Veja as análises tática e técnica de todos os profissionais do Palmeiras que, agora, dependerá de Victorino, Eguren e cia. para seguir na Libertadores.  

EM SÍNTESE - Quando um time precisa de mais alguma coisa além de suas próprias forças para conseguir uma classificação geralmente se dá mal. E é exatamente nesta situação que o Palmeiras se encontra a partir de agora: ou o Nacional/URU ganha do Rosário Central/ARG na próxima quinta-feira ou nem mesmo uma goleada de 10 a 0 sobre o River Plate/URU, nos mesmos dia e horário, nos garantirá na sequência da Libertadores. E tudo isso por quê? Porque não soubemos vencer hoje, meus amigos. É bem verdade que acertamos as traves duas vezes, mas também é verdade que demos dois gols para os caras – o primeiro e o terceiro (isso sem contar a força que demos no segundo). Com alguns jogadores muito jovens em campo, era mais ou menos esperado que a equipe sentisse a pressão de jogar fora de casa e diante de um time argentino – daí os gravíssimos erros que nomes como Thiago Martins e Gabriel Jesus, por exemplo, cometeram. Mas nem tudo foram espinhos, palmeirense: o Verdão soube se impor, sobretudo no começo do primeiro e do segundo tempos, não chegou a ser pressionado de forma sufocante pelo adversário (nem mesmo quando ficou com um jogador a menos) e mostrou um ótimo poder ofensivo (tanto que marcou três gols e, por pouco, não fez outros dois). Talvez não dê para seguir no torneio, o que será um grande vexame, sem dúvida, mas mesmo que isso aconteça creio que o futuro nos é promissor. De qualquer forma, por enquanto, ajudem a gente, Eguren e Victorino!

 

FERNANDO PRASS – 8
EXCELENTE 

Se já não estamos eliminados da Libertadores devemos isso a mais uma grande exibição do nosso goleiro. Com pelo menos três ótimas defesas e um autêntico milagre, este ainda no primeiro tempo, ele foi o melhor jogador do time e da partida – e olhe que viu três bolas entrarem em suas redes… É fato que no lance do segundo gol acabou se precipitando e deixando a meta quando o mais correto seria permanecer e tentar cortar o cruzamento, mas nos demais lances de que participou esteve, sempre, soberano.  

THIAGO MARTINS – 5
REGULAR 

Cuca pode insistir o quanto quiser com este menino, mas dificilmente ele se tornará um zagueiro confiável. Hoje, de novo cometeu um erro infantil, digno de quem está cru para ser titular de um time de ponta como o nosso, ao fazer a falta desnecessária que culminou no primeiro gol dos caras. Depois, é verdade, até se recuperou, destacando-se em duas boas coberturas e salvando de cabeça, quase em cima da linha, uma bola que tinha endereço certo.     

EDU DRACENA – 5
REGULAR 

Pode ser apenas uma má fase, mas os indícios são de que o ótimo futebol que jogava ficaram na Vila Belmiro. Hoje atuou na sobra, ou seja, com todas as condições para se destacar, mas o que vimos foi um zagueiro lento e facilmente envolvido pelos atacantes argentinos, sobretudo Marco Ruben. A bem da verdade, quase marcou um gol de cabeça após cruzamento de Egídio (a bola acertou a trave de Sosa), mas está visivelmente longe de sua melhor forma física.

 VÍTOR HUGO – 4
MUITO RUIM 

Eu até admito que um garoto cometa um erro fatal, mas não posso admitir que um jogador experiente faça o mesmo. Hoje, o amigo aí de cima, que já não vinha jogando grande coisa, fez um pênalti desnecessário e, por isso mesmo, idiota, impedindo que o Palmeiras vencesse o jogo. Lamentável.

JEAN – 4,5
RUIM 

Se o time joga com três zagueiros é para que seus alas apoiem constantemente. Isso, claro, é óbvio, mas parece que o cidadão da foto acima não sabe disso. Tanto que foi figura quase nula no campo de ataque, local em que quando compareceu não deixou saudades. 

GABRIEL – 5,5
SATISFATÓRIO 

Foi bem nos desarmes e também no primeiro passe, aquele que sempre origina jogadas de ataque. Mas errou demais sempre que foi além disso, como quando tentou fazer as vezes de armador da equipe. Ainda sente a falta de ritmo, algo que só recuperará com a sequência de jogos.

MATHEUS SALES – 6
BOM

Gostei da atuação deste rapaz, que substituiu Arouca. Embora tenha sentido um pouco a importância da partida, não se deixou levar pela catimba argentina e disputou todos os lances com muita seriedade, saindo pro jogo quando foi possível e dando de bico quando foi necessário.

ROBINHO – 5
REGULAR

Só leva a nota e a avaliação acima porque de seus pés saiu a bola para o segundo gol de Gabriel Jesus. No mais, foi figura apática, dispersiva e irritante, provando que não vive um bom momento. Demorou demais para ser substituído. 

