NEM SEMPRE VAI SER NO MOLE

Veja as análises tática e técnica de todos os profissionais do Palmeiras, que tiveram muito mais trabalho para ganhar da Chapecoense/SP do que para golear o São Paulo/SP. Sinal dos tempos…

EM SÍNTESE - Se o futebol de hoje fosse como o de antigamente, o Palmeiras teria vencido no domingo por 2 a 0 e goleado quarta-feira por 4 a 0. Só que o futebol de hoje é completamente diferente, e a prova é que os resultados foram exatamente os inversos. De qualquer forma, esta vitória serve para dar ao nosso elenco uma dose a mais de confiança, à nossa torcida uma dose a mais de esperança e aos nossos adversários uma dose a mais de preocupação.

FERNANDO PRASS – 5,5
SATISFATÓRIO

Na verdade, só fez uma importante defesa em toda a partida, já quase em seu final. No mais, errou uma saída de bola logo no começo do jogo sem maiores consequências e depois se tornou um mero espectador.

 LUCAS – 5,5
SATISFATÓRIO

Começou dando espaços demais ao bom lateral-esquerdo Dêner, mas rapidamente percebeu o perigo que corria e se plantou na defesa. Daí não ter aparecido tantas vezes no apoio, como normalmente o faz.

 VICTOR RAMOS – 6,5
MUITO BOM

Mais uma atuação bastante positiva deste bom zagueiro. Hoje, marcou em cima nosso ex-centroavante Edmílson, mostrou raça e também teve tranquilidade para dominar jogadas que pareciam perigosas.   

VÍTOR HUGO – 6
BOM

O fato do adversário atuar com apenas um homem fixo no ataque facilitou sua vida. Por isso, hoje nem precisou aparecer com destaque em antecipações ou coberturas. Mesmo assim, foi bem no jogo aéreo.

EGÍDIO – 7,5 
ÓTIMO

Sim, é verdade que nesta noite a sorte esteve ao seu lado. No lance do primeiro gol, seu chute desviou em um adversário e tirou o goleiro Danilo da jogada; no lance do segundo gol, seu drible não deu certo e, por isso, ele cruzou para Robinho desviar e Cristaldo completar. Porém, também é verdade que ele, mais uma vez, foi o melhor jogador do Palmeiras. Se não repetiu o excelente futebol apresentado diante do São Paulo/SP, esteve bem perto disso ao apoiar constante e perigosamente sem, no entanto, se descuidar da marcação (principalmente na etapa final, quando William Barbio passou a jogar em seu setor). Queira Deus que não seja apenas uma fase passageira e ele continue tão bem quanto foi nos dois últimos jogos. 

GABRIEL – 7
ÓTIMO

Incansável. Este adjetivo resume bem o que foi a atuação do amigo aí de cima nesta partida. Sempre pronto a desarmar, esteve também em vários pontos da nossa intermediária defensiva para ser a válvula de escape dos zagueiros na saída de bola. E, para melhorar, ainda por cima deu as caras algumas vezes no campo de ataque. Embora não seja um primor de qualidade, a cada dia se torna mais imprescindível ao Palmeiras.      

AROUCA – 6
BOM

Nem todos os jogadores de futebol rapidamente percebem o que lhes aparece pela frente, mas este não é o caso de Arouca. Hoje, rapidamente entendeu que a Chapecoense/SC tinha dois jogadores na armação – o bom Camilo e o rodadíssimo Cléber Santana -, o que o fez vigiar ambos bem de perto, dando uma importante ajuda a Gabriel. Por isso não saiu tanto para o jogo, como costuma fazer – afinal, a primeira função de um volante é marcar.

ROBINHO – 6
BOM 

Começou muito bem, dando grandes passes (como o que colocou Leandro Pereira na cara do gol logo aos 20 segundo de partida) e lançamentos. Mas rapidamente caiu muito de produção, protagonizando erros infantis e se tornando bastante disperso em campo. Deveria ter saído no intervalo, mas como desfruta da confiança do treinador foi mantido e pôde se recuperar um pouco na etapa final, participando diretamente do segundo gol. 

RAFAEL MARQUES – 6
BOM

Esteve longe de ser aquele jogador moderno, que ataca com precisão, defende com afinco e arma com talento. Mas tentou fazer as três coisas do jeito que pôde. Correu muito e ajudou a equipe compondo, muitas vezes, o meio-campo.  

