1993… 2016… E O CORINTHIANS “SIFO” MAIS UMA VEZ!

Veja as análises tática e técnica de todos os profissionais do Palmeiras que, novamente em um 12 de junho, fizeram os corintianos chorarem.

EM SÍNTESE - O dia 12 de junho de 1993 foi, sem dúvida alguma, o mais feliz da minha vida. E digo mais: acredito que nenhum outro dia me será mais feliz do que aquele. Isso não significa, claro, que eu nunca mais tenha tido dias felizes, e este novo 12 de junho, agora em 2016, foi mais um. Ganhar do time “deles” é bom em qualquer circunstância, e melhor ainda que novamente em uma data que nos é tão especial. E mais: ganhamos jogando bem, merecendo o resultado, e esta vitória poderá impulsionar a equipe a obter uma sequência ainda maior de resultados positivos. Doravante avante, Palmeiras!   

FERNANDO PRASS – 5
REGULAR

Todo grande goleiro precisa ter sorte, e hoje ela esteve ao lado do nosso grande goleiro. Primeiro, após uma péssima saída do gol, socou a bola e a colocou nos pés de Christian, que perdeu uma excelente chance chutando por cima. Pouco depois, já batido no lance, viu a bola de Giovanni Augusto se chocar à sua trave esquerda. A nota e a avaliação acima se explicam, porém, pela única qualidade que mostrou no clássico: fez vários lançamentos perfeitos para nossos atacantes.

JEAN – 5,5
SATISFATÓRIO 

Teve um trabalho dos infernos com Marquinhos Gabriel e, até, com os poucos avanços de Uendel. Daí ter ficado muito mais na marcação e raríssimas vezes ter aparecido no apoio. 

THIAGO MARTINS – 5
REGULAR

Mais uma atuação “mais  ou menos” deste zagueiro que é, no máximo, “mais ou menos”. Errou uma saída de bola no primeiro tempo, mas se recuperou em um lance individual na etapa final.

EDU DRACENA – 7,5
ÓTIMO

O melhor do Palmeiras e do clássico, ao lado de Thiago Santos. Voltou muitíssimo bem ao time após mais de dois meses sem disputar uma partida oficial, sendo perfeito no jogo aéreo. Brilhou, também, nas antecipações e não deu espaço algum para nenhum dos jogadores adversários que apareceram em seu setor. Substituiu, até com folgas, Vítor Hugo, ao lado de quem deveria ser mantido – mas dificilmente o será – na próxima partida.

ZÉ ROBERTO – 6,5
MUITO BOM

Não fez um bom primeiro tempo, já que teve enormes dificuldades na marcação a Fágner, de longe o melhor lateral-direito do Brasil. Na etapa final, quando passou a contar mais com o apoio de Dudu, cresceu em campo e, utilizando-se de sua experiência, passou até a ser uma ótima opção de ataque. 

THIAGO SANTOS – 7,5
ÓTIMO

Admito que minha visão de futebol privilegia um jogador com as suas características, já que acredito que um meio-campo tenha de ser formado por um cabeça-de-área, um segundo volante e dois meias. Mas o fato é que independentemente disso o amigo aí de cima nunca deixa a desejar e, melhor ainda, quase sempre supera as expectativas. Hoje, divide com Dracena a condição de melhor jogador do time e do clássico, já que tomou conta de nossa intermediária defensiva com uma marcação exemplar sobre os meias corintianos e uma raça elogiável.

TCHÊ TCHÊ – 7
ÓTIMO 

A melhor partida desde que trocou o time de empresários Audax/SP pelo maior campeão do futebol brasileiro. Ainda que tenha errado alguns lances individuais por não tomar a decisão certa, foi um exemplo de dedicação tática, já que tanto fez a condução perfeita da bola para o nosso ataque como ajudou na marcação da saída de bola adversária.  

MOISÉS – 6
BOM

Embora seja um jogador técnico, hoje teve mais destaque pela raça que demonstrou sempre que ela se fez necessária. Dividiu “n” bolas e não teve vergonha nenhuma de chutá-las da forma que era possível quando esta era a jogada mais correta a ser feita. Mas não deixou de armar o jogo, sobretudo quando passou a ter Cleiton Xavier a dividir tal função. Vale lembrar que nosso gol foi um desfecho de um chute seu. 

