Veja as análises tática e técnica de todos os profissionais do Palmeiras que, pelo menos desta vez, aproveitaram a fragilidade adversária e voltaram a vencer. Mas há ainda muito o que melhorar…  

EM SÍNTESE - Na situação em que o time estava, amigo palmeirense, estes 3 a 0 que impusemos ao horrendo Rio Claro/SP devem, e muito, ser comemorados. Afinal, não apenas espantamos de vez a mínima chance que tínhamos de chegar às duas últimas rodadas da fase de classificação do Campeonato Paulista próximos à zona da degola como também passamos a ocupar o segundo lugar do grupo, o que significa que, a partir de agora, garantir a vaga às quartas-de-final do torneio só depende de nossas forças. Além disso, mesmo se levando em conta as enormes deficiências da equipe interiorana, o fato é que jogamos um bom futebol, sobretudo no primeiro tempo, o que de certa forma também serve para aliviar um pouco o sofrimento de todos nós. Mas que paremos por aí: o Palmeiras ainda está longe, muito longe do que podemos chamar de “aceitável”, e os dois próximos adversários (“eles” e o Rosário Central) são equipes de um nível infinitamente maior do que o que enfretamos nesta quinta-feira. Portanto, a festa vale – mas só até a página 2.

 

FERNANDO PRASS – 6
BOM 

Como a derrota significaria o rebaixamento da equipe, o Rio Claro/SP atacou bem mais do que se imaginava, sobretudo no segundo tempo. E poderia, sim, ter conseguido um ou mais gols, o que só não aconteceu devido a boas defesas do nosso goleiro.

JEAN – 6
BOM 

Seria, de fato, quase impossível apresentar um futebol pior do que o que vimos nos pés de Lucas e de João Pedro. Mas a atuação deste volante em nossa lateral direita, tão esperada por todos os que entendem um mínimo de futebol, deixou nosso setor muito mais bem servido. É  verdade que, defensivamente, apresentou algumas dificuldades, mas no aspecto ofensivo se destacou bastante. De seus pés saiu a cobrança do escanteio que originou o gol de Alecsandro.

THIAGO MARTINS – 4,5
RUIM 

Olha, a verdade é que este rapaz não está, pelo menos por enquanto, preparado para defender uma camisa tão pesada quanto a nossa. A prova tivemos hoje: mesmo diante de um adversário muito frágil, se complicou em vários lances e também se viu envolvido em algumas disputas de bola.  

 VÍTOR HUGO – 5
REGULAR 

Não teve muito trabalho porque à sua frente sempre esteve alguém – Matheus Sales e, depois, Thiago Santos. Acabou se destacando por cabecear quatro bolas a gol, mas todas sem perigo ao goleiro Lucas. 

EGÍDIO – 6,5
MUITO BOM

Sobretudo no primeiro tempo, foi uma importante saída para as jogadas ofensivas da equipe, já que se aproveitou da inexistência de jogadas do Rio Claro/SP pelo seu setor e se mandou ao ataque. Na etapa final postou-se um pouco mais defensivamente, mas ainda assim foi de seus pés que saiu o perfeito cruzamento para Rafael Marques marcar nosso terceiro gol. 

AROUCA – 5,5
SATISFATÓRIO

Com a presença de Matheus Sales e o esquema bastante ofensivo montado por Cuca, foi mais um meia de armação do que um segundo volante nesta noite. Não criou nada que pudesse arrancar suspiros da torcida, é fato, mas soube preencher os espaços e ajudar a equipe em alguns desarmes.

ROBINHO – 4,5
RUIM

Sua substituição no finalzinho do primeiro tempo após se sentir mal acabou confirmando o que se vira até então: de fato, não estava em uma noite nada feliz. Enquanto esteve em campo, não criou nada que prestasse e fez apenas número.

MATHEUS SALES – 5
REGULAR 

Quando vi que Cuca o havia escolhido como titular, fiquei satisfeito. Talvez por isso esperasse mais deste jovem talento, que acabou preso demais ao esquema tático e não conseguiu desenvolver seu melhor futebol. Sua substituição foi uma certo do nosso treinador.   