LEANDRO PEREIRA – 6
BOM 

Poderia ter se consagrado logo aos 20 segundos de partida, quando recebeu um lindo passe de Robinho e chutou em cima de Danilo, perdendo excelente chance de abrir o placar. No mais, tentou prender a bola no ataque e cavar algumas faltas na entrada da área. Precisa melhorar o domínio de bola, pois às vezes acaba sendo o que se chama de “caneleiro”. 

DUDU – 6
BOM

Valorizo muito a entrega que este rapaz tem em campo e o fato de sempre estar disposto a ajudar a equipe realizando funções que nem deveriam ser suas, como voltar para marcar ou cobrir os apoios de Egídio. Mas ele precisa entender que, como atacante, tem a missão de marcar gols e, para tanto, aprender a finalizar mais. Hoje, na primeira chance que teve, por falta de sorte a bola bateu no pé de um zagueiro e sequer chegou a ser defendida por Danilo. Na segunda, preferiu tocar para o lado em vez de concluir e perdeu ótima oportunidade.

 

MARCELO OLIVEIRA – 5,5
SATISFATÓRIO

Juro a todos vocês que gostaria de estar rasgando elogios ao nosso treinador, mas tenho de ser sincero e dizer que não concordei com a primeira alteração que ele promoveu. Antes, porém, de falar nisso, a bem da verdade ele merece elogios por ter mantido a escalação que começou o clássico com o São Paulo/SP, pois a repetição de um time após uma vitória sempre gera mais confiança ao time e temor ao oponente. Também já se pode notar um toque de bola mais efetivo, sempre visando ao ataque, e não apenas os passes laterais vistos no tempo de seu antecessor, que em nada contribuíam para as nossas vitórias. Isso sem que falemos, claro, de sua efetiva participação à beira do gramado, constantemente incentivando e corrigindo nossos jogadores. Mas disse que não gostei da primeira alteração que ele fez, e agora explico o por quê. Zé Roberto teria, sim, de ir a campo, mas não aos 20 minutos do segundo tempo, e sim desde o início da etapa final. E muito menos poderia ter entrado no lugar de Dudu, mas sim no de Robinho, pois desta forma manteríamos a criação no meio-campo sem perder as jogadas ofensivas pela ponta-esquerda e sem, também, dar mais espaços a Apodi e William Barbio. Ao sacar o atacante, ele fez o Palmeiras ter dois homens na armação, o que é positivo, mas por outro lado fez também o Verdão perder força no ataque. Como vencemos, ninguém se lembrará disso, mas se tivéssemos sofrido o empate ele seria obrigado a promover a segunda mudança para corrigir a primeira. Nas duas outras alterações que realizou, Marcelo Oliveira acertou: Leandro Pereira já havia dado sinais de cansaço e Andrei Girotto merece, como já disse aqui, ser melhor avaliado, pois dá mostras de ser um bom jogador.

CRISTALDO – 7
ÓTIMO

Será uma grande pena se ele quiser, mesmo, ir embora. Não que seja 0 centroavante dos sonhos de qualquer torcedor, mas porque se trata de um bom jogador, que conhece a posição e que sempre dá ótimas opções ao time quando está em campo. Além disso, parece estar em ótima fase, já que não apenas tem balançado as redes mas também criados jogadas – aliás, foi com seu lindo lançamento de três dedos para Egídio que surgiu o segundo gol palmeirense, merecidamente marcado pelo próprio. Eu já começo a imaginar uma dupla latina formada por Churry e Lucas Barrios. Tomara que possamos vê-los juntos.

ZÉ ROBERTO – 5,5
SATISFATÓRIO

Assim que entrou foi inegável a melhoria técnica da equipe, já que também é indiscutível sua qualidade. Mas como o segundo gol surgiu apenas quatro minutos depois que ele foi a campo, acabou atuando mais como um terceiro volante do que como o meia que deveria ser. 

ANDREI GIROTTO – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

Jogou apenas 9 minutos, sem tempo para ser analisado.   

