O DIA EM QUE O VERDÃO SE TRANSFORMOU EM AZULÃO

Relembre a primeira vez que o Palmeiras entrou em campo com camisa que não fosse nem verde, nem branca.

Atualmente, tem sido cada vez mais comum às equipes de futebol alterar não só o tom, mas muitas vezes até mesmo a cor de suas camisas. O chamado “terceiro uniforme”, justamente por se enquadrar nesta condição, normalmente é muito diferente dos dois principais.

 

Porém, no passado não era assim. Para que um time substituísse seu “manto sagrado”, só mesmo se houvesse um motivo bastante especial. Em julho de 1929, o Palestra Itália assim considerou a visita a São Paulo/SP de membros da família real italiana e, por isso, não só os convidou para assistir ao amistoso com o Ferencvaros/HUN, um dos mais importantes clubes europeus da época, como também decidiu homenageá-los trocando suas camisas verdes por outras, totalmente azuis. Esta cor, como se sabe, era a da Casa Real da Itália.

É bem verdade, porém, que o azul utilizado pelo Palestra não era, assim, tão azul. Tratou-se de um bem clarinho, que hoje seria conhecido como azul-bebê. Os calções brancos e as meias verdes foram mantidos, enquanto o time húngaro entrou em campo de camisas brancas com golas verdes, shorts verdes e meiões brancos.

Embora pouco conhecido por aqui, o representante da Hungria era uma equipe muito forte. Uma boa prova disso foi que dias antes, mais especificamente em 10 de julho de 1929, havia enfrentado a Seleção Brasileira no Estádio das Laranjeiras e perdido por apenas 2 a 0. Por isso, esperava-se uma partida bastante equilibrada.

O que não se esperava é que o centroavante reserva Miguelzinho estivesse numa tarde extremamente feliz. O jogador, quase sempre banco de Heitor, só jogou porque o grande comandante do ataque palestrino estava machucado. Mas, pelo menos naquele dia, o inesquecível Ettore não deixou saudade: seu substituto desandou a fazer gols e, só no primeiro tempo, marcou três. Na etapa final, anotou mais um logo aos 5 minutos, e a goleada palestrina se fechou com um chute de mais de 30 metros de distância dado pelo médio-esquerdo Serafini, que entrou no ângulo de Amzel.

No fim, uma goleada de 5 a 2 que levou à loucura os torcedores alviverdes ou, pelo menos naquele dia, alvicelestes.


AMISTOSO INTERNACIONAL/1929

5 x 2


14/07/1929


14h30


ESTÁDIO DO PARQUE ANTARCTICA, EM SÃO PAULO/SP

ARRECADAÇÃO NÃO DIVULGADA

PÚBLICO NÃO DIVULGADO


FRANCISCO CÉSPEDES GUERRA/SP

MIGUELZINHO AOS 15, DE PÊNALTI AOS 30 E AOS 35 E KOHUT AOS 40 MINUTOS DO PRIMEIRO TEMPO.  E OSSES AOS 30 MINUTOS DO PRIMEIRO TEMPO. MIGUELZINHO AOS 5, TACAKS AOS 35 E SERAFINI AOS 37 DA ETAPA FINAL.

NASCIMENTO
-
PEPE
MIGUE PASCHOARELLI
-
GINO
GOGLIARDO
SERAFINI
-
MINISTRINHO
CARRONE
MIGUELZINHO
LARA
OSSES

TÉCNICO: AMÍLCAR BARBUY

AMZEL
-
HUBGLER
PAPP
-
LYKA
BOKOV
OBITZ
-
TAUZER
TACAKS
TURAY
TOLD
KOHUT

Obs.: Esta seção será atualizada em 15/07/2011.

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