CAP. 142: 1978 – NO BRASIL, NÃO. SÓ NO JAPÃO. (PARTE III – FINAL)

Time campineiro bom, mesmo, era o da Ponte Preta/SP. 

Pelo menos era isso o que todo mundo pensava, e não sem razão. A tradicional Macaca cumpria excelentes campanhas havia já alguns anos, tendo inclusive chegado ao vice-campeonato paulista em 1977 e cedido dois jogadores à Seleção Brasileira que foi à Copa do Mundo da Argentina no ano seguinte – os zagueiros Oscar e Polozzi. Mas e o outro time da cidade? Ora, este era apenas o Guarani/SP. 

Só que o futebol guarda sempre as suas surpresas, e o maior rival da Ponte montou em 1978 o melhor time de toda a sua hoje mais do que centenária história. Craques como o quarto-zagueiro Amaral (mais um que disputou o Mundial), o volante Zé Carlos e os meias Renato e Zenon davam o devido respaldo a jogadores nem tão badalados mas igualmente craques e, principalmente, a um centroavante de apenas 17 anos que naquele Brasileirão mostrava ao País que seria um dos maiores de sua posição em todos os tempos: Careca. Todos estes sob o comando do até então desconhecido, porém talentoso, Carlos Alberto Silva. 

Leão na primeira final com o Guarani/SP, em 1978

Não havia, porém, ninguém que apostasse que a surpresa continuaria dando as cartas no Brasileirão. Chegar à grande decisão já fora demais para o pequeno Bugre que, por mais qualidade que tivesse, não teria a petulância de medir forças com o grande Palmeiras, então bicampeão brasileiro (pois ainda não haviam sido unificados os títulos nacionais) e uma das equipes mais tradicionais do mundo. Ledo engano: tal qual na lendária história de Davi e Golias, o menor se fez grande e impediu a vitória do maior. 

O que todo mundo sabe é que o Guarani nem tomou conhecimento do Palmeiras e de toda a nossa gloriosa trajetória. Venceu tanto o primeiro jogo, no Morumbi, quanto o segundo, no Brinco de Ouro, ambos por1 a0, e com todos os méritos e toda a justiça se tornou o primeiro e até hoje o único clube interiorano a faturar a taça do principal torneio de futebol do Brasil. 

Mas o que quase ninguém sabe, e que o internauta do site Senhor Palmeiras saberá agora é que, além da sua própria superioridade técnica, o alviverde campineiro também pôde contar com uma ajuda do alviverde paulistano. Segundo confidenciou anos mais tarde a este jornalista Seraphim Carlos del Grande, desde sempre um importantíssimo dirigente do Palmeiras e atualmente presidente do Conselho Deliberativo do clube, houve um fator extracampo gravíssimo. Confira: 

Seraphim Carlos Del Grande: hoje, presidente do CD

“Na época, eu fazia parte da diretoria de futebol. Na véspera da primeira final, fui procurado pelo goleiro Leão, que era o capitão do time. Ele me disse que havia conversado com os demais jogadores e que todos solicitavam um aumento na premiação caso faturássemos o título. Disse a ele que o prêmio fora decidido antes do início do Brasileirão, e que todos os atletas, inclusive ele, claro, haviam concordado. Assim, não havia razão para nenhum acréscimo.

Leão ficou muito irritado, saiu da minha sala rispidamente e disse que não se responsabilizaria caso perdêssemos aquela decisão. Coincidência ou não, ele foi infantilmente expulso no dia seguinte após dar uma cotovelada sem bola no Careca que, para piorar, ainda gerou o pênalti e o gol da vitória do Guarani/SP”, contou o dirigente. Naquele lance, como Jorge Vieira já havia realizado as duas substituições permitidas na época, foi para o gol o ponta-de-lança Escurinho. 

Não se pode afirmar com convicção de que Leão provocou de forma proposital não apenas sua expulsão mas também a derrota do Palmeiras, mas a forma como tudo aconteceu, somada ao depoimento do dirigente do Verdão, gera uma enorme névoa sobre a carreira deste que foi um dos melhores e mais polêmicos goleiros do mundo em todos os tempos. Não à toa, vale lembrar que imediatamente depois da perda do título seu passe foi vendido ao Vasco/RJ e que o novo dono da camisa 1 palmeirense passou a ser Gilmar, goleiro que já substituíra o próprio Leão na finalíssima em Campinas/SP. 

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Obs.: Esta seção será atualizada em 01/09/2010.

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