada, pois o Verdão já estava classificado às finais daquele Brasileirão e o time gaúcho, eliminado. Por isso, na tarde daquele domingo, 06/12/1997, apenas 1.583 pessoas pagaram ingresso. Mas agora tudo mudou: diante de mais de 30 mil torcedores, vencemos uma equipe que vem mal, é verdade, mas que estreava em seu comando nada mais do que o maior ídolo de sua torcida, Paulo Roberto Falcão, o Ademir da Guia deles. Além disso, apesar de obtida pela contagem mínima, esta foi mais uma vitória incontestável, já que em nenhum momento levamos sufoco do Inter/RS. Em outras palavras, meus amigos: sei bem que ainda faltam 23 jogos, mas é inegável que estamos no caminho certo. Resta nele nos mantermos, mesmo que nas próximas partidas – talvez até seis! – não possamos contar com os milagres de Jesus. Nem com os de Prass.

FERNANDO PRASS – 6
BOM

O sistema defensivo do Palmeiras foi tão eficiente que as poucas bolas que chegaram a seu gol foram sem perigo. Na verdade, seu destaque se deu apenas em duas boas saídas da meta.

JEAN – 6,5
MUITO BOM

Começou cometendo um erro infantil, invertendo uma bla em nossa intermediária defensiva que poderia ter causado sérios problemas. Mas rapidamente se recuperou, sendo muito eficiente na marcação de qualquer jogador que aparecesse ems eu setor e, também, colaborando com importantes desarmes.

EDU DRACENA – 6,5
MUITO BOM

Estamos, agora, muito bem servidos de zagueiros, já que a segurança é a mesma seja com Mina ou com o amigo aí de cima. Hoje, ele foi essencial no jogo aéreo, quando não perdeu uma única jogada. Também foi efetivo na ajuda que deu a Vítor Hugo na marcação de Vitinho, quando este foi o centroavante do time gaúcho, e também quando a função passou a ser exercida por Ariel.

VÍTOR HUGO – 6,5
MUITO BOM

Gostei bastante de sua atuação. Foi seguro no jogo aéreo, eficaz nas antecipações e implacável na marcação a Vitinho.

ZÉ ROBERTO – 6
BOM

Teve uma boa atuação, sobretudo no aspecto defensivo. Falcão tentou com William, com Sasha, com Vitinho… E nenhum deles conseguiu se dar bem. Porém, de forma perigosa, dividiu no ar uma bola com Ariel que, se quisesse, o árbitro poderia tranquilamente ter marcado pênalti. E nenhum de nós teria o direito de reclamar.

THIAGO SANTOS – 7
ÓTIMO

O melhor do Palmeiras e de todo o jogo. Foi perfeito nos desarmes e não deu espaço algum para Andrigo criar uma única jogada que fosse. No segundo tempo, é verdade, o sempre ótimo Valdívia lhe deu muito mais trabalho, mas ainda assim nosso cabeça-de-área lhe foi superior. Na verdade, não fossem as constantes faltas que comete, muitas delas bem próximas à área, seria um jogador ainda mais importante. 

TCHÊ TCHÊ – 6,5
MUITO BOM 

Eu sei que o torcedor, em sua maioria, não consegue perceber, mas a presença deste rapaz em nosso time é fundamental ao sucesso que temos obtido. Taticamente, ele é o que se chama atualmente de jogador moderno, já que tem uma enorme facilidade em desempenhar várias funções e também em atender as diversas determinações que lhe são passadas por Cuca. Hoje, fez muito bem a transição de meio-campo para o ataque, sobretudo no primeiro tempo, e na etapa final foi mais um a se entregar à marcação.  

CLEITON XAVIER – 6,5
MUITO BOM

É uma pena que, fisicamente, está encontrando dificuldades demais para chegar à forma ideal, pois tecnicamente é, sem dúvida, muito importante ao Palmeiras. Neste domingo, quase deixou o bom Fernando Bob maluco com suas jogadas, e foi o homem que deixou Gabriel Jesus na cara do gol logo aos 4 minutos de jogo e que também iniciou o lance do nosso gol, aos 10. Pena não ter tido condições para chegar ao fim do jogo.

RÓGER GUEDES – 5,5
SATISFATÓRIO

Uma das nossas mais importantes opções de velocidade, hoje deixou a desejar. Pareceu preso, sem força física, e só se destacou, mesmo, no apoio que deu a Zé Roberto na marcação. No fim do segundo tempo, “pregou” em campo e foi corretamente substituído. 

