Ríos marca gol da vitória, manda torcida calar a boca, sai vaiado e no fim pede desculpas
Meus amigos.
Já tive a oportunidade de lhes dizer, e mais de uma vez, que muitos jogadores de futebol são crianças grandes. Tal definição, aliás, nem é minha, mas sim de Walmir Cruz, ex-preparador de goleiros do Palmeiras e de vários grandes clubes brasileiros. E é por serem exatamente assim que, muitas vezes, eles fazem biquinho, fazem manha, são malcriados e, em alguns casos, até brincam de esconde-esconde dentro do campo.
O que vimos nesta noite é um bom exemplo disso. Richard Ríos jogou muito bem, fez o gol da vitória do Verdão sobre o Cerro Porteño/PAR e tinha tudo para sair aplaudido do gramado. Mas, ao mandar parte da torcida calar a boca logo após balançar as redes ele não só passou a ser perseguido toda vez que tocava na bola como, também e merecidamente, foi vaiado quando deu lugar a Aníbal Moreno.
Ao final do jogo, talvez alertado por muitos sobre a imbecilidade que cometera, pediu desculpas pelas câmeras, pelos microfones, foi às arquibancadas, jogou sua camisa e gravou vídeos tentando explicar o que, no fundo, não tinha explicação. Foi legal o jogador reconhecer o erro que cometeu? Claro que sim, pois isso mostra ser ele um homem de caráter. Mas a pergunta que fica é: por que Ríos fez o que fez?
Pelo que pude entender, o volante colombiano estava aborrecido por ter sido muito e merecidamente criticado pelos erros que cometera nos últimos três derby’s, quando o Palmeiras sofreu dois gols por sua total responsabilidade. Como uma criança grande que é, ele fez bico por ter levado algumas broncas em razão das artes que fez e, assim que acertou uma, resolveu ficar de mal com quem paga seus salários – ou seja, o torcedor – e que, por isso mesmo, tem todo o direito de reclamar de quem quiser.
Para jogadores como Richard Ríos, só tenho um conselho a dar: se não gosta de ser chamado à atenção, não seja irresponsável e não perca bolas que estão sob seu total domínio. E se você não gostou de mais esta reprimenda, vá dormir no berço, que é lugar quente.
O jogo – Fazia tempo que não se repetia com o Palmeiras o que tem acontecido em quase todos os jogos: sufoco e sofrimento nos últimos minutos. Por sinal, confesso a vocês que não esperava tantas dificuldades como as que enfrentamos nesta noite. O Cerro Porteño/PAR que encaramos desta vez é bem mais forte e bem melhor treinado do que os de anos anteriores, e estou quase certo de que será, ao lado do Palmeiras, um dos classificados à próxima fase da Libertadores.
É bem verdade, porém, que sobretudo no primeiro tempo nós facilitamos a vida dos paraguaios. Fazia um bom tempo que não via nossa equipe tão sem inspiração, sem conseguir se livrar da marcação adversária, sem mostrar um mínimo de criatividade que fosse. Mais uma vez, jogadores que vinham muito bem deixaram a desejar, caso específico de Estêvão (e mesmo assim o garoto continua a carregar o time nas costas). A manutenção do improvisado zagueiro Bruno Fuchs na lateral direita pode ser uma boa opção defensivamente, já que se trata de um bom marcador (se bem que se tiver pela frente um ponta veloz e driblador talvez encontre muitas dificuldades), mas ofensivamente torna o Verdão nulo pelo setor, já que obviamente ele não sabe – e nem tem a obrigação de saber – apoiar.
Outro ponto não muito positivo foi a inacreditável demora de Abel Ferreira em melhorar a marcação em nosso meio-campo. Como na etapa final o Palmeiras melhorou e esteve mais presente no campo de ataque, automaticamente abriu também espaços demais em nossa intermediária. A entrada de mais um jogador de marcação (no caso, Aníbal Moreno) deveria, portanto, ter acontecido bem antes do que apenas aos 34 minutos da etapa final, pois não fosse a pouca capacidade de finalização adversária nossa casa teria caído bem antes disso. Outro ponto que o portuga precisa entender é que Flaco López só deve entrar quando a vitória já nos estiver garantida, caso contrário veremos o que vemos quase todos os jogos: o infeliz perder chances após chances na cara do goleiro – só hoje foram duas em apenas 17 minutos.
Mas, para que vocês não digam que não falei das flores, vão aí dois pontos muito positivos: o primeiro é que com esta vitória encaminhamos nossa classificação, já que se somarmos apenas quatro dos 12 pontos que ainda temos a disputar garantiremos pelo menos o segundo lugar.
E o segundo é que, após quase nove meses desde sua chegada, Felipe Ânderson enfim estreou pelo Verdão.
