Veja as análises tática e técnica de todos os profissionais do Palmeiras que, aproveitando-se da enorme fragilidade do Capivariano/SP, goleou e reassumiu a liderança do grupo.
EM SÍNTESE - No futebol, existem limites que nem mesmo a fragilidade ou o mau momento por que passa um clube são capazes de ultrapassar. Foi o que se deu hoje na Arena Palestra Itália: ainda que tenha repetido alguns erros vistos em quase todos os jogos deste ano, o Verdão não encontrou nenhuma dificuldade para golear. Isso se deu, claro, ao bom futebol que jogamos, sobretudo nos primeiros minutos da partida, mas principalmente à baixíssima qualidade adversária durante toda a partida. Ainda que nossa equipe tenha, como afirma o título desta crônica, apenas se dado ao trabalho de empurrar um bêbado ladeira abaixo, esta vitória poderá – torçamos! – para que também o Palmeiras ganhe força, velocidade, ânimo e vontade para buscar mais uma vitória – esta sim, importantíssima – na próxima quarta-feira, diante do Nacional/URU.
FERNANDO PRASS – 6
BOM
Não teve culpa alguma no gol que levou, e no restante de toda a partida simplesmente foi um espectador. Assim, acabou se destacando pelo lançamento que fez para Dudu e que resultou no quarto gol da equipe.
LUCAS – 5
REGULAR
Após algumas boas partidas seguidas, hoje voltou a cair de rendimento, praticamente não aparecendo no campo de ataque (com exceção da jogada que iniciou nossa vitória). Defensivamente, falhou ao permitir o cruzamento que originou o gol de empate e teve problemas demais toda vez que o bom Chico apareceu em seu setor. Sua substituição foi um acerto de Marcelo Oliveira.
THIAGO MARTINS – 6
BOM
Assim como todos os jogadores do sistema defensivo, vacilou feio no gol do Capivariano/SP. Mas, pelo menos estava na hora certa e no lugar certo para que a falta cobrada por Egídio batesse em sua coxa e se transformasse em nosso segundo gol.
VÍTOR HUGO – 4,5
RUIM
Não gostei deste que é, de longe, o melhor zagueiro do Palmeiras desde o ano passado. Além de ter falhado no gol que sofremos, foi muito mal nas cabeçadas que tentou nos escanteios a nosso favor.
EGÍDIO – 6,5
MUITO BOM
Fico muito feliz quando posso avaliar este rapaz de forma positiva, pois sei que se trata de um ótimo profissional – embora nem de longe seja um ótimo jogador. Mas neste domingo ele foi bem demais no apoio, sendo o responsável pela bola que originou nosso segundo gol e por outros cruzamento com muita qualidade durante todo o jogo. Defensivamente, bobeou no lance do gol, mas neste sentido – o de marcação – já sabemos que ele realmente sempre tem dificuldades.
THIAGO SANTOS – 6
BOM
Manteve a média da maior parte de suas atuações. Sempre que se limita a cumprir sua função, ou seja, desarmar e proteger o miolo de nossa zaga, destaca-se pela qualidade que tem neste sentido. E foi o que mais uma vez aconteceu neste jogo, no qual as roubadas de bola foram seu ponto mais forte. Mas se deve destacar, também, a cabeçada que acertou no travessão e o passe que deu para Rafael Marques perder uma ótima chance, ambos ainda no primeiro tempo.
JEAN – 5
REGULAR
Até começou bem, preenchendo as intermediárias defensiva e ofensiva com qualidade e presença constantes. Mas, aos poucos, foi sumindo de campo, passou vários minutos seguidos sem nem mesmo tocar na bola e só voltou a aparecer, ainda que sem brilho algum, por sinal, quando foi deslocado para a lateral direita. Respeito sua qualidade e, sobretudo, sua história no futebol, mas acredito que Matheus Sales lhe seja superior.
