DE QUATRO. DO JEITO QUE “ELAS” GOSTAM.

Veja as análises tática e técnica de todos os profissionais do Palmeiras que, taticamente perfeitos, colocaram em prática sua qualidade técnica, aproveitaram-se da fragilidade defensiva adversária e lhe aplicaram uma histórica goleada.

EM SÍNTESE - Ganhar sempre é bom, e quando a vitória vem em um momento complicado, como o que vivia o Palmeiras, é ainda melhor. Neste domingo, além de aplicarmos a segunda goleada consecutiva no São Paulo/SP, não só nos afastamos bastante da ZR como também podemos ter dado o verdadeiro primeiro passo para obter neste Brasileirão o que de fato buscamos – ou seja, ao menos uma vaga próxima Copa Libertadores da América. E se tudo isso já não fosse motivo mais do que suficiente para comemorarmos, basta dizer que a última vez em que vencemos dois clássicos seguidos contra o Tricolor foi em outubro de 2001 (1 a 0, gol de Tuta) e em março de 2002 (4 a 2, no jogo em que Alex marcou o gol mais bonito de sua carreira). Detalhe: em ambas as partidas o goleiro são-paulino foi o mesmo de hoje.

FERNANDO PRASS – 6
BOM

A verdade é que trabalhou muito pouco, já que o SPFC quase não conseguiu concluir a gol. Nas poucas vezes em que isso aconteceu, nosso goleiro contou com a sorte (como na bola na trave de Alexandre Pato) ou com o próprio talento (lance em que defendeu com os pés um chute de Michel Bastos).

 

LUCAS – 5,5
SATISFATÓRIO

Como Egídio teve uma tarde inspiradíssima, sendo importantíssimo no apoio, limitou-se à marcação de Carlinhos e, por isso, acabou não aparecendo muito em campo.

 

VICTOR RAMOS – 6,5
MUITO BOM

Pelo fato de o São Paulo/SP ter jogado com apenas um atacante fixo, revezou com Vítor Hugo na marcação a Luís Fabiano. Isso contribuiu, claro, com sua boa atuação, cujos ápices foram a bola que cabeceou na trave e o gol de cabeça que marcou.   

VÍTOR HUGO – 6,5
MUITO BOM

Além de não dar espaços a Luís Fabiano, esteve perfeito nas bolas aéreas. Também soube se antecipar em alguns lances e não teve vergonha de dar bicão quando foi preciso. 

EGÍDIO – 8 
EXCELENTE

Nem a conhecida fragilidade do lateral-direito Bruno diminui a atuação que este rapaz teve hoje. Participou diretamente de três dos quatro gols, cobrou escanteios com perfeição e ainda foi muito bem na marcação ao melhor jogador adversário, Michel Bastos, que atuou sempre em seu setor (se bem que, neste ponto, tem muito a agradecer a Dudu). Foi, de longe, o melhor em campo e, enfim, podemos dizer que estreou pelo Palmeiras.

GABRIEL – 5,5
SATISFATÓRIO

Poderia ter se aproveitado de mais uma das inúmeras pífias apresentações de Paulo Henrique Ganso para se soltar mais e aparecer no campo de ataque, como quase sempre faz. Porem, hoje preferiu guardar mais a posição e liberar Arouca para ser o que hoje se chama de “terceiro volante”.      

AROUCA – 6,5
MUITO BOM

Neste Choque-Rei apresentou um futebol mais parecido àquele que o fez ser destaque em seu ex-clube. Com pouca preocupação defensiva (limitou-se apenas a cercar os adversários no setor de meio-campo), pôde iniciar algumas jogadas ofensivas (uma delas a do primeiro gol) e, desta forma, ter uma importante participação nesta goleada.

ROBINHO – 6,5
MUITO BOM 

Embora não tenha aparecido muito para a torcida, foi fundamental ao bom futebol apresentado pela equipe. Antes de abrirmos o placar, organizou jogadas e arriscou chutes de fora da área. Após o 1 a 0, pensou melhor o jogo e, vale lembrar, de seus pés partiu a bola que culminou com o gol de Victor Ramos. E depois dos 3 a 0, foi o principal responsável pelas jogadas de contra-ataque. Só saiu porque Cleiton Xavier precisa ganhar ritmo de jogo e também porque se cansou. 

