POR QUE O RIO SEMPRE CORRE PARA O MAR

Palmeiras é dominado pelo Botafogo/SP, mas ainda assim vence a primeira no Paulistinha

Meus amigos.

A bem da verdade, antes de destacar todos os defeitos que tivemos nesta vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo/SP é preciso fazer algumas ressalvas. A primeira é que, como sempre acontece com as equipes do Interior, fisicamente elas estão muito acima dos grandes clubes, e o motivo é simples: sua preparação começa muito antes, às vezes mais de um mês antes. E isso, claro, interfere diretamente em campo, sobretudo no último terço das partidas.

A segunda ressalva é que o gramado do Estádio Santa Cruz, embora muito bem cuidado, estava um pouco mais alto e, também, bastante molhado devido à forte chuva que caiu cerca de uma hora antes em Ribeirão Preto/SP e região. Estas duas condições prejudicaram bastante o Palmeiras, que não conseguiu impor ao jogo a velocidade com que está acostumado e prefere jogar.

Tais assertivas podem, contudo, até explicar, mas não justificam um futebol bem “mais ou menos” que jogamos nesta quinta-feira. Hoje, mesmo sendo a segunda partida oficial do ano, conseguimos ser piores do que fomos em nossa estreia, sábado passado. Defensivamente, o Verdão foi envolvido não uma, mas várias vezes pelo Pantera, que só não terminou o primeiro tempo vencendo por, pelo menos, 3 a 1 porque Weverton não permitiu. Na etapa final, é verdade, melhoramos um pouquinho e, mesmo com as pernas muito mais pesadas do que as dos adversários, conseguimos ser alguma coisa mais efetivos no aspecto ofensivo.

Começo de temporada, como sabemos, costuma mesmo ser assim, e por isso tal situação não me preocupa. O que está me fazendo arrancar os poucos fios de cabelo que ainda me restam é que domingo temos um clássico e, no fim deste mês, uma decisão. Ou seja: se quisermos começar 2023 com um sorriso, tais situações precisarão ser superadas e tais problemas terão de ser resolvidos não daqui a pouco ou mesmo amanhã – mas sim ontem.

Afinal, se é verdade que o rio sempre corre para o mar, da mesma forma também é verdade que existe o oceano. 

WEVERTON – ÓTIMO
NOTA 7

Nem parece que ficou mais de dois meses sem jogar uma partida completa. Hoje, evitou pelo menos três gols do adversário e foi o melhor do Palmeiras.

 

MARCOS ROCHA – MUITO RUIM
NOTA 4

Começou 2023 muito mal, e hoje foi ainda pior do que no sábado passado. Errou na marcação, no apoio, nos passes, em tudo.

 

GUSTAVO GÓMEZ – BOM
NOTA 6

Teve um trabalho dos infernos com o tal do Salatiel, e embora tenha perdido algumas disputas venceu outras.

 

MURILO – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Começou bem, sobretudo nas antecipações. Mas ainda no primeiro tempo errou o tempo de uma bola que quase terminou em gol do Botafogo/SP.

 

PIQUEREZ REGULAR
NOTA 5

Eu já nem sei mais o que falar deste rapaz. Hoje, foi um horror no primeiro tempo, tomando um vareio de quem aparecesse no setor. Só melhorou um pouquinho após a entrada de Breno Lopes, que o ajudou na marcação.

 

JAÍLSON – RUIM
NOTA 4,5

Vou dar um desconto por ter ficado muito tempo sem jogar, mas hoje errou tudo o que tentou e ainda deixou buracos na marcação. Nem imagino se for ele o escolhido para marcar Arrascaeta na final da Supercopa.

 

ZÉ RAFAEL – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Não se pode reclamar muito de um jogador aplicadíssimo taticamente e que não se importa de desempenhar duas ou até mesmo três funções distintas em uma única partida. Nesta noite, foi outro que impediu um possível gol do Pantera.

 

RAPHAEL VEIGA – MUITO BOM
NOTA 6,5

É claro que ainda está longe daquele jogador que sabemos que pode ser – e nem poderia ser diferente, dadas as circunstâncias. Mas o golaço que fez prova que é um jogador diferenciado.

 

DUDU – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Como sempre acontece, no começo de cada temporada demora um tempo maior até começar a jogar o que sabe. Desta vez, participou pouco do jogo e errou mais do que acertou. Mas valeu pela entrega.

 

ENDRICK – REGULAR
NOTA 5

Tem personalidade e muito ímpeto, só que ainda requer de mais tempo até ser um centroavante perigoso durante todo o tempo para o adversário. Mas o será, podem ter certeza.

 

RONY – BOM
NOTA 6

mesmo sem ser aquele atacante perigoso ao qual nos acostumamos, pelo menos lutou bastante e foi quem mais incomodou a defesa borafoguense.

