VIVENDO E APRENDENDO A GANHAR… FORA DE CASA.

Veja as análises tática e técnica de todos os profissionais do Palmeiras que, enfim, conseguiu uma vitória convincente mesmo atuando longe de sua torcida. 

EM SÍNTESE - Jogar na Ilha do Retiro nunca é fácil, mesmo que o Sport do Recife/PE não tenha lá um grande time e viva um mau momento. Daí que a vitória obtida pelo Palmeiras nesta noite de segunda-feira (aliás, dia pra lá de estanho para uma partida de futebol) deve ser muito, mas muito comemorada, até porque é certo: nossos principais adversários na luta pelo título terão tantas ou mais dificuldades quando lá estiverem (até agora, apenas “eles” venceram e o Atlético/MG empatou). Como sempre venho salientando neste espaço, novamente o que devemos mais festejar, porém, não é nem a soma de mais três pontos e nossa presença por mais uma rodada da liderança isolada do Brasileirão, mas sim a forma como conseguimos tudo isso: jogando um bom futebol, sendo superior durante quase todo o jogo e, mesmo após sofrermos o empate, mantenndo não só a calma, mas também a forma de jogar – com velocidade, excelente troca de passes e várias conclusões. Tudo isso, meus amigos, continua me enchendo de esperanças de que, assim como em 2015, o fim de 2016 também será alviverde.

FERNANDO PRASS – 6,5
MUITO BOM

A verdade é que nem trabalhou tanto assim desta vez, mas de qualquer forma esteve apto a ajudar a equipe em três momentos distintos – um no primeiro e dois no segundo tempo – com três importantes defesas.

JEAN – 5
REGULAR

Voltou ao time recuperado da contusão mas não do mal estar que sentiu ainda na concentração. Talvez por isso tenha tido uma atuação bem simplória até não suportar mais e pedir para sair para… fazer cocô.

MINA – 7
ÓTIMO

Gostei bastante da estreia deste jovem zagueiro, que pareceu sentir muito pouco a falta de entrosamento com todos os novos companheiros. Pelo alto ele foi perfeito, não perdendo uma única disputa. Mas, como já se sabia, é um pouco lento e, sempre que tiver um atacante um pouco mais veloz pela frente, encontrará algumas dificuldades (ainda bem que Edmílson, campeão da Série B de 2003 pelo Verdão, não possui tal qualidade). Éé quase certo que vá para a reserva diante do Santos/SP, já que Edu Dracena estará de volta. A menos que Cuca decida jogar com três zagueiros. #ficaadica.

VÍTOR HUGO – 6
BOM

Voltou a disputar uma partida inteira sem cometer um erro grave, o que já é algo positivo dadas as falhas que vinha cometendo até bem pouco tempo. Foi bem nas coberturas.

ZÉ ROBERTO – 5,5
SATISFATÓRIO

Tendo Rogério em seu encalço não poderia, mesmo, aparecer no campo de ataque, já que o tal do “Neymar do Nordeste” era o principal atacante do Sport/PE. Daí que ficou na dele, marcando em cima e só ajudando na saída de bola.

THIAGO SANTOS – 6
BOM

Sua missão era muito simples mas, paradoxalmente, também muito complicada: marcar o único jogador adversário capaz de desequilibrar com uma jogada individual – Diego Souza. E o fez de forma competente, já que o meia que faturou o Paulistão de 2008 pelo Verdão só apareceu, mesmo, em cobranças de falta. Além disso, foi dele o passe perfeito para Gabriel Jesus marcar o segundo gol. Seu problema é que, como sabemos, não economiza nas faltas, e por isso acabou sendo corretamente advertido com o amarelo que impedirá sua participação no clássico contra o Santos/SP.

MOISÉS – 5
REGULAR

Recuado à função de segundo volante e, mais do que isso, praticamente proibido de aparecer na armação, acabou tendo sua atuação prejudicada. Mesmo assim, não fosse o excesso de individualismo de Róger Guedes, poderia ter marcado um gol ainda no primeiro tempo. Saiu recamando de uma contusão muscular que, espero, não o deixe de fora por muito tempo, pois tem sido um dos mais importantes jogadores neste Brasileirão. 

TCHÊ TCHÊ – 6,5
MUITO BOM 

Versátil como raríssimos jogadores o são no futebol atual, começou jogando como meia, pela esquerda, sempre que possível deslocando-se à ponta. Ainda no primeiro tempo, recuou para tentar armar o jogo e dar melhor qualidade à saída de bola. E logo aos 7 minutos do segundo tempo, após a saída de Jean, se tornou o lateral-direito até sentir uma contusão e pedir para sair. 

