No tumultuado Campeonato Paulista de 1932, Verdão simplesmente vence todas as partidas e fatura a taça.
Você gosta de Política?
Independentemente de sua resposta, o fato é que ela faz parte de nossas vidas, queiramos ou não. Na história de um time de futebol, que normalmente arrebata apaixonados por onde passa, a Política se faz presente quase que cotidianamente.
No caso do nosso Palestra Itália, ela acabou influenciando em muitas ocasiões e, especialmente no ano de 1932, contribuiu de forma decisiva para a conquista do quarto título paulista por parte do Verdão.
Naquele ano o Brasil estava em ebulição. São Paulo liderava um movimento para que o presidente da República, Getúlio Vargas, convocasse a Assembléia Constituinte que desse ao Brasil uma Constituição Democrática. Como nem todo o País pensava da mesma forma, eclodiu uma guerra civil, que ficou conhecida como a “Revolução Constitucionalista”.
Devido a este problema o Paulistão, que seria disputado em sistema de pontos corridos e em dois turnos, teve de ser interrompido ainda em sua primeira fase – de 3 de julho a 6 de novembro de 1932 a bola não rolou em solo paulista. Justamente por causa desta situação, os clubes – dos os quais, por sinal, muitos atletas se alistaram para defender os interesses de São Paulo nos campos de batalha – decidiram que o campeão seria apontado após a disputa de apenas um turno. Mas isso não fez muita diferença para o Palestra Itália, que tanto antes quanto após a paralisação manteve uma campanha impecável.
Campanha que, por sinal, não teve um único senão. O time venceu as 11 partidas que disputou, ou seja, teve 100% de aproveitamento – fato único até hoje em toda a nossa história. Alguns resultados, por sinal, foram bastante significativos, como as goleadas de 7 a 0 sobre o Atlético Santista, 9 a 1 no Germânia e 8 a 0 frente ao Santos, até hoje o maior dentre todos os triunfos alviverdes sobre o alvinegro de Vila Belmiro.
O grande destaque do time naquela conquista foi, também, um dos nossos maiores artilheiros em todos os tempos, Romeu Pellicciari. Além de ter sido o goleador daquele Campeonato Paulista, com 18 gols, fez dois dos três na decisiva partida contra a Portuguesa de Desportos, que garantiram a taça ao Palestra com duas rodadas de antecedência. A superioridade alviverde foi tão inquestionável que o segundo colocado, o São Paulo da Floresta, terminou o torneio cinco pontos atrás, diferença que, na época, era uma enormidade.
No jogo em questão, o acanhado estádio do bairro do Cambuci, onde a Lusa mandava suas partidas, quase estourou, tamanha a presença do público. Diante de um adversário reconhecidamente menos técnico, os palestrinos não tiveram dificuldades para golear por 3 a 0.
Raríssimas foram as vezes em que o título de campeão ficou em tão justas mãos.
CAMPEONATO PAULISTA/1932
ESTÁDIO DA RUA CESÁRIO RAMALHO, EM SÃO PAULO/SP
ARRECADAÇÃO NÃO DIVULGADA
PÚBLICO NÃO DIVULGADO
ANTÔNIO SOTERO DE MENDONÇA/SP
AVELINO AOS 25 E ROMEU PELLICCIARI AOS 30 MINUTOS DO PRIMEIRO TEMPO. ROMEU PELLICCIARI AOS 10 DA ETAPA FINAL.
VALDEMAR
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RAPOSO
MACHADO
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PIXO
BARROS
XAXÁ
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TEIXEIRA
DIMAS
RUSSINHO
PASQUALINO
LUNA
NASCIMENTO
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LOSCHIAVO
JUNQUEIRA
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TUNGA
GOGLIARDO
ADOLPHO
-
AVELINO
SANDRO
ROMEU PELLICCIARI
LARA
LUIZ IMPARATO
TÉCNICO: HUMBERTO CABELLI
Obs.: Esta seção será atualizada em 29/07/2011.
22/07/2011 at 22:55
Márcio. Hoje (22/07) é o aniversário (60 anos) da conquista do título mundial do Palmeiras? Eu gostaria de comentar que se a fifa não homologou, isso não tira do Palmeiras o título de campeão mundial porque nada pode ser maior do que o fato. O campeonato existiu e o Palmeiras foi campeão aceite a fifa ou não. Eu estou certo?
23/07/2011 at 4:18
Olá, Fernando.
Vc está certíssimo. Aliás, sobre a questão do não reconhecimento (ou melhor: do reconhecimento e depois da volta atrás por parte da Fifa), acabo de inserir uma matéria no site.
Abraços e obrigado.