Como dissemos em nosso mais recente encontro, o ano de 1975 estava estranho para o Palmeiras, e não era por menos. A chamada Segunda Academia, sabia-se, havia terminado. Jogadores importantes ou deixavam o clube ou, então, já se preparavam para a aposentadoria. E, para piorar ainda mais, o sonho do bicampeonato paulista havia ficado mais uma vez adiado.
Se tudo isso já não fosse mais do que suficiente para que vários problemas surgissem, no segundo semestre o técnico Oswaldo Brandão demitiu-se do comando da equipe, seduzido por um convite da antiga CBD para que assumisse o comando da Seleção Brasileira. Tudo isso a cerca de apenas 40 dias da participação em mais um Troféu Ramón de Carranza, competição na qual o Verdão lutaria pelo tri. O ex-craque palmeirense Dino Sani foi o escolhido para o lugar do “Velho Mestre” e, com apenas dois jogos à frente do time, arrumou as malas e partiu para a Espanha com a quase impossível missão de trazer mais um troféu.
Apesar das visíveis dificuldades, nosso time conseguiu superar o Zaragoza/ESP na semifinal –1 a 0, gol de Ademir da Guia. Mas a prova de fogo seria mesmo a decisão, contra nada menos do que o sempre todo-poderoso Real Madrid/ESP, em cuja equipe atuavam craques como Santillana, e, principalmente, os alemães Netzer e Paul Breitner.
A única maneira de o Palmeiras conseguir a vitória seria impor ao adversário a força de sua tradição no torneio. E foi exatamente isso o que Dino Sani conseguiu colocar na cabeça de cada um dos nossos jogadores.
Após um primeiro tempo bastante equilibrado, no qual Leivinha perdeu um pênalti aos 42 minutos (Michelangelo defendeu), o Verdão voltou para a etapa final como um rolo compressor. Em apenas 20 minutos, já goleávamos por 3 a 0, com dois gols do centroavante Itamar e outro de Edu. Daí em diante, bastou ao nosso time tocar a bola e esperar pelo fim do jogo, no qual nem mesmo o gol de honra espanhol foi capaz de impedir nosso tricampeonato no torneio.
Infelizmente, porém, nem tudo foi alegria naquela tarde de domingo, pois ela também marcou as despedidas de Leivinha e Luís Pereira, negociados logo em seguida com o Atlético de Madrid/ESP.
Mesmo com o time sendo desmontado, não eram poucos os que acreditavam que a magia daquelas camisas verdes continuaria a imperar no futebol brasileiro e mundial. Afinal a equipe, mesmo já sem a presença de alguns ídolos históricos, impusera-se frente a um dos mais fortes e importantes clubes do mundo.
No próximo capítulo de “Nossa História”, veremos que ainda haveria um resquício de qualidade naquele grupo que, com a chegada de alguns importantes reforços, seguiu sua sina vencedora.
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