ALLIONE – 7
ÓTIMO
Outro jogador em quem, como vocês sabem, aposto muito, pois levo em consideração a sua pouca idade e tudo o que ainda tem a oferecer ao Palmeiras. Daí ter ficado muito feliz não só com mais um gol que ele marcou (aliás um belo gol, graças também à “parede” feita por Cristaldo), mas principalmente por sua intensa participação durante todo o jogo. É fato que bobeou em alguns lances, mas acertou mais do que errou e ainda participou diretamente do quarto gol.
DUDU – 7,5
ÓTIMO
Enfim voltou a mostrar um futebol um pouco mais parecido com o que vimos no fim do ano passado, tornando-neste domingo o melhor do Palmeiras e toda a partida. Foi efetivo durante todo o jogo, ora com boas jogadas individuais, ora com passes e lançamentos dignos de um verdadeiro ponta-de-lança. Teve participação direta em dois dos gols que marcamos.
CRISTALDO – 7
ÓTIMO
Foi hoje o que se espera de um centroavante: marcou a saída de bola dos zagueiros, cavou e sofreu faltas próximas à grande área, fez a função de pivô (como no lance do gol de Allione, por exemplo) e, por tudo isso, mereceu ter a chance de cobrar o pênalti (é fato que não cobrou bem, mas como a bola entrou…). Assim, marcou o 19º gol com a nossa camisa, que o isolou ainda na condição de maior artilheiro do atual grupo e o transformou no 6º maior goleador do Verdão neste século.
RAFAEL MARQUES – 6
BOM
Todos sabem que pode render mais, já que ainda está longe daquele jogador que tão bem atuou em 2015, sobretudo no primeiro semestre. Hoje, parecendo mais aberto pela esquerda, trocou boas bolas com Egídio e, muitas vezes, também fechou pelo meio, ora sendo um armador, ora sendo um segundo centroavante.
MARCELO OLIVEIRA – 6
BOM
Nosso treinador foi bem nesta tarde. Por sinal, em minha opinião seu único equívoco foi não ter poupado mais jogadores, como Vítor Hugo, Jean e até mesmo Fernando Prass. Mas entendo os motivos que o fizeram agir assim, pois a verdade é que nossa situação em termos de classificação no Campeonato Paulista ainda está bem longe de ser tranquila. No mais, gostei do seu trabalho, e neste ponto nem levo em consideração a fragilidade do Capivariano/SP, que só se livrará do rebaixamento se um milagre acontecer. Gostei, por exemplo, de sua efetiva participação durante toda a partida, gritando com time à beira do gramado, sobretudo quando levamos o empate. Também achei positiva sua primeira alteração, sacando Lucas e deslocando Jean para a lateral direita (será que pensa em escalar o time desta forma assim que Cleiton Xavier tiver condições de jogo?). Acreditava, é fato, que Erik entraria bem antes dos 28 minutos da etapa final, e até me irritei com a demora de Marcelo Oliveira em assim agir, mas após ver em campo o ex-atacante do Goiás/GO entendi seus motivos. Por fim, a troca pura e simples, ou o famoso “seis por meia dúzia”, que fez envolvendo Cristaldo e Alecsandro visou preservar o titular, que jogará na quarta-feira, pela Libertadores, e dar moral ao suplente – e ambas as situações acabaram acontecendo. É claro que ele ainda está ameaçado, é óbvio que se perdermos do Nacional/URU sua situação ficará praticamente insustentável, mas também é evidente que se o melhor acontecer, ou seja, se vencermos bem mais uma partida importante, seu céu poderá, aos poucos, se desanuviar. E é por isso que todos nós, claro, temos de torcer.
AROUCA – 5,5
SATISFATÓRIO
Entrou e cumpriu aquilo que dele se esperava: apareceu muito mais no campo de ataque e preencheu o setor de nossa intermediária abandonado por Jean havia já um bom tempo.