FOTOS DA CAPA – CÉSAR GRECCO

20 Responses to NEM SEMPRE VAI SER NO MOLE

  1. PALESTRINO NATO

    Marcio … agora me sinto feliz, pois consigo vêr mobilidade tática no nosso time. Não sei se os demais amigos aqui do seu blog percebem isso tambem, mas já parece outro time em campo. Não vou sair cantando vitórias, mas tenho certeza que este ano teremos grandes alegrias.

    • Márcio Trevisan

      Bibanco: ainda sofreremos derrotas, é certo, mas vc tem razão.
      Em apenas três jogos (e olha que perdemos o primeiro!) também vi melhoras na equipe – mais rápida, mais solta, mais ofensivas mas, nem por isso, mais vulnerável.
      Abs.

  2. quando o M.O. foi contratado fiquei com um pé atrás pq ele joga da mesma maneira que o O.O. no 4-2-3-1. Portanto seria trocar 6 por meia dúzia, mas depois do jogo ele disse que nosso setor defensivo deixa muitos espaços e tem de se corrigir isso, logo mudei mais de ideia a respeito dele e o valorizei definitivamente como a melhor escolha para o nosso elenco, afinal cuidar da defesa é meio passo pra construir uma vitória sem sustos. Avanti Palestra.

    • Márcio Trevisan

      Osni: sem contar que com Marcelo Oliveira o Palmeiras é bem mais ofensivo do que com Oswaldo de Oliveira.

      Abs.

  3. Afirmo aqui sem medo de errar. Em dezembro desse ano vamos estar comemorando o título de campeão brasileiro.

    • Márcio Trevisan

      Ed: não acredito!

      Você otimista?

      É por isso que está caindo o mundo em São Paulo – Rs…

      Abs.

      • O Palmeiras voltou a pensar grande, o diretor é predestinado, o técnico tem estrela, Valdívia foi embora, as vitórias voltaram, enfim, tudo tá conspirando a favor…rs

        Abçs.

        • É só rever o primeiro gol contra o São Paulo e o primeiro contra a Chapecoense. Num passado bem recente nunca que a bola desviaria num zagueiro e entraria no gol a nosso favor. Realmente a sorte resolveu olhar pra nós.

        • Márcio Trevisan

          Ed: tem certeza de que Valdivia foi embora?
          Abs

  4. Estava trabalhando e portanto não consegui assistir o jogo. Só vi os gols, portanto, só posso dar parabéns a todos pelo resultado.

    • Márcio Trevisan

      Ed: jogamos bem, mas a Chapecoense/SP também.

      Na verdade, a sorte nos ajudou um pouco, mas a sorte só está do lado de quem trabalha.

      Abs.

  5. Ricardo Santo André

    Pois é Márcio, nem sempre será fácil! E o detalhe é que o Verdão jogou de novo com a camisa do Centenário! Com aquele tom de verde escuro, bem mais bonita do que o tom do verde do modelo dos losangos. Seria isso um indicativo de que não queremos “promover” a camisa nova pois estamos prestes a trocar de fornecedor de material esportivo? Pois não me parece fazer sentido “lançar” a camisa dos losangos e jogar o clássico e o jogo de ontém com a camisa antiga.
    Houve algum desdobramento Márcio nas negociações?
    Abraços alviverdes, Ricardo

    • Márcio Trevisan

      Ricardo: houve sim.

      A adidas não aceita pagar mais do que vinha pagando e o Palmeiras, coberto de razão, exige ser recompensado por toda a divulgação que proporciona.

      A tendência é de aconteça um acordo, mas por enquanto o mais provável é que a nova camisa continue na gaveta – até porque, se outra fornecedora chegar, obviamente criará outro uniforme.

      Abs.

  6. Roberto Alfano

    Boa tarde, parabéns Palmeiras por manter o ritmo de jogo buscando a vitória, tenho certeza que com mais duas vitórias vamos brigar no G4.

    Agora temos elenco e Técnico que busca o ataque e incentiva o Time sempre.

    Força Verdão rumo a liderança você merece.

    Abraço.

  7. Gustavo Cantieri

    Bom dia, Márcio. Será que é tal difícil sonhar que o Palmeiras até pode ser campeão neste ano? Digo isso, pois quem está jogando tanto assim no Brasileiro? Acredito que o Atlético/MG está mais estável, mas os demais não vejo tão bem assim, talvez o Sport e o Internacional.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Gustavo.