WEVERTON: REGULAR
NOTA 5
BRUNO FUCKS: SATISFATÓRIO
NOTA 5,5
GUSTAVO GÓMEZ: REGULAR
NOTA 5
MURILO: BOM
NOTA 6
PIQUEREZ: REGULAR
NOTA 5
EMI MARTÍNEZ: SATISFATÓRIO
NOTA 5,5
RICHARD RÍOS: MUITO BOM
NOTA 6,5
RAPHAEL VEIGA: SEM AVALIAÇÃO
SEM NOTA
ESTÊVÃO: BOM
NOTA 6
VÍTOR ROQUE: BOM
NOTA 6
FACUNDO TORRES: REGULAR
NOTA 5
ABEL FERREIRA: REGULAR
NOTA 5
FELIPE ÂNDERSON: MUITO BOM
NOTA 6,5
FLACO LÓPEZ: MUITO RUIM
NOTA 4
ALLAN: SATISFATÓRIO
NOTA 5,5
ANÍBAL MORENO: REGULAR
NOTA 5
IMAGENS ACIMA: CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS
IMAGEM CAPA: REPRODUÇÃO TV
11/04/2025 at 15:49
Boa tarde caro Trevisan, Libertadores hoje não tem jogo fácil, tem que ter muita Raça e Competência de lutar até o Final, ainda bem que o Rios pediu desculpas a nossa imensa Torcida que canta e vibra e ainda sofre, vamos ver no próximo Sábado!!!
Abraço.
11/04/2025 at 23:17
Olá, Alfano.
Ai dele se não tivesse se desculpado. E vc sabe muito bem por quê.
Quanto a mais este derby, passou da hora de a gente ganhar deles de novo. Só para não perder o costume.
Abs.
10/04/2025 at 12:37
Boa tarde queria entender por que as chanches que o Flaco tem e perde o Vitor Roque não tem e ai veriamos a sua capacidade de artilheiro
11/04/2025 at 0:07
Olá, Berti.
Este é um bom ponto.
VR teve uma única chance durante os mais de 80 minutos em que jogou, e fez um lindo gol (pena que estava milimetricamente impedido). Já FL atuou por apenas 17 minutos e perdeu duas chances claríssimas de gol.
Creio que a resposta talvez esteja no tempo em que cada um está no Palmeiras: enquanto um perde seus gols desde julho de 2022 (ou seja, há quase três anos); já o outro acabou de chegar. Ou seja: tudo é uma questão de adaptação.
Abs.
10/04/2025 at 10:30
Bom dia a todos,
O respeito é muito importante, como é também importante a vitória, já vi o Palmeiras jogar bem e perder, prefiro ganhar mesmo jogando mal
.O jogador pediu desculpas,e vida que segue.Prefiro um jogador assim que decide, que jogador educado que não joga nada.
Abraços.
11/04/2025 at 0:03
Olá, Eduardo.
Entendo seu ponto de vista.
Já o meu é que o fato de ser um bom jogador (se bem que ele pensa que é muito, muito melhor do que de fato) não lhe dá o direito de mandar a torcida de sue time, seja ela uniformizada ou não, calar a boca.
Se Leivinha, Jorge Mendonça, Mazinho e tantos outros craques que tivemos com a camisa 8 jamais fizeram isso, não seria um Ríos da vida que o faria sem ser criticado por todos, inclusive seus próprios companheiros de time.
Aração.
10/04/2025 at 9:00
Bom dia, Márcio.
É difícil falar do jogo quando uma imbecilidade cometida pelo Richard Ríos acontece em campo.
Quem esse cara pensa que é? Um craque que veio de outro planeta e pousou no Verdão?
Eu já havia comentado na crônica do jogo contra o Sporting Cristal que, quando ele fez o gol da vitória, saiu marrentinho. Agora, de novo, vem fazer um papelão desses?
A única coisa que eu espero que o Abel faça é colocar este cidadão no lugar dele. Há opções melhores do que ele para entrar em campo e o Palmeiras não precisa de elementos como este.
Quanto ao jogo, apesar do placar magro, gostei do que vi. Parece – repito, parece – que estamos evoluindo e acredito que com a volta de Mauricio e a estreia de Paulinho possamos enfim mostrar uma equipe mais competitiva.
Um abraço.
Valter
11/04/2025 at 0:01
Valter, salve!
Não acredito que Ríos perderá o lugar no time. Abel o adora e, como sabemos, a ideia é vendê-lo (com muito lucro, claro) logo após a Copa do Mundo de clubes.
Quanto ao time, também espero que Paulinho melhore nosso time. Mas está demorando demais para que ele fique à disposição.
Abs.