Marchisio é infantil e corretamente expulso, tornando-se o maior vilão da precoce eliminação da Azzurra.

Nada tenho contra o Uruguai. Sério. Para mim, nossos vizinhos do Sul têm lá a mania de catimbar o jogo, de muitas vezes serem violentos, mas sinceramente admiro o fato de um paisinho pititico de nada, de pouco mais de 3 milhões de habitantes (menos do que a população da Zona Leste de São Paulo/SP), conseguir revelar tantos craques e, quase sempre, montar boas seleções.

Mas hoje, confesso, torci pela Itália. Minhas raízes por parte de pai me fizeram lembrar minha nona, brasileira de coração mas italiana nata, da província de Treviso, no Nordeste da “Vecchia Bota”, assim como meu nono, que infelizmente partiu um mês de eu vir a este mundo torcer pelo Palmeiras. Além disso, havia uma outra razão para que eu preferisse os europeus aos sul-americanos: sem a Itália, a Copa do Mundo perde um tetracampeão, e com isso muito de sua importância, emoção e graça.

Fazer o quê? O maledetto do Marchisio pôs tudo a perder quando o empate, e a consequente classificação, pareciam quase garantidas. Um único ato falho, uma jogada infeliz, e a pátria-mãe do Palestra Itália retornará à Europa bem antes do que deveria. O camisa 8 italiano foi tão violento que mais lembrou um uruguaio.

E em vez de beijinho no ombro, levará de lembrança uma baita de uma mordida no local.

THE LAST – Com apenas um ponto somado em 9 disputados, fruto do empate de hoje com a já desinteressada, classificada e garantida em 1º lugar Costa Rica, a Inglaterra fez a última de todas as suas campanhas em todos os Mundiais. Aliás, com exceção de 1966, quando ganharam com uma ajuda pra lá de generosa da arbitragem (pareceram até o Brasil), quase sempre foi mais ou menos assim. Agora, é por um som dos Beatles na vitrola e montar um time um pouco menos sem vergonha para 2018.

FALCÃO GARCIA PRA QUÊ? – Quando o atacante Falcão Garcia ficou de fora da lista final para esta Copa do Mundo, alguns chegaram até a afirmar que a Colômbia iria tão mal que nem precisaria dos sempre furados palpites de Pelé para fracassar. Mas, o que se vê é um time acertadinho tática e tecnicamente, com variações de jogadas e talentos individuais que, pelo menos por enquanto, não deixaram um único colombiano sentir saudades do maior craque do país. Tá certo que, até agora, eles pegaram só molezinhas, mas pode anotar: se quiserem continuar na Copa, os uruguaios terão de suar.

O CASTIGO VEIO A CAVALO. DE TROIA. – Ciente de terminar em 2º lugar no grupo lhe seria mais vantajoso do que em primeiro, já que poderia enfrentar a Costa Rica e não o bicampeão mundial Uruguai na próxima fase, a Costa do Marfim enrolou o quanto pôde a Grécia. Com toquinhos de lado e pouca aptidão ofensiva, talvez também por culpa das apagadas atuações de Didier Drogba e Gervinho, jogou claramente para não perder. Só que os africanos levaram o gol no finzinho do primeiro tempo, e na etapa final sofreram mais que personagens das tragédias gregas para chegarem ao empate. Conseguiram, é fato, mas os deuses – do futebol, do Olimpo, sei lá – resolveram puni-los com o pênalti e o gol da vitória da horrenda equipe europeia. Nesta derrota, porém, os maiores punidos não foram os marfinenses, mas sim todos os que amam o futebol. Grécia nas oitavas ninguém merecia…