RÓGER GUEDES – 6,5
MUITO BOM

Mais uma atuação bastante elogiável deste rapaz. Começou, como sempre, aberto pela direita, terminou o primeiro tempo pela esquerda e no fim da etapa final quebrou um galho – e muito bem – como lateral-direito. Quase fez um golaço por cobertura na etapa inicial porém, também na primeira parte do jogo, cometeu um erro grave: após ótima jogada individual, poderia ter dado um gol para Moisés mas, fominha, preferiu concluir – e perdeu uma ótima chance. Fará falta no clássico de terça-feira que vem.  

GABRIEL JESUS – 7,5
ÓTIMO

Vive, de fato, um momento muito especial. Além de ser o mais perigoso e mortal atacante do time, ainda participa diretamente de jogadas importantes e lances de gol. Hoje, fez de tudo: deu o passe para o gol de Erik, marcou o seu e ainda sofreu o pênalti que culminou com o gol de Cleiton Xavier. Pena que, mais uma vez por excesso de individualismo, deixou de tocar para Tchê Tchê e perdeu uma boa chance, assim como desperdiçou duas outras ótimas oportunidades. Mas, na soma total, teve mais uma ótima atuação e será um desfalque muito, muito sentido diante do Peixe. Ah, sim: fez hoje o sexto gol em quatro partidas seguidas. Se continuar assim, será impossível mantê-lo no Palmeiras a partir de 2017. Fazer o quê?

ERIK – 6,5
MUITO BOM

Fiquei muito feliz com a atuação deste rapaz, que brilhava no Goiás/GO e que, até agora, não tinha dito a que viera no Verdão. Mas, hoje, mostrou pelo menos um pouco do que fazia em seu ex-clube. Começou no comando do ataque e, como centroavante, iniciou e concluiu a jogada do primeiro gol após ótimo passe de Gabriel Jesus. No segundo tempo, deixou nossa joia na cara de Agenor (isso lá é nome de goleiro?), mas o menino desperdiçou. Pena ter sentido a falta de ritmo e caído muito na etapa final.

CUCA – 7,5
ÓTIMO

Dizem que errar é humano, e que persistir no erro é burrice. Hoje, nosso treinador provou que é humano, mas não é burro. Afinal, lembrou-se do erro que cometera na partida contra o Cruzeiro/MG, quando mandou o time a campo sem um volante exclusivamente voltado à marcação e viu nosso time ser superado por um adversário indiscutivelmente inferior. Por isso, hoje colocou Thiago Santos para cuidar de Diego Souza e, com tal decisão, começou a ganhar a partida. Além disso, criou uma nova função para Tchê Tchê, que no primeiro tempo fez a diagonal esquerda em ambas as intermediárias e confundiu a marcação do Sport. Mas Cuca foi mais além: percebendo que, apesar do gol, Erik não rendia o mesmo que Gabriel Jesus como centroavante, isolou o artilheiro deste Brasileirão no comando do ataque e, desta forma, fez de novo nosso ataque se tornar muito perigoso. Nas substituições que promoveu, acertou em todas: fugiu do “6 por 1/2 dúzia” e, no lugar de Jean, colocou Cleiton Xavier. Com isso, manteve o setor vigiado e com uma veloz saída pelo lado do campo com Tchê Tchê e, de quebra, tomou conta do meio-campo – dada a ótima atuação de CX10. Na vaga do polivalente atleta, que pediu para sair, poderia simplesmente ter mandado a campo João Pedro, mas como se nega a fazer o óbvio preferiu montar o time com três zagueiros e deu nova chance a Thiago Martins, o que o fez “lançar” Róger Guedes como lateral-direito. Por fim, acertou também ao optar por Matheus Sales para o lugar de Moisés, até porque o amigo aí de baixo deverá ser titular diante do Santos/SP para, de novo, “colar” em Lucas Lima. A cada partida, independentemente do resultado, nosso treinador mostra que enxerga o jogo de forma ampla, e com isso tem sido fundamental à ótima campanha que cumprimos até agora.

MATHEUS SALES – 5,5
SATISFATÓRIO

Entrou para fazer a função que vinha sendo exercida por Moisés – ou seja: marcar e, quando possível, sai para o jogo. E o fez da forma correta. 

