Senhor Palmeiras SANTOS 2 x 3 PALESTRA: BI PAULISTA E PRIMEIRA TAÇA NA VILA

SANTOS 2 x 3 PALESTRA: BI PAULISTA E PRIMEIRA TAÇA NA VILA

Verdão fatura o 3º título e o 1º bicampeonato estadual com vitória de virada sobre o Peixe. E na Baixada!

Já tivemos a oportunidade de contar não só nesta seção mas também em outras deste site que, no meio da década dos 20, o Palestra Itália possuía um time muito competente. Tendo como pilares o zagueiro Bianco, os médios Xingo e Serafini, o meia Lara e, principalmente, o centroavante Heitor, o alviverde não encontrava adversários à altura dentro dos limites regionais.

Daí que, após a taça do Campeonato Paulista de 1926 e, logo em seguida, da conquista do título honorário de Campeão do Brasil, nossa equipe era a grande favorita ao bicampeonato estadual, que veio após uma excelente campanha – em 15 jogos foram 13 vitórias, um empate e apenas uma derrota, sendo que esta só aconteceu após termos garantido mais uma faixa.

Além disso, nosso ataque era simplesmente fabuloso, tendo marcado 84 gols (excelente média de 5,6 por jogo), graças principalmente a goleadas como 11 a 2 no Corinthians de São Bernardo do Campo/SP, 9 a 2 no República/SP e 7 a 2 na Portuguesa Desp./SP, relembrada na semana passada.

Em 1927, o Paulistão teve uma pequena alteração em seu regulamento, que deixou de ser o tradicional “turno e returno” para ter, após um turno único, a realização de um quadrangular, também com jogos apenas de ida, entre os quatro primeiros colocados na fase de classificação. Como os pontos obtidos na primeira etapa foram mantidos (outra novidade, aliás esdrúxula), o Verdão conquistou o primeiro bicampeonato paulista de sua história logo na segunda partida da Segunda Fase e, portanto, com uma rodada de antecipação.

O clássico que garantiu a festa verde e branca foi diante do Santos/SP, na Vila Belmiro e, devido a problemas no calendário, foi disputado já em 1928. Nosso adversário tinha um time fortíssimo e uma linha de ataque que se tornou inesquecível por ter sido a primeira a atingir a marca de 100 gols numa mesma competição, cujo maior destaque era o craque da Seleção Brasileira, Araken Patuska. E toda esta força ofensiva o Palestra sentiu na pele com menos de um minuto de jogo, quando Siriri abriu o placar. Para piorar as coisas, Heitor perdeu um pênalti logo depois, o que poderia ter mudado a história do jogo. Poderia, mas não mudou: por sorte, Tedesco aproveitou de cabeça um bom cruzamento de Xingo e, aos 12 minutos, empatou.

No segundo tempo, entretanto, o Palestra Itália foi bastante superior. Aos 17 minutos, Lara virou o jogo e, aos 21, Perillo fez o terceiro, para desespero dos santistas. Minutos depois, o árbitro Anthero Molinaro interrompeu a partida e começou a discutir com torcedores do Peixe, algo hoje absurdo mas que, naquela época, era muito comum. O problema é que isso gerou uma enorme confusão, houve invasão de campo generalizada e a partida ficou parada por quase meia hora.

Reiniciada a decisão, ao Palestra Itália coube apenas tocar a bola e esperar pelo seu final. Quando Siriri, novamente, venceu a meta defendida por Perth, já nos acréscimos, não havia mais tempo para que a vitória mudasse de lado.

Mais uma vez faltou vinho tinto nas tabernas paulistanas.