 RÓGER GUEDES – 5,5
SATISFATÓRIO 

Já elogiei várias vezes este jovem valor, mas a verdade é que mais uma vez ele não foi bem diante de um grande rival. Assim como já acontecera diante do São Paulo/SP, hoje ele de novo não foi o jogador que pode e sabe ser. Não chegou a jogar mal, longe disso, mas também não foi o atacante que esperávamos. Sua substituição foi um tremendo acerto de Cuca.

GABRIEL JESUS – 6
BOM

Valeu pela luta, pelas bolas que ganhou de Felipe – a quem deu um trabalho danado – e pela ajuda tática que deu ao nosso time, sempre marcando a saída de bola dos zagueiros corintianos. Mas o fato é que bobeou demais no primeiro grande lance do derby, desperdiçando uma excelente chance de abrir o placar ao demorar para definir o lance. O gol que perdeu poderia nos ter feito falta. 

DUDU – 6
BOM

Outro que mostrou mais raça do que bola, mas que nem por isso deixou de ser importante à equipe. Aporrinhou os marcadores adversários, protagonizou algumas boas jogadas individuais, ajudou Zé Roberto na marcação a Fágner mas, por outro lado, também errou lances fáceis com a bola rolando e também parada. Deixou o gramado aplaudido pela torcida, mas a verdade é que poderia ter rendido mais.

CUCA – 7
ÓTIMO

Fico muito feliz quando posso aplicar nota a avaliação positivas de forma sucessiva a um mesmo profissional, pois isso prova que ele está em ascensão ou, então, que se mantém em ótimo nível. E é o que vem acontecendo com o nosso treinador nos últimos jogos e, para minha alegria, também neste. Hoje, Cuca se destacou porque escolheu bem o substituto de Vítor Hugo, acreditando na experiência de Edu Dracena; porque deslocou Dudu para a ponta-esquerda, e com isso conseguiu dar menos liberdade a Fágner; porque percebeu que Róger Guedes não conseguia render o futebol que poderia e, assim, o substituiu; porque optou para o lugar do jovem atacante o experiente Cleiton Xavier e, desta forma, preencheu o nosso meio-campo; porque conseguiu fazer o time jogar ainda melhor após abrir o placar e em nenhum momento ser sufocado pelo Corinthians/SP; e, enfim, porque a cada partida mostra ter o grupo ainda mais em suas mãos. E quando um grupo está “fechado” com seu comandante, resultados muito positivos costumam acontecer.

CLEITON XAVIER – 6,5
MUITO BOM

Além do gol que marcou, meio que no estilo de centroavante, ele foi muito importante à equipe pois passou a dividir com Moisés a função de armador do time. Além disso, no fim do jogo recuou e ajudou a proteger a nossa zaga. 

RAFAEL MARQUES – 6
BOM

Embora tenha jogado por apenas 10 minutos, cumpriu importante função tática, já que se posicionou no lado esquerdo do nosso meio-campo, ajudando desta forma a conter os avanços de Fágner.

MATHEUS SALES – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

Jogou apenas 5 minutos, sem tempo para ser analisado.

FOTOS DA CAPA: César Greco/Ag. Palmeiras

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO

8,5 – EXCELENTE
08 – EXCELENTE
7,5 – ÓTIMO
07 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
3,5 – PÉSSIMO
03 – PÉSSIMO
2,5 – VERGONHOSO
02 – VERGONHOSO
1,5 – MEDONHO
1,0 – MEDONHO
0,5 – ENOJANTE
00 – ENOJANTE

25 Responses to 1993… 2016… E O CORINTHIANS “SIFO” MAIS UMA VEZ!

  1. Dinho Maniasi

    Márcio, seriam 15 gols se o juizinho não tivesse “surrupiado” o gol marcado contra a Ponte Preta…

  2. emilio maranga

    Márcio o G Jesus tem que ouvi aquela musica de Cesar e Paulinho ,Chuta pro gol de bico lazarento !!! Márcio temos que quebrar o tabu de mais de 20 anos sem ganhar do coxa ,lá em Curitiba….

    • Márcio Trevisan

      Esta será uma grande chance de isso acontecer, Maranga.

