Veja as análises tática e técnica de todos os profissionais do Palmeiras que, após “dormirem” no primeiro tempo, “acordaram” no intervalo e em apenas 13 minutos “mataram” o jogo.

EM SÍNTESE - Após a derrota para a Ponte Preta/SP, salientei que a pena para um time que “apaga” normalmente é pagar – com a derrota. Desta vez, uso o mesmo jogo de palavras para explicar a vitória que o Palmeiras obteve nesta fria noite de quarta-feira sobre o Fluminense/RJ. Desta vez, porém, não foi o adversário que “dormiu”, mas sim nossa equipe que, após um primeiro tempo sonolento, foi acordada nos vestiários e voltou ligadíssima para o segundo tempo. E a prova disso foram não apenas os dois gols seguidos – aos 11 e aos 13 minutos -, mas também a forma como o Verdão atuou durante toda a etapa final – com rapidez quando teve a bola nos pés, força nos momentos em que ela esteve com o adversário e, principalmente, inteligência nas duas situações. Que o tropeço em Campinas/SP e o triunfo na Arena Palestra Itália tenham, desta forma, dado à nossa equipe as duas mais importantes lições do futebol.

FERNANDO PRASS – 6,5
MUITO BOM

A verdade é que fez apenas uma defesa durante toda a partida, mas ela foi tão sensacional e importante (pois evitou que terminássemos o primeiro tempo derrotados), que a nota e a avaliação acima lhe são muito merecidas. 

TCHÊ TCHÊ – 7
ÓTIMO 

O cara começa como lateral-direito, desloca-se várias vezes para o meio-campo, joga quase toda a etapa final na lateral esquerda e termina a partida como meia. E o melhor: dá conta do recado em todas as posições. Um jogador com tal característica, a versatilidade, é raro hoje em dia – e um deles é do Palmeiras. Ainda bem!

THIAGO MARTINS – 4,5
RUIM

Marcar Fred, apesar de o centroavante já estar em fim de carreira, não é algo muito fácil. Por isso mesmo é dever do seu marcador não se distrair um só segundo. Hoje, nosso jovem zagueiro bobeou em dois lances, e só não nos levou à derrota porque o camisa 9 do Fluminense/RJ perdeu uma ótima chance, de cabeça, e um gol feito, após milagre de Prass. Uma pena, pois vinha em ascensão.

VÍTOR HUGO – 6,5
MUITO BOM

Defensivamente, como quase sempre acontece, precisou apenas dar uma força na marcação a Fred, já que o Tricolor carioca atua com apenas um jogador no meio da área. Mesmo assim, esteve bem pelo alto e também nas coberturas. Ofensivamente, fez um belo gol de cabeça, que abriu o caminho para a nossa vitória.

EGÍDIO – 6
BOM

Como o time carioca não atacou pelo seu setor, já que Oswaldo tentava conter os avanço de Jean e Tchê Tchê pela direita e Jonathan não desgrudava de Dudu, pôde atacar bastante no primeiro tempo e ser um dos destaque da equipe, inclusive em inserções pelo meio-campo. Pena ter se machucado numa dividida e obrigado Cuquinha a sacá-lo no intervalo.

JEAN – 7
ÓTIMO 

Com exceção de um erro na hora de dominar uma bola, o qual impediu até mesmo que abríssemos o placar já no primeiro tempo, teve uma atuação bastante elogiável. Marcou forte tanto pela lateral quanto no meio-campo, deu a assistência para o gol de Alecsandro e ainda ajudou muito na proteção à zaga. Quem dera jogasse sempre assim.

MATHEUS SALES – 6,5
MUITO BOM

Jogou tão mal no sábado que eu tinha certeza de que hoje seria reserva de Thiago Santos. Mas acabou sendo mantido no time e, para a alegria de todos nós, recuperou-se e acabou sendo um dos melhores. Além de cercar e de diminuir os espaços de Gustavo Scarpa, “colou” em Cícero e fez com que o perigoso ponta-de-lança tricolor fosse uma figura apagadíssima em campo.

CLEITON XAVIER – 5,5
SATISFATÓRIO

Foi muito bem marcado por Pierre e também por Édson, o que acabou atrapalhando um pouco a sua atuação. Mesmo assim, conseguiu dar dois bons lançamentos, muito embora no contexto geral sua atuação tenha deixando um pouco a desejar. Eu não o tiraria no intervalo, pois prefiro sempre um time que tenha dois meias de armação, mas admito que a entrada de Moisés melhorou um pouco nosso setor de criação.

RÓGER GUEDES – 7,5
ÓTIMO

O melhor do Palmeiras e de toda a partida. Foi habilidoso, versátil, veloz, atuou para o time e também teve personalidade, sua principal virtude, para realizar jogadas individuais. Se tivesse um pouco mais de calma na hora de finalizar teria feito, se não dois, pelo menos um gol, o que aumentaria ainda mais as suas nota e avaliação. A verdade é que, neste momento, merece mesmo ser titular.

