Veja as análises tática e técnica de todos os profissionais do Palmeiras que, jogando de novo um ótimo futebol, venceu a 7ª partida em casa neste Brasileirão. 

EM SÍNTESE - Para ser campeão de qualquer campeonato de futebol na face da Terra, o cálculo é muito simples: basta vencer as partidas em casa e empatar as que forem disputadas no campo dos adversários. O problema é que nenhum clube do mundo consegue tal façanha e, claro, sempre haverá o dia em que tropeços acontecerão – e isso pode acontecer tanto diante quanto longe de sua torcida. E são justamente tais detalhes que tornam a campanha do Palmeiras tão marcante neste Brasileirão. Ao vencer os sete primeiros jogos que mandou no torneio, o Verdão já provou que poderá até perder um ponto aqui, outro acolá sob seus domínios, só que tal situação não será, de jeito nenhum, regra, mas sim exceção. Agora, só falta a equipe encontrar o ponto de equilíbrio nas partidas que fizer como visitante e, ganhando um ponto lá, outro acolá, arrancar de vez rumo ao 9º título do Campeonato Brasileiro.

FERNANDO PRASS – 5,5
SATISFATÓRIO

A verdade é que o Figueirense/SC nos incomodou apenas nos primeiros 20 minutos do jogo, período em que obrigou o goleiro do Palmeiras e, agora, também da Seleção Olímpica Brasileira a praticar uma boa defesa, a única de toda a partida. No mais, foram apenas algumas saídas da meta.

JOÃO PEDRO – 5,5
SATISFATÓRIO

Após mais de três meses sem disputar um jogo – sua última aparição se dera em 27/03 -, foi evidente a falta de ritmo que sentiu. Mesmo assim, vez ou outra deu as caras no apoio, embora por lá pudesse ter aparecido com mais frequência, já que o adversário pouco ou quase nada atacou em seu setor. Defensivamente, cometeu os mesmos erros os quais todos já conhecemos, até porque o Dudu deles lhe deu um trabalho danado. De qualquer forma, é muito melhor do que Fabiano, e sua entrada na equipe titular foi um dos acertos de Cuca. Mas, atenção: se Jean não se recuperar a tempo para o jogo de segunda-feira, contra o Sport/PE, a melhor opção será deslocar Tchê Tchê para a posição.

EDU DRACENA – 7
ÓTIMO

Outra ótima atuação deste zagueiro que, se em boa forma física, ainda tem futebol de sobra para ser titular do Palmeiras. Hoje, anulou por completo o bom e ainda perigoso Rafael Moura e, desta forma, praticamente acabou com as chances de gol do time catarinense. Além disso, foi perfeito pelo alto e também nas antecipações.

VÍTOR HUGO – 6
BOM

Pelo menos desta vez não cometeu nenhum erro grave, talvez porque as jogadas aéreas do Figueirense/SC tenha sido bem poucas – se comparadas às dos últimos adversários que enfrentamos. Valeu, também, pela boa cobertura que deu aos apoios de Zé Roberto.

ZÉ ROBERTO – 7
ÓTIMO

É realmente uma pena que ele não tenha mais condições de jogar todas as partidas, pois sua qualidade técnica é indiscutível. Se defensivamente precisou, em algumas jogadas, da ajuda de Vítor Hugo, ofensivamente foi um dos destaques da equipe, aproveitando-se da fragilidade defensiva que é a marca registrada de Ayrton (lembram-se dele?). O terceiro gol do Verdão, marcado por Gabriel Jesus, só foi possível graças a um bom cruzamento seu.

TCHÊ TCHÊ – 6
BOM 

É fato que a formação tática adotada por Cuca nos últimos jogos acaba por prejudicá-lo, já que ele se torna o primeiro homem de marcação no meio-campo e, por isso, não pode ir ao campo de ataque com a bola dominada, sua principal característica – vejam o passe que deu para o gol de Dudu. Hoje, por sinal, sua atuação cresceu bastante após a entrada de Matheus Sales. Mesmo assim, de novo jogou para o time e de novo cumpriu sua missão.

MOISÉS – 7,5
ÓTIMO

Palmas para este rapaz, um exemplo de apego tático e, ao mesmo tempo, de habilidade cada vez mais rara a meio-campistas no futebol atual. Além do gol que fez, de cabeça, e que abriu a goleada, foi essencial à marcação ao interceptar uma bola que se transformaria em gol. Pena ter sentido dores nos pés e deixando o jogo logo aos 6 minutos da etapa final.

CLEITON XAVIER – 5,5
SATISFATÓRIO

Sempre que um jogador com suas características está em campo esperam-se jogadas de alta técnica e lances de encher os olhos. Infelizmente, mais uma vez CX10 não nos presenteou com tamanha qualidade, mas pelo menos ajudou o time naquilo que pôde. Foi, também, parte importante no lance do segundo gol. Mas é fato: ainda está devendo à torcida.

