JORGINHO, O CRAQUE SEM TAÇA. E DAÍ?

Meia ofensivo foi ídolo maior de todos os palmeirenses durante toda a primeira metade dos terríveis anos 80.

O que se pode dizer de um jogador que, embora tenha atuado por oito anos numa equipe de ponta como a do Palmeiras, não conseguiu ganhar um único título expressivo? Sem dúvida alguma, que se tratou de alguém comum, medíocre até.

E o que se pode dizer de um profissional que, neste mesmo período, disputou mais partidas do que craques consagrados como Oberdan, Heitor, Zinho, César Maluco, César Sampaio, Servílio e Julinho Botelho? Bom, neste caso já se deve começar a considerar que ele não foi tão simples assim…

E se este mesmo atleta marcou mais gols em sua passagem pelo Verdão do que artilheiros históricos como Mazzola, Canhotinho, Ademar Pantera, Alex, Jair Rosa Pinto, Vavá e Mirandinha? Inegavelmente, este jogador foi um grande craque.

Jorginho: palmeirense até hoje.

As três definições acima se aplicam a um único nome: Jorginho. Numa fase em que os títulos mais significativos inexistiram para o Verdão, foi ele o ídolo maior de uma geração de torcedores que, na falta de taças, erguia apenas o seu amor pelo clube.

Veio do Marília/SP, onde despontou como craque, para jogar na ponta direita, mas Telê Santana rapidamente descobriu que ele tinha talento demais para atuar apenas pelas beiradas do campo. Assim, rapidamente se transformou em meia ofensivo, capaz de marcar quase 100 gols pelo nosso time.

E fazendo a função de falso ponta pela direita, Jorginho foi diversas vezes convocado para a Seleção Brasileira, pela qual disputaria a Copa do Mundo de 1982, na Espanha. Porém, durante um treinamento com o próprio selecionado nacional, pouco antes da última convocação, fraturou a perna e ficou de fora do Mundial.

Após sair do Verdão, jogou em várias grandes equipes brasileiras, e fez fortuna atuando no futebol japonês, onde encerrou a carreira em 1991. Hoje, aos 52 anos, reside em sua cidade natal, onde está aposentado.

Jorginho não faturou taças pelo Palmeiras, mas seu título maior foi um lugar eterno no coração de cada palmeirense.

Ficha Técnica

Nome: Jorge Antônio Putinatti
Data e Local de Nascimento: 23/08/1959, em Marília/SP
Posição: Ponta-direita/Meia
Estréia: 30/04/1979 – Sãocarlense/SP 1 x 2 Palmeiras
Despedida: 05/02/1987 – Palmeiras 1 x 0 Bahia/BA
Jogos: 369
Gols: 96
Título Conquistado: Torneio do Café/1984, Copa Kirin/1986

16 Responses to JORGINHO, O CRAQUE SEM TAÇA. E DAÍ?

  1. PAULO ROGERIO DA SILVA

    FELIZES DE NÓS QUE TIVEMOS A OPORTUNIDADE DE VER ESTE CRAQUE EM CAMPO. ME LEMBRO DO PRIMEIRO PALMEIRAS E CORINTHIANS QUE EU VI NO MORUMBI, EM 03/08/1986, ONDE GOLEAMOS OS GAMBÁS POR 5 A 1. UM SHOW DE JORGINHO, EDU MANGA, EDMAR, MIRANDINHA E VAGNER BACHAREL.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Paulo.

      Eu me lembro bem deste jogo. Minha alegria foi tanta, mas tanta, que voltei a pé do Morumbi ao Vale do Anhagabaú. É mole?

      Muito obrigado pelo seu depoimento, seja bem-vindo ao nosso site e escreva sempre.

      Abs.

      Márcio Trevisan

  2. Olá,
    Tenho 42 anos, sou Palmeirense por conta de meu pai. Vi nos anos 80 esse que para mim foi o maior ídolo no futebol. Inclusive, comecei a jogar por causa dele. Lembro-me daquele período sofrido, sem títulos, mas que todos os adversários temiam nosso “garotinho de Marília”, como dizia o narrador Osmar Santos. Foi uma época difícil para os torcedores, mas as alegrias que tivemos, o Jorginho foi responsável pela maioria.

    Abs,

  3. nossa cara eu como eu jovem jogador mesmo sendo santista tive hoje a honra de jogar uma partida contra essa fera fikei muito feliz em saber que joguei uma partida contra essa fera !!