LUCAS BARRIOS – 4
MUITO RUIM

Outro que ganhou uma vaga no time titular por méritos, já que melhorara bastante o time na etapa final da partida contra o Audax/SP, última vez em que defendera a equipe. Mas parece que esqueceu seu futebol no Paraguai, já que hoje foi figura patética em campo, não acertando uma única jogada e ainda perdendo uma ótima chance no primeiro tempo. Só não saiu antes porque o time já perdera dois jogadores por contusão.

ALECSANDRO – 7
ÓTIMO

Começou exercendo duas funções – ora era o centroavante do time, ao lado de Barrios; ora voltava para armar as jogadas, tornando-se desta forma nosso ponta-de-lança. E o melhor é que foi bem em ambas as situações. Lutou até o fim a partida, mesmo com visíveis sinais de cansaço, mostrando personalidade e liderança perante o grupo. Como prêmio, marcou mais um gol com a nossa camisa.  

GABRIEL JESUS – 8,5
EXCELENTE 

Bem que ele poderia jogar assim em todas as partidas. Hoje, foi o grande destaque do Palmeiras e de toda a partida desde o começo, pois mostrou um futebol insinuante e agressivo. Além disso, mostrou habilidade em diversos lances, deu bons passes a seus companheiros de ataque e fez um golaço, daqueles que só marca quem sabe jogar, realmente jogar futebol. Tenho certeza de esta excelente atuação se deveu, também, ao fato de não ter precisado voltar toda hora para ajudar na marcação.

CUCA – 6,5
MUITO BOM 

Nosso treinador, enfim, conseguiu mostrar qualidades no comando do Palmeiras. Gostei, por exemplo, da escolha do time titular e do esquema com três atacantes (algo que, normalmente, não aprovo, mas que desta vez se tornou correto devido à enorme necessidade da vitória. Com Alecsandro ora centroavante, ora ponta-de-lança, tivemos uma maciça presença no campo de ataque, que só não se tornou ainda mais efetiva devido à apagadíssima atuação de Lucas Barrios. Além disso, com a presença de Arouca e Matheus Sales, dois volantes que sabem marcar mas também sair para o jogo, nossa defesa não ficou exposta em nenhum momento e nossos setores de criação e finalização tornaram-se ainda mais efetivos. Mas o melhor foi e a liberdade que teve Gabriel Jesus, nesta noite preocupado apenas em atacar – o resultado foi uma das melhores atuações da joia palmeirense desde que passou a integrar a equipe principal. Nas substituições, confesso que teria agido diferente e optaria por Zé Roberto e não por Thiago Santos ou mesmo Rafael Marques, já que a presença do veterano jogador em nosso meio-campo faria o setor ficar mais criativo e manteria Alecsandro, então já bastante desgastado, apenas como comandante de ataque. De qualquer forma, suas ações surtiram o efeito esperado e, na atual situação em que se encontra o Verdão, é o que vale. Por fim, o que mais gostei de Cuca foi sua postura pós-jogo: nada de oba-oba ou excesso de confiança. Ao contrário: assim como este jornalista, ele sabe que o resultado deve, sim, ser comemorado. Mas apenas até a página 2.

ALLIONE – 4,5
RUIM

Não gostei. Entrou no lugar de Robinho para cumprir sua função – ou seja: ser o criador das jogadas do time. Mas se ficou no lado direito do ataque, produzindo quase nada e errando n maior parte das poucas jogadas de que participou.

THIAGO SANTOS – 6,5
MUITO BOM

Mais uma vez deu conta do recado. Entrou para reforçar a marcação à frente da nossa zaga, mas não se limitou a cumprir esta função, pois além de desarmar ainda chegou ao campo de ataque várias vezes. Por sinal, quase fez um lindo gol.

 RAFAEL MARQUES – 6
BOM

A opção  de Cuca pela sua entrada, e não a de Zé Roberto, não me agradou muito, pois é fato que não vive fase das mais interessantes. De qualquer forma, cabeceou de forma perfeita o também perfeito cruzamento de Egídio e marcou o nosso terceiro gol.

FOTOS DA CAPA: César Grecco/Ag. Palmeiras

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO
8,5 – EXCELENTE
08 – EXCELENTE
7,5 – ÓTIMO
07 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
3,5 – PÉSSIMO
03 – PÉSSIMO
2,5 – VERGONHOSO
02 – VERGONHOSO
1,5 – MEDONHO
1,0 – MEDONHO
0,5 – ENOJANTE
00 – ENOJANTE