ERIK – 4,5
RUIM
Queira Deus, e eu acredito que isso de fato aconteça, que ele esteja assustado com o tamanho de São Paulo/SP e a grandeza do Palmeiras, pois não existe explicação para um começo de trajetória tão abaixo do que se esperava com a nossa camisa. A partida de hoje era perfeita para ele deitar e rolar, mas o que vimos foi um jogador apático e, por vezes, até mesmo fora de órbita.
ALECSANDRO – 6
BOM
Entrou e fez o que todo centroavante tem de fazer: gol. E tendo escrito isso creio ser desnecessário escrever mais.
FOTOS DA CAPA: CÉSAR GRECCO/ AG. PALMEIRAS
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO
8,5 – EXCELENTE
08 – EXCELENTE
7,5 – ÓTIMO
07 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
3,5 – PÉSSIMO
03 – PÉSSIMO
2,5 – VERGONHOSO
02 – VERGONHOSO
1,5 – MEDONHO
1,0 – MEDONHO
0,5 – ENOJANTE
00 – ENOJANTE
08/03/2016 at 8:19
Bom dia! O mais interessante é que os gambás ganharam num sufoco desgraçado do Capivariano e o que se comentou sobre essa partida fora a qualidade dos protegidos para segurar o resultado. Defense, defense and defense
08/03/2016 at 15:51
É verdade, Irineu.
Talvez a diferença de postura por parte da Imprensa é que o jogo “deles” contra o Capivariano aconteceu pela 3ª rodada, quando ainda não se tinha uma ideia muito clara da fragilidade do time interiorano.
Mas que muitos dos meus colegas usam de dois pesos e duas medidas, não posso negar.
Abs.
07/03/2016 at 19:06
Márcio pior que bater em bêbado é apanhar dele, pelo menos fez o que deveria ser feito e ponto final, como não assisti a partida não vou opinar, vou ficar com sua análise e dos colegas aqui. abraços.
08/03/2016 at 15:49
Vc tem razão, Maciel.
Ganhamos e não fizemos mais do que a nossa obrigação.
Mas se não tivéssemos vencido teria sido um enorme vexame.
Abs.
07/03/2016 at 17:25
Márcio, o título vai ao encontro da maneira como analiso o jogo e resultado. Não dá pra cravar que a equipe foi bem, por mais que ela tenha ido, de fato. A fragilidade do adversário contribuiu demais a nosso favor.
Em contrapartida, percebeu-se um Palmeiras mais compacto, menos afobado e valorizando a posse de bola. Veremos se os jogadores terão a mesma postura contra o Nacional-URU.
Abraços!
08/03/2016 at 15:48
Então, Mauro, esta é minha esperança.
Se ganhamos do Nacional/URU daremos um bom passo rumo à classificação.
Abs.
07/03/2016 at 16:19
Boa tarde, não da para comentar com um time deste nível do Capivariano, sem desmerecer.
Vamos ver no próximo jogo decisivo da Libertadores, muito bom seu comentário, caro Trevisan.
Abraço.
08/03/2016 at 15:47
Obrigado, Alfano.
Abs.
07/03/2016 at 15:51
Márcio Nossa grande policia militar que não gosta de trabalhar principalmente de domingo, ja querem mudar o jogo de bambis x Palmeiras ?vão trabalhar bando de vagabundos!!Vão caçar bandidos !!!
08/03/2016 at 15:47
Olá, Maranga.
O clássico já foi antecipado para as 11h00. E por isso não terá transmissão aberta.
Abs.
07/03/2016 at 9:43
Marcio,
Pra mim o destaque foi o Allione. Bom jogador e ótimo potencial. E parece que aos poucos ele está aprendendo a tomar as decisões corretas: a hora de chutar, a hora de driblar e a hora de passar.
Agora quem me tirou do sério mesmo foi Egídio, na hora do gol do capivariano. Que o lateral tem que fechar na área quando a bola está do outro lado, pelamor, isso é ensinado na base desde o dente lente, cazzo! Porque o camarada ficou lá do outro lado assistindo? Espero que o MO tenha dado uma bronca homérica nele.