RÓGER GUEDES – 8,5
EXCELENTE

De novo o melhor do time e de toda a partida. Mais uma atuação de encher os olhos deste garoto que, como já dissemos neste site, parece ter vindo para ficar e fazer história. Sua velocidade nos faz lembrar Edu Bala, e sua habilidade com a bola nos pés no remete a Paulo Nunes, dois dos jogadores de sua posição mais brilhantes que já vestiram a nossa camisa. Hoje, foi o responsável pela assistência do primeiro e do último gols, e ainda iniciou a jogada do segundo. Isso sem que falemos da força que sempre dá à marcação, hoje mais frágil devido à presença de João Pedro. Se não tivesse se cansado na metade da etapa final, certamente teria nota e avaliação ainda superiores.

GABRIEL JESUS – 7,5
ÓTIMO

A convocação para a Seleção Olímpica do Brasil parece ter feito muito bem à nossa joia. Hoje, além de marcar mais duas vezes e se transformar, assim, no segundo maior artilheiro do Palmeiras nesta década, com 25 gols (está a apenas seis de Barcos, a quem certamente ultrapassará), foi de novo um tormento à zaga adversária. Seja em lances individuais, seja em jogadas em equipe, provou porque é um dos principais atacantes do País na atualidade e, com todos os méritos, chegou à artilharia do Brasileirão. Mas é preciso corrigir dois problemas graves:  ainda está muito nervoso com a arbitragem e, em alguns lances, é individualista demais – hoje, poderia ter dado um gol de presente a Barrios, mas preferiu chutar. E errou.

DUDU – 7
ÓTIMO

Dá mostras de que voltou à boa fase, seja como atacante aberto pela esquerda (como iniciou o jogo), seja como um meia mais adiantado, o que eu ainda chamo de ponta-de-lança (função que passou a atuar após a entrada de Lucas Barrios).  Nesta noite, fez mais um gol, participou diretamente de outros dois e foi um dos responsáveis por proporcionar mais uma alegria em todos nós.

CUCA – 8
EXCELENTE

Depois dos erros que cometeu – e pior: não admitiu – diante do Cruzeiro/MG, nosso treinador deu a volta por cima nesta partida com vários acertos. Primeiro acerto: sacou Fabiano e colocou João Pedro na lateral direita. Mas não foi apenas pelo mau futebol que o ex-cruzeirense apresentou no Mineirão, e sim porque na partida desta quinta-feira o time precisaria ser mais ofensivo, algo que o prata-da-casa sabe ser bem mais do que o camisa 2. Segundo acerto: mesmo dando sorte diante de uma nova contusão de Egídio, acertou em optar por Zé Roberto e não por Fabrício, pois o veteraníssimo jogador é mais técnica e certamente daria mais qualidade aos cruzamentos, o que de fato aconteceu. Terceiro acerto: jogando em nosso estádio contra uma equipe pequena e diante de mais de 31 mil palmeirenses, manteve o esquema ofensivo 4-3-3 e, desta forma, estrangulou o adversário em seu campo defesa, sobretudo após os 20 minutos do primeiro tempo. Nas substituições, acertou em cheio em duas – Matheus Sales no lugar de Moisés manteve a boa saída de bola e liberou Tchê Tchê (se tivesse optado por Thiago Santos, apenas melhoraria a marcação – algo que, com 2 a 0 no placar a nosso favor, seria desnecessário); já Lucas Barrios no lugar de Cleiton Xavier acabou com o mal estar entre técnico e centroavante e, também, provocou o recuo de Dudu à armação, mudança tática que complicou ainda mais a vida do time de Santa Catarina. Já a entrada de Vitinho, embora longe de ter sido um erro – afinal, ele precisa dar mais experiência ao jovem jogador que, dizem, tem muito talento – poderia ter sido protelada, pois Erik precisa se sentir prestigiado (afinal, em breve perderemos Gabriel Jesus por até seis partidas). De qualquer forma, cada um enxerga o jogo de uma forma muito particular e, desta vez, Cuca voltou a ser brilhante neste ponto.

MATHEUS SALES – 5,5
SATISFATÓRIO

Entrou para proteger a nossa zaga e liberar um pouco os avanços de Tchê Tchê, funções que cumpriu à risca. 

LUCAS BARRIOS – 5,5
SATISFATÓRIO

Sua ida a campo foi mais um ato político do que uma decisão esportiva de Cuca, que desta forma tentou acabar com o mal estar entre ambos criado pelo próprio treinador. Durante os 28 minutos em que atuou, fez uma ótima jogada individual após roubar a bola mas demorou um pouco para concluir e perdeu a chance de marcar ao furar de cabeça a bola que Jesus empurrou para o fundo das redes.

VITINHO – 5,5
SATISFATÓRIO

Neste que foi o segundo jogo na equipe principal mostrou um pouco mais de personalidade e tentou algumas jogadas individuais. Mas ainda precisa de mais oportunidades.

FOTOS DA CAPA: César Greco/Agência Palmeiras

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

 10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO
8,5 – EXCELENTE
08 – EXCELENTE
7,5 – ÓTIMO
07 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
3,5 – PÉSSIMO
03 – PÉSSIMO
2,5 – VERGONHOSO
02 – VERGONHOSO
1,5 – MEDONHO
1,0 – MEDONHO
0,5 – ENOJANTE
00 – ENOJANTE