CLEITON XAVIER – 7
ÓTIMO
 

Às vezes, não é preciso um jogo inteiro para um atleta de reconhecida qualidade técnica ajudar sua equipe. Foi o que aconteceu desta vez com nosso camisa 10, que comandou nosso meio-campo, deu passes perfeitos e, de quebra, ainda marcou o terceiro gol, cobrando muito bem o pênalti sofrido por Gabriel Jesus logo depois de um excelente lançamento seu.

THIAGO MARTINS – 5,5
SATISFATÓRIO

Entrou para formar o trio de zagueiros ao lado de Yerry Mina e Vítor Hugo e dar uma força a Róger Guedes pela direita. E desempenhou ambas as funções a contento.

FOTOS DA CAPA: César Greco/Agência Palmeiras

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

 10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO

8,5 – EXCELENTE
08 – EXCELENTE
7,5 – ÓTIMO
07 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
3,5 – PÉSSIMO
03 – PÉSSIMO
2,5 – VERGONHOSO
02 – VERGONHOSO
1,5 – MEDONHO
1,0 – MEDONHO
0,5 – ENOJANTE
00 – ENOJANTE

16 Responses to VIVENDO E APRENDENDO A GANHAR… FORA DE CASA.

  1. S.E.P.PRUDENTE

    Boa noite Marcio … posso estar enganado, mas quando o G.Jesus sair o Roger vai virar o xodó da torcida. O mlk é bom de bola, só precisa aprender a fazer gols.

    • Márcio Trevisan

      É verdade.

      Mas, pelo menos por enquanto, RG ainda não mostrou o mesmo faro de gol de Jesus.

      De qualquer forma, tudo é uma questão de treinamento e do correto posicionamento em campo (lembra-se de Jesus nos tempos de Marcelo Oliveira?).

      Abs.

  2. Excelente vitória Márcio, nota 10 para todo mundo e que continuem não servindo feijoada antes dos jogos. abraços.

    • Márcio Trevisan

      Maciel: 10 é muito. É só para o Divino ou para quem jogar em um jogo o que ele jogava em quase todos – Rs…

      Abs.

  3. Júnior Colletti

    Prazados, boa tarde!

    Mais uma bela partida, gostosa de assistir. Estou de acordo com todas as avaliações, nada a acrescentar.

    Quero apenas destacar situações de pós-jogo e no que compete ao futebol nacional como um todo. Assistindo ao programa do “maior” narrador esportivo do país, que passa toda segunda-feira, e ontem foi ao ar após nossa partida, um jornalista (o mais experiente) ali presente fez uma pergunta que me desmotivou em assistir ao resto do programa: se dirigindo ao Micale, questionou, após breve síntese, se ele não se achava inexperiente demais em assumir a Seleção Olímpica, haja vista, que nunca dirigiu uma equipe profissional/principal… O cara (Micale) deu um banho de conhecimento, ciência do esporte, técnica, tática no cara, que deu dó… Esses museus tem que perder espaço na grande mídia.

    Essa aversão pelo novo, e não só no esporte, penso que seja o grande motivo do nosso futebol estar em decadência. Poxa, o cara tem pensamento que vai direto à nossa cultura, de futebol alegre, envolvente, rápido… os caras “pow… você terá Gabriel Jesus, Neymar, Gabigol, Douglas Costa, Luan… como fazer pra escalar?”… Cara, juro, pensei que ele ia soltar: “Sairão os 05 jogando, juntos!!!” Percebe, os mesmos que cobravam o Dunga de escolher os melhores, criticam o excesso de talento?! Para o mundo que quero descer… kkk

    E, por fim, Márcio, meus parabéns em ser referência sobre a história do Verdão, pois, no mesmo canal – talvez não seja novidade pra você – um apresentador reconhecidamente torcedor do time “deles” e de quem não nutro simpatia, fez uma menção ao “Senhor Palmeiras” como um historiador do clube, mostrando e destacando seu tweet de comparação entre o GJ 33 e o Pirata Mercenário. Vou colocar o link do youtube, mas, se for contra os princípios do site, fique a vontade em excluir (a partir do minuto 3’20): https://www.youtube.com/watch?v=lbq5FVXQE9c

    Grande abraço.

    • Márcio Trevisan

      Oi, Colletti.

      Nós, jornalistas, às vezes nos contradizemos. Faz parte.

      Em relação à citação ao meu trabalho no Programa Redação SporTV, agradeço o seu elogio e também o envio do link. Vou deixá-lo no ar para caso algum internauta queira assistir.

      Abs.

