Inesquecível meia da Segunda Academia especialista em gols de cabeça marcou época com a nossa camisa.

Ele foi um dos maiores destaques da “Segunda Academia”, no início da década dos 70. Leivinha, meia direita de extrema habilidade e incrível competência ofensiva, marcou época nos quase quatro anos em que vestiu a camisa verde e branca, inscrevendo seu nome na história do clube como um de seus principais jogadores e, sem dúvida, um dos melhores cabeceadores do futebol brasileiro em todos os tempos.

Após ser revelado pelo Linense/SP e ter se destacado na Portuguesa Desp./SP, Leivinha chegou ao Palmeiras em março de 1973. “Eu tinha muito carinho pela Lusa, porém um dia cheguei para os diretores e disse: `Desculpem, mas já estou aqui há muito tempo e não quero mais. Se vou ser um profissional, quero ser dos melhores. Quero conquistar títulos, chegar à seleção’. Aí, fui negociado com o Palmeiras”, conta.

Não demorou muito e ele já era titular absoluto do ataque do nosso time, já que no futebol de então o esquema tático utilizado era o 4-2-4. “O meio-campo era formado só por dois jogadores: um volante de marcação e um meia de habilidade. Já o ataque era privilegiado, com a presença de dois pontas abertos, um meia ou ponta-de-lança e um centroavante”, relembra Leivinha, que teve Edu, Nei, Madurga, Ademir da Guia, César, Fedato, Ronaldo e tantos outros craques como companheiros.

“Gosto muito de me lembrar da época em que joguei no Palmeiras. Tinha apenas 22 anos quando fui contratado e, de repente, me vi num time que tinha Leão, Luís Pereira, Dudu, Ademir e todos aqueles jogadores fantásticos. Sempre digo que foi no Verdão que vivi os melhores momentos da minha carreira, até porque foi lá que consegui chegar à Seleção Brasileira”, conta Leivinha, hoje com 61 anos.

E ex-meia tem mesmo que se orgulhar de ter jogado com a camisa amarela, pois entrou para a história do futebol brasileiro em 27 de maio de 1973, quando marcou o milésimo gol do selecionado brasileiro. “Foi numa partida contra a Bolívia. Costumo brincar com as pessoas e dizer que se não fiz mil gols, pelo menos fiz o gol 1000”, conta.

A campanha do Brasil na Copa da Alemanha, única que Leiva disputou, foi apenas regular – terminou em 4º lugar, muito pouco para quem então já sonhava com o tetracampeonato. Mas Leivinha, embora tivesse se machucado logo no terceiro jogo, contra o Zaire, e não mais jogado, chamou a atenção dos espanhóis e, no ano seguinte, deixou o Palestra Itália ao lado do zagueiro Luís Pereira, ambos adquiridos pelo Atlético de Madrid/ESP.

Pai de quatro filhos, Leivinha lembra que ser um profissional do futebol não estava nos seus planos. “Meu sonho era ser engenheiro agrônomo. Em Lins, gostava de jogar futebol de salão e basquete pela equipe do colégio, porque assim conseguia me destacar e ganhava um sorriso a mais das meninas”, relembra.

Hoje, Leivinha é um bem-sucedido empresário, e após tentar a sorte como comentarista, decidiu não voltar a trabalhar com futebol. “Minha época já passou. Tentei fazer o melhor para mim e para os clubes que defendi. Futebol hoje, só pelo TV, como torcedor do Palmeiras”, finalizou.

Ficha Técnica

Nome: João Leiva Campos Filho
Posição: Meia-direita
Data e Local de Nascimento – 11/09/1949, em Novo Horizonte/SP
Estreia: 14/03/1971 – Guarani/SP 0 x 4 Palmeiras
Despedida: 31/08/1975 – Real Madrid/ESP 1 x 3 Palmeiras
Jogos: 267
Gols: 109
Títulos Expressivos: Paulistão/72, Brasileirão/72, Brasileirão/73, Paulistão/74, Carranza/74, Carranza/75

Obs.: Esta seção será atualizada em 12/07/2010.