GABRIEL JESUS – 5,5
SATISFATÓRIO 

O garoto não viveu uma grande noite, talvez porque durante todo o primeiro tempo tenha sido o comandante do ataque. É claro que tem facilidade para marcar gols e já fez vários neste setor, mas a verdade é que se trata muito mais de um segundo atacante, porém com excelente faro de gol e exímio poder de finalização. Hoje, não lhe faltou a conhecida luta, mas sim a necessária bola. Demorou demais para ser substituído.

DUDU – 6,5
MUITO BOM

Enquanto esteve na ponta esquerda, ou seja, durante todo o primeiro tempo, quase nada de mais interessante protagonizou, ficando por vezes até mesmo ausente por vários minutos seguidos. Mas, na etapa final, passou a atuar pelo meio, como ponta-de-lança, setor onde se destacou bastante no Brasileirão e na Copa do Brasil do ano passado. Resultado: melhorou demais, tornando-se importante peça ofensiva da equipe e ainda cobrou a falta, algo que nem de longe é sua especialidade, na cabeça de Vítor Hugo, no lance que culminou em nosso primeiro gol.

CUQUINHA – 7
ÓTIMO

Obviamente, nosso interino treinador – assim como Alberto Valentim, auxiliar-técnico fixo da CT palmeirense – só fez aquilo que lhe foi determinado pelo treinador do time, que nesta noite não pôde trabalhar “in loco” por ter sido merecidamente expulso no sábado. De qualquer forma, quem ficou no banco e passou as orientações à equipe foi mesmo Cuquinha, e por isso ele – e não seu irmão, Cuca – é quem aparece aqui desta vez. Na verdade, a opção de três jogadores rápido e leves no ataque desde o início da partida se justificava – afinal, a equipe vinha de uma derrota, precisava vencer para evitar que uma crise se insinuasse e, afinal de contas, os três atacantes escolhidos têm inquestionáveis qualidades. Porém, o que parecia uma boa ideia acabou não dando certo, já que apenas Róger Guedes correspondeu em sua função. Daí o futebol nada criativo e muito sonolento exibido pela equipe nos primeiros 45 minutos. Por isso, a entrada de um comandante de ataque, ou de uma referência, como preferem alguns, se fez necessária. O que mais chamou a atenção, contudo, foi no lugar de quem Alecsandro entrou: ao sacar Egídio, contundido, e deslocar Tchê Tchê para o setor, Cuquinha (ou Cuca, ou Valentim, ou sabe-se lá quem), quebrou a espinha do Fluminense/RJ, que demorou um bom tempo para entender o que estava acontecendo – tempo este, por sinal, muitíssimo bem aproveitado pelo Verdão, que em apenas 13 minutos já vencia por 2 a 0. Como disse acima, não teria sacado Cleiton Xavier já no intervalo, pois talvez com esta nova formação ele pudesse crescer em campo. Contudo, como também salientei antes, Moisés entrou bem, fazendo a função de terceiro homem de meio-campo e, mais importante ainda, dando a Dudu o espaço de que ele precisava para atuar como ponta-de-lança, situação esta, ao meu ver, a maior responsável pela significativa melhora do futebol da equipe. O único senão nas alterações fica sendo, desta forma, a demora para tirar Gabriel Jesus, que não atuou bem, e colocar toda a experiência de Zé Roberto, que deveria ter entrado muito antes do que apenas aos 34 minutos da etapa final. Por fim, mesmo reconhecendo que o time carioca poderia, sim, ter conseguido ao menos um gol, vale ressaltar que em nenhum momento o Palmeiras se viu sufocado pelo adversário; ao contrário, teve pelo menos outras duas claras chances para ampliar ainda mais a sua vantagem. 

ALECSANDRO – 7
ÓTIMO

Após deixar a desejar em Campinas/SP, o centroavante voltou ao time na etapa final e foi um de seus destaques. Não só pelo bonio gol que marcou, mas pelos toques de classe que deu e pela presença maior no campo de ataque que propiciou.

MOISÉS – 6
BOM

Jogou um pouco mais recuado do que de costume, quase como um terceiro volante, mas ainda assim foi útil não só ao preencher a nossa intermediária defensiva como também ao aparecer no campo de ataque, inclusive concluindo jogadas.

ZÉ ROBERTO – 5,5
SATISFATÓRIO

Demorou demais para entrar, mas mesmo em apenas 14 minutos pôde contribuir com sua experiência na marcação e com seu talento na bola parada, já que fez um ótimo cruzamento no fim da partida.

FOTOS DA CAPA: César Greco/Ag. Palmeiras

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO
8,5 – EXCELENTE
08 – EXCELENTE
7,5 – ÓTIMO
07 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
3,5 – PÉSSIMO
03 – PÉSSIMO
2,5 – VERGONHOSO
02 – VERGONHOSO
1,5 – MEDONHO
1,0 – MEDONHO
0,5 – ENOJANTE
00 – ENOJANTE