      Abração

      P.S.: Ótima lembrança da dupla César & Paulinho.

  3. Márcio concordo com suas análises, mas mesmo vencendo não podemos deixar de comentar sobre o Gabriel Jesus, não pode perder esses gols que ele vem perdendo, principalmente em clássicos, uma hora a batata vai assar para o lado dele, principalmente se o time for derrotado.
    Com relação ao nosso goleiro na minha opinião ele falhou feio no último lance do jogo.
    Edu Dracena realmente jogou muito bem.
    Se não começar a entrar de salto alto nos próximos jogos dá para brigar pela liderança. abraços.

    • Márcio Trevisan

      Acho que não corremos o risco de salto alto, Maciel, pois Cuca é um cara bem pé no chão e não permite que isso aconteça com suas equipes (basta lembrar o Galo campeão da Libertadores).

      Em relação ao Jesus, ele de fato não poderia ter perdido o gol que perdeu, mas não acho que ele esteja desperdiçando tantas chances assim.

      Abs.

  4. Como é bom vencer, mas como é ótimo vencer ……”eles”

  5. E dizem que técnico não ganha jogo. Cuca está provando que quando o treinador sabe o que está fazendo e consegue fazer os jogadores acreditar em sua competência, os resultados acontecem. Acho que agora embalamos e só uma tragédia tira o Palmeiras das primeiras posições. Acredito que por enquanto tem de se manter ali nas primeiras posições não importa se em primeiro, segundo ou terceiro, até o 2 º turno pra poder depois dar a arrancada final.

    Abraços.

    • Márcio Trevisan

      Vc está correto, Ed.

      Não precisa liderar de ponta a ponta. O que interessa é ficar em primeiro a partir da 32ª rodada, para dar o bote final.

      Abs.

  6. Paulo Eduardo Michelotto

    Olá Márcio! Concordo com o amigo FTadeu. Dá para subir a nota de vários jogadores. Com relação ao técnico, acho que está indo muito bem, pois muda os jogadores, dá chances para todos e todos dão o melhor. Haja vista o lateral esquerdo e volante. Além disso, ele muda de esquema durante os jogos e até os adversários perceberem, já levaram os gols. Os técnicos anteriores não mudavam nem o esquema(era time previsível e fácil de marcar) e nem os jogadores,que iam até estourar, como Gabriel, por exemplo, isto num elenco de mais de trinta jogadores. Que venham os próximos fregueses. Saudações alviverdes, Márcio!

    • Márcio Trevisan

      Olá, Paulo.

      As análises que faço têm como base a técnica e a tática dos atletas no jogo.

      Respeito sua opinião, claro, mas mantenho a minha.

      Abs.

  7. Marcio, depois de muito tempo acho que podemos voltar a ter confiança no time. Tem mantido um padrão e o Cuca tem sabido mexer bem no time. Da para notar também que os jogadores estão mais confiantes. Passamos bem pelos clássicos contra os grandes, e agora é a chance de deslanchar frente a Coritiba, America e Santa Cruz, muito embora não vamos bem contra os médios e pequenos. Chegou a hora de mudar isso.
    Mas como Palmeirenses, andamos sempre no fio da navalha, pois agora que parece que acertamos um técnico com a nossa cara, temo que com a queda eminente do Dunga, e a possível negativa do Tite, não tirem nosso técnico para a seleção.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Marcos.

      Também cheguei a me preocupar com uma possível saída de Cuca.

      Ocorre, porém, que assim como Tite o nosso treinador não é de fazer esquemas, condição essencial para dirigir a Seleção Brasileira.

      E como Luxa acabou de ser demitido na China…

      Abs.

  8. Ganhamos do Corinthians e a média geral foi 6,2? Achei baixa as notas, o Trevisan estava rigoroso demais (rssss). Eu subiria a nota de todos pelo menos dois pontos. Mas se abrir mais o coração dá para dar 10 para todo mundo, afinal como é bom ganhar dessa gambazada.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Tadeu.

      De fato, sou mesmo rigoroso. Mas, acredite: há jornalistas ainda mais duros no momento das análises.

      Eu não posso subir a média das notas apenas porque foi uma grande vitória pois, se fizesse isso, analisaria com o coração, e não com a razão – algo que faria com que eu perdesse a credibilidade perante vocês.