EGÍDIO – 6
BOM

Podemos reclamar de qualquer coisa em relação a este jogador, menos que ele não cumpriu taticamente sua função. Hoje, com a equipe atuando o jogo todo no 3-5-2, fez o que deveria fazer – ou seja, se mandou para o ataque. É claro que sua pouca qualidade técnica não lhe permite brilhar, mas pelo menos foi uma importante figura de desafogo da equipe. Defensivamente, por incrível que pareça, hoje também não deixou a desejar.

ALECSANDRO – 5,5
SATISFATÓRIO 

No lance do primeiro gol, foi dele o passe com o peito para Robinho que, interceptado por Musto, acabou sobrando para Gabriel Jesus. Atuou um pouco mais recuado, como se fosse um ponta-de-lança, e por isso apareceu menos para concluir. Caiu bastante de rendimento na etapa final e, por isso, foi corretamente substituído.

GABRIEL JESUS – 5
REGULAR 

Sim, eu sei: pareço louco por aplicar à nossa joia a nota e a avaliação acima. Afinal, ele fez dois gols em uma partida da Libertadores, fora de casa e diante de um time argentino. Além disso, ainda certou a trave com um fortíssimo chute de fora da área, que por muito pouco não se tornou um golaço. Tudo isso porque, nesta noite, jogou centralizado, fazendo a função de centroavante. E como tem facilidade para concluir a gol… Mas, devido à juventude, não conseguiu se livrar da catimba adversária, e caiu feito um patinho na provocação dos argentinos, o que culminou com sua estúpida e merecida expulsão (onde já se viu chutar o gringo na cara do árbitro?). Obviamente não deve ser crucificado, já que ainda é quase um adolescente, mas em minha opinião deveria ser punido financeiramente pela diretoria por ter colocado a classificação do Palmeiras em grande risco.

CUCA – 5,5
SATISFATÓRIO 

Quando vi a escalação inicial do Palmeiras, gostei. Não que eu seja um ardoroso fã do 3-5-2, mas entendi a que nosso treinador visou ao optar por este esquema tático: obviamente reforçar o sistema defensivo mas, ao mesmo tempo, tornar nossos laterais – hoje, alas – em mais dois atacantes. Com isso, tentaríamos o único resultado que de fato nos seria positivo, a vitória, com pelo menos cinco jogadores: Jean, Egídio, Robinho, Alecsandro e Gabriel Jesus. Atrás, além de Dracena, Thiago e Vítor Hugo, estaríamos seguros também com Gabriel e Matheus Sales à sua frente. E era exatamente isso o que deveria ter acontecido, mas não aconteceu. Por quê? Elementar, meu caro palmeirense: ao contrário do que disse o treineiro em sua coletiva pós-jogo, Jean apoiou muito pouco, e assim foi apenas lateral, não ala – este foi Egídio, o único do setor que entendeu o que deveria fazer. Além disso, é visível que Edu Dracena está longe, mas muito longe de sua melhor forma física, que Thiago Martins ainda requer muito feijão para segurar a barra que é defender uma equipe de ponta como a nossa e que Vítor Hugo, de longe nosso melhor defensor, vive uma fase altos e baixos – aliás, mais baixos do que de altos. Desta forma, a boa ideia inicial de Cuca foi pelo ralo, ainda que tenhamos feito 1 a 0 e 2 a 1. E o que fez, então, nosso técnico? Tentou acertar o time com as substituições, e aí não foi bem. Acertou, sim, quando sacou Robinho e Alecsandro, mas principalmente após levarmos o segundo empate deveria ter sido mas ousado e tirado um dos zagueiros (no caso, Thiago Martins) e colocado Rafael Marques – afinal, sempre é possível que ele aproveite um cruzamento pelo alto. Mas, não: o comandante foi mais precavido, fez o famoso “seis por meia dúzia” (Robinho por Zé Roberto, Alecsandro por Lucas Barrios) e conseguiu melhorar muito pouco a nossa equipe. Para piorar, ainda deu a falta de sorte de Gabriel Jesus fazer a m…. que fez, o que deixou o Palmeiras com um jogador e muita confiança a menos em campo.  

ZÉ ROBERTO – 5,5
SATISFATÓRIO

Sua entrada tinha como objetivo melhorar a criação no meio-campo e reforçar a marcação pelo lado esquerdo, dando ainda mais liberdade a Egídio. Se conseguiu realizar a segunda função, não fez o mesmo em relação à primeira, tornando-se muito mais um terceiro volante do que um meia de armação. Valeu, porém, por com sua experiência ajudar a equipe a suportar a pressão maior nos minutos finais.

LUCAS BARRIOS – 6,5
MUITO BOM

Entrou com vontade, melhorou bastante o nosso ataque e com méritos fez o gol que evitou nossa eliminação já nesta noite. Pena que nem sempre atua com a mesma disposição.

 LUCAS – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

Jogou apenas dois minutos, sem tempo para ser analisado.

FOTOS DA CAPA: César Grecco/Ag. Palmeiras

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO
8,5 – EXCELENTE
08 – EXCELENTE
7,5 – ÓTIMO
07 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
3,5 – PÉSSIMO
03 – PÉSSIMO
2,5 – VERGONHOSO
02 – VERGONHOSO
1,5 – MEDONHO
1,0 – MEDONHO
0,5 – ENOJANTE
00 – ENOJANTE