DIFICULDADE DEMAIS PARA ADVERSÁRIO DE MENOS

 Nova vitória do Palmeiras não esconde problemas que time apresenta neste começo de ano

Meus amigos.

Todos vocês me conhecem e sabem que, devido à profissão que abracei há mais de 35 anos, sou sempre muito sereno no momento de analisar um fato relacionado a futebol e, mais especificamente, ao nosso time. Assim, creio que fica claro para todo mundo que sei – aliás, todos nós sabemos – quais são os motivos que fazem com que o nosso time esteja cometendo os erros neste começo de 2024 (os quais, justamente por serem de domínio público, nem precisam ser citados novamente), e também que compreendo por que eles vêm acontecendo.

Nada disso seria motivo de preocupação se não fosse um único detalhe: no próximo domingo, teremos um título a disputar. E pior: nosso adversário será um de nossos maiores rivais, e até mesmo a menor possiblidade de sermos superados na decisão da Supercopa do Brasil já nos causa muita apreensão, pois se isso acontecer o começo desta temporada já será muito mais conturbado do que precisaria ser.

Disse tudo isso mesmo após termos ganhando por 2 a 1 o clássico sobre o Santos/SP (time que, vale lembrar, está na Série B do Campeonato Brasileiro), em nossa Arena Palestra Itália, e nos isolado na liderança do nosso grupo no Paulistinha. Isso porque, apesar da vitória e do indiscutível bom futebol que jogamos, sobretudo no primeiro tempo e até marcarmos o segundo gol, ficou evidente que voltamos a repetir os erros que tivemos nas duas primeiras partidas da competição, sobretudo quando o assunto é tomada de decisões. Nossos jogadores, por vezes, parecem preferir fazer o mais difícil (como Gómez, que deu de graça o contra-ataque para o gol do Peixe) em vez do mais simples, mas muito mais eficaz. Este excesso de preciosismo já nos custou a perda de dois pontos na competição e, pior, nos gerou um desgaste físico e emocional além do necessário.

Na próxima quarta-feira, teremos mais um compromisso, o último antes da grande final em Belo Horizonte/MG. E mesmo que atuemos, como acredito, com um time quase que completamente alternativo diante do Bragantino/SP fora de casa, espero para que o número de erros, sejam eles de que tipo forem, caiam drasticamente. Só assim chegaremos com mais força psicológica na partida de domingo.

E, como sabemos, ela será fundamental para que levantemos mais uma taça e nos isolemos ainda mais na condição de maior campeão do Brasil.  

WEVERTON – 6
BOM

Sem culpa no gol que levou, ainda fez duas boas defesas – uma delas evitando um gol.

LUAN – 5,5
SATISFATÓRIO

Deu sorte: sua missão era marcar Willian Bigode, um ex-jogador em atividade. 

GUSTAVO GÓMEZ – 5,5
SATISFATÓRIO

Só leva avaliação e nota acima porque foi muito bem nos desarmes e também nas antecipações. Mas novamente foi o principal culpado por levarmos um gol ao tentar um passe cruzado e pelo alto e proporcionar o contra-ataque ao Santos/SP. 

MURILO – 5,5
SATISFATÓRIO

Outro que teve muito pouco trabalho defensivo dada a fragilidade do ataque santista. Poderia ter caprichado um pouco mais quando cabeceou sozinho e para fora. 

MAYKE – 6,5
MUITO BOM

No primeiro tempo foi o principal jogador do clássico, destacando-se tanto defensiva quanto ofensivamente. Na etapa final, porém, cansou-se e foi corretamente substituído.

RICHARD RÍOS – 6,5
MUITO BOM

Talvez por sentir que poderá – ou deverá – perder o lugar para Aníbal Moreno, hoje foi muito bem. Lutou por todas as bolas e quase fez um lindo gol de fora da área.

ZÉ RAFAEL – 5,5
SATISFATÓRIO

Mesmo tendo o apoio de Ríos na marcação, destacou-se menos do que o normal. Poderia ter aparecido mais vezes próximo à área adversário.