RAFAEL MARQUES – 7
ÓTIMO

Hoje cumpriu melhor a função tática que lhe foi solicitada por Marcelo Oliveira – manter-se mais à direita, tentando impedir os avanços de Carlinhos e, sempre que possível, entrando em diagonal pelo meio. Além disso, foi presença constante no campo ofensivo, e por isso fez mais um belo gol em um clássico.  

LEANDRO PEREIRA – 6,5
MUITO BOM 

Não, não teve uma atuação de encher os olhos (até porque nem tem bola suficiente para isso). A nota e avaliação acima se explicam  porque ele fez o que todo comandante de ataque tem de fazer: arriscou. E se não tivesse arriscado, não teria levado a sorte que levou no lance que abriu a goleada. 

DUDU – 6,5
MUITO BOM

Sei que alguns de vocês estranham agora esta positiva análise que faço da atuação deste jogador, mas eu a explico: mesmo sem ter sido uma peça de destaque no aspecto técnico, taticamente ele foi essencial à nossa vitória, pois graças à sua eficiente ajuda a Egídio na marcação o lateral-esquerdo pôde ter sua melhor atuação com a camisa verde e branca. Hoje, ele jogou para a equipe, e merece ser elogiado por isso. 

 

MARCELO OLIVEIRA – 6,5
MUITO BOM

Não é fácil pra nenhum treinador chegar a uma equipe e barrar uma das maiores contratações para a temporada e nem deixar no banco de reservas um jogador adorado pela torcida e com uma bela história pra contar. Porém, Marcelo Oliveira tirou Zé Roberto do time titular e manteve Cleiton Xavier entre os reservas, o que prova sua personalidade. Tais decisões, por sinal, hoje se mostraram acertadas, pois nem mesmo quando Alexandre Pato acertou a nossa trave o Palmeiras perdeu a calma – ao contrário: gradativa, porém constantemente, foi envolvendo o adversário, impedindo suas principais jogadas até chegar a hora de dar o bote final. Nosso treinador, assim, teve em seu segundo jogo um desempenho superior ao visto na estreia, sobretudo porque não se precipitou nas substituições. Neste ponto, por sinal, foi cirúrgico, optando por Cristaldo no lugar de Leandro Pereira, que deixou o gramado por contusão, e por CX8 na vaga do cansado Robinho. Mas o principal elogio que faço a Marcelo Oliveira nesta partida foi sua efusiva participação durante toda a partida – mesmo após a goleada ser garantida, continuou impedindo que o Palmeiras apenas se defendesse, mandando a equipe ao ataque e vibrando mito com cada jogada que dava certo. 

CRISTALDO – 6,5
MUITO BOM

Mesmo parecendo estar de saída, já que tem propostas do futebol do exterior, entrou em campo com o pensamento apenas no Palmeiras e, graças também a isso, conseguiu marcar mais um bonito gol após perfeita jogada de Egídio. E, pouco depois, quase fez outro. Se de fato deixar o time, talvez sintamos saudades pois, mesmo sem ser um grande centroavante, também não é dos piores que já passaram pelo nosso time.

CLEITON XAVIER – 4,5
RUIM

Infelizmente tenho de outra vez aplicar nota e avaliação negativas este inegável bom jogador. Sua entrada em nada ajudou o Palmeiras, sendo inócua tanto defensiva (pois que não marca ninguém) quanto ofensivamente (já que não criou um só lance e ainda por cima errou passes fáceis). Cleiton Xavier já deixou a Ucrânia, mas a Ucrânia ainda não deixou Cleiton Xavier. 

GABRIEL JESUS – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

Jogou apenas 10 minutos, sem tempo para ser analisado.   

FOTO DA CAPA – CÉSAR GRECCO

OBS.: O TERMO “ELAS”, UTILIZADO DO TÍTULO DESTA MATÉRIA, SE REFERE, OBVIAMENTE, ÀS ESTRELAS SÃO-PAULINAS.