Abraço! Hudson
08/03/2016 at 15:46
Hudson: o Egídio foi o que mais falhou no gol deles, mas não foi o único.
Na verdade, todo o sistema defensivo, com exceção de Prass, errou.
Mas defensivamente ele é bem fraco, mesmo.
Abs.
07/03/2016 at 7:38
Atenção! Atenção! Bomba!Bomba! Crise no palmeiras, o tecnico Marcelo Oliveira pode cair ainda hoje, pois ganhou apenas de 4×1 do capivariano. Isso segundo a imprensa e blogistas “entendidos” que querem ver o mal do verdão. Por isso que o brasil levou de 7 da alemanha
08/03/2016 at 15:45
Eduardo: as informações que tenho é que MO poderá ser demitido se perdermos do Nacional/URU.
Abs.
07/03/2016 at 0:22
Boa vitória, com segurança e tranquilidade, portanto, hoje não vou criticar. Tinha que ser assim sempre, mas depois daquele segundo tempo de quinta feira eu fiquei assustado com esse time. Mas terei humildade de elogiá-los se me provarem com o decorrer dos jogos que aquilo foi apenas um segundo tempo atípico e isolado.
Márcio, só uma observação em relação ao Vitor Hugo. É bom zagueiro. Ponto. Nada mais que isso. Quanto ao Erik, vou repetir o que já disse aqui: Não foi a toa que o Goiás foi rebaixado.
Abçs.
08/03/2016 at 15:44
Ed: VH é um bom zagueiro, que quase sempre joga bem e algumas vezes joga mal.
Não é um Luís Pereira, nem nunca será. Mas é o nosso melhor zagueiro…
Quanto ao Erik, ele merece um tempo a mais.
Abs.
06/03/2016 at 21:44
Marcio, como o adversário é fraco não temos a noção exata se o time realmente melhorou. Pelo menos repetiu durante toda a partida a evoluir com a bola no chão, evitando cutões pra frente da defesa e do Prass.
Mas talvez isso tenha evoluído com a ausência do Robinho. Não que eu não goste dele e que ele seja dispensável. Mas é que o Robinho é aquele em que todas as bolas que passam pelo seu pé ele quer lançar, e o time se acostumou com isso. Lançamento é bom, mas em momentos específicos do jogo, quando realmente abriu um espaço para o atacante penetrar, e não a todo momento, pois o time perde a posse de bola. E também ainda continuam a assistir a quem está com a bola se virar e resolver, ninguém encosta para tabelar. E a defesa continua mostrando seus erros de posicionamento, se apertar entrega.
Mas como disse o Capivariano não foi parâmetro.
08/03/2016 at 15:43
Marcos:bem lembrado quanto ao “fator Robinho”.
Vamos ver se na quarta, com ele de volta, voltarão também os chutões.
Abs.
06/03/2016 at 20:56
Olá Marcio,
Quando o Egídio é um dos destaques do jogo podemos ver a fragilidade do adversário.
Claro que toda a vitória é bem vinda e serve para o time recuperar a autoconfiança, mas não podemos nos deixar enganar pois, como você bem descreveu no título deste artigo, apenas: “empurramos bêbado ladeira abaixo”.
Se servir para energizar o time para as próximos 2 desafios (Nacional e “elas”) e ser o início de uma tão esperada arrancada, está valendo! Somos exigentes, mas vamos ter um pouco de otimismo!
Grande abraço
08/03/2016 at 15:42
Esta é a minha espera, Vítor: que uma vitória sem expressão como esta sirva, ao menos, para embalar o time.
Abs.
06/03/2016 at 20:52
Tudo perfeito em sua análise amigo Trevisan. Só uma pequena correção de digitação mesmo. Rafa Marques foi bem no primeiro semestre de 2015. Abraço.
08/03/2016 at 15:41
Olá, Tadeu.
Agradeço o elogio mais ainda a correção.
Como diria um torcedor do time “deles”, “nóis faiô”.
Abs.