      Abração!

  9. Roberto Alfano

    Bom dia caro Trevisan, muito boa sua avaliação, bom jogo, merecíamos ter marcado mais Gols, assim não teria tal polêmica no final da partida, como sempre eles arrumam!!!!

    Valeu Verdão, com raça e determinação demonstradas vamos conseguir atingir nosso objetivo de ser Campeão Brasileiro, para cima deles.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      Obrigado pelo elogio.

      O lance capital, no fim da partida, já estava irregular – Felipe já se encontrava em impedimento antes de se chocar com Prass.

      Abs.

  10. Leonardo Madureira

    Bom dia Marcio. Ótimo resultado ontem, 1×0 foi pouco. Mas tenho duas observações:
    1- O Gabriel Jesus anda errando muito gol. Eu sei que estar bem posicionado para finalizar várias vezes no jogo é fruto de seu talento, mas vamos calibrar esse pé.
    2- Por que só o dudu bate falta? Ele deu 3 assistências contra o grêmio, mas para mim o Jean, por exemplo, tem mais qualidade, principalmente nas diretas para o gol, nas quais o dudu só manda na barreira.
    Abs.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Leonardo.

      Não creio que que Jesus esteja errando muito – afinal, ele é o artilheiro do time na temporada, com 13 gols (e seriam 14 não fosse aquele pênalti no jogo com o Flamengo). Mas ele deve, sim, ficar mais esperto na hora da conclusão e entender, de uma vez por todas, que gol é gol – não precisa ser sempre golaço.

      Em relação às cobranças de fata do Dudu, vc mesmo respondeu à sua pergunta: após as três perfeitas assistências contra o Grêmio/RS, ele passou a acreditar que sabe bater faltas. Só que não.

      Abs.

  11. bom dia marcio

    de acordo, exceto uma observação a mais em relação ao Prass em um
    dos seus pontos fracos, que além da saida socando a bola nos pés
    do cristian, no final do jogo poderia tambem ter socado forte
    a bola, mas quis segurar, e sofremos um gol que gerou muita
    polemica, e a midia gambá se aproveitou disso para minimizar
    nossa merecidissima vitória.

    • Márcio Trevisan

      É verdade, Antônio – Prass poderia ter socado a bola, mas se tivesse feito isso ela poderia ter acabado nos pés de algum adversário.

      Então, experiente como é, procurou segurá-la pois sabia que seria tocado e que o árbitro poderia ver falta no lance.

      Falta que, por sinal, não aconteceu. a irregularidade que hougve no lance, não anotada pela arbitragem, foi o impedimento de Felipe.

      Abs.

  12. Márcio bom dia!!! ótimas suas avaliações, 1×0 foi pouco pelo que o verdão jogou. Esse Tchê Tchê joga muito, parece um veterano, nossa camisa não pesou prá ele não, Thiago Santos muita raça, Gabriel Jesus inferniza as defesas adversárias. Tomara que con tinuemos assim e que no final de novembro possamos gritar, é Campeão Brasileiro. Grande Abraço Márcio.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Luís.

      Agradeço o elogio.

      A batalha é longa e árdua, haverá momentos em quem não conseguiremos o melhor resultado, mas sinto que poderemos terminar 2016 da mesma forma como terminamos 2015.

      Abração.

  13. Marcio

    O que me deixa mas feliz com este time, é o fato de continuar insistindo, continuar atacando, mesmo com o resultado. O time deles valorizou nossa vitória, pois trata-se de um time limitado mas bem armado pelo seu técnico. Aliás, na minha opinião, estavam em campo ontem, os dois melhores técnicos do Brasil. Aliás, por falar em Brasil, que vexame.

    Abs

    • Márcio Trevisan

      Oi, Rodrigo.

      Nada tenho contra segurar um resultado, mas quase nunca uma retranca ferrenha garante uma vitória.

      Daí acho que os times de Cuca agem com inteligência: enquanto vencem, tomam maiores cuidados defensivos, mas jamais deixam de ter a posse de bola pelo maior tempo possível.

      Em relação à Seleção Brasileira, não vejo vexame algum. Da mesma forma como não vejo Seleção Brasileira nenhuma.

      Abs.

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