GABRIEL JESUS – 6
BOM

Na partida-despedida antes de se apresentar à Seleção Olímpica do Brasil, nossa joia não foi lá uma brastemp. Logo de cara, perdeu um gol feito após brilhante lançamento de Cleiton Xavier, e no restante do clássico nacional desperdiçou outras duas boas chances. Mas nem por isso chegou a jogar mal – ao contrário: tentou prender a bola no ataque e ainda deu a assistência para o gol de Erik.

ERIK – 7
ÓTIMO

Fico feliz com esta visível melhora deste rapaz, que era um craque no Goiás/GO e que, até agora, vinha mal demais no Palmeiras. Hoje, o gol que marcou foi um mérito exclusivamente seu, já que a assistência de Gabriel Jesus foi meio que sem querer. Mas ele, ao perceber o vacilo de William, se projetou em foi ainda mais inteligente no momento de concluir. Na etapa final, caiu um pouco de rendimento e, como não mais acompanhou os apoios de William, foi corretamente substituído.

CUCA – 6,5
MUITO BOM

Nosso treinador acertou em cheio na escalação inicial. Se os retornos de Gabriel Jesus e Róger Guedes eram mais do que óbvios, o mesmo não se poderia dizer das voltas de Thiago Santos e Cleiton Xavier, jogadores que, ao contrário dos acima citados, anda atingiram o status de titulares absolutos da equipe. Mas, ciente das dificuldades que poderíamos enfrentar – afinal, o adversário jogava em casa, com o apoio de sua torcida e estreava no comando o maior ídolo de sua história -, optou pela presença de um volante de marcação (função que mantenho chamando de “cabeça-de-área”) e de um meia de criação. Com isso, impediu uma maciça presença do Inter/RS em nossa intermediária ofensiva e, melhor ainda, conseguiu dar à equipe uma ótima qualidade da marcação. Nas substituições, não discuto as saídas de CX10 (que reclamou de problemas físicos), Erik e Róger Guedes, mas questiono dois dos nomes que Cuca escolheu. Dudu, claro, foi o que se chama de “primeiro reserva” nesta tarde e, por isso, foi bem escolhido para o lugar do nosso camisa 10, mas a entrada de Rafael Marques não se explicou, pois naquele momento a presença de Arouca, com maior capacidade de marcação, certamente deixaria nosso time mais forte neste sentido e também melhoraria nossa saída de bola, o que por sua vez diminuiria o domínio que o Inter/RS tinha naquele momento do jogo. O mesmo se aplica à entrada de Leandro Pereira: um jogador que vai a campo somente aos 42 da etapa final de um jogo que sua equipe vence, obviamente não tem nenhuma função tática a não ser ajudar na marcação. Então, melhor que este jogador seja um marcador, ou até mesmo um defensor, do que um centroavante. De qualquer forma, cada técnico tem a sua maneira de pensar e, mesmo quando a de Cuca difere da minha (que, aliás, não sou técnico), eu sempre a respeito. 

DUDU – 4,5
RUIM

Confesso que fiquei irritado quando vi seu nome apenas entre os reservas, pois é impressionante o que os jogadores atuais fazem de “mimimi”. Mas após vê-lo em campo, percebi que estava errado. Sim, porque a única explicação para um futebol tão pífio só pode ser algum problema físico ou clínico. Hoje, este reconhecidamente ótimo atacante só atrapalhou, sendo incapaz de realizar uma única boa jogada.

RAFAEL MARQUES – 6,5
MUITO BOM 

Embora não tivesse optado por ele se fosse eu o treinador do Palmeiras, reconheço que ele foi muito bem nesta tarde. Entrou atuando pelas faixas intermediárias esquerdas defensiva e ofensiva e acabou não só contribuindo para dua sboas jogadas de ataque como também na marcação pelo setor.

LEANDRO PEREIRA – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

Jogou apenas 8 minutos, sem tempo para ser analisado.

FOTOS DA CAPA: César Greco/Agência Palmeiras

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

 10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO
8,5 – EXCELENTE
08 – EXCELENTE
7,5 – ÓTIMO
07 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
3,5 – PÉSSIMO
03 – PÉSSIMO
2,5 – VERGONHOSO
02 – VERGONHOSO
1,5 – MEDONHO
1,0 – MEDONHO
0,5 – ENOJANTE
00 – ENOJANTE