      Vc tem razão quando diz que nenhum time está “sobrando” no Brasileirão, até porque o nível é muito baixo e isso facilita o equilíbrio.

      Hoje, temos um dos melhores técnicos do Brasil, que aos poucos – acredito – melhorará seu desempenho que, nestes dois primeiros jogos, foi apenas satisfatório. Este detalhe poderá fazer com que, ao final deste primeiro turno, saberemos com o que poderemos sonhar.

      Agradeço o seu post e lhe dou as boas-vindas a esta seção. Escreva sempre!

      Abs.

  8. Ótimas avaliações Marcio.

    Gosto do Cristaldo pq não lhe falta disposição, mas não gosto quando ele entra titular, pois a vontade dele contagia mais entrando no decorrer dos jogos, justamente como comentou a alguns dias um leitor seu, o caso dele parece muito o que acontecia com o Muños nos anos 2000. Vc comentou uma dupla de ataque Barrios e Cristaldo, isso seria pensando no Cristaldo no lugar do Dudu quando ele for suspenso, no lugar do R. Marques colocando este no banco, ou apenas para opção de segundo tempo? Para o lugar do Dudu, quando ele começar a pagar a suspensão, espero que o Kelvin volte a ter chances, mas parece que o M. Oliveira não é muito fã dele. Quem vc prefere?

    Abraços.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Diego.

      Agradeço os elogios.

      Concordo: Cristaldo sempre rende mais quando entra no decorrer das partidas. Não vi jogar, mas pelo que conheço da história, assim era Fedato, o talismã da Segunda Academia.

      Assim como Barrios, Churry é centroavante, mas pelo pouco que vi do paraguaio nesta Copa América parece-me que é melhor tecnicamente do que o argentino. Assim, caso Dudu seja mesmo suspenso por 180 dias (algo que não acredito que acontecerá, já que o caso “esfriou”), a ideia seria abrir Cristaldo um pouco pela direita ou pela esquerda, como se fosse um segundo atacante.

      Não morro de amores por Rafael Marques, e ainda espero que Cleiton Xavier ou Zé Roberto possam ocupar o seu lugar no time, obviamente em um esquema diferente do adotado agora.

      Quanto ao Kelvin, é um jogador útil para o segundo tempo, pois tem velocidade. Mas, assim como Dudu, precisa melhorar as finalizações.

      Abs.

  9. Márcio,
    bom dia.
    Mais um dia bom! Como esperado, o jogo não foi fácil. Esperava que o Chapecó viesse mais fechado. Até me surpreendi com a postura deles.
    O fato positivo além da vitória e que o tal chinelo, não tem feito falta. Aliás, nas principais vitórias deste ano, quase não houve participação dele.
    Muitos criticam o Dudu, mas acho que colocou a cabeça no lugar e tem se mostrado muito útil pro time. Ataca quando dá e recompõe com rapidez ajudando o Egídio.
    Outro que tem mantido as suas apresentações é o Rafa Marques. Se tivesse um pouco mais de técnica seria um ótimo jogador de seleção.
    O Egídio parece que voltou as suas origens. Ainda bem. Os demais, estão mantendo um bom nível de apresentação.
    Não me empolgo muito mais está sendo muito bom estes jogos.
    Abs

    • Márcio Trevisan

      Oi, Edson.

      Este time já deu mais de uma pista de que pode surpreender, seja positivamente, seja negativamente.

      Por isso, acho cedo pra dizer que Valdivia não está fazendo falta. O que acontece é que, agora, temos outras boas opções para a sua posição, o que não acontecia nos anos anteriores. E digo mais: conhecendo o Palmeiras como conheço e conhecendo o Valdivia como conheço, ainda não garanto que ele de fato não ficará. Já vimos este filme antes, certo?

      Em relação ao Dudu, foi o que escrevi: para o time tem sido muito útil, mas como atacante precisa melhorar em vários aspectos. Torçamos para que isso aconteça antes que ele se torne o “Valdivia da vez”, ou seja, o novo motivo de discórdia entre a torcdia palmeirense.

      Por fim, em relação a Egídio e Rafael Marques também prefiro aguardar – ambos já forma muito bem mas, por outro lado, também já foram muito mal.

      Abs.

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