 

ABEL FERREIRA – BOM
NOTA 6

Esperava uma equipe mista nesta noite e a titular no domingo, mas depois do que vi em campo creio que nosso treinador acertou ao mandar a campo aquilo que julga ser o melhor para o Verdão. Seu ponto positivo foi não ter demorado muito para mexer na equipe, sacando os dois piores – Jaílson e Rocha – antes dos 20 minutos da etapa final. Se os escolhidos, sobretudo Atuesta, deixaram a desejar, aí já não é culpa dele. Taticamente, viu nosso time levar um baile no primeiro tempo, mas conseguiu melhorar a equipe na etapa final, quando fomos dominados mas, também, incomodamos um pouco mais.

ATUESTA – RUIM
NOTA 4,5

Esse cara joga como 10 e não rende, joga como 8 e não rende, joga com 5 e não rende. Ou seja: esse cara não rende.

 

GABRIEL MENINO – REGULAR
NOTA 5

Só foi a campo porque Veiga não suporta, ainda, os 90 minutos. Atuou um pouco mais adiantado, não comprometeu mas também não se destacou.

 

GARCIA – REGULAR
NOTA 5

É menino ainda, mas parece ter futuro. Hoje, não precisou se esforçar muito para ser melhor do que Marcos Rocha.

 

RAFAEL NAVARRO – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

Jogou apenas 12 minutos, sem tempo para ser avaliado.

 
BRENO LOPES – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Entrou aos 20 do segundo tempo para ajudar Piquerez na marcação, o que fez. Só apareceu no ataque nos acréscimos, e quase marcou um gol.

 

6 Responses to POR QUE O RIO SEMPRE CORRE PARA O MAR

  1. valentine vigar

    saudações Marcio, estou gostando mais de assistir o sub 20 jogando… que alegria…
    com certeza a molecada vai ser bicampeao!
    Outra coisa que me chamou atenção.. vc dando notas aos jogadores de forma individual… ficou muito melhor…mais caprichado… quando suas notas eram por grupo de jogadores.. dava impressão de pressa para finalizar com a reportagem…
    Continue assim… notas , um por um.
    abraço
    ótimo 2023 pra nos

    • Márcio Trevisan

      Olá, Vigar.

      Realmente a equipe Sub-20 está muito bem. E olha que do time campeão no ano passado, só restou o goleiro, e ainda por cima hoje ele é reserva. Dos 11 titulares campeões em 2022, sete foram promovidos à equipe principal, dois estão na Seleção Brasileira e um deixou o clube.

      Quanto à mudança na análise pós-jogo, fico feliz que tenha gostado e agradeço o elogio.

      Abs.

  2. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, só deu Botafogo, a não ser o Gol do Veiga e as defesas do Weverton, até o final do mês temos que encontrar soluções para enfrentar o Flamengo.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      Escapamos de levar pelo menos uns três gols dos caras.

      E vc tem razão: eu não sei bem como, mas vamos ter de dar um jeito neste time até sábado, dia 28. Acho que o negócio será jogarmos no esquema tático 1-10 (um goleiro e dez na defesa) e tentarmos levar a decisão para os penais.

      Abs.

  3. Boa tarde, Márcio.

    Vou te falar uma coisa: é preciso encontrar motivação para assistir estes jogos de começo de temporada.

    Um futebol fraquinho de dar dó, um horário ruim (para quem dorme cedo), um adversário sem a menor expressão e um campeonato que que ninguém leva a sério – por mais que se diga o contrário – nos forçam a arrancar forças das profundezas do âmago para assistir o Verdão.

    Como se não bastasse isso, o Pantera quase fez o crime e por pouco não voltamos com uma derrota que, sinceramente, era até merecida em determinado momento. Se o próprio Abel reconheceu que o mais justo era um empate é porque o negócio foi feio!

    Gostaria de ler a sua opinião a respeito de um tema: você acredita que o Abel e o Palmeiras entrariam em um acordo para que ele treinasse a seleção brasileira? Acredita que ele tem este desejo?

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Valter, salve!

      Eu penso da seguinte forma: qualquer treinador do mundo, se convidado a dirigir a Seleção Brasileira, aceitaria o cargo sem sequer discutir salários e premiações.

      E o motivo é simples: apesar de todos os problemas e de todas as picaretagens que a envolvem, não existe no mundo uma equipe melhor do que a do Brasil. Não pelo que vem jogando nos últimos 20 anos, mas por tudo o jogou nos últimos 90 anos. Dito isso, tenho certeza de que se o português for convidado, nos dará tchau sem pensar duas vezes (e eu, no lugar dele, faria o mesmo).

      Mas algo me diz que ele não esta na mira por um motivo simples: já criticou inúmeras vezes o futebol brasileiro, e na maioria delas com razão. Aí, seria convidar para almoçar na sua casa alguém que já disse que não gosta da sua comida.

      Forte abraço.

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