22 Responses to DE QUATRO. DO JEITO QUE “ELAS” GOSTAM.

  1. Boa noite, Márcio e amigos
    A vontade que o time jogou contra o SP, nos dois jogos, me levam a crer que o Nobre paga uma motivação extra, devido a toda polêmica Kardec.
    E eu acho é pouco, espero que no próximo possamos chegar aos cinco, seis e quantos mais, hoje é só alegria

    Abço. Gazola

    • Márcio Trevisan

      Gazola: não existe isso.

      A premiação é acertada antes do início das competições e é por meta atingida, não por resultado obtido.

      No meu tempo de assessoria de Imprensa, metade do valor respectivo a cada jogo era paga um dia após a partida, e a outra metade aplicada em fundos de renda e dividida entre todos do elenco e da CT de acordo com o número de partidas disputada e também a importância do cargo ocupado. Detalhe: o treinador sempre ganhava o “bicho” em dobro.

      Abs.

  2. Emilio Marangae

    OLÀ Marcio Não fizemos mais 2 ou 3 ,porque elas gostam mesmo de cair de 4 hehehe ! Mas Marcelo tem que entender , que perdemos numa só pancada, dois jogadores de meio- campo Valdívia e Clayton Xavier e jogador de criação, só nos restou um de 41 anos !!!Espero que alguem da diretoria, veja isto antes do segundo-turno ! Abraços.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Emílio.

      Não entendi: por que perdemos Cleiton Xavier? Ainda há tempo de ele voltar a jogar um bom futebol – afinal, restam 29 partidas do Brasileirão e mais algumas da Copa do Brasil.

      Além do CX8, há também Fellype Gabriel – não é lá essas coisas, mas também pode ajudar – e outro que considero muito bom: Allione.

      Abs.

      • Fábio P. R.

        Nossa, quando volta o Allione?? Já tinha até esquecido dele

        • Márcio Trevisan

          Pois é, Fábio, o problema do rapaz era crônico e precisou ser corrigido com uma cirurgia.

          Ele já foi liberado pelo DM para, aos poucos, iniciar a recuperação física, mas provavelmente ficará à somente dentro de 20 a 30 dias.

          Abs.

  3. Boa tarde, Márcio.

    É impressionante como certos jogadores se dão bem com alguns técnicos, quem sonharia que o Egídio seria o melhor jogador do Palmeiras em um clássico nesse ano, depois das sofríveis atuações que ele teve até ontem. Caso ele mantenha essas atuações, finalmente teremos dois bons laterais depois de anos, já que o Lucas se firmou depois de um início fraco. Falando nisso, você imagina o por quê do Lucas de capitão ontem? Pelo que sei ele nunca foi treinado pelo Marcelo, portanto não seria jogador de confiança dele, e não é “velho” de casa ou idade, que são geralmente critérios usados na escolha do capitão.

    Para mim o mais justo seria o Prass de capitão, quem você gostaria de ver com a braçadeira?

    Por fim, acho que quando o Barrios entrar, e o Alecssandro sarar, nosso time não perderá fácil pra ninguém, uma vez que ao meu ver a defesa está arrumada, e o ataque agora jogará em função de centroavantes, e de bons centroavantes no nosso caso, concorda?

    Abraços.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Diego.

      Egídio foi de fato excelente no clássico. E nem precisa jogar sempre tanto assim – se não for mal e não bobear na marcação já ficarei feliz.

      Em relação a Lucas ser o capitão, a informação que tenho é que se trata de um jogador de forte liderança no elenco, apesar do pouquíssimo tempo de casa. Em minha opinião, o capitão deveria ser Valdivia (se ficasse, claro), Zé Roberto ou Fernando Prass.

      Por fim, minha opinião sobre Alecsandro e Barrios é idência: tratam-se de jogadores medianos, nada além disso (exatamente como Cristaldo e Leandro Pereira), mas poderão ajudar o time.

      Abs.

  4. Márcio, bom dia!

    Procede que o Robinho vai para a Arábia também? Valor 15 milhões ?

    Abços,

    Bergo

    • Márcio Trevisan

      Oi, Bergo.

      Não tenho esta informação. Mas se forem, mesmo, R$ 15 milhões, têm mais é que vender.

      Abs.