  4. ROSALIA POSSAMAI DANIEL

    EU ERA APAIXONADA PELO JORGINHO MANDAVA MUINTAS CARTAS DE AMOR PRA ELE TALVEZ ELE NUNCA LEU NENHUMA DELAS E ATE HOJE EU NUNCA O ESQUECI FOI UM GRANDE JOGADOR

  5. Jorge Raphael Putinatti

    Ola Márcio Trevisan, meu nome é raphael putinatti e sou o filho mais velho do Jorginho, eu me recordo do meu pai em casa com a perna faturada, é um titulo que meu pai até hj fala que faltou na carreira dele, uma copa do mundo.
    Fui criado no Palestra Italia, tenho fotos com a camisa do Palmeiras, mais sabe o que aconteceu ? Virei corinthiano, nao tem explicação para isso ter acontecido, escuto até hj de palmerenses que devo ser uma vergonha pro meu pai ter um filho corinthiano.
    Enfim Marcio, grande abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Jorge.

      Agradeço muito o acesso ao site, dou-lhe as boas-vindas a esta seção e o parabenizo por ser filho de um craque completo.

      Mas lamento sua opção clubística. Talvez vc não seja uma vergonha para o seu pai, mas certamente deve aborrecê-lo um pouco o fato de vc ser corintiano.

      Forte abraço.

  6. Marco Aurelio

    Boa Noite,,,,,

    Bela as palavras, realmente foi um ícone na época sem títulos ,,,,,jogava muito,,,, lembro até hoje PQ ANTARTICA 1986, um PALMEIRAS E SANTOS ,,,,,um dos gols mais bonitos que ví ele fazer ao vivo ou melhor fomos presenteados com dois golaços de cair o queixo JORGINHO abriu o placar no comecinho do jogo com um gol de bicicleta maravilhoso e logo em seguida o irreverente SERGINHO CHULAPA fez outro golaço de bicicleta tb,,,,,,, um dos gols mais bonitos que ví ele fazer,,,,,,,

    Como já disseram pena que jogou pelo gambá,,,,

  7. Walkiria - Curitiba

    Márcio, parabéns pela lembrança. Eu sou torcedora que cresceu vendo o Palmeiras neste jejum de títulos. E este Jorginho foi pra mim, um dos mais importantes atletas que tive a oportunidade de ver atuando pelo glorioso verdão. Apesar das ‘vacas magras’, tenho saudades dessa época.

  8. Ricardo Santo André

    De fato lembro-me com carinho do Jorginho e das inconfundíveis narrações do Fiori Gilliotti (não sei se escreve assim), que lhe alcunhou de “o moço de Marília”. Ele foi sim meu ídolo nos tempos magros de fila. Além de habilidoso, batia faltas e escanteios como ninguém. Foi dele também aquele gol contra o Santos, no qual a bola resvalou no árbitro (Aragão) e entrou no canto do goleiro. Não ganhou nada pelo Palestra, mas garanto que muitos tinham a camisa 7 do Palmeiras por conta dele. Eu tinha. Pena que ele jogou no time da marginal.

  9. Mauricio Mahfud

    Marcio, que feliz voce foi nesse texto e lembrança. Que conincidência, no seu post “me engana que eu gosto” do dia 02/02, eu escrevi sobre o grandioso Jorginho, veja, copiei meu comentario daquele dia novamente:
    Marcio, quero comentar sobre outro tema, mas que voce puxou no seu texto. Que saudade de Jorginho, nosso camisa 7 na decada de 80. Era craque! Fosse ele uns 12, 13 anos mais novo, seria titular absoluto dos times de 93/94, 96 e 99, sem contar que teria disputado facilmente umas 2 copas do mundo naquela década. Aliás, so não foi em 86 porque quebrou a perna meses antes. Deu azar de jogar num Palmeiras que era uma comedia, mas honrou demais nossa camisa ao longo de 9 anos, junto com Luis Pereira, Vagner Bacharel, Mirandinha, Éder e, apesar de ter palmeirense que não gosta dele, eu gosto, Mario Sérgio, que jogou demais ao lado de Jorginho. Pena, que o resto, era como o time de hoje. Eu era garoto nos anos 80, e meus idolos no futebol eram Jorginho pelo Palmeiras, e Zico pela Seleção, além de grande respeito pelo Sócrates. Boa lembrança Márcio!

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