RAPHAEL VEIGA  – 7,5
ÓTIMO

De novo o melhor do time e do jogo. Além de ter marcado mais um gol, acertou a trave em uma cobrança de falta e foi muito efetivo nas bolas paradas.  

PIQUEREZ – NOTA 5,5
SATISFATÓRIO

Como o Santos/SP inexistiu em seu setor, deveria ter sido muito mais um ponta do que um lateral. Mas acabou se limitando a fazer mais do mesmo, destacando-se somente no cruzamento que originou o gol de Veiga (e ainda assim apenas parcialmente, porque a bola só chegou ao meia porque desviou na zaga santista). 

RONY – 6,5
MUITO BOM

Muita luta, muito empenho, muita dedicação (inclusive à marcação, voltando para roubas bolas). E ainda deu a assistência para o gol do cara api de baixo.

FLACO LÓPEZ – 7
ÓTIMO

Muito menos pelo gol que fez (em lance que, aliás, errou a primeira conclusão), merece elogios por tudo o que desempenhou no clássico, concluindo jogadas por baixo e pelo alto, livrando-se da marcação e sendo uma grande preocupação para seus marcadores.

ABEL FERREIRA – 6
BOM

Nosso treinador começou bem demais o jogo de hoje. Ciente de como monta suas equipes o retranqueiro Fábio Carille, sabia que o Santo/SP pouco ou quase nada incomodaria durante o clássico, no qual um empate já lhe seria um resultado pra lá de positivo. Por isso, acertadamente optou pelo esquema 3-5-2, que libera os alas para se tornarem pontas e aumenta a presença ofensiva, e também por um meio-campo mais leve, sem a presença de um volante de marcação como Aníbal Moreno. O resultado disso foi uma ampla superioridade em campo durante todo o primeiro tempo, que só não se transformou em vantagem no placar porque erros no momento da conclusão ou a trave a impediram.

Já no segundo tempo, o gol logo aos 3 minutos marcado por Rafael Veiga e os 2 a 0 que obtivemos graças a Rony e Flaco López nos geraram uma tranquilidade excessiva, e este detalhe – aliado a uma hesitação de Abel Ferreira – nos causou o gol que sofremos. O erro cometido por Gómez é típico de um jogador que está calmo além da conta e que pensa que nada pode dar errado, mas o que fez o nosso portuga é resultado de uns cinco minutos de dúvida que poderiam ter nos causado ainda mais problemas.

Aníbal Moreno, ótimo marcador, deveria ter entrado logo após nosso segundo gol, pois estava claro que, a partir de então, o adversário partiria para o tudo ou nada. Mas nosso técnico demorou a agir, viu o time sofrer o gol e só resolveu reforçar nossa marcação à frente da zaga aos 31 minutos, quando aliás já não tínhamos mais o domínio do jogo e sofríamos até mesmo uma certa pressão.

No fim, tudo deu certo e mais uma vitória aconteceu, mas é sempre bom lembrar que não é toda hora que os deuses do futebol sorriem para um mesmo lado.

MARCOS ROCHA – 5
REGULAR

Entrou porque Mayke se cansou e não manteve o bom nível de seu antecessor. No fim do jogo, errou uma saída de jogo que por muito pouco não nos custou a vitória.

JHON JHON – 4,5
RUIM

Não gostei. Embora tenha jogado fora de sua posição (não é ponta-esquerda), poderia ter ajudado a prender mais a bola no ataque.

ANÍBAL MORENO – 6
SATISFATÓRIO

Deveria ter ido a campo assim que o Palmeiras fez o segundo gol, e não somente depois de o Santos/SP diminuir. Com ele, nossa marcação à frente da área melhorou muito.

GABRIEL MENINO – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

Jogou apenas 11 minutos, sem tempo para ser analisado.

FABINHO – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

Jogou apenas 11 minutos, sem tempo para ser analisado.

FOTOS: CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

*

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>