  5. Márcio,
    bom dia, tudo bem? Acho que sim depois de ontem.
    Este ano parece que sairemos da nhaca dos anos anteriores. Não sei se teremos tempo de lutar pelo título mas acho que beliscaremos uma vaga pra libertadores.
    Os jogadores estão entendendo que se não jogarem com afinco e disposição não chegarão a lugar nenhum.
    Quanto ao desempenho, acho que eles começaram a evoluir como time e individualmente começam a se destacar.
    Não concordo com o Ed Souza com relação ao Dudu. Creio que ele está evoluindo e se a punição não atrapalhar, vai ser um dos destaques maiores do time até o final do ano.
    Abs

    • Márcio Trevisan

      Édson: sei que muito difícil, mas se vencermos os três próximos jogos, todos contra times pequenos, dois deles em casa e o outro em campo neutro, mas que estará repleto de palmeirenses), poderemos dar um passo importante rumo ao G4.

      Neste momento, sendo muito sincero, é o máximo a que podemos sonhar.

      Abs.

  6. Roberto Alfano

    Parabéns Palmeiras pelo belo futebol apresentado contra o São Paulo, este é o Palmeiras que toda a nossa querida torcida quer ver, tenho certeza com mais 03 vitórias conseguidas vamos brigar lá no G4.

    Que nosso Técnico consiga transmitir a garra demonstrada no jogo e a vibração para mantermos essa pegada sempre, e brigar por Títulos.

    Abraço.

  7. Ricardo Santo André

    Estive no Allianz Parque ontém, eterno Palestra Itália, e vibrei muito com a vitória maíscula do Verdão. Espero agora que engrenemos, que entabulemos uma sequência de vitórias para nos aproximarmos do G4 e de lá não sair mais. Fiquei muito feliz com a atuação do Egídio e com o bom futebol do Rafael Marques. Nota negativa, ao meu ver, é do Gabriel Jesus. Jogou mais uma vez uma bolinha pífia nos poucos momentos que atuou, tendo recebido pelo menos duas bolas que, se bem preparadas, poderiam redundar no quinto gol. Quanto ao CX8, creio ser questão de tempo para ele retomar a forma física e tomar conta da posição.
    Abraços alviverdes, Ricardo
    PS: Márcio, jogamos com a camisa do centenário, não com a nova dos losangos. Você saberia dizer por que? E afinal, ficaremos com a Adidas?

    • Márcio Trevisan

      Ricardo: também não entendi porque voltamos a usar uma camisa que já deveria ter sido aposentada.

      As negociações com a adidas continuam e, talvez, tenha sido este o motivo de não jogarmos com o novo manto – afinal, se outa fornecedora surgir, certamente mudará a camisa.

      Abs.

  8. E de novo discordo em relação ao Dudu. Respeito seu enorme desejo de que ele dê certo. Tenho certeza que ele lê seu blog e vc tá tentando dar um incentivo. Mas na minha opinião como sempre, uma peça nula no ataque. Vive de pequenos lampejos, nada mais que isso. Já o Rafael Marques, que eu também criticava muito, pelo contrário, cala minha boca todos os jogos. Estou virando fã. Que jogador que ele virou ?? Padrão europeu. Mudou da água para o vinho. É frio e certeiro. Vacilou ele faz mesmo. Isso sim é dar a volta por cima.

    Abraços !!!

    • Quanto ao Cleiton Xavier, ele segue a linha dos jogadores que passam anos na Europa e voltam podres de ricos. Ele não quer saber mais de futebol pelo jeito.

      • Márcio Trevisan

        Pode ser, Ed, apenas uma questão de tempo.

        Talvez com uma pré-temporada mais forte, como acontece no Brasil, ele possa voltar a jogar o que sabe.

        Abs.

    • Márcio Trevisan

      É verdade, Ed.

      Se comparado ao jogador que começou nas categorias de base do Verdão, hoje RM é muito, mas muito melhor.

      Porém, quando dá pra jogar mal, o cara também sabe como fazer, não?

      Por fim, no caso do Dudu, eu salientei no comentário que sua sua atuação no domingo foi tática, e não técnica.

      Abs.

  9. Fernando Tadeu

    Cristaldo me lembra muito um centroavante colombiano que passou pelo Palmeira, o Muñoz. Muita raça.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Tadeu.

      De fato ambos têm em comum esta característica, mas Muñoz era mais habilidoso.

      Além disso, o colombiano era segundo atacante, e não centroavante.

      Abs.

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