  4. De todas as contratações do ano a melhor pra mim foi a do Tchê Tchê. Não sentiu em nenhum momento o peso da camisa, além de ser um jogador versátil que é capaz de jogar até de goleiro se precisar. Senti um pouco de nervosismo após o gol de empate do Sport que foi resolvido com o segundo gol. O Palmeiras só peca nisso, quando toma um gol parece que o mundo desabou, mas ontem deu certo e conseguiram se acalmar. Gabriel Jesus vem jogando muito bem mostrando que eu estava errado. Só falta ser um pouco menos afobado pois ainda perde gols feitos. Quanto ao Cuca que ótimo treinador que contratamos, tem a cara do Palmeiras, se continuar assim vai fazer história no Palmeiras. Abraços.

    • Márcio Trevisan

      Concordo, Ed: Cuca parece viver o ápice de maturidade profissional agora. Diante das mesmices de hoje em dia, é surpreendente a facilidade que tem para enxergar o jogo.

      Abs.

  5. Olá, Márcio!

    O resultado foi excelente, mas precisamos salientar que se deu, em partes, graças à baixa qualidade do nosso adversário. Que time horrível esse do Sport!

    Sobre as avaliações dos jogadores, quero aqui parabenizá-lo pela nota dada ao Gabriel Jesus. Este 7,5 está de bom tamanho, mesmo ele tendo participado dos três gols – uma assistência, um gol e um pênalti sofrido.

    Precisa ser mais objetivo, jogar pra frente, buscar o drible, o espaço vazio no campo de ataque… Na maioria das vezes busca a falta, o drible desnecessário, o lance que não resulta em absolutamente nada (vide o cartão amarelo idiota que levou…)

    Se jogasse sério, teria marcado mais dois gols e estaria apto para o clássico contra o Santos na próxima semana.

    • Márcio Trevisan

      Obrigado pelo elogio, Mauro.

      Vou ser bem sincero: quero que outros jogadores comecem a marcar mais gols. Se apenas GJ for às redes da forma como está indo, ficará difícil mantê-lo por muito tempo.

      Abs.

  6. ANTONIO O VERDÃO

    Jogaço do Verdão, vou me desatar das 4 linhas e falar um pouquinho da arbitragem.
    O Diego Souza(ainda joga muito, mas, ainda é muito marrento e polêmico) disse que o Mina deu uma cotovelada no rogerio, polemico como é. Veja que eles estar mais longe que o arbitro e saiu dizendo que a Vitoria Alviverde foi no mínimo estranha.
    Voltando ao jogo, eu não daria esta nota ao Mina, achei ele meio atabalhoado em alguns lances. mas enfim mais tres pontos.

    • Márcio Trevisan

      Verdão: houve a cotovelada do Mina, mas o Daronco deu vantagem no lance e o Sport fez o gol. O que DS quis foi desviar o foco de mais uma derrota de sua equipe, que aliás é bem limitada.

      Em relação à nota, normal que discordemos: cada um vê o jogo de uma forma.

      Abs.

  7. Roberto Alfano

    Bom dia. mais um bom jogo do Palmeiras como um todo,pena que não vamos ter nossos principais jogadores para a próxima partida.

    Temos elenco e o Cuca saberá compor as perdas, pois vai ser um clássico e eles vem babando!!!!!

    Valeu Palmeiras, a continuar assim, vamos chegar na conquista do Título 2016.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      O bom do atual Palmeiras, Alfano, é justamente ter elenco, e não apenas time.

      De fato, Jesus, Guedes e Thiago Santos nos farão falta, mas por outro lado Dracena e Dudu estarão de volta. Alem disso, no banco temos importantes, como Lucas Barrios, Rafael Marques (que sempre joga bem em clássicos) e Leandro Pereira, que voltou.

      Abraços.

  8. Ola Márcio,

    Tudo bem? Ótima análise. Inclusive sobre as notas de Roger e Jesus…cujas atuações brilhantes offuscaram as cacas que fizeram nos momentos de fome excessiva. Não gostei dos amarelos tomados…próximo e decisivo jogo em casa numa terça que deve ser fria e ainda sem nossas estrelas vai desanimar para ir no Allianz…abs

    • Márcio Trevisan

      Olá, Carlos.

      Agradeço o elogio e o post.

      Os amarelos iriam acontecer, cedo ou tarde, mas não precisaríamos perder três jogadores de uma só vez.

      Não sei se terça-feira estará frio ou não, mas sei que a Arena Palestra Itália estará lotada.

      Abração.

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